Música em inglês está perdendo popularidade nos serviços de streaming nos EUA e no mundo, revela relatório da Luminate

Em uma nova análise sobre o mercado musical, a Luminate revelou que a música em inglês está enfrentando uma queda estatística em sua popularidade nos serviços de streaming de música nos Estados Unidos e em todo o mundo.

De acordo com o  Music Business Worldwide, o relatório da Luminate constata que a participação da música em inglês nas 10.000 faixas totais sob demanda (áudio e vídeo) nos EUA diminuiu em 4,2% desde 2021, enquanto a participação da música em espanhol cresceu 3,6% no mesmo período.

Nos Estados Unidos, a música com seu idioma  ainda domina o mercado de streaming, representando 88,3% das 10.000 faixas sob demanda (áudio e vídeo) no primeiro semestre deste ano. No entanto, a música em espanhol ganhou mais espaço, atingindo uma participação de 7,9% na mesma métrica.

Globalmente, a participação da música em inglês nas 10.000 faixas sob demanda em serviços de streaming diminuiu 62,1% em 2022 para 56,4% no primeiro semestre de 2023.

Essa tendência de queda na popularidade do idioma nos serviços de streaming não se limita apenas aos Estados Unidos, mas também pode ser observada em outros países. Por exemplo, em Portugal, a participação da música em inglês nas 10.000 faixas principais caiu para 55,9% no ano fiscal de 2022 e continuou a diminuir no primeiro semestre deste ano, atingindo 51,6%. A Luminate também identificou a mesma tendência em outros países, como Portugal, Indonésia, Colômbia e Suíça.

 

Foto: reprodução

Música Latina em Ascensão: Gênero Domina Rankings e Conquista o Mundo

A música latina está ocupando o topo dos rankings globais e se consolidando como um gênero dominante. É o que contou uma recente matéria publicada pelo O Globo na última semana.

De acordo com o portal, desde o sucesso do reggaeton “Despacito” em 2017, artistas latino-americanos têm deixado sua marca e conquistado o público em todo o mundo. Atualmente, 30% das músicas do Top 50 Global do Spotify são latinas, com quatro das cinco primeiras posições ocupadas por músicas mexicanas, destacando o gênero conhecido como ‘corrido tumbado’, uma combinação de música tradicional mexicana com batidas de música urbana.

Os artistas mexicanos também estão dominando a Billboard Global 200, com 21% das músicas sendo de origem hispânica. O consumo de música latina no Spotify cresceu cerca de 170% nos últimos cinco anos, especialmente entre os ouvintes da Geração Z.

Para o portal, a expansão da música latina é resultado de um reposicionamento dos ritmos latinos na indústria musical desde os anos 1990. Embora o México seja o país com maior destaque, outros países latino-americanos, como Argentina, também estão contribuindo para a popularidade do gênero. No Brasil, ainda há uma necessidade de estreitar os laços musicais com países hispânicos, mas artistas brasileiros, como Anitta e Ludmilla, estão alcançando sucesso nas paradas com colaborações com artistas latinos.

A mistura de ritmos é uma tendência na indústria musical e tem como objetivo atrair novos públicos, mantendo a música latina sempre atual e surpreendente.

 

 

Comissão discute atualizações na Lei de Direito Autoral para garantir direitos dos músicos

Na próxima terça-feira (6), a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realizará uma audiência pública para debater a necessidade de atualizações na Lei de Direito Autoral. O debate foi proposto pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora do Projeto de Lei 5542/20, que busca assegurar o pagamento de direitos autorais a músicos acompanhantes e arranjadores.

De acordo com a Agência Câmara de Notícias, a deputada alega que muitos músicos não recebem o direito conexo e não estão registrados no cadastro utilizado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), seja por falta de conhecimento ou por negligência. Diante dessa situação, a proposta tem como objetivo garantir uma remuneração justa para esses profissionais da música.

Diversas entidades e representantes do setor foram convidados para participar do debate, incluindo o Coletivo Brasil de Comunicação Social – Intervozes, a União Brasileira de Compositores (UBC), a Associação Brasileira de Direito Autoral (ABDA), a Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus), a Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), a Associação de Produtores de Cinema da Bahia (APC) e a Ordem do Advogado do Brasil (OAB Nacional). A reunião está marcada para as 9h30, no plenário 10.

