Spotify continua sendo o serviço de streaming de música mais popular do mundo

Número de assinaturas pagas dos serviços de música chegou a 487 milhões, O número de assinaturas pagas em serviços de streaming de música alcançou a marca de 487 milhões. Um aumento de 19,5 milhões de novos assinantes no primeiro trimestre de 2021.

Os dados vêm da especialista em Pesquisa de Mercado, Midia Research, que também apontou o Spotify como líder global em marketshare no streaming, com 27 milhões de novos assinantes entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021.

Apesar do bom desempenho do Spotify, houve perda de dois pontos na participação de mercado no período. Isso porque sua taxa de crescimento percentual ficou atrás em comparação aos seus principais concorrentes.

O Google foi o serviço de streaming de música que mais cresceu em 2020, um aumento de 60%, em seguida vem o Tencent, em segundo lugar, com 40%. A Amazon continuou sua trajetória estável, com alta de 27%, enquanto a Apple cresceu apenas 12%.

O destaque vai para o YouTube Music. A plataforma de streaming de áudio do Google tem ganhado repercussão em muitos mercados no mundo, principalmente os emergentes e conquistando o público mais jovem. Para a empresa, parece que o YouTube Music está se tornando para a Geração Z o que o Spotify foi para os Millenions há meia década.

Os mercados emergentes, agora são centrais para o mercado de assinantes de música. América Latina, Ásia-Pacífico e resto do mundo correspondem a 60% de todo o crescimento de assinantes de 2020.

No entanto, vários serviços de mercados emergentes agora possuem grandes bases de assinantes. Além dos 61 milhões da Tencent, a NetEase da China atingiu 18 milhões de assinantes no primeiro trimestre de 2020 e a Yandex, da Rússia, atingiu 8 milhões.

 

Foto: reprodução Midia Research

O ex-chefe do Spotify disse que a plataforma foi feita para distribuir música, não pagar artistas

Durante um evento voltado para o mercado musical em Nova York, o Ex-Chefe executivo do Spotify, Jim Anderson, revelou que pagar artistas nunca foi o foco principal do Spotify.

Isso porque, segundo Anderson, a plataforma foi criada para resolver o problema da pirataria na música e regular a distribuição de música:

“O Spotify foi criado para resolver um problema [e o] problema era este: pirataria e distribuição de música. O problema era fazer com que a música dos artistas existisse. O problema não era pagar às pessoas.”, revelou o executivo que participou da criação do Spotify e é fundador do About.com.

Conforme o Digital Music News, os comentários polêmicos de Anderson são de 2019, mas só agora a cantora e compositora Ashley Jana compartilhou a gravação de quando ela participou do evento. Por medo de uma retaliação da indústria musical, a cantora hesitou em tornar públicas as falas do executivo.

“Estou lançando uma polêmica gravação de áudio de Jim Anderson, um Inventor do Spotify (descrito como “O homem que construiu a arquitetura do sistema do Spotify”). O proeminente inventor do Spotify foi abusivo comigo e com todos os outros músicos na sala em 14 de junho de 2019, no NYC Sync Summit em Les Poisson Rouge, e eu gravei tudo em uma fita. Gravei todo o evento para meus próprios registros”, diz a descrição do vídeo de Jana no Youtube [CLIQUE AQUI PARA CONFERIR].

Na gravação, Anderson também citou o caso de Taylor Swift, uma das maiores artistas pop do mundo. Para ele, a cantora não precisa ganhar royalties de streaming:

“Acho que Taylor Swift não precisa de 0,00001 mais de um stream”, disse Anderson à Ashley Jana.

De acordo com o Business Insider, Swift defende mudanças na indústria de streaming de música desde 2014, quando falou ao The Wall Street Journal “a música não deveria ser gratuita”. No mesmo ano, Swift tirou seu álbum “1989” do Spotify.

Vale notar que nos Estados unidos, a taxa média por reprodução do Spotify leva cerca de 250 streams para um artista fazer $1. Já na concorrência, o Apple Music, a taxa por reprodução é de US$0,01.

