MTGs Ganham Espaço no Streaming e Reacendem Debate Sobre Direitos Autorais na Música Brasileira

As MTGs, ou montagens musicais, estão ganhando espaço nas listas de músicas mais tocadas no Brasil, trazendo à tona uma técnica que remonta aos anos 1990. Nesta semana, o jornal O Globo pulicou uma matéria sobre como a reinvenção desse estilo pelos DJs de funk de Belo Horizonte, tem lançado novas estrelas no cenário musica.

DJ Topo, por exemplo, tem feito sucesso com a MTG “Quem não quer sou eu,” que combina a voz de Seu Jorge com elementos de funk e rap, acumulando mais de 113 milhões de streams no Spotify. A novidade não só revitalizou o catálogo original de Seu Jorge, como também chamou a atenção da indústria musical para as possibilidades comerciais das MTGs.

Guta Braga, criadora e coordenadora do curso Música Copyright e Tecnologia, em entrevista para o jornal, destaca a importância de entender os direitos autorais nesse novo contexto. Ela observa que, embora muitos na indústria tenham inicialmente visto as MTGs com desconfiança, o impacto positivo sobre os catálogos de música é inegável. “Todo mundo ganha com isso, desde que haja autorização e uma divisão justa da receita,” ressalta Guta.

Por outro lado, Luan Gomes, que também tem se destacado no cenário, começou a lançar suas MTGs sem as devidas autorizações, mas conseguiu regularizar a situação com o tempo. Agora, ele trabalha em estreita colaboração com empresas como a MusicPro para garantir que todos os envolvidos sejam devidamente creditados e remunerados.

A tendência das MTGs ainda está em crescimento, com muitas dessas montagens aparecendo em playlists populares de funk e MPB, e se expandindo para outros estilos. No entanto, a questão dos direitos autorais continua sendo um ponto crucial para o desenvolvimento sustentável dessa nova onda musical.

Foto; DJ Topo

Filho de Renato Russo Busca Cumprimento de Decisão Judicial Contra Antonia Fontenelle por uso de canção em redes sociais

O produtor cultural Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, e a Sony Music voltaram a buscar na Justiça o cumprimento de uma decisão que proíbe a atriz Antonia Fontenelle de usar a música “Que país é este” em suas redes sociais.

De acordo com o colunista Ancelmo Góes, a ação, movida por Manfredini e pela gravadora, pede reparação por danos morais e materiais, alegando que a atriz utilizou a composição de Renato Russo sem autorização para promover sua candidatura a Deputada Federal pelo Rio de Janeiro em maio de 2022.

No dia 16 de julho, a Justiça determinou que Fontenelle está proibida de publicar vídeos com a canção. No entanto, Manfredini e a Sony Music anexaram ao processo duas novas petições, a mais recente datada de 2 de agosto, alegando que Fontenelle continua a publicar vídeos e postagens, desafiando a ordem judicial. Em uma dessas postagens, a atriz questionou a decisão judicial e fez críticas ao filho de Renato Russo.

Diante dessa situação, Manfredini e a Sony Music solicitaram à Justiça o reconhecimento do descumprimento da ordem, o aumento da multa para R$100 mil por infração e uma retratação pública. O caso ainda aguarda uma nova decisão judicial.

Foto; divulgação

Meta e Universal Music Group Expandem Parceria para Incluir WhatsApp e Combater Conteúdo Gerado por IA

A Meta, controladora do Facebook, e a Universal Music Group (UMG) anunciaram a renovação de sua parceria global, com um novo acordo de licenciamento a longo prazo. A colaboração visa aumentar as oportunidades criativas e comerciais para os artistas da UMG e os compositores da Universal Music Publishing Group nas plataformas da Meta, incluindo Facebook, Instagram, Messenger, Horizon, Threads e, pela primeira vez, o WhatsApp.

De acordo com o Music Business Worldwide, o novo acordo permitirá que os usuários do WhatsApp compartilhem músicas licenciadas da UMG diretamente no aplicativo, criando novas possibilidades de monetização para a UMG e seus artistas. A parceria também inclui um compromisso de ambas as empresas em lidar com o conteúdo gerado por IA que possa afetar os artistas e compositores da UMG.

O anúncio vem após a UMG destacar, em seus resultados do segundo trimestre, uma queda nas receitas de streaming financiadas por publicidade, parcialmente atribuída à decisão da Meta de parar de licenciar vídeos premium no Facebook. A Meta agora foca em outras áreas de conteúdo musical, como vídeos curtos, que devem se beneficiar com a renovação do acordo.

O histórico de colaboração entre as duas empresas remonta ao acordo de 2017, que fez da UMG a primeira grande gravadora a licenciar seu catálogo para as plataformas do Facebook.

