Parcerias musicais e os papéis da relação

As parcerias estão presentes em diversos aspectos da nossa vida. É a partir delas que construímos relações, buscando satisfação na vida pessoal, superação de desafios e o sucesso profissional. Muito pouco se realiza sem colaboração. Com as parcerias é possível reunir pessoas que queiram construir algo maior e não conseguiriam realizar se estivessem sozinhas.

No dicionário, parceria significa a reunião de pessoas por interesse e objetivo comum. Na vida real, significa também ter de lidar com desencontros e desentendimentos inevitáveis, que surgem no decorrer de qualquer relação.

Em uma live feita pela dupla Anavitória no dia dos namorados, veio à tona uma questão relacionada à parceria da dupla com o artista e compositor Tiago Iorc. As artistas fizeram um desabafo por estarem sendo impedidas de regravar a obra “Trevo”, composta em conjunto com Iorc, que não liberou a regravação. Polêmicas à parte e sem entrar no mérito deste caso específico, essa história pode-nos ensinar valiosas lições sobre parcerias na área musical.

O mercado da música é marcado por relações de interdependência e colaboração. Filmes recentes, como “Bohemian Rhapsody” e “Rocket Man”, retrataram as relações da indústria fora dos palcos e deram destaque às poderosas parcerias entre os integrantes do Queen e de Elton John e Bernie Taupin, que juntos criaram canções que ficaram para a História. Parceiros na música são como sócios de uma empresa, que necessitam obedecer a regras para que a colaboração possa se desenvolver. Parte dessas regras é definida pela Lei de Direitos Autorais, outra parte pelos próprios coautores.

 

O que diz a Lei

Quando uma obra musical (e aqui falo em letra e melodia apenas)[1]é feita por dois ou mais autores, ela é criada em coautoria. A diferença entre as criações individuais e as obras em coautoria reside basicamente no controle e processo decisório dos direitos sobre a criação.

As obras realizadas em coautoria podem ser indivisíveis, quando não se identifica quem fez o quê; ou divisíveis, quando é possível reconhecer a criação individual de cada autor. As obras criadas por Elton John e Bernie Taupin, por exemplo, são divisíveis, já que Elton fazia as melodias e Bernie, as letras[2]. Neste caso, de acordo com a Lei brasileira[3], cada um dos autores pode utilizar livremente a sua parte da criação, desde que possa ser desmembrada da obra final, e que seu uso não prejudique a exploração da criação comum.

Quando a obra é indivisível, como ocorre frequentemente em composições musicais – e parece ser o caso da obra criada por Anavitória e Tiago Iorc -, nenhum dos coautores poderá publicar ou autorizar a publicação da mesma sem a autorização dos demais autores. Não havendo consenso entre eles, a maioria decide. A Lei não define o que significa maioria (se de autores ou de quem detém a maior participação na obra) e nem esclarece o que ocorre em caso de empate. É justamente isso que dá, a um dos compositores, a possibilidade de proibir o outro de gravar ou regravar a música feita a partir da parceria, ainda que em um projeto pessoal[4].

 

Contratos, controle e participação nos lucros

As demais regras da parceria podem ser determinadas pelas partes por meio de contratos. É prática entre autores negociar o seu percentual de participação na composição da música. Esse percentual representará os direitos de cada autor nos lucros da obra musical. Geralmente essa divisão é feita dependendo do quanto cada um contribuiu para a criação da obra e a relevância e influência que cada compositor possui no mercado.

Com o fechamento da negociação, cada autor irá administrar o controle da sua parte na obra e a sua parcela de ganhos, deixando de fora muitos pontos da parceria que mereceriam uma discussão mais aprofundada. Com isso, os parceiros perdem uma valiosa oportunidade de discutir as suas expectativas com relação àobra e à parceria em si. O que acontece caso haja um conflito de interesses envolvendo a obra? E se um dos parceiros discordar de uma decisão? Poderá cada um desregravar e regravar a obra criada sem a necessidade de aprovação dos demais autores? Estes são exemplos de possíveis conflitos, mas pode haver outras preocupações por parte de cada autor.

Todas as questões levantadas pelos parceiros poderiam ser discutidas e colocadas em um contrato. Combinando tudo antes, parte dos conflitos estará superada, já que o contrato definirá a forma como a questão será resolvida. Contratos não precisam ser complexos ou de difícil entendimento. Além disso, a afirmação de que uma negociação entre parceiros pode prejudicar a capacidade criativa é apenas um mito.

