Entenda como marcas podem usar músicas do TikTok em seus conteúdos promocionais sem violar os Direitos Autorais.

Na última semana, a Bloomberg.com trouxe uma análise sobre os recentes casos de violação de Direitos Autorais, envolvendo marcas que pagam influenciadores para promover seus produtos no TikTok, e que usam músicas da plataforma como trilha em seus vídeos: os chamados publiposts.

Acontece que a maioria dos criadores pode incluir músicas do TikTok em seus vídeos sem temer uma ação judicial, pois a plataforma fechou acordos de licenciamento com as três principais gravadoras. Entretanto, quando uma conta pertence a uma marca verificada ou se um influenciador está usando o TikTok para promover um produto de uma marca, a dinâmica legal muda.

Foi o que aconteceu com a bebida energética Bang. Como relatamos anteriormente por aqui, as três maiores gravadoras do mundo (Universal Music, Sony Music e Warner Music) foram na justiça, após influenciadores publicarem vídeos de publicidade para a Bang no TikTok, com músicas disponibilizadas pela plataforma, sem terem as devidas licenças para uso comercial.

“Há uma suposição de que só porque a música está disponível em uma plataforma de mídia social, significa que ela deve ser permitida para ser usada em qualquer capacidade”, disse Robert Freund, advogado especializado em publicidade e marketing de mídia social. “Esse não é o caso.”

Então qual a forma mais correta de licenciamento de músicas para marcas no TikTok?

Conforme explicou a matéria, o uso de músicas para fins comerciais no TikTok é um pouco mais burocrático. De acordo com a lei de direitos autorais (o mesmo para o Brasil), uma única música tem dois direitos autorais diferentes: um protege a gravação do som, o outro protege a composição musical, que inclui a letra e a partitura.

Esses direitos autorais geralmente pertencem a entidades separadas, portanto, o proprietário de uma marca precisaria obter licenças de ambos os detentores dos direitos. As gravadoras geralmente possuem a gravação de som, enquanto as editoras de música representam os compositores que possuem as letras.

“Se você pensar em um hit popular no momento, pode haver cinco ou 10 co-escritores, cada um com uma editora diferente”, disse Mark Tavern, executivo de licenciamento de música e professor da Universidade de New Haven ao portal. “Portanto, essa situação pode se tornar super difícil.”

Em certos contextos de licenciamento, as organizações de direitos autorais podem fornecer uma “licença geral” que cobre milhões de músicas sem a necessidade de obter permissão de cada proprietário. Mas esse não é o caso quando a música é combinada com um vídeo.

“O fato de que isso envolve sincronização com vídeo, as chamadas licenças de sincronização, leva isso para fora do domínio das licenças compulsórias e para um mercado livre de licenças individualmente negociadas e negociadas”, disse Joseph Fishman, professor de direito musical na Vanderbilt University School of Law.

Existem organizações que compilam músicas isentas de royalties que são liberadas para uso em publicidade. E vale notar que existe a biblioteca comercial do TikTok, mas claro, os principais hits não estão lá.

“Você provavelmente não terá o mesmo alcance nas mídias sociais, o mesmo engajamento e não é tão bom do ponto de vista do marketing”, disse Freund. “Mas esse é o lugar mais seguro para se estar.”

 

TOLGA AKMEN/AFP via Getty Images

ABRAMUS FARÁ EVENTO SOBRE DIREITOS AUTORAIS NO METAVERSO

A Abramus em parceria com a Autvis estão promovendo um evento no Metaverso sobre Direitos Autorais.

O painel “Desafios da Arte no Metaverso”, será realizado no dia 12 de dezembro, das 12h00 às 13h00 e poderá ser acessado pela plataforma Decentraland.

“Esta é uma grande chance de participar de um evento gratuito, dentro do Metaverso, interagir nesse ambiente e é claro, debater esse assunto tão importante”, disse a entidade.

Já estão confirmados no painel nomes como a Dra. Giovanna Graziosi Casimiro, Metaverse Producer at Decentraland Foundation; Mário Di Poi, cofundador e produtor executivo da INPUT | artesonora; Jorge Groove, produtor de conteúdo imersivo audiovisual, artista 3D, membro fundador do XRBR e pesquisador de novas tecnologias; Ottis, artista visual, criador de Purple Valley e Virtual World Builder; e Ariah, cantora, compositora e criadora de conteúdo.

Para mais informações, e saber como criar seu avatar no Decentraland acesse abramus.org.br (ou siga @abramusartes).

