Doria deve pagar R$190 mil à Marisa Monte e Arnaldo Antunes por violação de diretos autorais

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi condenado a pagar R$190 mil por usar uma música de Marisa Monte e Arnaldo Antunes em vídeo sem autorização.

Conforme o Poder360.com, o caso se iniciou em 2017, quando Doria, na época prefeito de São Paulo, publicou um vídeo com a canção “Ainda Bem”, para divulgar a revitalização de um campo de futebol.

Ao saber do vídeo publicado com sua música sem autorização, Arnaldo Antunes e Marisa Monte divulgaram uma nota em suas redes sociais explicando que antes de ir à Justiça, tentaram entrar em contato com o político para remover o vídeo.

https://www.instagram.com/p/BcGGQ4pHuY4/?utm_source=ig_embed&ig_rid=86cd9c1a-02b8-485e-9494-bc40cd57ed18

 

O caso deu-se conclusão agora (28/07) pela juíza Thania Cardin, da 36ª Vara Cível de São Paulo, que favoreceu os compositores.

Para a Juíza houve uso indevido de obra: “Houve, pois, utilização desautorizada e assim ilícita da obra intelectual de titularidade dos autores, que viram seus direitos autorais violados, os quais são, impende lembrar, erigidos pela Constituição Federal à categoria de fundamentais a pessoa humana”, disse a magistrada.

“A ilicitude cometida pelo réu exsurge ainda mais gravosa se considerado que a utilização desautorizada da canção deu-se em vídeo com nítido propósito de autopromoção para fins políticos, já que por meio dele o réu apresentava a seu público online, enquanto prefeito da cidade de São Paulo, projeto de revitalização decorrente de parceria público-privada”, concluiu a juíza.

Com a decisão, o governador terá que pagar R$40 mil para cada editora. Além disso, Marisa Monte e Arnaldo Antunes deverão receber R$30.000 cada um. Vale notar que Marisa Monte ainda vai ser indenizada em R$10.000 por conta de comentários ofensivos feitos pelo governador em resposta ao episódio:

“Mencionar que a autora Marisa estava a exigir-lhe 300 mil reais de forma injustificada restou por ultrapassar os limites da boa-fé no trato da contenda”, informou a decisão.

 

 

 

Foto: Instagram/Agencia Estado/Veja SP

 

TIKTOK ANUNCIA ACORDO COM ECAD PARA PAGAMENTO DE DIREITOS AUTORAIS

Nesta quinta-feira o TikTok anunciou que realizou um acordo com o Ecad para o pagamento de direitos autorais no Brasil.

Conforme o blog oficial da plataforma, o acordo incluiu pagamentos retroativos pelo uso das músicas na plataforma.

Para o TikTok o contrato firmado deve enriquecer a experiência de seus usuários e criadores, impulsionando a conexão entre criadores e artistas.

“Essa primeira parceria entre o Ecad e o TikTok é mais um importante passo para a indústria da música no Brasil e para os autores e artistas no nosso país. Este acordo não poderia chegar num momento mais oportuno para compositores e artistas, que agora precisam mais do que nunca dessa renda digital. O Ecad vem trabalhando duro para fechar acordos importantes como esse”, comentou Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad ao portal oficial da plataforma.

O diretor de Licenciamento Musical e Parcerias do TikTok para a América Latina, José María Escriña, reforçou a importância do contrato para os artistas no país: “Estamos entusiasmados com essa parceria firmada entre o TikTok e o Ecad no Brasil. Com esta cooperação, vamos estimular o crescimento de novas fontes de receita para autores e editores utilizando o dinamismo da nossa plataforma. Estamos animados para oferecer esse fantástico conteúdo musical para nossos creators incríveis”.

 

 

Foto: Divulgação

Sony Music Publishing amplia programa para gerar receita de streaming a compositores antigos

A Sony Music Publishing estendeu sua política em relação aos saldos não recuperados de compositores que tiveram seus contratos realizados antes de 2000.

Com o lançamento do programa “Legacy Unrecouped Balance Program”, a editora está selecionando compositores que tiveram seus contratos realizados antes de 2000 para pagar royalties pelas transmissões em plataformas de streaming, mesmo que nunca tenham pago totalmente os adiantamentos recebidos e outros custos recuperáveis ​​incorridos pela editora anteriormente.

