Mulheres representam apenas 10% dos compositores que mais arrecadam no Brasil

Nesta semana a União Brasileira de Compositores (UBC) lançou seu relatório anual ‘por Elas Que Fazem a Música’, sobre a participação das mulheres na música.

Apesar do aumento do número de associadas pela entidade, a participação das mulheres no mercado ainda é de 15% em comparação a quantidade de compositores registrados.

Quando a categoria é arrecadação, apenas 10 mulheres estão na lista dos 100 mais remunerados no Brasil.

Relatórios como este são essenciais para o debate sobre o equilíbrio de gênero no mercado. É por isso que o Musica,Copyright e Tecnologia sempre dará prioridade em destacar este tipo de conteúdo.

Para conferir o relatório na íntegra CLIQUE AQUI.

Foto: Divulgação/RelatórioUBC

Serviços de streaming representaram quase 80% de toda a receita da música em 2019

Em 2019, o streaming alcançou quase 80% da participação de todas as receitas de músicas gravadas nos EUA. É o que diz o novo relatório da RIAA – Associação Americana da Indústria de Gravação.

Em 2019, os serviços de streaming como Youtube (suportados por anúncios), Pandora (streaming de rádio), e Spotify (com planos de assinaturas pagas) geraram US$8,8 bilhões, um aumento de quase 20%.

Além disso, as receitas com música gravada em 2019 cresceram 13%, de US$9,8 bilhões para US$11,1 bilhões (varejo). Segundo o TechCrunch, é o quarto ano de crescimento consecutivo de dois dígitos.

Para a RIAA, os serviços de assinatura foram os maiores responsáveis pelo crescimento das receitas. Em 2019, esses serviços foram os que mais apresentaram crescimento (25% a.a), com uma receita total de US$6,8 bilhões. Esse valor também inclui US$829 milhões em receitas dos serviços de assinatura paga de “camada limitada”, como o Pandora Plus. Outros serviços como Amazon Prime Music também estão inclusos nesta categoria.

O número de pessoas dispostas a pagar por música ‘sob demanda’ aumentou. Tanto que as assinaturas pagas cresceram 29% em 2019, um total de 60,4 milhões. Uma prova de que esses serviços estão conseguindo ter êxito em converter usuários gratuitos para assinantes.

Os serviços suportados por anúncios também cresceram no ano passado, um aumento de 20% em 2018, para US$908 milhões em 2019. Foram mais de 500 bilhões de músicas transmitidas para mais de 100 milhões de ouvintes nos EUA. Apesar de seu amplo alcance, esta categoria representou apenas  8% da receita total de música no ano.

O crescimento do streaming fez com que o consumo de outros serviços caíssem. A popularidade dos serviços de rádio nunca esteve tão baixa. Uma queda de 4% e uma receita de US$1,16 bilhão.

As receitas de downloads digitais ficou abaixo de US$1 bilhão pela primeira vez desde 2006 – caindo 18% ano a ano, atingindo US$856 milhões. O download de álbuns caiu 21%, para US$395 milhões, enquanto as vendas de faixas individuais caíram 15%, para US$415 milhões. Os downloads representaram apenas 8% de todas as receitas no ano passado.

Os formatos físicos, como CDs e vinil, caíram ligeiramente (0,6%) em 2019 para US$1,15 bilhão. Mesmo assim, o vinil teve seu maior ano desde 1988, atingindo US$504 milhões. esta categoria representou somente 4,5% da receita total de música.

Foto:  stockcam / Getty Images

Com ajuda das editoras, as três maiores gravadoras do mundo faturaram US$2 milhões por hora

As três maiores gravadoras do mundo (Big 3) faturaram juntas mais de US$18 bilhões no último trimestre de 2019.  A notícia veio após Tim Ingham, fundador e editor do Music Business Worldwide, calcular a soma das receitas para o Q4 de 2019.

Segundo a análise para a Rolling Stone, as receitas vindas do streaming são ainda mais impressionantes. As três maiores gravadoras do mundo geraram juntas mais de US$1 milhão por hora apenas com streaming de músicas.

Ao somarmos outros formatos (streaming, físico e download), além da venda de ingressos e mercadorias, as receitas chegam a marca de US$14,93 bilhões – um pouco menos de US$1,5 bilhão no ano, US$41 milhões por dia ou US$1,7 milhão por hora!

Tim fez questão de destacar os resultados das receitas vindas das editoras e inseri-los nos cálculos. Com base nos dados corporativos divulgados pela Vivendi, Sony Corp. e WMG, as três maiores editoras do mundo geraram equivalente a US$369.000 por hora, um total de US$3,23 bilhões no ano passado.