 

Valorização da negociação sobre uma disputa judicial

Se por alguma razão ocorrer algum conflito inesperado em que as partes não conseguem manter um contato pessoal, elas mesmas podem definir um canal de comunicação, indicando as pessoas que assumirão a conversa. Caso o conflito não seja solucionado, os autores podem buscar formas alternativas para resolver a disputa, valorizando o diálogo na tentativa de dar fim à questão de forma amigável.

Escolher uma pessoa para facilitar o diálogo em um processo de mediação pode ser uma solução. A mediação pode ocorrer de maneira informal ou dentro de um processo estabelecido pela Lei[5]. Em ambos os casos, o mediador será a figura que apenas facilitará o diálogo, ajudando as partes a equilibrar os seus interesses individuais com os interesses da parceria. A decisão sobre um acordo caberá exclusivamente aos autores. Uma negociação pode reduzir tempo e custo, além de dar às partes algum controle sobre as decisões, o que certamente não ocorrerá em uma disputa judicial ou em um processo de arbitragem.

Conflitos são inevitáveis em qualquer parceria. A forma como vamos resolvê-los pode ser simples ou complicada, tensa ou tranquila, tradicional ou criativa. Não existem parcerias perfeitas, e nem toda colaboração resulta em uma relação de amizade. Alinhar expectativas por meio de contratos no início da parceria deixa claro para cada parte o que um parceiro espera do outro.Ao final, o segredo de uma parceria de sucesso é a comunicação aberta e honesta.

[1]Os direitos autorais sobre a música surgem a partir da composição da obra musical (letra e melodia). Quando uma música é gravada, dois direitos passam a coexistir: os direitos autorais sobre a obra musical, que pertencerá originalmente aos autores e os direitos conexos relativos a gravação da obra (fonograma), que caberão aos artistas, músicos e ao produtor fonográfico (que pode ser uma gravadora, um selo ou um artista independente).

[2]“O verso musical pode ser editado apenas como letra, e a melodia através de partitura, com ou sem letra. Ambas são obras protegidas isoladamente, o verso como texto literário e a melodia como obra musical”. ABRÃO, Eliane Y. Direitos de autor e direitos conexos. 1 Ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2002, p.p. 101

[3]art. 15, § 2º da Lei 9.610: “§ 2º Ao coautor, cuja contribuição possa ser utilizada separadamente, são asseguradas todas as faculdades inerentes à sua criação como obra individual, vedada, porém, a utilização que possa acarretar prejuízo à exploração da obra comum.”

[4] Lei 9.610, Art. 32: “Quando uma obra feita em regime de coautoria não for divisível, nenhum dos coautores, sob pena de responder por perdas e danos, poderá, sem consentimento dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe a publicação, salvo na coleção de suas obras completas.

  • 1º Havendo divergência, os coautores decidirão por maioria.”

[5] Lei 13.140/2015, arts. 21 a 23

 

Foto: Divulgação

 

Ecad passa a cobrar taxas por direitos autorais em lives e produtores se irritam

Como já era de se esperar, o Ecad começou a regulamentar as taxas de direito autoral em lives. A notícia agradou compositores, mas nem tanto os produtores, segundo matéria publicada pelo G1.

Mediante a crise provocada pela pandemia do coronavírus, o mercado musical se voltou para a internet. Impedidos de fazer shows e festivais, artistas começaram a se apresentar em lives.

Com grande audiência, as lives ganharam patrocínio de marcas. Assim, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e a Ubem (União Brasileira de Editoras de Música) procuraram o YouTube para entender como funciona o processo remuneração neste formato de transmissão, principalmente para os compositores.

O YouTube alegou que já paga ao Ecad os direitos autorais devidos e que todos os patrocínios das lives são pagos diretamente aos produtores dos artistas, sem passar pela plataforma.

Desta maneira, as entidades chegaram a decisão de uma cobrança de taxas que somam 10% por direitos autorais das músicas tocadas nas lives patrocinadas no YouTube (5% para o Ecad e 5% para a Ubem). A cobrança se estende para as transmissões que também já aconteceram.

Ainda como parte da regra, não haverá cobrança em lives sem patrocínio ou renda. Além de um desconto de 50% em lives beneficentes para o mercado da música ou com verba que cubra só montagem e cachê.

