JUSTIÇA NEGA TENTATIVA DE ANULAR PAGAMENTO A HERDEIROS NO CASO DE JOÃO GILBERTO

O processo iniciado por João Gilberto em 1997, antes de seu falecimento em 2019, contra a EMI Records, teve mais um capítulo recente. O Tribunal Pleno do Órgão Especial do Rio negou um mandado de segurança da EMI e empresas ligadas à Universal Music, referente ao laudo que determina o pagamento de expressivos R$175.784.675,20 ao espólio do músico João Gilberto e à P.I Participações.

De acordo com o a Coluna de Ancelmo Góes, a família do renomado músico e a P.I entraram com uma ação no final de janeiro buscando o cumprimento provisório da sentença. As gravadoras foram intimadas a quitar a condenação de restituição de valores sobre a obra de João em 15 dias. Contudo, um embargo suspendeu temporariamente a execução do pagamento.

O processo teve início em 1997 quando João Gilberto procurou indenização por danos morais devido à remasterização não autorizada de suas músicas em CDs. Em março de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) também decidiu que as fitas originais, solicitadas pelo artista, deveriam permanecer sob posse da gravadora, encerrando mais um capítulo dessa longa batalha legal.

 

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Marisa Monte solicita regulamentação para proteção de obras musicais durante eleições

Durante uma audiência pública conduzida pelo Tribunal Superior Eleitoral nesta quinta-feira, a cantora e compositora Marisa Monte fez um apelo para que seja estabelecida uma norma que permita aos artistas proibirem o uso de suas obras por candidatos durante períodos eleitorais.

“Isso, para mim, é uma tortura moral, psicológica, e venho aqui expressar essa preocupação da classe”, declarou Monte. “A nossa sugestão é que seja direito do autor impedir que sua obra seja usada através de paródia em jingles eleitorais.”

Conforme noticiou a Carta Capital, a cantora expressou sua inquietação com a possibilidade de ver sua obra utilizada nas eleições, e também enfatizou a preocupação com potenciais distorções por meio de inteligência artificial, destacando o risco moral que isso representa para a comunidade artística diante de um cenário com um grande número de candidatos.

O Tribunal Superior Eleitoral, que vem realizando uma série de audiências públicas para receber sugestões de ajustes nas regras eleitorais para a próxima disputa municipal em outubro, analisará todas as propostas apresentadas. A decisão final caberá ao plenário, que deverá votar as regras até março.

 

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Mickey Mouse Entra em Domínio Público nos EUA Após 95 Anos

No dia 1º de dezembro de 2024, o icônico personagem da Disney, Mickey Mouse, viu seu copyright expirar nos Estados Unidos, abrindo caminho para uma série de possibilidades criativas. O curta de animação que o introduziu, ‘Steamboat Willie’, agora está oficialmente em domínio público, após 95 anos de proteção legal.

Conforme explicou O Globo, isso significa que as imagens do filme podem ser usadas livremente pelo público, sem custos ou permissões. No entanto, há um detalhe importante: a Disney mantém a marca registrada do Mickey como mascote corporativo, impondo limites ao uso público. Analistas preveem que a empresa monitorará de perto qualquer desvio e pode recorrer a medidas legais se necessário.

Os estúdios Disney desempenharam um papel crucial na extensão do prazo dos direitos autorais para 95 anos, apelidando a legislação de ‘Lei de Proteção do Mickey Mouse’. Com o novo status de domínio público nos EUA, já vemos uma onda de criações inspiradas no ratinho. Filmes como ‘Mickey’s Mouse Trap’ e uma comédia de terror sem título foram anunciados, explorando novas abordagens para o personagem.

No Brasil, a situação é diferente, pois os direitos autorais seguem a Lei nº 9.610/1998. O Mickey Mouse só entrará em domínio público em 2042 no país, devido ao prazo de proteção estendido por 95 anos nos Estados Unidos. Esse período se estende até a morte do último coautor, ocorrida em 1971, conforme estabelecido na legislação brasileira.

 

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UNIÃO EUROPEIA DETERMINA Novas Regras sobre Direitos Autorais para Modelos de Inteligência Artificial

Na última sexta-feira, após 38 horas de negociações, representantes do Parlamento Europeu, estados membros da UE e da Comissão Europeia alcançaram um acordo provisório sobre a proposta de Lei da IA. Este marco põe fim a um processo legislativo que durou mais de dois anos e meio e resultou em uma expansão significativa do escopo da Lei.