Em contrapartida, Daniel Ek, CEO do Spotify, já havia mencionado que um dos objetivos do Spotify é ajudar os artistas a ganhar a vida criando oportunidades para que mais músicos alcancem mais ouvintes, e são os fãs quem determinam o destino financeiro dos músicos. Sobre a gravação de Jana, o Spotify recusou falar ao portal.

 

Foto/Reprodução/YouTube Ashley Jana

Netflix e Spotify lideram ranking de serviços de streaming com mais usuários

O Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) publicou em março uma a análise para descobrir quais serviços de streaming possuem mais assinantes. Não há dúvidas que diante da pandemia do coronavírus os serviços de streaming de áudio e vídeo estabeleceram ainda mais suas receitas, contribuindo para que novos players fossem lançados, aumentando ainda mais a “guerra do streaming”.

Para descobrir quem são os líderes desta batalha pela conquista de novos usuários foram avaliados os serviços de assinatura de vídeo, áudio e notícias com mais de 5 milhões de assinantes no ano passado. Os dados vieram da associação de mídia FIPP, bem como de relatórios de empresas individuais.

Conforme a organização, com mais de 200 milhões de assinantes globais, a Netflix manteve sua posição como o primeiro e principal nome do streaming de vídeo. Embora sua base de consumidores nas Américas tenha começado a se estabilizar, o crescimento da empresa em alcance (mais de 190 países) e conteúdo (mais de 70 filmes originais previstos para 2021) o colocou a frente em mais de 50 milhões de assinantes em comparação à sua concorrência mais próxima.

No quesito de áudio, o Spotify segue no mesmo caminho, com uma base de 144 milhões de assinantes. Ou seja, mais do que o dobro da Apple Music, o concorrente mais próximo com 68 milhões de assinantes.

Enquanto isso, a Amazon segue como o segundo serviço de streaming de vídeo mais popular, com 150 milhões de assinantes. Mas vale notar que as assinaturas do Prime Video estão incluídas na assinatura do Amazon Prime, que também apresentou um grande crescimento, principalmente durante a pandemia.

Disney lidera no crescimento do streaming

Para a organização, a rápida ascensão da Disney junto aos gigantes dos serviços de streaming é algo notável. Apesar do lançamento do Disney+ no final de 2019 com uma biblioteca de conteúdo um “tanto sem brilho” (apenas uma série original com um episódio no lançamento), a plataforma disparou tanto em termos de conteúdo quanto em sua base de assinantes. Atualmente, o serviço conta com 95 milhões de assinantes, mais do que o previsto para 2024.

A onda Disney + também estimulou o crescimento de serviços de streaming parceiros como Hotstar e ESPN +, enquanto outros serviços com bases de assinantes menores tiveram grandes taxas de crescimento influenciadas pela pandemia COVID-19.

Agora, a questão que fica é como o mercado de streaming responderá quando a pandemia começar a diminuir no mundo, e quando todos os novos players forem contabilizados.

 

Foto: Visual Capitalist

Spotify anuncia shows virtuais com ingressos a R$27

Nesta semana o Spotify anunciou que vai transmitir uma série de shows ao vivo direto de sua plataforma. Conforme o G1, as apresentações começam dia 27 de maio com a banda The Black Keys e os ingressos custarão R$27,00 por show. As apresentações não ficarão disponíveis para assistir depois.

Para comprar os ingressos será necessário ter uma conta do Spotify (paga ou gratuita). Confira o line-up (Clique aqui para ver o site do evento):

27 de maio: The Black Keys no Blue Front Café, no Mississippi.

3 de junho: Rag’n’Bone Man no Roundhouse, em Londres.

10 de junho: Bleachers em uma viagem de Nova York a Nova Jersey em um ônibus de turismo municipal.

17 de junho: Leon Bridges no Gold-Diggers Hotel, em Los Angeles

24 de junho: Girl in Red em Olso.

Na próxima segunda-feira o TikTok também fará uma transmissão ao vivo do Coldplay direto de Londres. A banda fará uma apresentação exclusiva para os usuários da plataforma em celebração ao Red Nose Day USA, uma campanha anual para promover a erradicação da pobreza infantil.

Vale notar que este modelo de apresentação pode continuar mesmo após a volta dos shows presenciais. Isso porque além de aproximar o artista do público do mundo inteiro, é uma excelente forma de divulgação de lançamentos ao mesmo tempo em que gera conteúdo para as plataformas.

