Spotify Vence Ação e Juíza Decide que Editora de Eminem Fabricou Processo para Lucrar

O Spotify saiu vitorioso em um processo que durava cinco anos e envolvia a alegação de que músicas do rapper Eminem, incluindo o hit “Lose Yourself”, foram transmitidas ilegalmente na plataforma. A decisão, proferida em agosto pela juíza federal Aleta A. Trauger, rejeitou as acusações feitas pela editora Eight Mile Style, que representa o catálogo de Eminem.

De acordo com a Billboard, a editora entrou com a ação em 2019, alegando que o Spotify transmitiu centenas de músicas do rapper sem as licenças adequadas. No entanto, a juíza determinou que o processo foi, na verdade, fabricado pela editora para maximizar ganhos financeiros, em vez de buscar uma resolução adequada.

A juíza Trauger afirmou que a Eight Mile Style sabia que suas músicas estavam sendo tocadas no Spotify, mas escolheu não agir a tempo, optando por construir um caso mais lucrativo. Segundo a decisão, a editora não foi “uma vítima infeliz”, mas sim uma parte que preferiu “o cultivo de danos por violação” em vez de buscar uma solução justa.

Além disso, a responsabilidade pelo pagamento de danos, caso o processo tivesse prosseguido, recairia sobre a empresa de licenciamento Kobalt, que havia firmado um acordo com o Spotify para as músicas de Eminem. No entanto, como a maior parte do processo foi rejeitada, a questão dos custos legais ainda será discutida.

A decisão encerra um caso que trouxe à tona as complexidades do sistema de royalties de streaming e os desafios enfrentados por artistas e editoras na era digital.

Foto;  MI.John Smolek/Icon Sportswire/Getty Images

STJ Aumenta Indenização de Grife por Uso Indevido de Letras de Tim Maia em Camisetas

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu aumentar a indenização que a grife Reserva deverá pagar a Carmelo Maia, herdeiro do cantor Tim Maia, por danos materiais. A marca havia comercializado camisetas estampadas com trechos de músicas do artista, como “Guaraná, suco de caju/ Goiabada e sobremesa” e “Você e eu/ Eu e você”, sem autorização.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, o relator do caso, ministro Marco Aurélio Bellizze, determinou que a Reserva deve pagar ao filho de Tim Maia não apenas o lucro obtido com as vendas, mas também o valor correspondente aos direitos autorais que seriam cobrados caso o uso das letras tivesse sido autorizado. Esse valor será calculado durante o cumprimento da sentença e não poderá ultrapassar R$600 mil, o montante inicial pedido pelo espólio do artista.

A Reserva havia recorrido, alegando que as palavras nas camisetas eram de uso comum e formavam uma paráfrase, e não uma cópia das músicas de Tim Maia. No entanto, o ministro rejeitou o argumento, afirmando que o uso das letras, mesmo com o acréscimo do símbolo “&”, configurava uma apropriação indevida para exploração comercial.

Além da indenização por danos materiais, a Reserva já tinha sido condenada a pagar R$50 mil por danos morais e teve a venda das camisetas com letras de Tim Maia suspensa e proibida em decisão judicial anterior. A grife ainda pode recorrer dessa nova decisão.

Foto; Reprodução/Reserva

Johnson & Johnson é processada por uso não autorizado de músicas e pode pagar até US$150 mil por obra

A gigante farmacêutica Johnson & Johnson está enfrentando um processo por suposta violação de direitos autorais. A ação foi movida pela Associated Production Music (APM), uma produtora musical americana, no tribunal da Califórnia. A APM alega que a Johnson & Johnson utilizou músicas de seu extenso catálogo em vídeos promocionais postados no YouTube e no Facebook sem a devida permissão.

De acordo com o Music Business Worldwide, a APM, que possui um catálogo com mais de 1 milhão de faixas, afirmou que a Johnson & Johnson e suas subsidiárias vêm utilizando suas gravações em várias postagens de mídia social, sem ter obtido a licença necessária. A empresa também ressaltou que tentou, em várias ocasiões, contatar a farmacêutica para regularizar a situação, mas sem sucesso.

No processo, a APM busca um julgamento com júri e reivindica o direito de receber indenizações pelos danos causados, que podem chegar a até US$150.000 por cada obra violada. A Johnson & Johnson é acusada de violação direta, contributiva e vicária de direitos autorais.

O caso ainda faz parte de uma tendência maior de ações judiciais contra grandes empresas nos EUA, relacionadas ao uso não licenciado de músicas em suas publicações promocionais.