Conforme o Kluwer Copyright Blog , uma adição notável é a inclusão de regras para sistemas de Inteligência Artificial de uso geral (GPAI), destinadas a lidar com questões relacionadas a modelos generativos de IA, como GPT-4 e Midjourney, que surgiram nos últimos dois anos. Entre as áreas de desacordo, destacam-se as disposições relevantes sobre direitos autorais no compromisso final.

Um artigo recentemente introduzido sobre “Obrigações para fornecedores de modelos de IA de uso geral” estabelece requisitos específicos para direitos autorais. A primeira seção exige que os fornecedores implementem uma política de respeito pelo direito autoral da União, enquanto a segunda seção exige que eles forneçam um resumo detalhado do conteúdo utilizado para treinar o modelo GPAI.

Embora a primeira disposição seja inovadora, a segunda tem origens no relatório do Parlamento Europeu. Inicialmente, a proposta exigia que os fornecedores documentassem detalhadamente a utilização de dados protegidos por direitos autorais, mas o texto final representa uma melhoria clara, eliminando a necessidade de distinguir entre materiais protegidos por direitos autorais e de domínio público.

Durante as negociações, preocupações foram levantadas sobre a clareza da exigência de fornecer um “resumo suficientemente detalhado”. No entanto, um considerando adicionado esclarece que o resumo deve ser abrangente, listando as principais fontes de dados utilizadas na formação do modelo e permitindo uma explicação narrativa.

Este esclarecimento alivia as preocupações sobre exigências excessivas, tornando o requisito de publicar descrições de alto nível mais razoável. O foco está nos maiores fornecedores comerciais, visando garantir que treinem modelos em fontes de dados legalmente acessíveis, em conformidade com as regras de direitos autorais da UE.

Vale destacar que há uma sobreposição considerável em termos de transparência dos dados de formação, com um requisito separado de documentação técnica do modelo. No entanto, este último não se aplica a modelos de IA de código aberto.

Com este acordo, a Lei da IA da UE está um passo mais próxima da adoção, prevista para o primeiro semestre de 2024, marcando um marco significativo na regulamentação da IA na região.

Cantora Melody tem sua versão da Barbie bloqueada no YouTube por violação de direitos autorais

Na última semana, a cantora Melody lançou a música “Barbie de Chapéu”, uma paródia da famosa canção “Barbie Girl” da cantora Aqua. No entanto, logo após o lançamento, a plataforma do YouTube bloqueou o vídeo por conta de problemas relacionados a direitos autorais.

De acordo com o Metrópoles, ao tentar acessar o vídeo no canal oficial da Melody no YouTube, os fãs foram recebidos com a mensagem “Vídeo indisponível. Este vídeo não está mais disponível devido a uma reivindicação de direitos autorais do Universal Music Publishing AB”.

A música “Barbie de Chapéu” se tornou popular rapidamente, principalmente no TikTok, alcançando uma impressionante marca de 143 mil criações em apenas quatro dias. Enquanto a versão abrasileirada da Melody alcançou um número significativo de criações no TikTok em poucos dias, a música original do filme levou dois meses para conseguir uma quantidade semelhante de criações, com um total de 148 mil.

No entanto, essa popularidade também chamou a atenção dos detentores dos direitos autorais da música original, “Barbie Girl”. O Universal Music Publishing AB, empresa responsável pelos direitos autorais da música da cantora Aqua, alegou que a paródia da Melody infringia seus direitos exclusivos de reprodução e distribuição da música original.

Foto: Divulgação / YouTube Dua Lipa

Webinar internacional discutirá os desafios dos direitos autorais na era da inteligência artificial

O Copyright Office, órgão regulador do sistema de direitos autorais nos Estados Unidos, anunciou que sediará um webinar online no dia 26 de julho, com o intuito de discutir as perspectivas globais sobre direitos autorais e inteligência artificial (IA). O evento contará com a participação de renomados especialistas internacionais, que abordarão como outros países estão enfrentando as questões relacionadas aos direitos autorais no contexto da IA.

Durante o webinar, os especialistas irão explorar temas cruciais, como autoria, treinamento de IA, exceções e limitações, bem como violações da lei. Além disso, eles oferecerão uma visão geral dos desenvolvimentos legislativos em suas respectivas regiões, destacando áreas potenciais de convergência e divergência no contexto da IA generativa.

Entre os participantes estará Luca Schirru, advogado especializado em Propriedade Intelectual pela PUC-Rio e responsável por ministrar aulas sobre Inteligência Artificial no curso “Música, Copyright e Tecnologia”. Schirru representará o Brasil no webinar, compartilhando sua experiência e perspectivas sobre a interseção entre direitos autorais e IA.

