Pró-Música esclarece o crescimento do mercado fonográfico brasileiro acima da média mundial.

Na terça-feira (02/4) a IFPI (sigla em ingles) – Federação Internacional da Indústria Fonográfica – e a Pro-Música – entidade que reúne as maiores gravadoras brasileiras – publicaram seus relatórios sobre os dados da indústria da música em2018.

O Brasil apresentou crescimento de 14,4% no mercado musical, acima da média de outros países de 9,7%. De acordo com O Globo, o bom desempenho foi impulsionado pelos serviços de streaming como Spotify e Youtube, que cresceram 46% em relação a 2017 e registraram um aumento de 34% no mundo.

No total, o faturamento da indústria fonográfica foi de US$19,1 bilhões, sendo o mercado correspondendo a US$298,8 milhões desse montante.

Em entrevista para o portal O Globo, Paulo Rosa, presidente da Pró-Musica, esclareceu alguns pontos do relatório.

Com relação as razões que influenciaram o crescimento do mercado fonográfico no Brasil, Rosa explicou que o mercado digital demorou a chegar no país, e por isso, o Brasil está registrando um crescimento já apresentado em outros mercados há anos. Um movimento que deve continuar, já que a população brasileira é de 209 milhões de pessoas e 128 milhões estão conectadas. Para ele, o país está longe de alcançar a maturidade de crescimento de mercado, já que é estimado que apenas 10 milhões de pessoas assinam os serviços de streaming de música.

Enquanto o mercado físico (CDs e DVDs) caiu 10% no mundo, houve crescimento significativo em países como Japão (2,3%), Coreia do Sul (28,8%) e Índia (21,2%). Rosa explicou o movimento:

“A Índia é difícil de explicar, porque é um mercado muito novo para a indústria ocidental. Já Coreia e Japão combinam características culturais e a existência de uma rede de varejo que atenda a essa demanda, lojas que não existem mais dessa forma e nesse volume em outros países. Com isso, eles acabam tendo uma presença do físico até maior do que países onde o tamanho desse setor ainda é considerável, como Estados Unidos e Inglaterra, mas o percentual digital é bem maior. O mercado físico no Japão é de 71%, por exemplo. A Alemanha teve esse percentual há dois anos, mas agora está com 35% — o país passa agora pelo processo de transição do físico para o digital, um momento que o Brasil atravessou há 5, 6 anos.”, explicou o presidente da Pró-Musica.

 

 

 

Foto: ED JONES / AFP

IFPI Global Music Report: Os números da música em 2018

Foi publicado hoje (02/4), o novo relatório “Global Music” da IFPI – Federação Internacional da Indústria Fonográfica – sobre os números da música em 2018. De acordo com o relatório, o mercado global de música gravada cresceu 9,7%, o quarto ano de crescimento consecutivo. As receitas chegaram ao total de US$19,1 bilhões.

A receita de streaming cresceu 34% e foi responsável por quase metade (47%) da receita global, impulsionada por um aumento de 32,9% de assinaturas pagas. Foram registrados 255 milhões de usuários pagos nos serviços de streaming, representando 37% do total de receita de música gravada. No entanto, houve queda de 10,1% na receita de formatos físicos e um declínio de 21,2% na receita de downloads.

Pelo quarto ano consecutivo, a América Latina foi a região que mais cresceu (+16,8%), com destaque de crescimento para o Brasil (+15,4%) e o México (+14,7%). A região da Ásia e Australásia (+11,7%) cresceu e se tornou a segunda maior região de receita física e digital combinada, especialmente na Coréia do Sul (+17,9%).

O presidente-executivo da IFPI, Frances Moore,  comentou o resultado:  “As gravadoras continuam investindo em artistas, pessoas e inovação, tanto em mercados estabelecidos quanto em regiões em desenvolvimento, que estão cada vez mais se beneficiando de fazer parte do panorama global da música atual”.

“À medida que os mercados de música continuam a se desenvolver e evoluir, é imperativo que a infra-estrutura legal e comercial apropriada esteja presente para garantir que a música seja valorizada e que as receitas sejam devolvidas aos detentores dos direitos para apoiar o próximo ciclo de desenvolvimento”, afirmou Moore.

Moore também comentou sobre a importância do reconhecimento dos direitos autorais na música: “Continuamos a trabalhar pelo respeito e reconhecimento dos direitos autorais de música em todo o mundo e pela resolução da lacuna de valor [value gap], estabelecendo condições equitativas para negociar um acordo justo para quem cria música. Acima de tudo, estamos trabalhando para garantir que a música continue sua emocionante jornada global.”

Principais números de 2018:

– Crescimento de receita global: + 9,7%

– Receita de streaming é de 46,8% do total global

– Crescimento nas receitas de streaming pago: + 32,9%

– Receitas físicas: -10,1%

– Receita de download: -21,2%

 

Foto: MaxPixel

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