Foto: The Black Keys no Lollapalooza — Raul Zito/G1

 

15 anos de Spotify: como o gigante do streaming reinventou a indústria musical

Há exatamente 15 anos, no dia 23 de abril de 2006 surgia o Spotify. O serviço de streaming fruto da imaginação dos empresários suecos Daniel Ek e Martin Lorentzon, tem revolucionado cada vez mais o mundo da música.

Na busca de uma solução para o problema da pirataria da indústria musical, o serviço de streaming de áudio sob demanda foi construído com base no entendimento de que os consumidores que não estão inclinados a comprar um álbum ou música específica podem estar dispostos a pagar pela facilidade de acesso a uma grande biblioteca musical.

Por uma taxa mensal de US$9,99 nos EUA (ou grátis para aqueles que não se importam em ouvir anúncios), a plataforma é um arquivo aberto, facilmente pesquisável e repleto de mais música do que qualquer um poderia ouvir na vida.

Segundo a RIAA, a plataforma subiu de 7% do mercado dos EUA em 2010 para incríveis 83% no final de 2020 – e as receitas de música gravada viram seu quinto ano consecutivo de crescimento, chegando a US$12,2 bilhões.

Em homenagem ao 15º aniversário do Spotify, a Variety destacou 15 vezes em que o Spotify trouxe algumas inovações e transformação (não necessariamente boas) que impactou a forma como as pessoas consomem música.

  1. O declínio da pirataria musical

No tempo em que programas como Napster e Limewire permitiam o download ilegal e o compartilhamento de arquivos, a pirataria reinava no mercado da música. Até que o Spotify tornou o streaming atrativo para os fãs de música. Agora o Spotify segue líder de mercado no streaming, contribuindo para a redução da pirataria no mundo. Em um estudo realizado no Reino Unido pelo YouGov – uma empresa especialista em pesquisas – a pirataria de música caiu de 18% em 2013 para 10% em 2018. Sendo que 22% dos entrevistados afirmaram que em cinco anos esperam parar de baixar música ilegalmente.

  1. Música sem gênero

Os serviços de streaming por assinatura acabaram permitindo que os usuários descobrissem novos artistas, gêneros e sons com facilidade pagando US$10 por mês. Essa música é que gênero? Isso é Rock ou Indie? Isso é R&B ou Neo Soul? Proporcionando uma maior acessibilidade , o Spotify se tornou uma bênção para fãs e artistas no mundo da música, levando à fusão de estilos de gêneros. Uma pesquisa de 2019 feita pela YPulse descobriu que 85% dos usuários mileniuns do Spotify consideram que seus gostos musicais não se enquadram em apenas uma categoria como rock ou pop.

  1. Assinaturas Gratuitas

Por muitos anos, o Spotify foi criticado por seu modelo de assinatura gratuita suportada por anúncios.  A ideia era de que com o tempo, muitos usuários migrariam para o plano de assinatura paga. Valeu a pena insistir na ideia! No ano passado o Spotify bateu a marca de 155 milhões de assinaturas pagas no quarto trimestre (crescendo 31 milhões em comparação a 2019). Embora o modo gratuito seja responsável por apenas 9% da receita e represente apenas 1% de seu lucro bruto, não há dúvidas de que a opção seja boa para os negócios da empresa e uma ótima oportunidade de conversão de novos usuários.

  1. Playlists de humor

Os serviços de streaming não apenas romperam muitas fronteiras entre gêneros musicais, mas também criaram novos conceitos para playlists. Desde o início de 2010, o Spotify tem sido pioneiro em criar playlists baseadas em humor do usuário, proporcionando novas experiências com a música. Um exemplo é a Mood Booster, que inclui músicas alegres e otimistas de todos os gêneros.

  1. Autoplay – a Reprodução Automática

Antes da era do streaming, o conceito de ‘autoplay’ como conhecemos hoje não existia. Antigamente, para que um usuário aumentasse sua playlist, ele teria que pagar por ela em serviços de download digital como o iTunes. Era mais difícil ainda para que esses serviços recomessem novas músicas.