Os debates e discussões realizados durante o webinar têm o potencial de fornecer insights valiosos para a formulação de políticas e estratégias futuras nesse campo em constante evolução. Para participar do webinar e obter mais informações sobre o evento CLIQUE AQUI.

Grandes editoras processam o Twitter por violação de direitos autorais nos EUA

As principais editoras, como Universal Music Corp., BMG, Warner Chapell e Sony Music Publishing, uniram forças para processar o Twitter por alegada violação de direitos autorais. A National Music Publishers’ Association (NMPA), que representa 17 editoras nos Estados Unidos, listou cerca de 1.700 músicas para as quais enviou vários avisos de violação de direitos autorais à rede social.

Conforme noticiado pelo Tech Crunch, o Twitter não tomou nenhuma medida contra esses avisos, o que levou as editoras a buscar reparação na justiça. A organização dos editores está buscando multas de até US$150.000 para cada violação. No processo, destaca-se que, ao contrário de seus concorrentes TikTok e Instagram, o Twitter não fechou um acordo de licenciamento de música para o uso de obras protegidas por direitos autorais.

O portal notou que o The New York Times informou anteriormente que as negociações entre Musk e o Twitter sobre um acordo de licenciamento de música estavam paralisadas. A reportagem menciona que tais acordos podem custar até US$100 milhões por ano para plataformas estabelecidas.

Um tweet de Musk do ano passado, onde ele se referia ao DMCA como uma “praga para a humanidade”, também foi citado no processo, potencialmente aumentando a controvérsia em torno do assunto.

 

 

Após receberem multa de $200 milhões por violação de direitos autorais, Roblox fecha acordo com editoras nos EUA

O acordo foi realizado após o game ter sido processado em $200 millhões por um grupo de editoras que alegavam práticas de violação de direitos autorais feitas pela plataforma.

Negociação semelhante aconteceu recentemente entre a Associação de Editoras e o Twitch. A plataforma precisou remover vários vídeos de streamers que usavam música ao fundo durante suas transmissões.

O vice-presidente e chefe global de música da Roblox, Jon Vlassopulos, disse que a plataforma está satisfeita com o acordo que abrirá portas e dará para oportunidades aos usuários, incluindo a possibilidade de assistir shows virtuais de vários artistas, como tem acontecido no Fortnite:

“Estamos satisfeitos que a indústria editorial veja o potencial da Roblox como uma oportunidade criativa e comercial significativa para seus membros. A música é uma forma natural de as pessoas se expressarem, se divertirem e se conectarem com pessoas que pensam da mesma forma. Nós nos esforçamos para oferecer experiências que reúnam milhões de fãs com os compositores e artistas que amam. Roblox atualmente permite que gravadoras e editoras alcancem milhões de fãs ao mesmo tempo em ambientes hiper-sociais e imersivos, como festas de lançamento e shows virtuais. Seguindo em frente, estamos comprometidos com a parceria com a indústria da música, como um todo, para criar uma nova era social do negócio da música que envolve fãs e artistas de uma forma sem precedentes no metaverso. ”

Carlinhos Maia é condenado a pagar R$30 mil à artista após danificar obra em quarto de hotel

Recentemente, o influencer e humorista Carlinhos Maia foi condenado a indenizar a artista Laudice Rocha, por danificar uma de suas obras em um hotel sergipano.

Conforme o infonet.com.br, em 2019 o influencer decidiu deixar a sua marca durante sua estadia no hotel Del Canto, em Recife, e rabiscou a obra que estava em seu quarto. De acordo com Carlinhos Maia, ele tinha pedido autorização da proprietária do hotel previamente.

Vale notar que somente a criadora poderia permitir qualquer alteração em sua obra de arte. O caso foi avaliado pela justiça do Estado, que condenou o influencer e o hotel a pagar R$30 mil de indenização à artista por violação de direitos autorais.

A decisão foi comemorada por Laudice:  “Quero registrar que foi feita justiça no caso da vandalização de obra de arte de minha autoria, com sentença que condenou os responsáveis ao pagamento de indenização e devolução do quadro. Embora ainda caiba recurso, essa decisão é uma vitória importante, que exalta o respeito a quem produz a arte que livra da ignorância. A quem esteve ao meu lado nessa caminhada, deixo meu agradecimento afetuoso”, disse na publicação.

O humorista também se posicionou sobre o assunto em seu perfil no Instagram: “Galera, sobre o quadro! Fica a lição para mim e para todos: mesmo que a obra tenha sido comprada a anos, você não pode desenhar em cima. Mesmo com a autorização de quem pagou pelo quadro, “como foi o meu caso”! Mais uma vez fica minhas desculpas”, escreveu.

 

Foto: reprodução/twitter/bella/parente da autora do quadro