Em AmarElo, Emicida quer inspirar próximas gerações de pessoas negras a construir um caminho de transformação do país

No início de dezembro (8), estreou na Netflix ‘AmarElo – É Tudo Pra Ontem’, o documentário do rapper brasileiro Emicida, com direção de Fred Ouro Preto.

Com base no show do artista de 2019, no Theatro Municipal, além de cenas dos bastidores, o documentário aborda os maiores marcos da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos.

Em entrevista para o Ecoa da Uol, Emicida contou detalhes sobre a produção, e fez uma série de reflexões a cerca de como pretende impactar com o seu documentário.

Para o rapper, o documentário é principalmente um convite para que mais pessoas negras se inspirem a “dar continuidade” a “algo tão grandioso”:

“A forma coletiva como ele é apresentado é para que ele seja entendido da forma que é: isso não começa nem termina no Emicida. Eu sou só parte de uma parada. Todos nós temos poder para mudar as coisas, a gente só precisa exercer essa vontade”.

É pela vontade da mudança que o AmarElo nos guia, com histórias de Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Wilson das Neves.

“Todas essas pessoas fizeram o quê? Deram um chacoalhão nesse Brasil. Elas falaram: ‘toma vergonha na sua cara, mano, mais da metade de você é afrodescendente, para de falar esse monte de besteira que você está falando’. A gente ainda não chegou totalmente nesse lugar, mas esse chacoalhão foi tão útil que mudou a percepção do brasileiro a respeito de si mesmo”, contou o rapper.

E para finalizar o documentário, Gilberto Gil recita um trecho de Ailton Krenak na música ‘É tudo pra Ontem’, lançada nesta semana.

“Eu amo esse texto do Ailton Krenak porque ele é muito cirúrgico na dualidade humana. O mesmo povo que pode construir coisas frustrantes, pode construir coisas maravilhosas, certo? Eu acho incrível a conclusão a que o texto chega, aquele “mais ou meeeeenos”. Eu acho que ele fala bem do nosso potencial de ser destruidor, mas fala também do nosso potencial de ser criador”, contou o rapper ao portal.

 

Imagem: Jeff Delgado/Divulgação

Emicida contará história da cultura negra no Brasil em seu documentário na Netflix

A Netflix anunciou que em dezembro (8) vai disponibilizar na plataforma o documentário ‘AmarElo – É Tudo Pra Ontem’, do rapper brasileiro Emicida, com direção de Fred Ouro Preto.

Segundo o portal da revista Quem, a produção contará com animações, entrevistas e cenas dos bastidores do que rolou na criação do álbum do rapper.

Com base no show do artista de 2019, no Theatro Municipal, o documentário abordará alguns dos maiores marcos da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos. O primeiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, passando pelo ato de fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, pela valorização da cultura e de direitos do povo negro e por último o show de estreia de AmarElo.

“Quando eu cheguei aqui, tudo era impossível, qualquer coisa que falávamos era tida como problemática e improvável de se realizar. Hoje, não é mais. E é dessa forma que quero que lembrem do meu nome no futuro, como alguém que sabia que o impossível era grande, mas não maior que si. O palco do Municipal abrigou alguns dos mais importantes movimentos da arte do planeta e acho que caminhamos para ser isso”, contou Emicida ao portal.

(Foto: Julia Rodrigues / Divulgação)