Ao incluir todos os resultados (receita das editoras + receitas de todos os formatos) das Big 3, chegamos a conclusão de elas alcançaram juntas uma receita de US$18 bilhões (US$14,93 bilhões em registros, mais US$3,23 bilhões em publicações) em 2019. Ou seja, uma média de mais de US$2 milhões (US$2,07 milhões) por hora!

Foto: Beyonce, da Sony/ATV, Lizzo da Warner Chappell e Billie Eilish da Universal Music Group Publishing. Shutterstock, Emma McIntyre / Getty Images, Olly Stabler / Shutterstock

Arnaldo Antunes aciona Justiça por música usada em convocação de ato pró-Bolsonaro

Nesta terça-feira (25) de Carnaval, o cantor e compositor Arnaldo Antunes publicou um vídeo em seu Instagram para informar que sua música foi usada de forma indevida na divulgação do ato contra o Congresso Nacional.

De acordo com a Folha de São Paulo, a música “O Pulso” serviu de trilha sonora de um vídeo amplamente compartilhado, no qual convocava a população para um protesto pró-Bolsonaro contra o Congresso Nacional no dia 15 de março.

Composta por Arnaldo em parceria com Marcelo Fromer e Tony Belotto, a canção foi gravada pelos Titãs para o álbum “Õ Blésq Blom”, de 1989.

Em seu perfil nas redes sociais, Antunes declarou que ficou insatisfeito com o uso de sua música no vídeo, uma vez que o conteúdo não condiz com seus valores. Ele informou ainda que entrou na Justiça para penalizar os responsáveis.

“Acabei de ver que a música ‘O Pulso’, de minha autoria com Marcelo Fromer e Tony Bellotto, […] foi usada em um post de Olavo de Carvalho e compartilhado por outros perfis da extrema-direita para divulgar essa manifestação de 15 de março”, afirmou.

“Eu queria dizer que esse uso é indevido, não autorizado e vai contra tudo aquilo que eu prezo, defendo e acredito”, disse o músico.

O músico também saiu em defesa do Congresso e do STF: “Creio que as instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal preservam aquilo que nos resta ainda de democracia e elas têm que ser defendidas”.

Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Cantor Inglês lança vinil com material plástico retirado do oceano

Além de um artigo de colecionador, parece que o vinyl está voltando também para conscientizar as pessoas sobre o consumo de plástico.

O blog da Bileskydiscos publicou uma notícia sobre um cantor inglês que lançou seu novo vinil prensado com material plástico retirado do oceano.

O vinil “In the Anthropocene – Ocean Vinyl”, do cantor Nick Mulvey, lançado em novembro de 2019, foi prensado com materiais plásticos encontrados no oceano da costa da Cornualha.

A ideia de usar o material plástico encontrado no oceano veio da parceria com a fabricante de cerveja Cornish Sharp’s Brewery e a intermediação da Globe, agência criativa da Universal Music UK.

Cada uma dos 105 prensagens foram feitas à mão exclusivamente pelo designer Wesley Wolfe. Em menos de 4 horas todas as cópias foram esgotadas e as rendas convertidas em doações para a Surfers Against Sewage, uma instituição que trabalha para proteger oceanos, mares, praias e a vida marinha.

É como James Nicholls, gerente da Sharp’s Brewery disse: muito mais que arrecadar fundos, mas também “conscientizar sobre o estado atual dos resíduos de plástico encontrados no oceano”.

“Esses tempos de urgência da crise global exigem que reexaminemos a nós mesmos e ao mundo e nos levantemos para igualar a Terra, esse organismo maravilhoso do qual não somos e nunca fomos separados. Por muito tempo, é prática comum tirar dos recursos do nosso planeta sem cultura de retribuir. O “Ocean Vinyl” é uma exploração do que é possível quando essa cultura muda e pergunta: podemos imaginar um mundo onde todas as transações comerciais também devolve algo à Terra?”, disse o cantor sobre o trabalho. Reizinho sensato né?

Vale lembrar que em setembro do ano passado, para lançar o single “Make it Hot” da cantora Anitta com Major Lazer, a empresa de bebidas Bacardi reciclou canudos de plástico e os transformou em vinil. Toda a renda foi para o instituto Lonely Whale.

 

Foto: Divulgação

UNIVERSAL MUSIC ADMITE PERDER GRAVAÇÕES ORIGINAIS DE GRANDES ARTISTAS EM INCÊNDIO

Finalmente a Universal Music reconheceu que perdeu gravações originais (masters) de artistas como Elton Jhon (foto) e Nirvana, após o incêndio na Universal Studios em 2008.

Segundo reportagem da Istoé, o New York times publicou uma investigação a respeito da destruição que estima-se ter atingido 500 mil gravações originais.

Desde então, um processo coletivo iniciado por diversos artistas foi realizado, e agora foram inclusos novos documentos onde a gravadora reconhece que perdeu no incêndio as gravações originais de grandes artistas como Nirvana, Elton Jhon, Beck e R.E.M.