Com a popularização dos serviços de streaming, os DSPs como o Spotify começaram a oferecer aos usuários mais conteúdo, incluindo sugestões algorítmicas de novas músicas que se encaixam no tema da playlist. Além disso, o Spotify se tornou o primeiro serviço de streaming de áudio sob demanda a popularizar a reprodução automática, um recurso que agora está incluso em todos os outros streamings.

  1. Acabou com o monopólio da Apple

Com o lançamento do iPod em 2001 e do iTunes dois anos depois, a Apple dominou completamente o mundo da música digital, detendo 69% de participação de mercado nas vendas digitais, em 2009. Seu concorrente mais próximo, Amazon MP3, ficou bem atrás com apenas 8% de participação naquele ano.

Mas o domínio da Apple sobre o consumo de música digital terminou em 2016, quando a receita de streaming finalmente ultrapassou a de downloads digitais. O Spotify liderou entre os streamers no segundo trimestre daquele ano, com 44% do mercado global; A Apple Music veio em seguida, com 19%. Desde então, o Spotify continua a ocupar o primeiro lugar como DSP apenas de áudio, mantendo 34% do mercado global de streaming, no segundo trimestre de 2020.

  1. Curadores de playlists ganham destaque no mercado musical

A equipe de curadores de playlist do Spotify pode desempenhar um grande papel no sucesso de uma música. Pois são eles que, muita vezes, têm o poder de colocar determinada música em playlists populares como a ‘Top Hits de hoje’, ‘Rap Caviar’ ou ‘New Music Friday’.

Um dos primeiros curadores a se destacar no mundo das playlists foi Tuma Basa, fundador da ‘Rap Caviar’, a lista de reprodução de hip-hop mais popular do Spotify. O sucesso de Basa foi tão grande que ele precisou deixar a empresa em 2018, para estrelar um show importante no YouTube Music.

Em tempos onde a audição diária de música em smartphones aumentou de 33% em 2016 para 41% em 2019, se tornar um curador de playlists é o mesmo que ditar o que é ou não tendência na música.

  1. “Spotify Wrapped”

Em 2015, o Spotify se tornou o primeiro DSP a oferecer aos ouvintes uma retrospectiva personalizada de final de ano. Todo ano já virou costume entre os usuários do serviço compartilhar em suas redes sociais seu “Spotify Wrapped”. É claro que a concorrência também começou a oferecer o recurso. A Apple Music seguiu o exemplo com “Replay”, que estreou em 2019. O Tidal se juntou no ano passado com um produto semelhante, o “My 2020 Rewind”.

  1. Créditos do compositor e produtor

O Spotify foi o primeiro streaming de áudio a mostrar os créditos de cada música. Além de lançar playlists como a ‘Written By’, para mostrar o trabalho dos principais compositores. No entanto, o Tidal ficou à frente neste quesito ao incluir também músicos e engenheiros, bem como compositores e produtores nos créditos.

  1. A problemática política de “conduta odiosa”

Apesar de ter suas próprias diretrizes contra “conteúdo de ódio” na plataforma, o Spotify andou deixando a desejar neste assunto, privilegiando alguns artistas e outros, nem tanto.

“Conteúdo de ódio” são aqueles que incitam ódio ou violência contra um grupo ou indivíduo com base em suas características como raça, religião, identidade de gênero, sexo, etnia, nacionalidade, orientação sexual, condição de veterano ou deficiência.

Uma das grandes repercussões de falhas neste quesito aconteceu quando o Spotify tentou remover qualquer divulgação das músicas do rapper R. Kelly, envolvido em uma série de denúncias de abuso sexual em 2019. Na época, antes mesmo de haver qualquer julgamento, o serviço de streaming chegou a banir as músicas do rapper de playlists. Infelizmente, o mesmo não aconteceu com outros artistas que chegaram a ser condenados por crimes.

Foi o caso do assassino condenado Phil Spector. Suas músicas permaneceram em playlists normalmente na plataforma. A empresa admitiu seu erro e disse que voltaria atrás em sua política. Mas em outro caso, onde o astro country Morgan Wallen usou um termo racista (denunciado em vídeo por um de seus vizinhos), sua música desapareceu de muitas playlists, mas voltou discretamente para algumas outras.