Conforme o Completemusicupdate.com, este assunto foi denunciado após o Comitê formado no Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) do governo britânico emitir um relatório sobre a economia do mundo da música, onde se identificou que muitos artistas ainda estão pagando dívidas de álbuns lançados há anos com o dinheiro recebido de royalties recebidos das plataformas de streaming. Ou seja, continuam não recebendo nada para pagar dívidas de anos.

É importante notar que os acordos de edição mais antigos não eram favoráveis em comparação aos realizados atualmente. Com o programa da Sony Music Publishing, esses compositores poderão começar a receber o dinheiro vindo do streaming.

“Com as mudanças históricas nas políticas de nosso negócio, estamos dando passos importantes para criar uma indústria musical mais justa e transparente para compositores e todos os criadores. Em nome de nossas equipes ao redor do mundo, é nosso privilégio representá-lo no início deste próximo capítulo com Songwriters Forward.”, disse o CEO e presidente da Sony Music Publishing Jon Platt em um memorando visto pela Music Week.

Todos os compositores e artistas inclusos no programa serão notificados pela Sony Music Publishing globalmente.

 

Com relatório, Comitê pede mudanças no streaming ao Governo Britânico

Nesta semana o Governo Britânico recebeu um relatório elaborado por um Comitê com um pedido por mudanças na legislação que regulamenta os serviços de streaming, a fim de buscar maior equilíbrio e condições para músicos e artistas no digital.

O Comitê formado no Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) do governo britânico, vem estudando a economia do mundo da música durante a pandemia, bem como ouvindo pessoas, como Nile Rogers e executivos, para entender o mercado e oferecer soluções melhores à compositores e artistas.

O resultado dos estudos gerou o relatório ‘Economics of Music Streaming’ (‘Economia do streaming de música’, em tradução livre), onde a entidade mostrou como o mercado continua beneficiando as grandes gravadoras, enquanto os titulares de direitos autorais não conseguem viver do que criam.

No relatório, o Comitê chegou a quatro principais questões pelas quais o streaming precisa se modernizar:

  1. Artistas (e até os mais famosos) não estão tendo retorno financeiro com o streaming:

A remuneração equitativa é um direito do artista. No entanto, no streaming os artistas são pagos de acordo com os termos de seu contrato de gravação. Dependendo de quando eles começaram suas carreiras, seus royalties podem variar de 20% (para um artista de porte médio) à 2%, para aqueles com contratos históricos.

O Gráfico de barras mostra os resultados da pesquisa da #PayPerformers Campaign, sobre remuneração de artistas de streaming do Reino Unido em 2020, onde quase 50% disseram: ‘Não recebo nenhuma receita como artista de streaming”.

 

  1. Disparidade nos pagamentos de direitos de gravação e autoral

A atual divisão da receita de streaming dá à gravadora a maior parte da receita de uma faixa. Isso vem de um modelo que se aplicava à venda física, em que os selos tinham despesas de fabricação, armazenamento e transporte de CDs.

Isso deixa os compositores e editores com a menor parcela da receita, apesar de ser parte integrante do processo criativo. Os criadores e editoras musicais argumentam que esse modelo está desatualizado e injusto, pois essas despesas gerais não se aplicam à produção musical digital.

  1. Apenas três grandes gravadoras controlam a maior parte do mercado

A pirataria digital e novas tecnologias (como streaming) perturbaram a indústria musical tradicional, levando a um ecossistema onde três grandes players surgiram e se expandiram.

As três maiores empresas agora têm uma participação no mercado fonográfico do Reino Unido equivalente a 75%. Eles também dominam a edição de música, que é a parte da indústria que lida com os direitos das letras e da composição de uma faixa.

  1. ‘Porto seguro’ e violação de direitos autorais

O ‘porto seguro’ (safe harbour) isenta as empresas de tecnologia que hospedam conteúdo gerado pelo usuário de serem criminalmente e financeiramente responsáveis ​​por conteúdo que infringe direitos autorais. Isso desde que eles ajam rapidamente contra o conteúdo infrator (como remover um vídeo), onde obtêm “conhecimento real” de onde isso aconteceu.

