BMI e ASCAP unem forças para combater fraudes no registro de composições

As sociedades de gerenciamento de direitos autorais dos Estados Unidos, BMI (Broadcast Music, Inc.) e ASCAP (American Society of Composers, Authors, and Publishers), anunciaram uma iniciativa conjunta para enfrentar os desafios das submissões fraudulentas de músicas no sistema de licenciamento coletivo. Esse novo grupo de trabalho tem como objetivo primordial evitar que indivíduos reivindiquem direitos e royalties indevidos no sistema, garantindo assim uma maior precisão e integridade dos dados na indústria fonográfica.

De acordo com o industriamusical.com, as sociedades estão criando uma equipe multidisciplinar, formada por especialistas em direitos autorais, tecnologia, distribuição, jurídico, negócios e produtos, que trabalhará em conjunto para mitigar e prevenir declarações fraudulentas ou distorcidas, principalmente no registro de obras musicais. A colaboração entre as duas organizações também busca aumentar a conscientização sobre atividades suspeitas e compartilhar melhores práticas com parceiros em todo o mundo.

Espera-se que essa colaboração inspire outras organizações e parceiros em todo o mundo a adotarem medidas semelhantes, promovendo um ambiente mais seguro e confiável para a gestão dos direitos autorais na era digital.

Plataformas de streaming são condenadas por não creditarem compositores nas músicas

Na última semana, a Justiça paulista emitiu decisões condenatórias contra as principais plataformas de streaming por não divulgar os nomes dos autores das músicas, mencionando apenas os intérpretes. Em cinco processos analisados, as plataformas foram condenadas a atribuir crédito aos compositores e pagar indenizações por danos morais.

Conforme noticiou a Folha de São Paulo, em um dos casos, Didi Gloor, ex-baterista da banda de punk rock Tequila Baby, processou a Apple Music por disponibilizar suas músicas sem mencionar seu nome.

“Não adianta disponibilizar obras na plataforma digital sem preencher toda a parte dos direitos autorais, afinal, sem o compositor, a obra musical sequer existiria.”, disse Didi.

A Justiça condenou a plataforma a pagar R$5.000, acrescido de juros e correção monetária. A Apple Music argumentou que sua responsabilidade se limita à disponibilização das músicas, comparando-se a uma loja de CDs:

“Responsabilizar a Apple Music é um equívoco tão grande quanto exigir uma indenização de uma loja física que comercializa CDs pelas informações que estão no encarte”, afirmou.

A Google Brasil, responsável pelo YouTube Music, também foi condenada a pagar R$5.000 em um processo movido pelo músico Luan Fonseca. Alegou-se que a plataforma disponibilizou 68 de suas canções sem divulgar o crédito dos autores.

“Canções são como filhos para os seus criadores, é inadmissível que, em plena era da informação, somente os intérpretes sejam nomeados”, afirmaram à Justiça os advogados de Luan.

A Google argumentou que o YouTube Music é apenas uma plataforma de disponibilização de músicas e que as fichas técnicas são preenchidas pelos produtores.Na decisão envolvendo a compositora Thaisa Mendes Cardoso, a Deezer Music foi condenada a pagar uma indenização de R$12.000. A juíza Fabiana Ragazzi afirmou que a empresa tem o dever de informar a autoria das obras exploradas comercialmente. A Deezer alegou que as faixas musicais são adquiridas de fornecedores que já as disponibilizam com os créditos atribuídos:”As faixas musicais oferecidas são adquiridas de diversos fornecedores, que já disponibilizam as mídias prontas no serviço de streaming, o que significa dizer que já vêm dos fornecedores com os créditos atribuídos.

“O Spotify foi processado pelo músico Vanderlei Camini, e a plataforma foi condenada a pagar uma indenização de R$20.000. O desembargador Alexandre Marcondes, relator do caso, destacou que as dificuldades de identificação de autoria não podem ser justificativas para o não cumprimento da lei. A plataforma afirmou não ter capacidade para verificar as informações fornecidas e argumentou que exigir isso seria o equivalente a obrigar uma loja a investigar a veracidade das informações presentes nas capas ou encartes dos CDs.

Em segunda instância, a Amazon Music foi condenada a pagar R$26.500 ao compositor Paulo Queiroz, autor de 53 obras disponibilizadas na plataforma sem crédito. A empresa afirmou que as licenciadoras são responsáveis pelas informações prestadas e que não tem como verificar a autoria das milhões de músicas disponíveis.