Os documentos revelam ainda que a gravadora possui cópias e materiais substitutos das gravações que foram perdidas, mas não informa exatamente quais foram elas.

O portal contou que no ano passado, representantes do rapper Tupac Shakur e do roqueiro Tom Petty se uniram para liderar um grupo de artistas na busca de uma indenização avaliada em US$100 milhões pela perda dos materiais. Apesar de a gravadora se comprometer a ser transparente, o litígio permanece.

Foto:  Greg Gorman/Divulgação

Estudo mostra que 84% das mulheres brasileiras no mercado musical já foram discriminadas no trabalho

Em reportagem para a Folha de São Paulo, a diretora de pesquisa do Data SIM (Semana Internacional da Música), Daniela Ribas, revelou novos dados sobre a pesquisa “Mulheres na Indústria da Música no Brasil: Oportunidades, Obstáculos e Perspectivas”.

De acordo com o estudo, 84% das mulheres brasileiras que trabalham no mercado musical já foram discriminadas no ambiente de trabalho.

Perante a participação de apenas 30% das mulheres no setor (dados da WIN), a pesquisa procurou identificar e entender a presença feminina, para assim, impulsionar sua representatividade no mercado musical.

Realizada no ano passado, em parceria com o Women in Music Brasil e WME (Women’s Music Event), foram entrevistadas 1.450 mulheres da indústria da música brasileira.

Além da triste notícia, o estudo descobriu que 63% das mulheres no mercado se sentem afetadas de alguma forma pelo viés de gênero e quase 21% dizem não se sentir confortável no local de trabalho por ser mulher.

Para Dani Ribas, um dos dados mais importantes na pesquisa foi ter descoberto que quase metade das mulheres (49%) responderam que a maior dificuldade na profissão é o assédio sexual.

Outra dificuldade enfrentada pelas mulheres no mercado é conciliar sua profissão com tarefas domésticas. Tanto que 60% das entrevistas relataram que a dupla jornada é uma das maiores dificuldades da profissão.

“Elas têm a sensação de que precisam fazer o trabalho melhor do que o homem para conseguir ser reconhecida e para se sustentar”, lembrou Ribas.

A dificuldade em conciliar trabalho e vida pessoal pode ser um dos motivos que levam muitas mulheres a ter a carreira como o foco principal em suas vidas. Segundo a pesquisa, 62% das mulheres na músicas são solteiras e não possuem filhos.

“A impressão é de que esse mercado pode ser mais liberal, mas não é verdade. As mulheres acabam tendo menos tempo para saídas culturais. Depois de serem mães, elas vão menos ao cinema, a exposições. Elas têm até mais interesse, mas não conseguem ir”, contou Ribas ao portal.

Vale lembrar que Dani Ribas participou da primeira temporada do Fast Forward, no episódio #15: Mulheres – Mind the Gap! Além de apresentar maiores detalhes sobre os dados da pesquisa, o episódio abordou várias questões sobre o tema e discutiu ações para aumentar a representatividade das mulheres no mercado musical. OUÇA AQUI!

Foto: Divulgação/SIM SP/Data SIM

 

Meninos da capa de ‘Clube da Esquina’ entram na justiça por Direitos de Imagem

Tramita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, um processo envolvendo os compositores Milton Nascimento e Lô Borges por uso indevido de imagem.

Carlos Rosa de Oliveira (Cacau) e José Antônio Rimes (Tonho) iniciaram um processo em 2012 e desde então pedem R$500 mil por danos morais e uso indevido de imagem. Eles eram os meninos da foto da capa do album ‘Clube da Esquina’, um dos maiores da música brasileira, de 1972.

Cacau e Tonho, alegam que o registro de suas imagens quando crianças foi feito sem autorização. Tanto que, só tomaram conhecimento do fato quando uma repórter os convidou para fazer uma recriação da foto, após quarenta anos.

“Nunca soube disso. Foi ela [a jornalista, Ana Clara Brant] que me descobriu”, diz Tonho à Folha. “Fui correndo no advogado e contei a história todinha. Acho que eles não podiam ter feito isso comigo. Poderiam ter avisado meu pai ou minha mãe. Não ajudaram em nada.”

De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, o processo inclui como alvos, Milton Nascimento, Lô Borges, a gravadora EMI, responsável por lançar o disco, e a editora Abril, por reeditar o álbum e incluí-lo em uma coleção de CD’s em 2012.

Pode ser que assim como no caso de João Gilberto, a Universal Music seja inclusa no processo, já que incorporou a EMI.

No processo, a EMI relata que o valor pedido pela dupla é “astronômico” e que “não há violação do direito individual à imagem, pois a foto da capa está “totalmente desvinculada” de suas imagens atuais”.