O porto seguro sustenta os modelos de negócios dessas empresas de tecnologia, que permitem aos usuários consumir música gratuitamente. Isso significa que esses serviços negociam licenças de música com eficácia depois que os usuários tocam em suas plataformas. Isso cria uma chamada ‘lacuna de valor’, uma vez que as receitas de música de serviços financiados por anúncios são significativamente menores do que aquelas de serviços pagos.

 

Cinco recomendações para consertar os problemas

Além de apresentar os problemas no streaming, o Comitê fez cinco recomendações para ajudar o Governo Britânico a dar início às reformas legislativas no streaming.

  1. Remuneração equitativa

O direito a uma remuneração equitativa é uma solução simples, mas eficaz, para os problemas causados ​​pelos baixos salários do streaming de música. É um direito que já está estabelecido na legislação do Reino Unido e foi aplicado ao streaming em outras partes do mundo.

O Governo deve promulgar legislação para que os artistas possam desfrutar do direito a uma remuneração equitativa para o fluxo de renda.

  1. Paridade de receita para compositores

Apesar de ser uma parte importante no processo de criação e streaming de música, compositores não são efetivamente remunerados por seu trabalho.

O governo deve trabalhar com os criadores e o setor editorial independente para explorar maneiras pelas quais os novos e futuros compositores possam ser apoiados para terem carreiras sustentáveis, ​​e as editoras musicais independentes permanecerem comercialmente viáveis.

  1. Um estudo sobre o poder de mercado na indústria musical

Não há dúvida de que os principais grupos musicais atualmente dominam a indústria, tanto em termos de participação no mercado geral de gravação e (em menor grau) de edição, mas também por meio de sua propriedade dos direitos musicais mais valiosos e por meio de fusões e aquisições de serviços concorrentes.

Foi recomendado que o Governo encaminhe um caso para a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), a fim de realizar um estudo de mercado completo sobre o impacto econômico do domínio das grandes empresas. O Governo também deve fornecer ao CMA os recursos e pessoal para realizar este caso.

  1. Algoritmos e playlists mais transparentes

Os curadores musicais desempenham um papel importante na descoberta e no consumo da música digital. Não é a toa que os criadores de música estejam investindo mais recursos para chamar a atenção desses curadores.

Quando os curadores são pagos ou recebem benefícios em espécie em playlits, é recomendado a criação de um código de prática desenvolvido pela Advertising Standards Authority (semelhante ao que é feito com os influenciadores de mídia social) para garantir que as decisões que tomam sejam transparentes e éticas.

  1. Abordar preocupações sobre o ‘porto seguro’

Para garantir que os criadores de música e as empresas prosperem no mercado musical mundialmente importante do Reino Unido, o governo deve fornecer proteções para os detentores de direitos que sejam pelo menos tão fortes quantos aqueles fornecidos em outras jurisdições.

Como prioridade, o Governo deve introduzir obrigações robustas e legalmente aplicáveis ​​para normalizar os acordos de licenciamento para serviços de hospedagem de Conteúdo Gerado pelo Usuário, e assim, lidar com as distorções do mercado e a ‘lacuna de valor’ do streaming de música.

O ex-chefe do Spotify disse que a plataforma foi feita para distribuir música, não pagar artistas

Durante um evento voltado para o mercado musical em Nova York, o Ex-Chefe executivo do Spotify, Jim Anderson, revelou que pagar artistas nunca foi o foco principal do Spotify.

Isso porque, segundo Anderson, a plataforma foi criada para resolver o problema da pirataria na música e regular a distribuição de música:

“O Spotify foi criado para resolver um problema [e o] problema era este: pirataria e distribuição de música. O problema era fazer com que a música dos artistas existisse. O problema não era pagar às pessoas.”, revelou o executivo que participou da criação do Spotify e é fundador do About.com.

Conforme o Digital Music News, os comentários polêmicos de Anderson são de 2019, mas só agora a cantora e compositora Ashley Jana compartilhou a gravação de quando ela participou do evento. Por medo de uma retaliação da indústria musical, a cantora hesitou em tornar públicas as falas do executivo.

“Estou lançando uma polêmica gravação de áudio de Jim Anderson, um Inventor do Spotify (descrito como “O homem que construiu a arquitetura do sistema do Spotify”). O proeminente inventor do Spotify foi abusivo comigo e com todos os outros músicos na sala em 14 de junho de 2019, no NYC Sync Summit em Les Poisson Rouge, e eu gravei tudo em uma fita. Gravei todo o evento para meus próprios registros”, diz a descrição do vídeo de Jana no Youtube [CLIQUE AQUI PARA CONFERIR].