Essas condenações ressaltam a importância de garantir os direitos autorais dos compositores e a transparência na atribuição de créditos nas plataformas de streaming, colocando a responsabilidade sobre as empresas para informar corretamente os dados dos autores das obras musicais disponibilizadas. As decisões ainda podem ser objeto de recurso por parte das plataformas envolvidas nos processos.

ED SHEERAN VENCE NOVO PROCESSO DE DIREITOS AUTORAIS POR SEMELHANÇAS COM MÚSICAS DE MARVIN GAYE

O cantor e compositor britânico Ed Sheeran saiu vitorioso em um segundo processo de direitos autorais movido contra ele por supostas semelhanças entre seu hit “Thinking Out Loud” e a icônica canção de Marvin Gaye, “Let’s Get It On”.

O musicbusinessworldwide.com disse que  dDesta vez, o processo foi movido por David Pullman, CEO do fundo de investimento Structured Asset Sales (SAS), que possui 11.11% dos direitos da música de Gaye. O fundo moveu a ação contra Sheeran logo após o espólio do principal co-autor de “Let’s Get It On”. No processo, o fundo de investimentos pediu US$100 milhões em danos.

Assim como na primeira ação, o juiz Louis Stanton rejeitou o caso apresentado pela Structured Asset Sales, revertendo sua decisão original de que o processo merecia ser ouvido por um júri. O juiz já havia afirmado anteriormente que a combinação de progressão de acordes e ritmo harmônico nas canções de Gaye e Sheeran “são comuns” e “um bloco de construção musical básico”. Além disso, a decisão foi “rejeitada com prejuízo”, o que significa que a decisão é a sentença final, proibindo o SAS de apresentar novas acusações.

No entanto, o SAS entrou com outro processo contra Sheeran, baseado em seus direitos sobre a gravação de Gaye, e esse caso ainda está pendente. Agora o júri terá que ouvir a gravação original de “Let’s Get It On”, em vez da versão computadorizada da partitura da música, que foi apresentada durante o julgamento anterior, disse Pullman à Reuters.

“O maior medo deles, em termos de tudo o que eles arquivaram, foi impedir que a gravação de som chegasse”, disse Pullman à agência de notícias.

 

Foto: Denis Makarenko / Shutterstock

Impacto da Inteligência Artificial na Indústria Musical e Direitos Autorais: Desafios e Transformações

(#VALEALEITURA) Especialistas estão comparando o impacto da inteligência artificial (IA) na indústria musical ao do site de compartilhamento Napster nos anos 2000. É o que diz um recente artigo publicado pelo Financial Times (via Folha de São Paulo)

Para o portal, o uso da IA para criar música está causando preocupação no setor, tornando a produção musical ainda mais acessível e permitindo a fácil adição de músicas ao Spotify.

Um exemplo recente é o DJ francês David Guetta, que usou IA para gerar letras e recriar a voz do rapper Eminem, surpreendendo o público durante uma apresentação. Essa facilidade em criar músicas levanta questões sobre direitos autorais, já que músicas geradas por IA podem ser semelhantes às de artistas famosos, levando à necessidade de divisão de royalties e licenciamento.

Outra preocupação é a diminuição da participação de mercado das grandes gravadoras nas plataformas de streaming. Músicas de artistas independentes e produções de IA estão ganhando espaço. As gravadoras estão preocupadas com a redução de seus royalties e com a mudança na forma como a música é consumida.

Essas transformações também afetam o futuro do Spotify, que está se tornando uma plataforma que combina conteúdo profissional e gerado pelo usuário. Alguns especialistas sugerem que músicas geradas por usuários sejam direcionadas para uma plataforma separada, enquanto a música profissional permaneça nos serviços premium.

O setor musical enfrenta desafios significativos com a expansão da IA na produção musical. É necessário resolver questões de direitos autorais e repensar o modelo econômico do streaming para lidar com a diversidade de conteúdo gerado por IA. O futuro da indústria musical certamente será moldado por essas mudanças, com mais transformações ainda por vir.

Foto: AFP_O Dj David Guetta

PERITO CONFIRMA QUE CANÇÃO DE ROBERTO CARLOS DE 1971 É PLÁGIO

Um laudo pericial apontou que a música “Traumas” de Roberto Carlos é, na verdade, um plágio de outra canção criada por uma professora em 1971.

Por determinação da Justiça, um perito confirmou que a canção “Traumas”, lançada por Roberto e Erasmo Carlos em 1971, de fato, contém trechos idênticos à música criada pela professora Erli Cabral Ribeiro Antunes, “Aquele Amor Tão Grande”. Embora existam pequenas alterações rítmicas e de tonalidade, a ideia central da música da professora é tocada como refrão da música “Traumas”. O perito afirmou que “não restam dúvidas quanto à reprodução parcial da obra” e que “verificou-se o plágio”.