 

LUMINATE INDICA QUE 120.000 NOVAS FAIXAS SÃO ADICIONADAS POR DIA EM PLATAFORMAS DE STREAMING

Em seu mais recente relatório trimestral, o Luminate, antigo MRC Data e Nielsen Music, identificou que uma média de 120.000 ISRCs (International Standard Recording Codes) são adicionados por dia em plataformas de streaming.

De acordo com análise do Music Business Worldwide, isso quer dizer que um total de 10,08 milhões de novas faixas foram disponibilizadas em serviços de streaming apenas no primeiro trimestre de 2023.

Essa média diária de uploads de novas faixas representa um salto significativo em comparação ao ano anterior. Enquanto em 2022 a média diária foi de 93.400 faixas, o primeiro trimestre de 2023 registrou um aumento de 28%. O portal estima que se essa taxa de 120.000 faixas por dia se mantiver constante ao longo do ano, estima-se que mais de 43 milhões de novas faixas serão carregadas no Spotify e em outros serviços de streaming até o final de 2023.

O CEO da Luminate, Rob Jonas, apresentou os destaques do relatório durante o evento Music Biz, realizado em Nashville na semana passada. Segundo Jonas, esses números refletem o crescente interesse dos artistas e gravadoras em utilizar as plataformas de streaming como meio principal de lançamento de suas músicas, aproveitando o alcance global e as oportunidades de descoberta oferecidas por esses serviços.

Além disso, o relatório revelou que o volume de fluxos de áudio sob demanda em todo o mundo teve um crescimento de 23% no primeiro trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nos Estados Unidos, o aumento foi de 14,2%.

Distribuição de direitos autorais pelo Ecad alcança marca de R$1,2 bilhão em 2022

Em seu relatório anual de gestão coletiva referente ao ano de 2022, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) divulgou Ecad arrecadou um total de R$1,3 bilhão, com um aumento de 28,3% em relação a 2021.

De acordo com a entidade, entre os segmentos que mais se destacaram com maiores crescimentos em valores arrecadados foram Shows e Eventos, com um crescimento de 309,5%, seguido por Cinema, 132,6%, e Usuários Gerais, que abrange restaurantes, hotéis, academias e outros estabelecimentos comerciais, com um crescimento de 30,7%.

Um dos destaques do relatório foi a TV, que se mostrou robusta mesmo em um período de aumento do consumo de streaming no audiovisual. O segmento foi responsável pela maior parte dos valores arrecadados em direitos autorais de execução pública, com uma participação total de 32,5%.

Logo em seguida, o segmento de Serviços Digitais, englobando Streaming de Áudio e Vídeo, conquistou a segunda posição, com 22,8% da participação na arrecadação. Esse segmento registrou um crescimento de 26% em relação ao ano anterior, alcançando um total de 2,1 trilhões de execuções identificadas em streaming em 2022.

Em relação à distribuição dos direitos autorais, o Ecad distribuiu um montante de R$1,2 bilhão, representando um aumento de 36,6% em comparação a 2021. Com a retomada do mercado, os segmentos de Shows (235%) e Música ao Vivo (108%) apresentaram um crescimento expressivo em relação a 2021.

O relatório revelou ainda que foram cadastradas 18,5 milhões de obras musicais em 2022, abrangendo mais de 316 mil compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos contemplados pelos direitos autorais distribuídos pelo Ecad.

Diante desses resultados, a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, ressaltou o empenho da gestão coletiva em negociar contratos com plataformas digitais e conscientizar sobre a importância de evitar a prática do buyout, na qual compositores renunciam a uma parcela importante de seus direitos e não recebem valores futuros pelas suas obras.

“O ano de 2022 teve resultados positivos pra quem vive da música, esperamos que 2023 seja melhor e vamos trabalhar pra isso”, disse Amorim.

Foto: divulgação

TikTok anuncia novo programa para expandir biblioteca de música comercial e conectar artistas e marcas

O TikTok deu um passo importante para fortalecer sua presença no mercado musical ao anunciar oficialmente o “Programa de Impacto do Artista”. Essa iniciativa visa expandir a já vasta biblioteca de música comercial do TikTok, adicionando mais de um milhão de músicas e sons de artistas emergentes e consagrados.

De acordo com o Digital Music News, o TikTok divulgou que 88% de seus usuários consideram o som essencial para a experiência na plataforma, enquanto 68% afirmam que lembram melhor de uma marca quando suas postagens apresentam músicas que eles gostam. Com base nesses dados, o TikTok está focado em ajudar empresas de todos os tamanhos a aproveitar ao máximo seu potencial na plataforma, e, para isso, criou a Commercial Music Library (CML) – uma biblioteca global de música “pré-aprovada” que tornará mais fácil para as marcas encontrar músicas licenciadas para adicionar em seu conteúdo.