Foto; mundissima/Shutterstock

Paulo Ricardo e Fernando Deluqui firmam acordo e nova formação adota o nome “RPM – O Legado

Paulo Ricardo e Fernando Deluqui chegaram a um acordo após a Justiça determinar que a nova formação do RPM não poderia mais usar o nome da banda. Deluqui, o único membro original do grupo, que contava com Dioy Pallone, Kiko Zara e Gus Martins, agora liderará a banda sob o nome “RPM – O Legado”.

De acordo com a Rolling Stone Brasil, em nota à imprensa, os artistas informaram que o acordo “permite a preservação da obra do RPM, na sua formação original, e, ao mesmo tempo, viabiliza os projetos de Fernando Deluqui e sua nova banda”. Eles afirmam que o impacto da música do RPM na memória do público é algo que nunca desaparecerá, superando as diferenças do passado.

Deluqui também comentou sobre o fim da banda original, explicando que em 2017 houve um mal-entendido com Paulo Ricardo, que queria dar uma pausa enquanto Deluqui, Luiz Schiavon e Paulo P.A. Pagni queriam continuar. No entanto, ele ressaltou que isso ficou no passado.

O acordo também garante que toda a obra da formação original do RPM, com Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni, estará disponível nas plataformas digitais e no YouTube sob o nome de RPM, sigla de Revoluções por Minuto.

Foto; divulgação

Universal Music está em negociações com Startup que promete revolucionar a distribuição de royalties através de IA

A startup de inteligência artificial ProRata, que acaba de ser lançada com um financiamento inicial de US$25 milhões, está chamando a atenção do mercado. Criada a partir da incubadora de tecnologia Idealab Studio, a empresa tem à frente o executivo Bill Gross, conhecido como o “inventor da publicidade com palavras-chave pagas por clique na Internet”. A ProRata desenvolveu uma tecnologia que promete revolucionar a forma como os royalties são calculados e pagos aos detentores de direitos autorais.

De acordo com o Music Business Worldwide, a principal inovação da ProRata é sua capacidade de rastrear com precisão os insumos utilizados por modelos de IA generativa, permitindo que os royalties sejam divididos de maneira justa entre os criadores originais do conteúdo. A tecnologia da empresa, que inclui aplicações para texto, imagens, música e vídeo, pode ser um divisor de águas, especialmente para a indústria musical.

A Universal Music Group (UMG) já está em negociações com a startup, explorando maneiras de colaborar. Sir Lucian Grainge, CEO da UMG, destacou o potencial dessa parceria para moldar os futuros esforços da empresa na área musical. 

O modelo de receita da ProRata, que promete dividir 50% de todas as receitas de assinaturas e publicidade com os criadores de conteúdo, ainda levanta questões sobre como será implementado na prática. A atribuição precisa de royalties tem sido um desafio, mas a ProRata acredita que sua tecnologia pode oferecer uma solução viável. 

Com investidores como Mayfield, Revolution Ventures e Prime Movers Lab, além do Idealab Studio, a ProRata tem o apoio necessário para buscar suas ambiciosas metas no mercado de IA. Resta ver como a indústria musical e outras áreas criativas irão responder a essa nova abordagem para a distribuição de receitas.

 Foto; Tatiana Shepeleva / Shutterstock

IMPEL e AMRA fecham acordo de licenciamento digital para mercados da Ásia-Pacífico e Brasil

A IMPEL, agência internacional de licenciamento coletivo para direitos de edição de música digital, assinou um acordo de licenciamento e administração com a AMRA, sociedade de coleta de música digital. O acordo cobre a região da Ásia-Pacífico, incluindo Austrália, Nova Zelândia, territórios do Sudeste Asiático e Brasil, e amplia as capacidades de licenciamento da IMPEL para todos os continentes.

De acordo com o Music Business Worldwide, a IMPEL, que já tem parcerias importantes com a SACEM (Europa, África, Oriente Médio e subcontinente indiano), LatinAutor (América Latina) e CMRRA (América do Norte), agora conecta seus membros aos mercados da APAC e Brasil, áreas que registraram crescimento significativo em streaming no último ano. A nova parceria deve oferecer vantagens em termos de receita, eficiência e transparência através de licenciamento multiterritorial.

Com essa expansão, a IMPEL fortalece sua presença global, oferecendo aos seus membros, que incluem 57 editoras musicais independentes, acesso a novos fluxos de receita. Entre essas editoras estão Reservoir Media, Beggars Music, e Bucks Music, que representam artistas como Ed Sheeran, Dua Lipa, e David Bowie.

Sarah Williams, CEO da IMPEL, destacou a importância do acordo, afirmando que agora a IMPEL pode se considerar uma agência de licenciamento verdadeiramente global. Tomas Ericsson, CEO da AMRA, reforçou o compromisso de ambas as organizações em apoiar editoras musicais independentes, oferecendo serviços de alta qualidade.