A superintendente do Ecad, Isabel Amorim, conversou com o portal sobre as mudanças: “Nesse mundo novo das lives, se a gente não fosse em frente com essa cobrança, os compositores não receberiam nada, só os intérpretes”.

Isabel disse que a cobrança não será o bastante para recuperar a crise no mercado: “O Ecad recebe direitos por quase 6 mil shows por mês. Não tem tudo isso de live. A execução pública perdeu 50% de faturamento nos últimos meses. As lives não vão cobrir nem um pequeno percentual disso”, diz Isabel.

Diante das mudanças, alguns produtores de artistas do sertanejo e pagode, responsáveis pelas maiores lives no país, declararam ao portal que as medidas podem prejudicá-los:

“Achamos uma cobrança indevida, pois é nosso canal de divulgação. É injusto ele cobrar muitas vezes do próprio autor da música”, afirmou um produtor que não revelou sua identidade.

“A gente que corre atrás do patrocínio e eles querem uma fatia”, disse outro produtor de pagode sem identidade revelada.

Apesar da reação negativa por parte dos produtores, muitos compositores comemoraram a cobrança. Como a associação Procure Saber, representante de diversos autores da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Erasmo Carlos.

A presidente da associação e empresária de Caetano Veloso, Paula Lavigne, defendeu a nova norma: “É normal que esse tipo de novidade desperte algumas dúvidas, mas na verdade o pagamento ao Ecad dos direitos de execução pública pelas lives é devido”.

“O Ecad está cumprindo a sua obrigação de arrecadar em nome dos autores das músicas que são apresentadas nesses espetáculos ao vivo, que em muitos casos não foram compostas pelos artistas que estão se apresentando na plataforma”, afirmou Paula.

 

Foto: Reprodução

DicaMCT: FastForward Podcast: Produção Musical e processo criativo com Adriana Calcanhoto. OUÇA AQUI!

 

Kondzilla terá seu próprio programa na Rádio Globo

A KondZilla terá seu próprio espaço na programação da Rádio Globo. Segunda o portal O Dia, a maior produtora independente de conteúdo de música no Brasil, terá seu próprio programa na Rádio.

Com o nome de ‘Kondzilla na Rádio Globo’, o programa com estréia prevista ainda para este mês, terá uma hora de duração com artistas lançados pela Kondzilla Records, novidades e muito funk, desde os mais antigos até os atuais.

Ainda segundo o portal, a novidade faz parte da estratégia da rádio em focar no público carioca.

 

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Anavitória desabafa após Tiago Iorc não autorizar regravação de suas músicas

Durante o fim de semana, um caso envolvendo direitos autorais entre o cantor Tiago Iorc e a dupla Anavitória grande repercussão nas redes sociais. Isso porque durante uma live dos Dia dos Namorados na sexta-feira (12), Ana, da dupla Anavitória resolveu tornar pública a notícia de que Tiago Iorc está impedindo que elas relancem músicas de sua autoria para um novo projeto.

Segundo o G1, mesmo não mencionando Tiago diretamente, no dia seguinte, o cantor publicou em seu Instagram um vídeo em resposta à crítica, explicando que o escritório da dupla está “sabotando” e prejudicando seu trabalho:

“Nessa tua atitude impensada de tornar isso público, você, realmente, da missa não sabe a metade”, falou o cantor respondendo à Ana. “O escritório que gerencia a carreira de vocês, que é o escritório com o qual eu trabalhava e não trabalho mais, vem repetidamente sabotando meu trabalho, agindo de má-fé para me prejudicar, causando danos, inclusive, financeiros.”, continuou. Ele afirmou que o problema não é pessoal com as meninas, mas sim com o escritório, e por isso, não está autorizando a liberação das músicas.

A dupla deseja fazer um relançamento em versão ao vivo de seu trabalho, já gravado no ano passado. Incluindo “Trevo (Tu)”, primeiro sucesso da dupla de 2017, composta por Ana e Tiago.

Considerado padrinho de Anavitória no início de sua carreira, Tiago também produziu todo o álbum de estréia da dupla, além de ter sido sócio do mesmo escritório, que também gerenciava sua carreira até fevereiro deste ano.

Ao G1, o empresário Felipe Simas, responsável pelo escritório, não deu maiores detalhes sobre os conflitos entre ele o cantor, mas alegou que Iorc deve apresentar provas e que elas “devem ser discutidas na Justiça, e não nas redes sociais”. Para o empresário, o cantor é “irresponsável” ao “tentar prejudicar duas meninas, que não têm nada a ver com questões dele com o escritório”. Ele também informa que há dois anos as artistas tentam encontrar o cantor, mas o convite sempre é recusado.