  1. Artistas podem compartilhar suas histórias

Spotify também foi o primeiro serviço de streaming a ter o seu próprio ‘Stories’ na plataforma. Semelhante ao recurso do Snapchat e Instagram, o ‘Spotify Clips’ permite que artistas compartilhem vídeos curtos e possam se conectar com os fãs. O recurso está disponível para criadores selecionados. Entre eles, o produtor e compositor Dean, que aproveitou a novidade para compartilhar com os fãs ​​a história de fundo da criação do “Sicko Mode”, uma dos maiores hits de Travis Scott.

  1. Doações de Gorjetas durante a pandemia

Após a devastação causada pelos efeitos do COVID-19 na indústria da música, o Spotify entrou em cena lançando um novo recurso chamado de ‘Artist Fundraising Pick’. Com o recurso, fãs podem “doar gorjetas”. O dinheiro acumulado por meio desse novo recurso pode ser enviado para uma instituição de caridade de escolha do artista ou ir diretamente para o seu próprio bolso. Foi uma forma de proporcionar um alívio durante a pandemia.

A ideia acabou não agradando todo mundo, uma vez que seria uma “admissão de que os artistas não estão sendo pagos o suficiente” pelo Spotify ao ponto de não poderem sobreviver apenas com o dinheiro vindo com a audição de músicas na plataforma.

  1. “Canvas”: Mini-vídeos para acompanhar as músicas

Lançado em fevereiro desde ano, o Spotify Canvas permite que os artistas carreguem um loop de vídeo personalizado de 5 a 8 segundos para acompanhar a música arte da capa enquanto a música toca. Essa arte interativa permite que os artistas ofereçam um retrato com mais nuances de sua visão criativa dentro do contexto de uma experiência de streaming apenas de áudio.

O Spotify anunciou que os usuários que ouvem uma música com o Canvas têm 5% maior probabilidade de continuarem a tocar a música até o final, 20% maior probabilidade de adicionar a música às playlists e 9% maior probabilidade de visitar a página de perfil do artista.

  1. Música licenciada para podcasts

A plataforma de criação de podcast do Spotify, a Anchor, revelou recentemente um recurso que permite aos podcasters integrarem músicas completas diretamente da biblioteca do Spotify em seus episódios, sem a necessidade de um licenciamento adicional. Anunciado em outubro, o recurso é uma grande solução para os criadores de podcast que há muito lutam com o complicado e caro processo de licenciamento do formato, permitindo uma maior inovação no espaço. Assim, novos conteúdos como podcasts de meditações guiadas, resenhas de álbuns e shows no estilo DJ e de rádio poderão estar na plataforma.

  1. O polêmico “Marquee”:

Em outubro de 2019, o Spotify lançou a plataforma de publicidade ‘Marquee’, a primeira desse tipo para um serviço de streaming apenas de áudio. Acessível através do portal ‘Spotify for Artists’, o ‘Marquee’ é uma ferramenta de recomendação patrocinada na qual um artista ou sua equipe paga o Spotify por anúncios direcionados aos usuários com maior probabilidade de se interessar pelo anúncio. Com uma taxa de conversão de cliques em 20%, os anúncios Marquee tem sido uma nova fotne de receita para o serviço. Esse novo recurso, no entanto, foi controverso, levando alguns a chamar o ‘Marquee’ de uma forma “de fazer jabá” na era do streaming.

Facebook lançará recursos inspirados no Clubhouse

Nesta segunda-feira o Facebook publicou em seu blog uma série de novidades. Conforme o Meio & Mensagem, o Facebook anunciou que irá lançar dois novos recursos baseados em áudio e no estilo Clubhouse. O primeiro será o Live Audio Rooms, que permitirá ao usuário entrar em salas de áudio ao vivo criadas, inicialmente, em grupos e em perfis de celebridades e mais adiante no Messenger.

O Soundbites também será outro recurso em áudio disponível na rede social. No estilo do Reels, os Soudbites seriam “clipes de áudio criativos e curtos para capturar anedotas, piadas, momentos de inspiração, poemas e muitas outras coisas que ainda não imaginamos”.

Para fazer a ideia se tornar popular na plataforma, o Facebook vai lançar um editor de áudio intuitivo para que os usuários possam personalizar e criar conteúdos, que futuramente devem ser monetizados.