Esse acordo é mais um passo na estratégia da AMRA, que em abril firmou parceria com a plataforma de financiamento musical baseada em IA beatBread, para ampliar seus serviços de administração editorial.

Foto; Dua Lipa_Lionel Hahn/Getty Images

A Meta Convida Compositores para Webinar Exclusivo sobre Estratégias de Criação Musical nas Redes Sociais

A Meta convida compositores para participar do webinar “Meta Loves Music para Autores” no dia 11 de setembro de 2024, às 10:00 (BRT). O evento é direcionado a profissionais da música que desejam aprimorar sua presença nas plataformas da empresa, como Facebook e Instagram.

Durante o webinar, os participantes receberão orientações sobre os recursos musicais disponíveis na Meta, além de dicas para a criação de conteúdos, como Reels. A iniciativa busca auxiliar compositores na otimização de suas estratégias nas redes sociais.

Entre os palestrantes confirmados estão Adrian Harley, Lauren Landon e Fernanda Bas, que fazem parte da equipe de parcerias musicais da Meta. O evento será conduzido em português e contará com uma sessão de perguntas e respostas ao final.

Palestrantes:

  • Adrian Harley: Head of Music Label Partnerships & Publishing BD LATAM
  • Lauren Landon: Music Publishing Partnerships, EMEA & LATAM
  • Fernanda Bas: Music Label Partnerships

Público-Alvo:

Compositores de todos os gêneros musicais que buscam expandir sua audiência, aumentar o engajamento e fortalecer sua marca pessoal nas plataformas da Meta.

Inscrições:

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do link: [https://events.atmeta.com/metalovesmusicparautores]

 

Warner Music Group Passa por Reestruturação Global e Max Lousada Deixa o Cargo de CEO de Música Gravada

A Warner Music Group (WMG) está passando por uma grande reestruturação em sua operação de música gravada. Max Lousada, que atuou como CEO Global de Música Gravada nos últimos oito anos e esteve na empresa por 20 anos, deixará o cargo ao final do ano fiscal da companhia, em 30 de setembro. Lousada continuará como assessor do WMG até 31 de janeiro de 2025.

De acordo com o Music Business Worldwide, a partir de 1º de outubro, Elliot Grainge, fundador da 10K Projects, assumirá o cargo de CEO do Atlantic Music Group, que engloba a Atlantic Records, 300 Elektra Entertainment e a própria 10K Projects. Grainge, que se juntou à equipe de liderança global da WMG após a empresa adquirir 51% da 10K Projects por US$ 102 milhões no ano passado, trabalhará ao lado de Julie Greenwald, que foi nomeada presidente do Atlantic Music Group. Ambos se reportarão a Robert Kyncl, CEO do WMG.

Nos EUA, a operação musical gravada da Warner será organizada em dois grupos de gravadoras. O Atlantic Music Group, liderado por Grainge, abrigará várias marcas importantes, enquanto a Warner Records, na Costa Oeste, terá agora também a supervisão da Warner Music Nashville, Nonesuch e Reprise.

Globalmente, a Warner adotará uma “estrutura mais plana” em suas operações musicais, eliminando as funções de CEO e Presidente Internacional de Música Gravada. Os líderes regionais e divisionais agora se reportarão diretamente a Kyncl. Simon Robson supervisionará as operações na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), enquanto Alejandro Duque continuará liderando a América Latina (LATAM). Um novo líder será nomeado para supervisionar a região Ásia-Pacífico (APAC).

Essas mudanças fazem parte de uma reestruturação mais ampla que inclui a redução de 10% no quadro global de funcionários da WMG até o final de setembro de 2024, afetando cerca de 600 trabalhadores. Parte dessas demissões está ligada ao fechamento ou venda de propriedades de mídia, como HipHopDX e UPROXX, vendidas recentemente.

Max Lousada, ao comentar sua saída, destacou o legado de uma empresa que valoriza a criatividade dos artistas e ajudou a lançar carreiras de superestrelas. Ele expressou confiança na nova estrutura e na equipe que permanecerá à frente da WMG: “Ao longo das últimas duas décadas, criamos juntos algo especial na Warner: uma companhia musical construída para artistas, onde vozes originais são defendidas, onde a sua criatividade é honrada e protegida, e onde carreiras de superestrelas são iniciadas.

“Estou orgulhoso de ter criado uma equipe de classe mundial que compartilha essa visão e cujo empreendimento e energia trouxeram novos rótulos, reconstruíram marcas icônicas, expandiram nossa rede global e foram pioneiros em novas experiências para os fãs. O negócio da música sempre foi uma questão de evolução e chegou a hora de construir algo novo. Ajudarei a equipe nessa transição e não tenho dúvidas de que eles continuarão a desenvolver artistas que movem o mundo.”

Foto; divulgação

Assine nossa Newsletter