 

 

MC CAROL DIZ QUE NUNCA RECEBEU CRÉDITOS POR SUA VOZ NO HIT ‘TUBARÃO TE AMO’

Nesta manhã, a funkeira Mc Carol disse em suas redes sociais que está com problemas com outros artistas que usam a sua voz sem autorização.

Em uma declaração, Mc Carol disse que está procurando um acordo com o Dj Lk da Escócia, pelo uso de sua voz no hit viral “Tubarão Te Amo’. A canção entrou no TOP 3 do Spotify americano, mas a cantora alegou que não recebeu participação nos lucros da música, além de não conseguir falar com o DJ e sua equipe.

Em contrapartida, o DJ Lk se manifestou logo após a publicação da funkeira, afirmando que apenas hoje a equipe de MC Carol realizou o contato sobre a participação na música:

“Por que não me chamou antes? A música tem quatro meses, nunca me chamou. Falou que está me chamando, nunca me chamou, me chamou hoje, no mesmo horário que fez a postagem. Agora todo mundo quer o dinheiro, né? Final de ano, todo mundo quer o 13º”, ironizou o DJ.

Conforme explicado pela Folha de São Paulo, na legislação brasileira há pouca especificação sobre o uso de samples e trechos que são retirados de uma composição e inclusos em outras:

“Na legislação do Brasil, por exemplo, não existe uma definição sobre a partir de quantas notas compartilhadas entre duas músicas configura plágio”, explicou a notícia.

 

Foto: Reprodução/Instagram – MC Carol

PL QUE GARANTE A COMPOSITORES O DIREITO DE SE OPOR A PARÓDIAS EM CAMPANHAS ELEITORAIS É APROVADA

Foi aprovada nesta quarta-feira, 30, pela Comissão de Cultura a PL 1468/2022, na qual garante ao autor o direito de se opor a qualquer modificação de sua obra para fim político-partidário seja como paródias ou qualquer outra modalidade.

A PL precisa ainda ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para ser aprovada.

Cada vez mais políticos tem usado músicas como paródias em suas campanhas eleitorais, a contragosto dos compositores. Um precedente aberto, após o cantor e compositor Roberto Carlos perder na Justiça um processo contra o humorista e Deputado Federal Tiririca, que fez uma paródia de sua música em todas as suas últimas campanhas eleitorais.

Se aprovada, a PL pode ajudar compositores em casos em que suas músicas forem usadas em campanhas eleitorais sem o seu consentimento.

 

CHICO BUARQUE RECORREU DE DECISÃO, APÓS JUÍZA QUESTIONAR AUTORIA DE CANÇÃO EM CASO CONTRA EDUARDO BOLSONARO

Recentemente, Chico Buarque precisou recorrer de uma decisão em um processo contra Eduardo Bolsonaro, após uma juíza questionar sua autoria em uma de suas músicas mais famosas.

Conforme noticiado pelo G1, Chico Buarque entrou na justiça contra Eduardo Bolsonaro, que usou a canção ‘Roda Viva’ como trilha de um vídeo em uma publicação nas redes sociais. O cantor não concordou com o uso da música de sua autoria sem autorização, e pediu para remover o conteúdo que continha a seguinte legenda: “O Brasil está sob censura. Numa ditadura a 1º a morrer é a liberdade de expressão/imprensa”.

Apesar do uso indevido pelo Deputado Federal, o que mais chamou a atenção no caso foi a decisão da juíza Monica Ribeiro Teixeira, que indeferiu o pedido alegando falta de comprovação sobre a autoria da música.

Diante da decisão, o advogado João Tancredo, responsável pela defesa do cantor e compositor, recorreu alegando que nos autos hábeis há documentos que comprovam a autoria da música, mesmo não sendo necessária tal comprovação:

“Em se tratando de direitos autorais, não há que se falar na necessidade de apresentação de registro para que se pleiteie a sua proteção em qualquer esfera”, explicou o advogado no recurso.

O advogado também explicou que a comprovação da autoria da música é bastante evidente, por ser uma das mais importantes para a história do país:

“Trata-se de uma das músicas mais marcantes da cultura popular brasileira e da história das canções de protesto. A verdade é que não há como não saber que Chico Buarque é o autor de Roda Viva”, concluiu João Tancredo.

