CISA – Royalties Globais dos Criadores Atingem Novo Recorde em 2023 com Crescimento de 7,6%

O Relatório de Coleções Globais da CISAC (Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores) revelou que as arrecadações globais de royalties para criadores subiram 7,6% em 2023, alcançando um novo recorde de 13,1 bilhões de euros. Esse crescimento foi puxado principalmente pelo avanço das receitas digitais e pela recuperação de eventos ao vivo e apresentações públicas, setor que retomou os níveis pré-pandêmicos.

No segmento digital, que se consolidou como a principal fonte de receita desde 2022, as arrecadações aumentaram 9,6%, somando 4,6 bilhões de euros. O digital agora representa 35% do total arrecadado, comparado a 30% da TV e rádio e 25% das apresentações ao vivo. Mesmo com essa expansão, muitos criadores ainda relatam dificuldades em depender do streaming para sustento, especialmente os que não alcançam o topo das paradas.

As arrecadações de performances ao vivo e licenciamentos de locais cresceram 22%, totalizando 3,3 bilhões de euros, evidenciando uma recuperação sólida em todas as regiões. No entanto, as receitas de TV e rádio apresentaram queda de 4%, refletindo a redução de audiência e receitas publicitárias.

Marcelo Castello Branco, presidente do Conselho da CISAC, destacou a importância de valorizar a criação cultural e de buscar um crescimento sustentável para garantir a subsistência dos criadores: “Temos de rejeitar firmemente a noção de que a criação – seja na música, no audiovisual, nas artes visuais, na literatura ou no teatro – é apenas uma mercadoria ou uma ferramenta na economia da atenção.”

A América Latina foi a região com maior crescimento, com aumento de 29,2%, enquanto a Europa Ocidental manteve-se como a maior região em arrecadações, respondendo por 50,9% do total global.

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ARTISTAS E CRIADORES ASSINAM MANIFESTO PARAR ALERTAR SOBRE O USO NÃO LICENCIADO DE OBRAS POR IA

Milhares de artistas e profissionais da indústria criativa assinaram uma declaração que alerta para os riscos do uso não licenciado de suas obras por empresas de inteligência artificial. Mais de 13.000 pessoas, incluindo nomes de peso como Björn Ulvaeus (ABBA) e Thom Yorke (Radiohead), endossam o documento que destaca o impacto negativo da IA generativa sobre seus meios de subsistência. O texto exige que as empresas de IA obtenham consentimento para usar trabalhos criativos em seus modelos de treinamento.

De acordo com o MusicAlly, entre os signatários, além de músicos, estão escritores, atores, desenvolvedores e organizações de várias áreas criativas. Ed Newton-Rex, ex-chefe de áudio da Stability AI e agora criador da Fairly Trained, afirmou que muitas empresas gastam milhões em desenvolvimento, mas esperam que os dados de treinamento sejam gratuitos, colocando os profissionais criativos em desvantagem.

A declaração também destaca que não apenas as empresas de IA devem buscar consentimento, mas também as detentoras de direitos. O Conselho de Criadores de Música do Reino Unido reforçou que os músicos devem ser compensados adequadamente quando suas obras forem utilizadas em treinamentos de IA.

A pressão por regulamentação cresce, e os signatários esperam que suas preocupações sejam levadas a sério, enquanto a indústria tecnológica avança em ritmo acelerado.

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TIKTOK E SOUNDCLOUD REVELAM CRESCIMENTO DA MÚSICA ELETRÔNICA E DESTACAM TENDÊNCIAS GLOBAIS

Durante o Amsterdam Dance Event (ADE), algumas das principais plataformas digitais de música eletrônica divulgaram novas estatísticas. TikTok e SoundCloud apresentaram números que mostram o crescimento desse gênero musical em suas plataformas.

De acordo com o MusicAlly, o TikTok revelou que as criações de vídeo usando músicas eletrônicas cresceram 70% em comparação com o ano anterior. Gêneros como drum’n’bass, techno e trance estão entre os mais populares. O centro de música eletrônica da plataforma, lançado no Reino Unido em 2022, está sendo expandido globalmente. Ole Obermann, chefe musical do TikTok, destacou que o festival Tomorrowland teve 3,5 bilhões de visualizações no aplicativo este ano.

Já o SoundCloud apontou que os fãs de música eletrônica são os mais engajados em seu serviço, e os uploads desse estilo devem aumentar 21% em 2024. Estima-se que quase 22% de todas as transmissões na plataforma no próximo ano serão de música eletrônica, com o trance como o gênero de maior crescimento.

Além disso, o Vietnã se destacou como o terceiro maior país em número de ouvintes eletrônicos e como o centro da crescente comunidade do subgênero Vinahouse.

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SPOTIFY AMPLIA TESTE DE VIDEOCLIPES PARA MAIS 85 PAÍSES E DIVULGA IMPACTO POSITIVO

Faz pouco mais de meio ano que o Spotify adicionou videoclipes ao seu serviço, mas apenas como um teste beta em 11 países. Agora isso está se expandindo drasticamente, para mais 85 países.