No intuito de estabelecer um maior impacto para artistas e marcas, o TikTok lançou seu ‘Programa de Impacto do Artista’, para permitir que artistas monetizem sua música no TikTok, abrindo portas para que as empresas utilizem suas criações em seu conteúdo e aumentem suas chances de serem descobertas e redescobertas em mercados ao redor do mundo.

Para que isso fosse possível, o TikTok disse que estabeleceu parcerias de distribuição global com diversos distribuidores, editores, gravadoras e organizações renomadas, incluindo Believe, DistroKid e Vydia.

Bryan Cosgrove, diretor de música comercial e licenciamento criativo do TikTok, comentou sobre a iniciativa: “Queremos ajudar a desenvolver a indústria de sincronização para aproveitar a velocidade e a escala da publicidade digital e do vídeo de formato curto. Nosso objetivo é fornecer às marcas uma biblioteca de música segura e ampla para usar em seu conteúdo, abrindo novos fluxos de receita para os artistas que a alimentam”.

 

Foto:  Solen Feyissa

Receita das três maiores gravadoras do mundo ultrapassa US$6 bilhões no primeiro trimestre de 2023

As três maiores gravadoras do mundo – Universal Music, Sony Music e Warner Music geraram coletivamente US$6,21 bilhões no primeiro trimestre de 2023, com suas operações de direitos musicais.

De acordo com análise feita pelo Music Business Worldwide, isso equivale a uma média de US$69 milhões por dia, ou aproximadamente US$2,9 milhões por hora.

O portal também descobriu que a receita total das três gravadoras, considerando música gravada, edição de música e outras receitas auxiliares, atingiu a marca de US$5 bilhões no mesmo período. Isso representa uma média diária de US$56 milhões, pouco mais de US$2,3 milhões por hora.

Em relação à receita proveniente do streaming de música, as três maiores gravadoras geraram conjuntamente US$3,32 bilhões nos primeiros três meses de 2023. Isso representa uma média diária de US$37 milhões, aproximadamente US$ 1,5 milhão por hora.

Embora o crescimento da receita em relação ao ano anterior ainda seja saudável, o site enfatizou que as gravadoras não estão alcançando os aumentos substanciais de dois dígitos que já foram observados. No primeiro trimestre de 2023, o Universal Music Group registrou um crescimento de receita de 9,6% em relação ao ano anterior na categoria de música gravada, a Sony teve um crescimento de receita anual de 10,5% na mesma categoria, e as receitas de música gravada da Warner aumentaram 2,5% em relação ao ano anterior, considerando as moedas constantes.

Com base nesses números promissores, é possível que as três maiores empresas de música alcancem uma receita anual de US$25 bilhões em 2023. No entanto, o ritmo atual de crescimento sugere que as empresas podem enfrentar desafios para manter um aumento significativo em relação ao ano anterior.

 

Paralisia Musical: Estudo mostra que paramos de descobrir novas músicas a partir dos 30 anos

Uma pesquisa revelou que, a partir dos 30 anos, as pessoas tendem a parar de explorar novas músicas e ficam presas aos seus gostos musicais formados na adolescência.

Segundo noticiado pelo Hypebot, o estudo identificou que os gostos musicais começam a ficar imutáveis por volta dos 24 anos, e aos 31 anos, as pessoas entram em uma espécie de “paralisia musical”.

O estudo realizado em 2013, incialmente, sugere que o que quer que tenha sido popular durante a adolescência, especialmente entre os 11 e os 14 anos, é o que as pessoas vão continuar ouvindo a partir desse ponto. De fato, há evidências de que nossos gostos musicais são moldados pela primeira música que ouvimos, embora estejamos muito abertos a praticamente qualquer tipo de música até os 11 anos de idade.

Os cientistas concordam que um dos principais motivos para essa paralisia musical é o amadurecimento psicossocial. À medida que as pessoas envelhecem, têm empregos sérios e famílias para cuidar, o que faz a música descer na escala de prioridades. Além disso, os grupos sociais mudam à medida que envelhecemos, o que significa que a música deixa de ser um fator tão importante na formação de nossa identidade.