Além das novidades anunciadas, a rede social informou que nos próximos meses vai permitir que os usuários ouçam seus podcasts favoritos, sem precisar sair da plataforma. E claro, vai recomendar novos podcasts de acordo com o gosto do usuário.  Com a notícia, começaram rumores de uma possível grande parceria com o Spotify.

Vale notar que recentemente, o Spotify também anunciou que vai lançar novos recursos baseados em áudio semelhante ao ClubHouse.

APPLE MUSIC PAGA O DOBRO DO SPOTIFY POR MÚSICA TOCADA

Na sexta-feira (16) a Apple Music, o serviço de streaming da Apple, enviou uma carta aberta a artistas e gravadoras para falar que está trabalhando para remunerar de forma mais igualitária e justa os titulares de direitos, e anunciou que paga em média US$0,01 para cada execução de música na plataforma.

“[O] valor varia de acordo com o plano de assinatura e país, mas foi em média US$0,01 para planos individuais pagos da Apple Music em 2020. Isso inclui royalties de gravadora e editora”, anunciou o serviço de streaming na carta.

Segundo a Pitchfork.com, a carta parece alfinetar o concorrente Spotify, que recentemente anunciou pagar apenas um terço e metade de um centavo de dólar para cada execução.

Além da notícia, a Apple Music firmou um compromisso de pagar às gravadoras independentes a mesma taxa que as majors (as grandes gravadoras), e ainda se posicionou ser contra a iniciativa de impulsionar músicas para aparecerem em playlists que são criadas por curadores profissionais, como é feito na opção ‘Modo de Descoberta do Spotify’, onde artistas escolhem impulsionar suas músicas em playlists em troca de uma remuneração mais baixa.

“A equipe de formadores de opinião globais da Apple Music é curadora de 30.000 playlists editoriais. Esses formadores de opinião selecionam a música com base no mérito e não pedimos a ninguém que aceite uma taxa de royalties mais baixa em troca de apresentação. O mesmo se aplica às listas de reprodução personalizadas e recomendações algorítmicas da Apple Music”, disse a Apple.

Vale lembrar que empresas de streaming como a Apple Music e o Spotify não pagam os artistas diretamente e, em vez disso, pagam às gravadoras, distribuidoras e demais organizações de direitos autorais, como ASCAP e BMI (nos Estados Unidos), que então pagam aos artistas e titulares.

 

Foto: Chesnot/Getty Images

Warner Music e Spotify firmam acordo para criar podcasts originais do catálogo da gravadora

Na última sexta-feira (16) a Warner Music anunciou que firmou parceria com o Spotify para criar podcats originais com conteúdo baseado em seu catálogo de artistas e compositores.

De acordo com o Music Business Worldwide, com o acordo as empresas pretendem produzir em parceria podcasts para contar histórias por trás dos maiores sucessos da gravadora, permitindo que o ouvinte tenha uma visão sobre o trabalho de artistas e compositores nos bastidores.

O novo acordo vem um ano após as duas empresas terem atualizado seu acordo de licenciamento global. Além disso, é a primeira vez em que o serviço de streaming anunciou xum acordo envolvendo podcast com uma major (umas das três maiores gravadoras).

Vale lembrar que a Universal Music já tem uma parceria deste tipo desde 2019 com a editora de podcast Wondery, recentemente adquirida pela Amazon Music.

A Warner Music já produz uma série de podcasts, como o ‘WHOOOSH!’, curado e apresentado por Simon Le Bom, e o podcast oficial do Prince, feito em colaboração com os administradores de sua propriedade.

A gravadora também produz outros podcasts como o ‘Digging Deep’, de Robert Plant; o ‘Good Ol Grateful Deadcast’, apresentado pelo músico Rich Mahan, e o ‘The Rhino Podcasts’, que conta histórias de lendas como Aretha Franklin, Todd Rundgren e John Densmore do The Doors.

Recentemente, a Warner Music lançou o podcast ‘BLK In America da Topsify’, que mostra artistas negros como Nasty, Chaka Khan e Keedron Bryant discutindo o que significa ser negro na América.