Conforme o MusicAlly, o recurso ainda está em beta, mas tem alguns novos ajustes: indicadores em faixas de áudio para ajudar as pessoas a ver quando um vídeo está disponível para assistir, e vídeos musicais agora aparecem nos resultados de pesquisa.

Ao anunciar a expansão, o Spotify também ofereceu algumas estatísticas sobre o impacto até agora. “Os usuários que descobrem uma música e depois assistem ao videoclipe no Spotify têm, em média, 34% mais probabilidade de transmitir a música novamente na semana seguinte”, afirmou. “E, em média, as músicas descobertas em videoclipes têm 24% mais chances de serem salvas ou compartilhadas na semana seguinte por quem assistiu.”

Além disso, há uma nova guia ‘Vídeos e recursos visuais’ no painel do Spotify for Artists para ajudar os artistas a gerenciar seus videoclipes, bem como vídeos em Canvas e clipes curtos.

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Sucesso da música brasileira impulsiona arrecadação de R$ 1 bilhão em direitos autorais

O mercado musical brasileiro atingiu em agosto a marca de R$1 bilhão em direitos autorais distribuídos a compositores, músicos e artistas, de acordo com o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

Conforme informações domercado musical brasileiroesse montante foi alcançado quatro meses antes do fim do ano, o que destaca o crescimento contínuo do setor. Em 2023, o valor total foi de R$1,3 bilhão, e para 2024, a previsão do Ecad é de distribuir R$ 1,5 bilhão.

Os segmentos de rádio, TV aberta e streaming de vídeo representaram 47% dos valores distribuídos. O Ecad, que é privado e sem fins lucrativos, atua arrecadando e distribuindo os direitos autorais sempre que uma música é executada publicamente.

Foto: Maria Isabel Oliveira

Ranked Music quer Inovar no Marketing Musical com Conexão Direta entre Artistas e Fãs

A Ranked Music, fundada em 2019 por Thiago Machado, vem se destacando no cenário musical por trazer uma nova abordagem ao marketing digital para a música. Recentemente, a Istoé revelou como a empresa, que tem como a missão de fortalecer a conexão entre artistas e fãs, utiliza estratégias inovadoras baseadas em inteligência de dados e novas tecnologias.

De acordo com o portal, a empresa possui sede em Miami e presença em sete países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Espanha. A Ranked Music tem se especializado em campanhas globais que respeitam as particularidades culturais de cada região. A empresa já trabalhou com grandes nomes da música, como Anitta, Ludmilla, J Balvin e Alicia Keys, desenvolvendo projetos que aumentam a visibilidade dos artistas e aprimoram a comunicação com seus públicos.

Um dos destaques da empresa é a plataforma FanConnect 360, que permite uma interação direta e personalizada entre artistas e fãs. Utilizando dados para segmentar a comunicação, a ferramenta possibilita campanhas de marketing mais eficazes e personalizadas. Segundo Thiago Machado, esse tipo de interação cria uma experiência única para o fã, fortalecendo o vínculo com o artista.

A Ranked Music também esteve por trás de estratégias inovadoras, como a ação de J Balvin, que utilizou o WhatsApp e o SuperBowl para se conectar diretamente com seus fãs. A empresa ainda lidera os lançamentos de Ludmilla nos últimos anos, com estratégias voltadas para influenciadores e plataformas como o TikTok.

Ainda em 2024, a empresa planeja lançar uma plataforma self-service, voltada para artistas e gravadoras independentes, que permitirá a promoção digital de suas músicas de forma mais acessível.

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Fundo Adaggio é vendido por R$150 milhões a investidor internacional

O fundo Adaggio, criado pela Arbor Capital em 2021 para comprar direitos autorais de músicas, foi vendido por R$ 150 milhões.

De acordo com o braziljournal.com, o comprador é um investidor internacional especializado no setor, marcando sua estreia no Brasil. A venda envolve 150 catálogos, com mais de 140 mil músicas, incluindo obras de Dado Villa-Lobos, Jorge Aragão, Délcio Luiz, Paulinho Rezende, Toni Garrido e Rodrigo Reys.

O valor pago é o dobro do montante investido pelo Adaggio, que comprou os catálogos a um preço médio de 4,5 vezes a geração de caixa, enquanto a venda foi fechada a 7,5 vezes. Para o novo proprietário, o negócio oferece uma plataforma pronta para expansão no mercado brasileiro de música.

Os executivos do Adaggio, incluindo o CEO João Luccas Caracas (DJ Beowulf), continuarão à frente da operação. Cotistas do fundo, como a Atmos Capital, terão um retorno de 23% ao ano, superando outros indicadores financeiros brasileiros.