Na gravação, Anderson também citou o caso de Taylor Swift, uma das maiores artistas pop do mundo. Para ele, a cantora não precisa ganhar royalties de streaming:

“Acho que Taylor Swift não precisa de 0,00001 mais de um stream”, disse Anderson à Ashley Jana.

De acordo com o Business Insider, Swift defende mudanças na indústria de streaming de música desde 2014, quando falou ao The Wall Street Journal “a música não deveria ser gratuita”. No mesmo ano, Swift tirou seu álbum “1989” do Spotify.

Vale notar que nos Estados unidos, a taxa média por reprodução do Spotify leva cerca de 250 streams para um artista fazer $1. Já na concorrência, o Apple Music, a taxa por reprodução é de US$0,01.

Em contrapartida, Daniel Ek, CEO do Spotify, já havia mencionado que um dos objetivos do Spotify é ajudar os artistas a ganhar a vida criando oportunidades para que mais músicos alcancem mais ouvintes, e são os fãs quem determinam o destino financeiro dos músicos. Sobre a gravação de Jana, o Spotify recusou falar ao portal.

 

Foto/Reprodução/YouTube Ashley Jana

OPERAÇÃO DA IFPI FECHA VÁRIOS SITES DE SERVIÇOS ‘FAKE STREAM’ NO BRASIL

Nesta semana, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, sigla em inglês) anunciou que fechou 14 sites que ofereciam serviços de execuções falsas (Fake Stream) no Brasil.

De acordo com o Music Business Worldwide, a ação foi realizada em outubro do ano passado, em parceria com a Associação Brasileira de Proteção aos Direitos Intelectuais Fonográficos (APDIF), a Pro-Música Brasil e a Cyber ​​Gaeco, unidade de crimes cibernéticos do Ministério Público de São Paulo.

Todos os sites que foram fechados usavam inteligência artificial para gerar execuções artificiais, e assim, alavancar o número de plays em serviços de streaming de música.

Em agosto de 2020, cinco sites de ‘execuções falsas’ também foram removidos em uma operação semelhante na Alemanha.

Ao todo, já foram mais de 65 serviços de manipulação de streaming removidos no Brasil, entre eles 10 sites fechados e 20 sites que deixaram de oferecer o serviço. Nesta operação também foram removidas 35 propagandas no Mercado Livre que ofereciam este tipo de serviço ilegal.

Para Frances Moore, a CEO da IFPI “A manipulação de streaming não tem lugar na música”. O diretor do Pró- Música, Paulo Rosa, também se posicionou sobre o caso e disse que está “trabalhando com nossos parceiros da indústria para lidar com outros sites importantes que oferecem serviços de manipulação de streaming”.

STJ decide que UBC deve liberar acesso de cadastro de obras na íntegra para pesquisador

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o advogado Alexandre Pesserl, pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pode ter acesso aos dados completos de titularidade das obras e fonogramas geridos pela União Brasileira de Compositores (UBC).

Conforme o Plural.com, Pesserl havia pedido à Justiça a liberação para o acesso de todos os cadastros das obras musicais do catálogo da UBC, a fim de levantar e cruzar dados em sua tese de doutorado. No entanto, o pesquisador estava enfrentando dificuldades para coletar dados, já que atualmente o Ecad e associações de autores não disponibilizam as informações de participação individual de cada artista/compositor nas obras, apenas constam dados básicos sobre obras e fonogramas.

O caso acabou chegando ao STJ pela relatora e ministra Nancy Andrighi, e foi votado de forma unânime pelos demais ministros a favor de Pesserl. A ministra afirmou que será preciso manter um “cadastro centralizado de todos os contratos, declarações ou documentos de qualquer natureza que comprovem a autoria e a titularidade das obras e dos fonogramas, bem como as participações individuais em cada obra e em cada fonograma, prevenindo o falseamento de dados e fraudes e promovendo a desambiguação de títulos similares de obras” e que “tais informações são de interesse público e o acesso a elas deverá ser disponibilizado por meio eletrônico a qualquer interessado, de forma gratuita”.