 

Foto: Francisco Proner / Divulgação

QUADRINISTA BRASILEIRA DIZ QUE SÉRIE ‘1899’, DA NETFLIX, É PLÁGIO DE SUA HQ

A artista Mary Cagnin denunciou a série “1899”, que estreou na Netflix na última quinta-feira, de plagiar sua HQ. No Twitter, Cagnin fez uma comparação usando trechos e imagens da série e sua HQ “Black Silence”. Na publicação ela desabafou:

“Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pelo meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele”.

https://twitter.com/marycagnin/status/1594190866041610240?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1594190866041610240%7Ctwgr%5Eb5ebd57333cf53122bb8fe2f5f24591cbb0d7477%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.uol.com.br%2Fsplash%2Fnoticias%2F2022%2F11%2F21%2Fprodutores-1899negam-acusacao-de-plagio.htm

De acordo com o Uol, a artista acredita que alguém possa ter levando sua ideia até os produtores da série, após ter participado da Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, onde distribuiu sua HQ para vários editores e profissionais do ramo.

A quadrinista deixou o link de seu trabalho na íntegra e pediu ajuda de seus seguidores para encontrar outras similaridades entre a obra e a série.

Diante da repercussão da denúncia, e indignação do público, os produtores de ‘1899’, Baran bo Odar e Jantje Friese, negaram as acusações em suas redes sociais, e disseram que estavam trabalhando há anos na criação da série:

“Oh, internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso novamente. Para contextualizar: uma artista brasileira alegou que roubamos sua história em quadrinhos. Para deixar claro: nós não [roubamos]! Até ontem nem sabíamos da existência dessa história em quadrinhos. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não baseada em nenhum material de origem”, disse Firese.

Baran bo Odar acrescentou que entrou em contato com a artista brasileira, e que espera que ela retire todas as acusações:

“Infelizmente não conhecemos a artista, nem sua obra ou quadrinho. Nunca roubaríamos de outros artistas, já que nos sentimos como artistas. Também entramos em contato com ela, então esperamos que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio”, escreveu.

 

Foto: Twitter

NOVO PROJETO DE LEI BUSCA ISENÇÃO DE PAGAMENTO DE DIREITOS AUTORAIS PELO USO DE OBRAS MUSICAIS EM EVENTOS PÚBLICOS

[ALERTA À CLASSE ARTÍSTICA] Mais uma tentativa de alteração da Lei de Direito Autoral (9.610/98) está sendo votada na Câmara dos Deputados. Desta vez, o ex-deputado Serafim Venzon, está propondo o Projeto de Lei 3968/97, que se aprovado, irá proporcionar uma isenção do pagamento de direitos autorais pelo uso de obras musicais e em eventos promovidos por órgãos públicos e entidades filantrópicas.

Conforme a coluna de Ancelmo Góes, para O Globo, diante da solicitação em caráter de urgência da PL, mais de 30 entidades representantes dos setores musical, audiovisual e editorial decidiram divulgar uma carta aos deputados federais para demonstrar indignação e preocupação sobre a aprovação da Lei, que pode afetar drásticamente a classe artística.

Na carta, as entidades demonstraram preocupação sobre a falta de uma análise aprofundada da proposta:

“Alterações da legislação de Direitos Autorais não devem ser analisadas de afogadilho, em especial, alterações que tenham por finalidade modificar o Capítulo IV – Das Limitações aos Direitos Autorais, da Lei 9.610/98, sem que todas as entidades que dependem da regulação de direitos autorais sejam devidamente ouvidas, e sem que lhes seja franqueada a oportunidade de análise detida da proposta legislativa”.

Além disso, a carta cobrou maior seriedade sobre os assuntos relacionados aos direitos de compositores:

“Conclamamos os parlamentares da Câmara dos Deputados a retirarem o PL 3968/1997 da pauta de votação do Plenário e, por consequência, tratarem o tema dos Direitos Autorais com a seriedade que esse merece, promovendo os debates necessários à sua análise técnica, e respeitando o rito de debate dos processos legislativo e da Administração Federal”.

Confira a carta na íntegra:

 

EX-DIRETOR DA WARNER MUSIC ANUNCIA STARTUP DE ROYALTIES MUSICAIS

Scott Cohen, ex-executivo da WMG, está lançando uma startup de royalties de música. O empreendedor quer usar sua experiência e contatos para fazer o novo negócio dar certo, e em larga escala.

“Sei que algumas pessoas já tentaram, mas isso é algo diferente. Algo em escala. Acesso aos principais catálogos de música e artistas do mundo.”, disse Scott Cohen ao MusicAlly.