Para Oana Ruxandra, EVP, Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Diretora Digital da Warner Music “os podcasts oferecem uma oportunidade de agregar valor para artistas e compositores, oferecendo histórias novas e exclusivas para fãs de todo o mundo”.

SPOTIFY PAGA APENAS U$0,0033 POR STREAM À ARTISTAS NOS EUA

O Business Insider publicou um artigo para esclarecer e ajudar artistas e compositores que ficam perdidos quantos aos pagamentos de royalties nas plataformas nos  Estados Unidos.

Mesmo com a variedade de plataformas de streaming no mercado, pouco se sabe sobre como  é feito o pagamento para titulares de direitos autorais. E quando o assunto são os percentuais, muita gente ainda fica em dúvida.

Na última década, surgiram várias plataformas de streaming  (também chamadas de DSPs), como Spotify, Apple Music, e Pandora. Apesar de todos os benefícios que esses serviços podem oferecer, ainda há pouca transparência sobre os dados e percentuais de remuneração.

O que se sabe é que muitos fatores podem interferir nos valores finais pagos aos compositores nas plataformas de streaming. Nos Estados Unidos, segundo o portal, os DSPs costumam considerar o número de plays mensais, número de assinantes Premium e o tipo de contrato de distribuição.

“Cada DSP tem seu pagamento, e é responsabilidade de sua distribuidora obter o pagamento correto. Eles ajudam a configurar e orientar quanto você está sendo pago por fluxo e o processo de pagamento de royalties”, disse Brandon Pain, rapper de Nova Jersey, ao Insider.

Há ainda fatores econômicos que podem influenciar no volume da receita. De acordo com a Recording Industry Association of America (RIAA), as assinaturas pagas substituíram as vendas de álbuns, que já estavam em declínio. Com a pandemia, a queda de 23% da receita de produtos físicos (cds, dvds, vinil) e paralisações de toda a indústria em eventos ao vivo, fizeram com que a receita de streaming se tornasse ainda mais fundamental para quem vive de música.

No entanto, o Insider descobriu que o Spotify pagou aos artistas apenas $0,0033 por transmissão, um valor menor praticado por outras plataformas – $0,0054. Ou seja, para um detentor de direitos receber um dólar no Spotify, é preciso que sua música seja tocada pelo menos 250 vezes.

Desde o surgimento das plataformas de streaming, o valor das taxas de pagamento do Spotify tem caído a cada ano. Em 2014, eles pagaram $0,00521 em média, já em 2016 a taxa média caiu para $0,00437. Em 2017, a coisa piorou e chegou a uma redução para US$0,00397 –  conforme o site especializado em direitos autorais, The Trichordist.

No caso do Spotify, nos Estados Unidos, os artistas são pagos mensalmente de acordo com o número total de streams em cada música, considerando quem é o proprietário de cada música e quem as distribui. Primeiro, os detentores dos direitos são pagos. Em seguida, o distribuidor é pago (pode ser o mesmo que o detentor dos direitos em alguns casos). E, finalmente, o artista é pago.

Artistas independentes e seus empresários normalmente usam serviços de distribuição como Tunecore ou Distrokid para colocar suas músicas no Spotify. Artistas maiores contratados por grandes gravadoras passam por um processo interno.

“Agora que há mais pontos de distribuição, esse setor da indústria está começando a crescer. Isso significa que o custo está começando a cair”, disse Sharlea Brookes-Keyes, gerente do rapper Vintage Lee.

“Tunecore faz 100% de royalties [eles não ficam com nenhuma parte de sua receita de streaming], mas você tem que pagar uma taxa anual de $50 por um álbum e $10 por um single.”

Diante deste cenário, a dica do portal para um artista que deseja aumentar a renda com streaming é criar mais músicas, além de trabalhar para que elas sejam colocadas nas playlists oficiais do Spotify, e assim, serem mais ouvidas pelos usuários.

 

Imagem: Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Modelo de pagamento centrado no consumidor em serviços de streaming pode beneficiar artistas e usuários

Na última semana, o Music Business Worldwide chamou o CEO da Outhere Music, Didier Martin, para falar sobre a proposta de um plano de pagamento voltado para o consumo do usuário, que se fosse adotado pelas plataformas de streaming poderia beneficiar consumidores e artistas de forma mais justa.