Por fim, Anavitória publicou mais um vídeo na rede social neste domingo (14), para responder as questões levantadas por Tiago e tentar pedir mais uma vez pela liberação de suas músicas:

“Foi um espaço que a gente achou de mandar uma mensagem e deu certo, porque realmente a gente tá podendo ter esse diálogo, mesmo que aos olhos de tantas pessoas. Não era dessa forma que a gente queria que fosse. Estamos sempre abertas para uma conversa”, encerrou. Veja o vídeo completo AQUI.

Foto: Divulgação

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Selo cria movimento para empoderar negros no mercado musical

O revistaraça.com publicou uma matéria sobre o selo e agência Mondé Musical. Através de várias ações, incluindo um podcast, o selo criou um movimento para debater e incentivar a representatividade negra no mercado musical.

Segundo o portal, o conceito do movimento #blackmusicbusiness teve início no ano passado, após uma parceria com uma empresa de sucos que visava provocar o mercado. A iniciativa se desdobrou até chegar na criação de um podcast e uma rede de divulgação de vagas de trabalho.

Desde março deste ano, o podcast recebe novos episódios, e vem trazendo visibilidade ao debate, mesmo em tempos de pandemia: “Quem são os artistas pretos que movimentam os bastidores do mercado musical? Que transitam pelos corredores das gravadoras? Pelas produtoras? Que cargos ocupam? Há um vácuo, um apagamento que precisava ser trazido à tona e este é o intuito” (Via revista Raça).

A convite da agregadora ONErpm, o CEO Gabriel Marinho, participou da live: “Mercado Musical pela Ótica Negra”, onde discutiu o conceito e exemplificou cases e modelos do #blackmusicbusiness.

Para Gabriel, o conceito é  “uma perspectiva que vai além de gêneros nichados. A ideia é de que nos dêem voz e ouvidos como um todo. Nāo só utilizar artistas negros para vender uma determinada playlist ou estilo, mas também para pensar. Seja numa ação de marketing, ou num planejamento estratégico, e ser remunerado por isso de forma justa”.

Para quem ainda não conhece, a Mondé Musical, desde 2011 atua no cenário independente brasileiro. É fundada e gerida por pessoas negras, sendo responsável por movimentar os backstages e escritórios cariocas. Em seu catálogo, há nomes como Rincon Sapiencia, Russo Passapusso (do Baiana System), e Dino d’Santiago – português de ascendência cabo-verdiana, parceiro musical da cantora pop Madonna.

Foto: Divulgação

Lives com o Musica, Copyright e Tecnologia!

Estamos em casa, porém não deixamos de compartilhar informação! Por isto, reunimos neste post as lives em que o Música, Copyright e tecnologia tem participado ao longo da pandemia.

 

“Os Desafios da Area de Direitos Autorais”.

Nesta semana Guta Braga participou de mais uma live! Desta vez, no @vivorioacademy com e Anita Carvalho para falar sobre os desafios da área de direitos autorais, incluindo as principais discussões sobre os direitos autorais em lives e esclarecimento de dúvidas da audiência. Foi anunciado também, que Guta estará ministrando aulas no novo curso de Music Business da instituição. Veja AQUI!

 

“Direitos Autorais Em tempos de Pandemia”

Paulinho Sacramento da casa Saravá Bien convida Fernanda Freitas, Gabriela Azevedo, Izabel Marigo e Guta Braga para discutir os principais assuntos da música durante a pandemia do novo coronavírus. Veja AQUI!

 

“Direitos Autorais na Música”:

Quem perdeu a mesa redonda “Direitos Autorais na Música”, agora pode conferir na íntegra pelo canal do YouTube da Nurep – o Núcleo de Pesquisa vinculado ao curso de Direito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

O encontro reuniu Allan Rocha de Souza, Carla Arminda, Guta Braga, Guilherme Coutinho e Leo Morel que debateram sobre remuneração e informalidade de compositores, músicos e Dj’s; os desafios e o cenário do mercado musical, além dos principais assuntos “polêmicos” do momento.