Após a decisão, a UBC entrou com o pedido de embargos de declaração alegando estar impedida de disponibilizar informações sobre a autoria de obras e fonogramas. A entidade afirma que a decisão expõe informações pessoais e privadas sobre a gestão dos repertórios dos titulares de direitos autorais e que os “dados objeto da decisão do STJ já são disponibilizados, conforme determina a lei”.

O advogado Sydney Sanchez disse ao portal que “a UBC cumpria regularmente a Lei de Direitos Autorais e que as informações originalmente pretendidas pelo professor eram excessivas”. Agora, o STJ deve decidir sobre os limites do pedido.

Mudanças para o Mercado Musical:

De acordo com Pesserl, a decisão deve trazer uma revolução do mercado pode ter se iniciado: “A partir do acesso a este banco de dados, abre-se a possibilidade de registros de direitos autorais de forma aberta, em blockchains públicas, que permitiriam o mapeamento de recursos culturais abertos e a criação do domínio público positivo, um conjunto de conhecimentos que devem permanecer em modo de livre acesso e uso da sociedade”.

Allan Rocha, professor da UFRJ e diretor do Instituto Brasileiro de Direitos Autorais, também destacou como a decisão deve impactar o mercado:

“O primeiro é na elaboração de políticas públicas, pois vamos saber quantas das músicas cadastradas no ECAD do Brasil, pertencem a músicos independentes ou grandes produtoras. Qual o nível de concentração de titularidade, ou seja, se uma empresa tem 60% de todas as músicas por exemplo então esse é um ponto importantíssimo para a pesquisa de políticas públicas”, disse o professor ao portal.

“O acesso a esse banco de dados joga luzes na estrutura do sistema. Se não resolve todos os problemas, traz um elemento fundamental para se pensar em oferecer novas formas de remuneração para autores, formas mais rápidas e mais honestas, para desenvolver contratos inteligentes, sistemas automáticos de pagamento e distribuição direta”, concluiu.

STJ PERMITE QUE DADO E BONFÁ CONTINUEM A USAR A MARCA LEGIÃO URBANA

Nesta terça-feira concluiu-se o julgamento sobre o uso da marca Legião Urbana pelos ex-membros da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. A decisão tomada pelo ministro Marco Buzzi favoreceu os músicos brasilienses.

De acordo com o ConJur, por 3 votos a 2, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu abrandar o trecho da Lei de Proteção Industrial (Lei 9.279/1996), no qual confere ao titular da marca a exclusividade de seu uso, favorecendo os músicos.

Assim, Dado e Bonfá poderão apenas exercer a profissão como músicos e se apresentar com o nome da Legião, mas a titularidade da marca continuará exclusiva da empresa Legião Urbana Produções Artísticas, de propriedade do filho do vocalista e fundador da banda, Renato Russo.

Os músicos não poderão explorar a marca, comercializar produtos, licenciar seu uso para terceiros ou mesmo zelar por sua integridade ou reputação contra atos de terceiro. Devendo sempre manter seu legado, sem prejudicá-la.

A questão sobre os direitos autorais dos músicos foi reforçada pelo voto-vista do ministro Marco Buzzi. A sentença considerou a restrição da Lei de Propriedade Industrial, mas também analisou os direitos autorais dos músicos e o exercício da atividade profissional.

“A marca está profundamente enraizada na vida pessoal e profissional dos recorridos, que não podem ser tolhidos do direito de identificação com o nome que representa, em grande medida, suas carreiras profissionais e seus legados”, afirmou.

“Para Buzzi, a discussão desdobra-se dos limites do direito de propriedade, pois envolve patrimônio imaterial que também pertence a Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, e que sem eles não existiria”, explicou o portal.

Villa-Lobos e Bonfá devem “contribuir para que o legado se mantenha vivo e presente na memória do brasileiro, permitindo ainda que novas gerações tenham contato mais direto com a banda ícone do rock nacional” informou o portal.

“É dever do Judiciário, quando provocado, adotar solução que permita a harmonização dos interesses em conflito, o que pode levar, diante do caso concreto, a uma mitigação do atributo de exclusividade do uso da marca e a concessão de uma licença compulsória”, concluiu o ministro Marco Buzzi, no voto-vista.