Em setembro, Cohen anunciou que estava deixando o cargo de Diretor de Inovação da Warner Music “para buscar novas aventuras das quais ouviremos falar em breve”. Agora, o executivo voltou em uma publicação em seu LinkedIn para avisar que está abrindo um novo negócio envolvendo propriedades de royalties musicais.

Sem dar detalhes, Cohen apenas disse que passou o mês passado “montando uma equipe de especialistas apaixonados, e fechando negócios exclusivos com os principais catálogos”. Ao olharmos pelo seu histórico como co-fundador da The Orchard e seu trabalho na própria Warner Music, com certeza já podemos dizer que vem coisa grande por aí. Estamos acompanhando!

Foto: reprodução

ANCINE ABRE VAGAS PARA CURSOS GRATUITOS NO AUDIOVISUAL

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) está com matrículas abertas para três cursos voltados às finanças e projetos de audiovisual, que buscam recursos públicos.

Os cursos possuem certificação e duração de até 30hrs, e não há requisitos para a inscrição, ou seja, qualquer um pode aprender!

Veja abaixo a lista de cursos, e clique nos links para saber detalhes e fazer sua matrícula:

Execução Financeira e Prestação de Contas Referentes aos Projetos Audiovisuais (clique aqui)

Gestão de Direitos no Processo de Financiamento de Projetos Audiovisuais Com Recursos Públicos(clique aqui)

Concepção de projetos audiovisuais e fontes de financiamento(clique aqui)

 

CISAC: ARRECADAÇÃO DE ROYALTIES NO DIGITAL ULTRAPASSA €3 BILHÕES GLOBALMENTE

Recentemente, a CISAC (Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores) anunciou que a arrecadação de royalties de música se recuperou no ano passado no mundo todo, sendo o digital a principal fonte de renda dos criadores de música, em mais de 29 países.

De acordo com análise do relatório feita pelo musicweek.com, a arrecadação de royalties de música alcançou a marca de €8,48 bilhões globalmente, um aumento de 7,2%. Os EUA ficou em primeiro lugar entre os países mais arrecadadores, com um pouco mais de €2 bilhões (23,6% do total global) em receitas, seguido respectivamente por França, Japão, e Reino Unido.

Representando 36,1% da receita global de música, o digital se tornou a maior fonte de receitas, e pela primeira, vez ultrapassou €3 bilhões globalmente. O crescimento da receita digital de 27,5% foi quase o dobro do ano anterior, com as arrecadações digitais subindo 48,2%, acima do nível pré-pandemia.

Além disso, o digital também está sendo considerado como a principal fonte de renda entre os criadores de música em mais de 29 países. O crescimento do número de assinantes em plataformas de streaming, bem como a ampla variedade de plataformas e novos acordos de licenciamento, em particular com o TikTok e o YouTube, foram fatores que mais influenciam nesta questão.

O diretor-geral da CISAC, Gadi Oron, lembrou que esses resultados foram obtidos durante um período pandêmico, e por isso, o mercado musical anda possui grande potencial de crescimento: “Após a queda de 10% [em todo o repertório] experimentada em 2020, o retorno de nossas sociedades ao crescimento no ano passado é uma conquista impressionante. Tendo em mente que a receita de shows ao vivo e locais públicos era praticamente inexistente, a aceleração do licenciamento digital por muitos de nossos membros para compensar o declínio em outras áreas é uma verdadeira história de sucesso. A recuperação é apenas metade feita, no entanto. Há, sem dúvida, muito mais espaço para crescimento e, para isso, precisamos agregar mais valor aos trabalhos criativos no mercado digital e promover um ecossistema mais justo para os criadores.”

O presidente da CISAC, Bjorn Ulvaeus citou a importância de se manter os dados nas plataformas de streaming sempre atualizados, para que o dinheiro fique na mão de quem cria a música: “Os royalties digitais coletados pelas sociedades da CISAC estão crescendo de forma impressionante, mas o mundo do streaming ainda é um negócio inacabado quando se trata de garantir um ambiente justo para ganhar a vida. Muitos dos dados necessários para identificar e remunerar os criadores estão incompletos ou ausentes quando as obras são ingeridas em serviços de streaming. O resultado é muito dinheiro que fica na mesa quando deveria ir para os bolsos dos criadores”.

Marcelo Castello Branco, presidente do conselho do CISAC, observou que os preços das assinaturas de música precisam de um reajuste para que compositores possam ser remunerados justamente: “Valor justo e prazos justos são essenciais para não comprometer a remuneração dos titulares de direitos”, acrescentou.

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