A gravadora solicita que Ronaldo Bastos, um dos compositores, seja incluso no processo, pois em um contrato assinado em 2007, ele cede os direitos do material gráfico do álbum. Para a gravadora, os males apresentados por Tonho e Cacau “não são capazes de trazer qualquer sofrimento moral”.

Apesar de não se manifestarem sobre o assunto publicamente, a defesa de Milton e Lô, alega que o prazo para a prescrição de indenizações é de três anos, e não 40. A defesa afirma ainda que os compositores foram “contratados [pela gravadora] somente para interpretar canções e não para produzir, fabricar e comercializar exemplares desses produtos.” Portanto, os compositores não possuem responsabilidade pela “publicação das fotos nas capas do LP e CD”.

Enquanto isso, a Abril alega ter uma autorização da Universal para reproduzir a capa.

Atualmente, o processo está parado há um ano, sendo que em 2019, o juiz da comarca de Nova Friburgo, Marcus Vinicius Miranda Gonçalves da Silva de Mattos, apenas acrescentou a  citação dos denunciados no caso. Ronaldo Bastos e a Universal ainda devem apresentar suas defesas.

Tonho contou que a dupla deseja fazer um acordo, mas nunca conseguiu sequer contato com os músicos:

“Eles venderam muito disco, mas sem a autorização de ninguém. A obrigação era falar com a gente, dar um dinheiro pra nos ajudar em alguma coisa”, diz. “Por que não fizeram isso? Sou pobre, tenho seis filhos para criar. Foi muita mentira comigo. Não ajudaram em nada.”, relata à Folha.

Foto: Reprodução

A executiva por trás do sucesso de ‘Parasita’

O filme coreano ‘Parasita’ deixou  a todos surpresos ao ganhar quatro categorias no Oscar 2020. O portal Reverb contou como a influência da executiva Mike Lee na indústria do entretenimento, foi crucial para a conquista do filme.

Ainda estamos impactados com a vitória de ‘Parasita’ como Melhor Filme no Oscar 2020. Foi a primeira vez que um filme estrangeiro ganhou na categoria.

Apesar do filme ter uma excelente história, não podemos negar que seu sucesso é uma consequência de um trabalho realizado por várias pessoas, entre elas Miky Lee, uma das maiores executivas do entretenimento sul-coreano.

Miky Lee, de 61 anos, é muito mais que apenas uma herdeira da Samsung. Considerada uma “magnata da mídia”, seu império de entretenimento está avaliado em US$4,1 bilhões. De acordo com o portal, todo o seu patrimônio está de alguma forma ligado à produções culturais de seu país.

Lee poderia apenas ficar em casa desfrutando de seu patrimônio, mas ao invés disso, ela é vice-presidente do conglomerado CJ Group, e responsável por supervisionar todo o negócio de entretenimento e mídia da empresa.

Se hoje ouvimos falar sobre cultura pop coreana, como grupos de k-pop como BTS, é porque a CJ E&M, uma holding ligada ao grupo, esteve trabalhando para difundir a cultura do país no mundo.

Apesar de passar por várias vertentes do entretenimento, os negócios de Lee sempre foram influenciados por sua paixão por filmes:

“Eu costumava carregar DVDs e frequentar a Warner, Universal, Fox. Apresentava filmes coreanos para todo mundo. Ninguém achava que eram bons o suficiente para fazer alguma coisa”, contou Miky. Foi somente após a participação de “Oldboy”, de Park Chan-wook, em Cannes em 2004, que a executiva conseguiu ser ouvida: “A partir de então, eu não precisava mais entrar em longas justificativas”, diz, satisfeita.

Essa paixão fez com que em 1994, Lee levasse uma proposta de investimento em um projeto de estúdio da DreamWorks para seu tio, presidente do Samsung Group. O projeto não rolou, mas no ano seguinte, a CJ investiu US$300 milhões para ajudar no lançamento do estúdio de animação.

 

Foto: Getty Images

SiriusXM investe US$15M no Soundcloud

Nesta quarta-feira (11), o Soundcloud anunciou que recebeu um investimento de US$75 milhões do SiriusXM.

De acordo com o Music Business Worldwide, como parte do investimento, o SiriusXM terá uma participação minoritária no Soundcloud.

A plataforma de áudio informou que o valor recebido será usado para acelerar o desenvolvimento de seus produtos e aprimorar os serviços que alimentam sua comunidade global de criadores e ouvintes.

Vale lembrar que há três semanas a plataforma anunciou que alcançou uma taxa de execução anual de US$200 milhões nos últimos meses de 2019. Além disso, artistas como Billie Eilish, Post Malone, Bad Bunny, Khalid usaram a plataforma para iniciar suas carreiras.