Atualmente, serviços como o Spotify e Deezer usam um modelo de royalties “pro rata” (ou “um grande pote”, em livre tradução), onde a maior parte de todo o dinheiro arrecadado dos assinantes é agrupado e, em seguida, repassado de acordo com os plays de cada artista. Ou seja, o dinheiro pago por assinantes dos serviços de streaming é repassado para artistas em que em geral, os próprios usuários não ouvem.

No modelo ‘centrado no usuário’, por uma assinatura de US$9,99, o usuário pagaria apenas de acordo com o que ele ouviu no mês. Por isso, muitos especialistas acreditam que este tipo de modelo poderia ser mais justo, principalmente para artistas que não estão no mainstream (os mais populares).

Para Didier, o modelo de pagamento atual adotado está obsoleto e quem perde, principalmente são artistas independentes e de certos gêneros, como os de música clássica – gênero que ele entende bem, pois a Outhere Music é especialista no assunto na França e lar da Alpha Classics, nomeada selo do ano pela revista Gramophone em 2020.

No artigo, Martin fez referência a uma análise publicada recentemente pelo Centre National de la Musique (CNM) e Deloitte, que apresentou dados sobre como uma mudança nos modelos de pagamento dos serviços de streaming pode impactar as receitas para gêneros individuais na França.

O estudo descobriu que tal movimento faria com que as receitas de streaming para música clássica aumentassem cerca de 24%, enquanto rap e hip-hop (contados como gêneros separados) seriam impactados negativamente, com uma redução de 21% e 19% nos royalties respectivos. Mesmo assim, o rap e o hip-hop, quando combinados, continuariam sendo o maior gênero de streaming na indústria musical.

De acordo com o CNM os dados disponíveis são insuficientes para tirar uma conclusão confiável, principalmente devido às duas plataformas que responderam ao estudo (Deezer e Spotify) terem informado dados inconsistentes.

O que o CNM concluiu é que o sistema de distribuição baseado no que os assinantes como um todo ouvem não é mais adequado, uma vez que 30% dos ouvintes de streaming geram 70% do total de streams e ditam para onde vai a maior parte do dinheiro.

Como reequilibrar o modelo de remuneração nos serviços de streaming?

Diante desta situação, o CNM alega que o modelo atualmente adotado (pro-rata) está obsoleto, pois foi o criado quando o perfil de assinantes era formado por jovens que ouviam canções formatadas com uma duração média de cerca de 3 minutos e 30 segundos. Assim, a distribuição das receitas de streaming foi feita com base na audiência geral e em uma faixa que foi ouvida por pelo menos 30 segundos.

Agora, com a popularidade dos serviços de streaming, todos usam as plataformas, e os hábitos e durações de escuta de um setor da população em comparação com outro são diferentes.

Segundo o estudo, esse sistema de pagamentos deve ser mudado agora porque se as receitas geradas forem muito baixas para certos gêneros/repertórios, há um risco de eles serem esquecidos pelos usuários. Um modelo mais equilibrado permitiria que estes gêneros pudessem sobreviver e garantir a diversidade criativa da música.

Em um momento em que o consumo responsável está em alta, tanto os artistas quanto os usuários devem pressionar por uma mudança mundial no sistema. Uma sugestão para a mudança seria a criação de um “fundo de correção de distorção de compensação” ou “fundo de apoio à diversidade musical”, que seria complementado por plataformas de streaming e que direcionaria a ajuda financeira para a gravação de gêneros/repertórios desfavorecidos pelo sistema atual.

Apesar dos custos técnicos da mudança do sistema ser um grande obstáculo, esta é uma questão de sobrevivência, sendo que uma rede mundial da indústria musical poderia financiar esses custos.

Martin afirma que é importante fomentar a discussão dessas receitas ‘downstream’, entre músicos, compositores e todos os envolvidos na produção. Os músicos têm razão em exigir maior transparência sobre o assunto e uma melhor participação no valor da música, especialmente neste momento de crise sanitária, quando os shows estão cancelados e direitos conexos estão em declínio.

Mais do que nunca a música segue presente na vida de todos e é importante entender que um sistema de remuneração pode ser mais justo, claro e lógico.

 

imagem: @wesleyphotography