ASSISTA NA ÍNTEGRA: https://www.youtube.com/watch?v=T0mfzad6TDY&t=1547s

 

“Impactos e perspectivas do mercado da música em 2020”

Rico Manzano e Guta Braga conversam sobre os impactos e perspectivas para o mercado musical deste ano. Sucesso das lives, músicas em games e direitos autorais – Saiba quais são as principais tendências para o mercado perante a pandemia do novo coronavírus! ASSISTA AQUI!

Câmara aprova projeto para repassar R$3 Bi ao setor cultural durante a crise do coronavírus

Nesta terça-feira (26) a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para beneficiar o setor cultural perante a crise do coronavírus.

O projeto deve repassar R$3 bilhões ao setor através de medidas como o pagamento emergencial de três parcelas de RS600 aos profissionais informais, atividades artísticas e culturais que possam ser transmitidas pela internet e ainda linhas de crédito (Via G1).

Aprovado pela Câmara, o texto deverá ser aprovado pelo Senado. O dinheiro do projeto será repassado aos estados, Distrito federal e municípios, que deverão implementar várias políticas como:

– O pagamento de três parcelas de R$ 600 aos trabalhadores do setor ( artistas, produtores, técnicos, curadores, oficineiros e professores de escolas de arte);

-destinação de subsídios mensais (no valor mínimo de R$3 mil e máximo de R$ 10 mil) para manutenção de espaços artísticos e culturais e de micro e pequenas empresas culturais que tiveram as suas atividades interrompidas em razão das medidas de distanciamento social;

– realização de atividades artísticas e culturais que possam ser transmitidas pela internet ou por redes sociais.

Como parte do projeto, bancos federais podem disponibilizar linhas de crédito e condições de renegociação de débitos para trabalhadores do setor cultural ou a micro e pequenas empresas que visam fomentar atividades e aquisição de equipamentos.

A deputada e relatora do projeto Jandira Feghali (PCdoB-RJ), propôs que a lei fosse batizada de “Lei Aldir Blanc”, em homenagem ao compositor, que morreu vítima do novo coronavírus.

“Esta lei foi apelidada por todo o Brasil de Lei de Emergência Cultural. Muitos artistas faleceram neste período da pandemia como Dona Neném da Portela, Rubem Fonseca, Flávio Migliaccio, Moraes Moreira, mas um deles deve dar nome a esta lei pela obra que deixa ao Brasil e por ter sido vitimado pela covid-19, e tenho certeza honrará muito a todas e todos nós. Por isto, quero propor ao Parlamento e à sociedade que chamemos esta lei de Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc”, disse Jandira.

 

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Funcionários usam jogo online para fazer reuniões durante a quarentena

Funcionários de uma empresa acharam uma maneira de descontrair durante a quarentena, com reuniões de trabalho no jogo Red Dead Redemption.

O caso foi descoberto no Twitter da usuária Viviane Schwarz. Ela relatou como as reuniões estavam sendo mais produtivas no jogo (Via Jovem Nerd).

Viviane postou que seus colegas de trabalho estavam casados de usarem os tradicionais apps para videoconferências como Zoom e Skype. No Red Dead, as reuniões eram bem melhores, já que era só escolher um ponto isolado no mapa e montar uma fogueira para conversarem no chat de voz do jogo.

“Zoom é péssimo. Em vez de usar ele, nós começamos a fazer nossas reuniões em Red Dead Redemption. É muito bom sentar em uma fogueira e discutir projetos, com os lobos uivando à noite”, publicou Viviane.

Para quem ficou animado em experimentar a ideia, Viviane alertou que há algumas situações adversas no jogo, como alguém acabar atirando no personagem do colega sem querer, mas tudo acaba sendo divertido.

“Um dos maiores problemas é que a fogueira não tem espaço o suficiente para todo mundo, e o botão de sentar no chão é o mesmo de estrangular alguém que está próximo. Mesmo assim, ainda é melhor que Zoom”, contou.

“Uma das vantagens é que, quando todos concordam que a reunião já acabou, você pode simplesmente subir no seu cavalo e cometer algum crime ou impedir um, o que é muito menos estranho do que todos sorrindo e acenando para a câmera enquanto tentam fechar a página”, explicou a jogadora.

 

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Anitta faz live com Gabriela Prioli para educar seguidores sobre política

A cantora Anitta se destacou na semana passada ao defender os direitos autorais dos compositores quando uma emenda injusta foi inserida pelo deputado Felipe Carreras na Medida Provisória 948/2020. Desta vez, a cantora fez uma live com Gabriela Prioli para discutir política e educar seus seguidores.