Conforme noticiado pelo Uol, Erli alegou que registrou sua música na Universidade Federal do Rio de Janeiro em fevereiro de 1971. Dois dias depois, ela entregou uma fita com a canção e a sua partitura para um músico da banda de Roberto Carlos em um show na cidade de Paraíba do Sul, no Rio. Em julho do mesmo ano, ela soube da nova música lançada por Roberto, em coautoria com Erasmo Carlos, e percebeu que havia semelhanças com sua obra.

O processo ainda não foi julgado, e o cantor pode questionar tecnicamente o trabalho do perito. No entanto, a professora pede uma indenização, considerando os danos morais e patrimoniais.

Roberto Carlos afirmou à Justiça que a acusação de plágio é “fantasiosa” e que sua carreira se pautou pela extrema correção de procedimentos, inclusive no respeito aos direitos autorais. A defesa de Roberto Carlos também argumentou que, ao longo de sua trajetória, o cantor lançou dezenas de jovens compositores desconhecidos, gravando suas músicas, e que não teria motivos para se apropriar indevidamente da suposta composição da professora.

 

Foto: Caroline Hecke

ED SHEERAN VENCE BATALHA DE DIREITOS AUTORAIS CONTRA CO-AUTOR DE MARVIN GAYE

O cantor britânico Ed Sheeran venceu a batalha de direitos autorais sobre seu hit “Thinking Out Loud”. O veredicto foi proferido por um júri de Manhattan nesta quinta-feira, 4 de maio, determinando que Sheeran não infringiu os direitos autorais da música clássica “Let’s Get It On” de Marvin Gaye.

Conforme o Music Business Worldwide, os herdeiros de Ed Townsend, um compositor que co-escreveu a faixa de 1973, acusaram Sheeran de copiar elementos da música de Marvin Gaye em “Thinking Out Loud”, lançado em 2014.

Após um julgamento de duas semanas, o juiz do Tribunal Distrital dos EUA, Louis Stanton, afirmou que “a criação independente é uma defesa completa, não importa o quão semelhante seja a música”.

Para provar que o cantor não plagiou Gaye, seus advogados chamaram o musicólogo especialista, Dr. Lawrence Ferrara, que apresentou ‘Georgy Girl’, um sucesso de 1967 do grupo folk-pop australiano The Seekers, como evidência para mostrar que “Let’s Get It On” e “Thinking Out Loud” usam uma progressão de acordes comum. Ferrara teria dito aos jurados que “Thinking Out Loud” usa acordes e ritmos que são “blocos de construção” comuns da música pop. Em contrapartida, o musicólogo de Townsend, Dr. Alexander Stewart, disse aos jurados que 70% de “Thinking Out Loud” seria derivado de “Let’s Get It On”.

Sheeran, que já havia ameaçado parar de fazer música se fosse considerado culpado de infringir a música de Marvin Gaye, ficou aliviado com a decisão do júri. “Eu sei que ele está errado porque eu mesmo escrevi”, disse o cantor à Fox Business.

 

Foto: AP Photo/Mary Altaffer

Sem acordo, editora de Nelly Furtado retira “Lovezinho” de todas as plataformas

A música “Lovezinho” da cantora brasileira Treyce, que estourou nas paradas com o auxílio de um vídeo viral do dançarino e influencer Xurrasco, foi retirada nesta quarta-feira (3) de todas as plataformas de streaming oficiais.

Conforme o G1, a editora Sony, que faz a gestão de direitos autorais de Nelly furtado e os demais compositores de “Say it right” não conseguiram chegar a um acordo com os representantes de Treyce e WK, o compositor principal da música “Lovezinho”. Após várias tentativas de negociação, a editora decidiu tomar medidas drásticas e removeu a faixa de todas as plataformas oficiais.

“Como sentimos que o tempo estava passando sem que houvesse uma conversa séria, as editoras da obra original fizerem o takedwon (derrubada) com o auxilia das plataformas”, disse um representante da Sony ao portal.

Embora a música “Lovezinho” tenha sido um grande sucesso, com mais de 10 milhões de visualizações no YouTube, Treyce e WK ainda não se pronunciaram sobre a questão. O G1 procurou os editores da música, mas ainda não obteve uma resposta.