A estratégia do Adaggio sempre foi adquirir catálogos de música atemporais, focados em samba, MPB, pagode e gospel.

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Warner Music fecha novo acordo com Meta, incluindo WhatsApp e expandindo uso de IA

A Warner Music Group (WMG) anunciou um novo acordo de licenciamento plurianual com a Meta, empresa controladora do Facebook. O contrato inclui as plataformas Facebook, Instagram, Messenger, Horizon e Threads, além do WhatsApp, que foi incorporado pela primeira vez nesse tipo de parceria.

De acordo com o Music Business Worldwide, um porta-voz da Warner declarou que o acordo expande as oportunidades para artistas e compositores nas plataformas da Meta, além de abrir discussões sobre o uso de IA. Essa parceria surge dois meses após a Universal Music Group (UMG) ter fechado um acordo semelhante com a Meta, também incluindo o WhatsApp.

Esse novo acordo com a Meta acontece em um momento de mudança para a WMG, após a decisão da empresa de tecnologia de não licenciar mais videoclipes premium. A Warner estima um impacto financeiro negativo de US$ 10 milhões por trimestre devido à mudança.

Além das questões de licenciamento, a Warner tem defendido a criação de proteções em torno do uso de inteligência artificial. Em abril, o CEO da WMG, Robert Kyncl, apoiou legislação para evitar falsificações de áudio geradas por IA, e a empresa afirmou que seu conteúdo só poderá ser usado para treinar IA com sua permissão.

O novo acordo com a Meta sinaliza a continuidade da colaboração entre as duas gigantes, não apenas em termos de licenciamento, mas também em relação ao uso futuro de IA em suas plataformas.

Foto;Wirestock Creators/shutterstock

UNIVERSAL MUSIC CONCLUI AQUISIÇÃO TOTAL DA PIAS E AMPLIA PRESENÇA NO MERCADO INDEPENDENTE

A Universal Music Group (UMG) finalizou a aquisição completa da distribuidora e gravadora independente PIAS. Em 2022, a UMG havia adquirido 49% da PIAS como parte de uma aliança estratégica firmada no ano anterior. Agora, a Universal adquiriu os 51% restantes das ações dos cofundadores Kenny Gates e Michel Lambot, em um acordo financeiro não divulgado.

De acordo com o Music Business Worldwide, a aquisição inclui duas divisões principais do Grupo PIAS: a Integral, que oferece serviços de distribuição digital e física para selos independentes, e o PIAS Label Group, que abrange gravadoras próprias e parceiras. A Integral será integrada ao Virgin Music Group, enquanto o PIAS Label Group continuará operando de forma autônoma.

Kenny Gates permanecerá como CEO do PIAS Label Group e integrará o conselho do Virgin Music Group. Michel Lambot deixará seu cargo atual, mas continuará como consultor.

Segundo Gates, a parceria com a UMG desde 2021 foi positiva e possibilitará que a PIAS ofereça uma plataforma de distribuição global para a música independente. O PIAS seguirá com os mesmos valores e estrutura de liderança.

Foto; divulgação

Lançamento de Músicas Completas nas Redes Sociais Transforma Consumo Musical

Nos últimos anos, a prática de lançar músicas inteiras diretamente em redes sociais tem se tornado cada vez mais comum. Artistas como Kendrick Lamar e Drake são exemplos recentes dessa tendência, que está mudando a forma como o público consome música. O MIDia Reasearch falou sobre esse assunto recentemente em um artigo.

No caso de Lamar, que lançou seu novo single completo no Instagram Reels antes de disponibilizá-lo em plataformas de streaming, chamou a atenção do público e da crítica. Sua música, ainda fora das principais plataformas de streaming, já conta com milhões de visualizações e curtidas, o que reforça o impacto das redes sociais como uma plataforma independente de consumo musical.

Para o portal, essa estratégia reflete um fenômeno crescente, em que aplicativos como TikTok e Instagram Reels se consolidam não só como ferramentas de marketing, mas como meios próprios de consumo musical. Como apontado pela pesquisa da MIDiA de 2024, cerca de 25% dos novos artistas estão lançando suas músicas diretamente em plataformas de conteúdo gerado por usuários, sem intermediários como gravadoras ou distribuidores.

No entanto, essa abordagem não está isenta de desafios. Embora o alcance e a visibilidade das redes sociais sejam enormes, a monetização nessas plataformas ainda é inferior em comparação ao streaming. Além disso, o sucesso nas redes tende a ser efêmero, com músicas que viralizam rapidamente, mas muitas vezes desaparecem com a mesma velocidade.

O portal explicou que com o tempo, o dilema para os artistas será equilibrar a visibilidade imediata que as redes sociais oferecem com a sustentabilidade e longevidade que as plataformas de streaming ainda garantem. Enquanto isso, o streaming puro continua a tentar se reinventar, incorporando elementos das redes sociais para não perder espaço nesse novo cenário.

 Foto; Rob Hampson

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