Outra razão é que, à medida que envelhecemos, nossa tolerância a ruídos altos diminui. A música, às vezes, se enquadra nessa categoria. Além disso, temos menos tempo livre quando envelhecemos. Quando éramos mais jovens, a maior parte do nosso tempo livre ia para a música de alguma forma.

Embora possa ser desanimador para alguns, essas descobertas científicas ajudam a explicar por que é tão difícil para os artistas conquistarem novos públicos com mais de 30 anos. Se eles cresceram ouvindo um determinado estilo musical quando eram jovens, é provável que continuem ouvindo esse mesmo estilo pelo resto da vida.

No entanto, isso não significa que as pessoas não possam apreciar novas músicas depois dos 30 anos. A pesquisa sugere que, para mudar os gostos musicais, é preciso uma grande mudança na vida, como um divórcio ou uma mudança de carreira. Além disso, as pessoas podem ser mais abertas a novas músicas se elas forem introduzidas por amigos ou familiares.

 

Foto: Freepic

 

Vinil virou decoração? 50% dos compradores nos EUA não possuem toca-discos, aponta pesquisa

Uma nova pesquisa sobre as tendências no entretenimento descobriu que 50% dos compradores de vinil nos EUA não possuem um toca-discos.

Conforme explicou o Music Business Worlwide, o relatório chamado “Top Entertainment Trends for 2023”, apresentado pela Luminate durante um painel no SXSW, indicou que 50% dos consumidores que compraram vinil nos últimos 12 meses possuem um toca-discos, em comparação com 15% entre os ouvintes de música em geral. Naturalmente, isso também significa que 50% dos compradores de vinil não possuem um toca-discos.

Essas descobertas levantam a questão: o que os compradores estão fazendo com os discos de vinil se não têm um toca-discos para tocá-los? Para responder a esta questão, o portal apontou uma outra pesquisa realizada em 2016 pela ICM, onde se descobriu que 41% dos compradores de vinil possuem um toca-discos, mas não o usam, enquanto outros 7% disseram que não possuem nenhum toca-discos.

Algumas pessoas compram vinil para fins decorativos, para colecionar e exibir na parede. Outros compram como presentes para amigos e familiares em ocasiões especiais. E há aqueles que são superfãs, que compram o vinil para possuir um artefato, mesmo que não tenham um toca-discos, como uma forma de apoiar o artista e ter uma conexão tangível com a música.

Embora a pesquisa mostre que metade dos compradores de vinil nos EUA não possuem toca-discos, a receita com vinil saltou 17,2% em relação ao ano anterior, para US$1,2 bilhão em 2022, enquanto a receita com CDs caiu 17,6%, para US$483 milhões. Além disso, o vinil agora gera mais que o dobro do dinheiro anual que os CDs geram nos Estados Unidos.

BMG deixa de distinguir catálogos antigos de lançamentos em nova estratégia de promoção de músicas

A BMG, uma das maiores gravadoras do mundo, anunciou que vai mudar sua estratégia, deixando de separar catálogos antigos e lançamentos. Segundo a empresa, essa visão “desatualizada” da indústria musical não condiz com a realidade, uma vez que seu catálogo de canções mais antigas representa até 75% de sua receita.

De acordo com o Music Week, a partir de agora, a BMG passará a integrar totalmente seus novos negócios de lançamento e gravações de catálogo, adotando a mesma estrutura para músicas novas e antigas. Todo o catálogo gravado da BMG terá a mesma estrutura do “frontline”, ou seja, as chamadas canções de lançamento.

As músicas antigas e novas serão reportadas para a BMG localmente de acordo com seu país de origem e, em seguida, globalmente por meio de seu novo EVP de Repertório Global, Fred Casimir:

“Catálogos de música de sucesso merecem o mesmo esforço, compromisso e paixão que as gravações mais recentes”, disse Casimir.

Para exemplificar a importância dos catálogos antigos, a BMG divulgou que o álbum de The Weeknd, ‘Highlights’, lançado em 2021, foi o mais vendido no Reino Unido no primeiro trimestre deste ano, e ficou no Top 10 no mesmo período. Isso demonstra que os fãs de música valorizam tanto as músicas novas quanto as antigas.

O CEO da BMG, Hartwig Masuch, disse: “Música é música independente de sua idade. Grandes artistas e grandes músicas não têm prazo de validade e acreditamos que é hora de a indústria da música refletir isso”.

 

Foto: The Weeknd (Republic Records)