Foto; Skorzewiak/Shutterstock

Menina da Bota Enfrenta Hackeamento de Música em Meio ao Sucesso

A música “Vim Dançar na Roça”, da Menina da Bota, está no centro de uma controvérsia envolvendo hackeamento e direitos autorais. A artista, que tem atraído crescente atenção e ultrapassou 1 milhão de seguidores, está lutando contra a pirataria de sua canção.

De acordo com o Terra.com.br, o hackeamento da música tem causado dificuldades para o produtor musical Gilson Gomes e sua equipe. Eles tentaram lançar a faixa no Spotify, mas descobriram que uma versão pirata já estava disponível na plataforma. David Alves Ferreira, responsável pelo registro legal da música, suspeita que o perfil falso possa ter sido criado por inteligência artificial fora do Brasil.

Além de Ferreira e Gomes, o DJ Frajola Tsunami, que fez uma versão autorizada da música, está colaborando para remover o perfil falso do Spotify. A equipe está reunindo a documentação necessária, incluindo o código ISRC, para comprovar a autenticidade da faixa.

O hackeamento não só afeta a visibilidade da Menina da Bota, mas também exemplifica as dificuldades enfrentadas por artistas em situações vulneráveis. Enquanto isso, o pai de duas cantoras mirins, que participaram da versão original da música, expressa descontentamento com a falta de reconhecimento e compensação financeira pelo trabalho das filhas.

Foto; reprodução

Músico é Acusado de Usar IA para Criar Músicas Falsas e Fraudar US$10 Milhões em Royalties

Michael Smith, músico da Carolina do Norte, foi indiciado por promotores federais em Manhattan sob acusações de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. A acusação alega que Smith, de 52 anos, usou inteligência artificial para criar “centenas de milhares” de músicas falsas, gerando mais de US$10 milhões em royalties fraudulentos desde 2017.

De acordo com a Billboard, Smith teria sido auxiliado por um CEO de uma empresa de IA não identificada e vários co-conspiradores nos EUA e no exterior. Segundo a acusação, ele utilizou as músicas falsas em plataformas como Spotify, Amazon Music, Apple Music e YouTube Music, e forneceu informações enganosas para maximizar seus ganhos.

O esquema envolvia a criação de milhares de contas de bot para aumentar o número de streams. Smith teria usado serviços de computação em nuvem para transmitir continuamente suas músicas e ocultar as atividades fraudulentas, utilizando nomes e endereços falsos e até VPNs.

A investigação do FBI destaca que as ações de Smith prejudicaram compositores e artistas legítimos, desviando mais de US$1 milhão em royalties anuais. Vários membros da indústria questionaram as atividades de Smith, incluindo a MLC, que suspendeu seus pagamentos de royalties e denunciou a possível fraude.

Kris Ahrend, CEO da MLC, enfatizou a importância de combater fraudes na indústria musical, reforçando a integridade das plataformas de streaming. O caso continua em investigação e destaca a crescente preocupação com o uso de IA para atividades fraudulentas no setor musical.

Foto; New York City Haizhan Zheng/Getty Images

Spotify Solicita ao Tribunal Rejeição de Processo em que sofre acusação por Reduzir Royalties de Compositores em Pacotes Premium

O Spotify está solicitando que um juiz federal rejeite a ação movida pelo Mechanical Licensing Collective (MLC) sobre o pagamento de royalties musicais, classificando o caso como “absurdo” e “um desperdício”.

 Conforme a Billboard, o MLC entrou com o processo no início deste ano, alegando que o Spotify reduziu unilateralmente os pagamentos de royalties quase pela metade, justificando a redução com a inclusão de audiolivros no serviço.

Em uma moção apresentada no dia 27 de outubro, os advogados do Spotify argumentam que a adição de audiolivros não foi um gesto simbólico para diminuir os royalties musicais, mas sim uma oferta de valor real, que atraiu “bilhões de dólares de consumo.” Eles defendem que essa nova oferta permite ao Spotify pagar uma taxa de royalties “agrupada” com desconto, conforme a legislação federal.

A MLC, que coleta royalties para compositores e editoras, alega que a reinterpretação do Spotify sobre a natureza de seus serviços de streaming resultará em um pagamento significativamente menor para os detentores de direitos. A organização alerta que, se não controlada, essa prática pode causar perdas de centenas de milhões de dólares para compositores e editoras.

O Spotify, no entanto, mantém sua posição de que o streaming de audiolivros oferece um valor adicional significativo, justificando a taxa de royalties mais baixa. A disputa continua, e a MLC deve apresentar uma resposta formal à moção nos próximos meses.