 

Foto: Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá/Divulgação

Djonga é acusado de violar direitos autorais por samplear música de Tim Maia

Recentemente, o rapper mineiro Djonga foi notificado judicialmente por violação de direitos autorais ao usar uma música de Tim Maia sem autorização.

De acordo com a Folha de São Paulo, a faixa “Contacto Com o Mundo Racional”, de Tim Maia, foi usada quase que integralmente na canção “Eterno”, interpretada pelo rapper em parceria com o Coyote Beatz, lançada em 2018 no álbum “O Menino que Queria Ser Deus”.

A reivindicação foi feita pelo ator Carmelo Maia, filho de Tim Maia. Ele afirmou que ficou surpreso ao saber sobre o uso da obra e fonograma de seu pai, e revelou que desde dezembro de 2020 vem tentado o acordo junto ao rapper: “Pasmifiquei porque não me pediram autorização”.

“Se ele não entender com bons olhos essa notificação, que é só um documento formal, a gente vai judicializar”, continuou.

O herdeiro de Tim Maia alegou que Djonga já faturou cerca de R$100 mil em direitos autorais sobre a faixa, e que a questão poderia ter sido resolvida há tempos da mesma forma que Anitta fez ao usar o sample de “Garota de Ipanema”, creditando desde o início Tom Jobim e Vinícius de Moraes: “Não é um comércio, não é só dinheiro. Poxa, é o meu pai”, afirmou à coluna.

Ainda de acordo com o portal, a defesa aponta que apenas em abril deste ano Tim Maia foi incluído nos créditos como coautor da música nas plataformas de streaming.

Por outro lado, a assessoria de Djonga disse que o artista está aberto às negociações para resolver o caso. Entretanto, o rapper está considerando a proposta para o acordo como “abusiva” uma vez que o herdeiro reivindica os direitos autorais e fonográficos de forma integral, tornando “uma divisão de fonograma fora de qualquer padrão seguido pelo mercado”.

“Samplear faz parte da cultura hip hop e, quando a música foi feita, o artista estava em outro momento de sua carreira. Não à toa, no momento atual, Djonga se dispôs a conversar a respeito”, disse a assessoria do artista.

 

Foto: Massao Goto Filho/ Folhapress – reprodução

Empresas criam fundo de investimentos em direitos autorais que pode levantar até R$500 milhões

Em breve o Brasil pode ter sua própria Hipgnosis Songs. Isto porque o agente musical Luiz Eurico Klotz, da Muzikismo – empresa especializada em comprar participações de direitos autorais em gravações e composições de artistas consagrados na música brasileira – se uniu à Rosenberg Partners para criar um fundo um Fundo de Investimento em Participações (FIP) que pode levantar até R$ 500 milhões.

Conforme o NeoFeed.com, as empresas já estão conversando com bancos e plataformas abertas de investimentos para identificar o melhor modo de iniciar a captação para o fundo.

Renato Soriano, sócio-fundador da Rosenberg Partners acredita que o negócio é promissor, uma vez que a música pode ser tonar “um ativo que gera receita recorrente com royalties e direitos autorais, ainda mais na era do streaming”.

“Acho que, no varejo, vai vender igual a pão quente. Ele é um produto que tem recorrência e apelo emocional”, afirmou Soriano.

Klotz anunciou que a Muzikismo pretende adquirir participações em músicas de diferentes estilos, e por isso, está conversando com uma série de artistas. Por enquanto, os nomes não podem ser revelados por conta da confidencialidade de contratos.

Mais do que adquirir participações em músicas, a empresa quer estar próximo dos artistas. Klotz revelou que não pretende comprar mais do que 50% dos direitos autorais:

“Queremos ser sócios deles, não ser dono de tudo. É para que eles nos vejam como um parceiro que possa potencializar as receitas com as suas obras”, disse Klotz.

Potencializar as receitas é um dos maiores os objetivos da Muzikismo, e para tanto a empresa deve trabalhar de diferentes formas, seja lançando novas versões ou até mesmo ampliando estratégias nas redes sociais de artistas:

“Vamos trabalhar todas as plataformas, TikTok, YouTube e outras”, contou Soriano. Assim como o streaming, as redes mudaram a indústria.

Foto: , Luiz Eurico Klotz, da Muzikizmo, e Renato Soriano, da Rosenberg Partners/ Reprodução

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