Conhecida como comentarista política da CNN, Gabriela Prioli ajudou Anitta a levar o assunto da política para seus seguidores de forma descomplicada.

Durante a live, segundo o PopLine, vários assuntos foram abordados, como os conceitos de poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, assim como seus deveres. Além disso, foi discutido a falta de liderança adequada do presidente Jair Bolsonaro sobre a situação do combate e prevenção do Coronavírus.

A especialista ainda defendeu Anitta, que no passado chegou a ser “cancelada” por não se posicionar durante as eleições para presidente, além de ter sido acusada de se beneficiar do “pinkmoney” – termo usado para caracterizar a comercialização de produtos para o público LGBTQ+: “não tá certo alguém se posicionar por pressão”, afirmou Prioli.

A live pode ser vista pelo Instagram da cantora. A data para a próxima live com a dupla também já está marcada para a próxima semana com conceitos sobre as diferenças entre “direita” e “esquerda” política.

Foto: Reprodução

 

#DicaMCT: Nesta quinta-feira (14/05) às 19h, participaremos da live no @musicaemredeoficial. Vamos falar sobre um tema bem comentando por aqui: os ‘Impactos e perspectivas do mercado da música em 2020’. Fique ligado em nosso INSTAGRAM!

Anitta debate MP948/2020 com o deputado Felipe Carreras durante live no Instagram

Aconteceu ontem (5) no Instagram da cantora Anitta, uma live com o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) a fim de esclarecer a Medida Provisória 948/202, que envolve uma emenda para isentar o pagamento de direitos autorais em eventos.

A live aconteceu a pedido da própria cantora, que ao longo desta terça-feira recebeu vários apelos de compositores preocupados com a medida que, se aprovada, passa a cobrar dos próprios autores os direitos autorais em eventos.

O assunto também ganhou grande proporção na internet por causa da circulação de um vídeo em denúncia à emenda e os reais interesses para que sua aprovação aconteça.

Segundo matéria da UBC (União Brasileira dos Compositores), a artista pediu ao deputado a retirada da emenda, explicou detalhes sobre o sistema de gestão coletiva de direitos autorais e afirmou que a inclusão do texto em um pacote que se refere à epidemia do covid-19 é uma ação de “má-fé”, já que se aprovada às pressas, os titulares de direitos autorais serão prejudicados.

Em resposta, o deputado afirmou que a medida poderia ser uma proposta de má-fé apenas se a votação acontecesse nesta semana: “[…] Mas temos 120 dias para votar, até o final de julho. Foi um compromisso pactuado para retirar o tema da MP 907”, afirmou Carreras. “Eu posso fazer uma autocrítica e reconhecer que a emenda pode dar uma leitura dúbia”, completou.

Não satisfeita com os posicionamentos do deputado, a artista foi incisiva: “Vocês estão ferindo a Constituição: o artista tem o direito constitucional de decidir como a obra dele vai ser usada, como vai cobrar por ela. Seus direitos autorais estão protegidos pela lei. Essa inclusão é de um oportunismo sem limites.”

Mesmo com os argumentos incoerentes com o que, de fato, está na emenda, o deputado ainda alegou que está defendendo os interesses dos titulares ao propor uma “distribuição de lucros e prejuízos” no caso dos eventos e shows, tirando do âmbito da receita bruta o critério de cobrança da execução pública. Anitta finalizou a transmissão com a frase: “Você não está do nosso lado”.

Assista a live na íntegra AQUI

 

Entendendo a MP 948:

– A MP 948/2020 prevê medidas para cancelamentos de reservas turísticas e de eventos no contexto da epidemia de Covid-19.

– No dia 05/05 foi inclusa uma emenda com novas regras que incluem a isenção de pagamentos de direitos de execução pública por produtores de eventos.

– A emenda é considerada um jabuti, termo usado no legislativo para tratar de emendas que são incluídas nas pautas para atender interesses pessoais.

– A MP é apresentada pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), ligado à Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape).

– Se a proposta for aprovada, sociedades em dívida com a União no Cadin (Cadastro Informativo dos Créditos Não Quitados) não poderão mais cobrar direitos autorais.

– O Ecad será proibido de usar o critério de percentual sobre bilheteria para calcular o valor devido pelos produtores de eventos e shows.

– A partir da aprovação, os próprios intérpretes ficam responsáveis pelo pagamento de execução, por meio de uma retenção de 5% de seus cachês.

 

 

Foto: reprodução

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