Foto: Reprodução G1

Artistas defendem pagamento de direitos autorais no PL das Fake News

Um grupo de artistas se reuniu na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (2) para defender a manutenção do trecho que trata dos direitos autorais de artistas no projeto de lei que visa combater as fake news nas redes sociais. O trecho defendido pelos artistas no chamado PL das Fake News garante uma comissão pela reprodução de conteúdos nas plataformas digitais.

De acordo com o G1, o grupo, composto por nomes como Nando Reis, Glória Pires, Zélia Duncan, Paula Lavigne, Seu Jorge, Paula Lima, Maria Ribeiro, Pretinho da Serrinha e Vanessa da Mata, reuniu-se com representantes do governo e parlamentares do União Brasil e do Republicanos.

Os artistas alegam que estão buscando apenas que seja cumprida a lei de direito autoral, que prevê a remuneração dos artistas pela reprodução de seus conteúdos. Paula Lavigne, uma das participantes da reunião, afirmou que tanto os deputados do União Brasil quanto do governo sinalizaram que a Câmara pode analisar uma proposta para tratar da remuneração do conteúdo jornalístico e artístico.

A cantora Vanessa da Mata ressaltou a importância da votação da proposta incluindo os dispositivos sobre direitos autorais e jornalismo, afirmando que “é uma questão de consciência”. Segundo ela, as plataformas digitais estão tendo lucros gigantescos, enquanto os artistas recebem apenas uma pequena porcentagem.

Ainda de acordo com o portal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação do projeto sem nova data prevista.

 

Foto: Reprodução/TV Globo

Ed Sheeran comparece a tribunal nos EUA por suposto plágio de música de Marvin Gaye

O cantor Ed Sheeran compareceu a um tribunal em Manhattan nesta terça-feira (25) para um julgamento que irá decidir se ele copiou ou não partes da música “Let’s Get It On”, de Marvin Gaye, em seu sucesso “Thinking Out Loud” de 2014.

De acordo com as informações do G1, o caso aberto em 2017 foi movido pelos herdeiros do músico e produtor Ed Townsend, coautor da música de Gaye lançada em 1973.

Os demandantes alegam que há “semelhanças surpreendentes e elementos em comum evidentes” entre as músicas de Gaye e Sheeran.

O advogado que representa a família de Gaye apresentou como provas, um vídeo em que Sheeran usa a música em um medley durante seus shows. Em contrapartida, o cantor argumentou que “teria sido um idiota em subir no palco na frente de 20.000 pessoas” se tivesse plagiado a música de Marvin Gaye.

O portal lembrou que este é o segundo julgamento em um ano para Sheeran, que depôs em um tribunal de Londres em abril de 2022, em um caso sobre “Shape of You”, outra ação legal envolvendo direitos autorais, aberta por dois músicos.

Naquela ocasião, o juiz decidiu a favor dele. A família de Gaye não faz parte do processo contra Sheeran, embora já tenha processado com sucesso outros artistas como Robin Thicke, Pharrell Williams e T.I. pelas semelhanças entre a canção “Blurred Lines” e “Got to Give it Up”, de Gaye. A justiça determinou uma indenização de US$5 milhões (cerca de R$25,3 milhões).

 

Foto: AP Photo/Mary Altaffer

Música gerada por IA com vozes de Drake e The Weeknd se torna viral no Spotify

Uma música intitulada “Heart on My Sleeve”, que conta com as vozes de Drake e The Weeknd, acumulou mais de 250.000 streams no Spotify e 10 milhões de visualizações no TikTok. No entanto, os dois artistas não tiveram nada a ver com a música – um artista chamado “Ghostwriter” gerou a faixa usando inteligência artificial (IA).

Conforme noticiado pelo TechCrunch, embora Drake e The Weeknd ainda não tenham comentado sobre o assunto, Drake recentemente se manifestou quando descobriu que ‘colocaram’ sua voz na IA para cantar “Munch” de Ice Spice. Em suas redes sociais ele escreveu: “Esta é a gota d’água da IA”.

O portal explicou que a lei de direitos autorais nos EUA não é avançada o suficiente para ter diretrizes específicas sobre IA generativa. Mas, no estado existente do código legal, a paródia transformadora é permitida. No entanto, essas leis são muito abertas à interpretação, já que a ideia do que torna o trabalho “transformador” é subjetiva e há pouca jurisprudência para estabelecer precedentes.

Vale notar que a Universal Music solicitou a retirada “Heart on My Sleeve” dos principais streamings. Após a remoção, um relatório do Financial Times, indicou que a gravadora emitiu uma carta às plataformas de streaming para que elas impedissem o treinamento de IAs com músicas protegidas por direitos autorais.

 

Foto: Christopher Polk/Getty Images for Coachella / Getty Images

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