Foto; Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images

Preços Dinâmicos na Turnê de Retorno do Oasis Geram Polêmica e Reação Política no Reino Unido

No último sábado, 31 de agosto, os ingressos para a aguardada turnê de reunião da banda britânica Oasis, marcada para 2025, esgotaram-se em poucas horas. A venda foi realizada por meio de três plataformas: Gigs and Tours, See Tickets e Ticketmaster. No entanto, o uso de preços dinâmicos, onde os valores dos ingressos aumentam conforme a demanda, causou insatisfação entre os fãs.

De acordo com o Music Business Worldwide, durante a venda, alguns ingressos chegaram a custar mais de £350 (cerca de R$2.100), muito acima dos £135 iniciais (cerca de R$810), conforme relatado pela BBC. Essa prática gerou críticas, especialmente da Secretária de Estado da Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido, Lisa Nandy. Ela destacou que os preços inflacionados estão afastando os fãs comuns e prometeu incluir o tema em uma consulta sobre a venda de ingressos no país.

A Ticketmaster, responsável por parte das vendas, defendeu a prática, afirmando que os preços são definidos por promotores e artistas e que os ingressos dinâmicos oferecem acesso justo aos fãs. A Live Nation, dona da Ticketmaster, argumenta que o sistema combate os cambistas e pretende expandir essa ferramenta para outros mercados, incluindo a América Latina.

A controvérsia em torno dos preços dinâmicos não é nova e já havia gerado debates em turnês anteriores, como a de Bruce Springsteen em 2023. Agora, com a atenção política, o futuro dessa prática no Reino Unido pode estar em discussão.

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Warner Music Brasil Reestrutura Equipes e Fortalece Liderança com Foco em Gêneros Nacionais

A Warner Music Brasil anunciou uma série de mudanças para ampliar sua presença em diversos gêneros musicais nacionais. Leila Oliveira, presidente da empresa, fez duas contratações estratégicas: Tatiana Cantinho assume como gerente geral e Mariana Frensel como diretora de marketing. Ambas trabalharão na sede do Rio de Janeiro.

De acordo com o Music Business Worldwide, Cantinho traz mais de 20 anos de experiência, tendo passado por Sony Music e Som Livre antes de fundar sua própria gravadora, Stamina Musical. Já Frensel retorna à Warner depois de trabalhar no Match Group e tem experiência anterior na gravadora.

A Warner Music Brasil também está reorganizando suas equipes de A&R e marketing para focar em sertanejo, forró, samba, funk e música urbana. Marcos Kilzer continuará liderando a equipe de A&R, enquanto Thiago Abreu comandará a nova equipe de serviços criativos.

Essas mudanças fazem parte da estratégia de Oliveira, que assumiu a liderança em 2022 e recentemente inaugurou o Warner Music Space na Barra da Tijuca. A gravadora também anunciou um investimento no grupo Sua Música, proprietário da maior plataforma de música brasileira.

O Brasil é o nono maior mercado de música gravada do mundo, avaliado em US$ 573,6 milhões. Leila Oliveira destacou a importância desse momento para a Warner Music Brasil e a necessidade de conectar artistas com fãs de forma mais ágil, reforçando o papel da gravadora em um mercado em constante evolução.

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Gravadora do ABBA pede que Trump pare de usar músicas da banda em comícios

A gravadora sueca ABBA solicitou que Donald Trump, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, pare de usar as músicas da banda em seus eventos de campanha. A Universal Music na Suécia informou ter visto em vídeos que canções do grupo foram tocadas em pelo menos um comício de Trump.

Conforme o F5, em comunicado enviado à AFP, a Universal Music afirmou que pediu a remoção do material. A empresa também destacou que nem a Universal Music Publishing  nem a Polar Music International receberam qualquer solicitação para o uso das músicas, portanto, nenhuma permissão foi concedida ao ex-presidente.

O jornal sueco Svenska Dagbladet relatou que um repórter esteve em um comício de Trump em Minnesota, que possui uma grande comunidade sueca, em julho. No evento, a música “The Winner Takes it All” foi tocada, e um vídeo de 10 minutos com sucessos do ABBA, como “Money, Money, Money” e “Dancing Queen,” foi exibido em uma tela gigante.

Trump não é o primeiro a receber pedidos semelhantes. Artistas como Bruce Springsteen, Neil Young, Celine Dion e os Rolling Stones também solicitaram que o candidato não utilizasse suas músicas em seus eventos.

Foto; divulgação

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