Há 20 anos, as gravadoras miravam nos fãs. Será que vai funcionar pela segunda vez?

As gravadoras estão, mais uma vez, voltando os olhos para o fandom como fonte de receita. Segundo Tatiana Cirisano do site MIDiA Research, acordos de direitos autorais expandidos — que ficaram conhecidos nos anos 2000 como “acordos 360” — estão de volta ao debate. Na época, as gravadoras passaram a buscar participação não só nas vendas de álbuns, mas também em turnês, produtos e contratos de publicidade dos artistas. Hoje, com o crescimento do streaming em ritmo mais lento, essa estratégia ressurge como alternativa de monetização.

Diferente do cenário de 20 anos atrás, artistas agora têm mais autonomia, plataformas próprias e influência nas negociações. Ao mesmo tempo, as grandes gravadoras já possuem melhor estrutura para atuar nesse novo modelo, com divisões de merchandising, parcerias com plataformas de fãs e até funções específicas como gerentes de comunidade artística. Em 2023, os acordos expandidos representaram 10% do mercado da música gravada, gerando US$ 3,5 bilhões. A expectativa é que esse número cresça ainda mais em 2024.

Com as maiores gravadoras posicionando a monetização dos fãs como crucial para o seu futuro, é um bom momento para relembrar o passado. O que aconteceu da última vez que a indústria musical buscou a expansão dos direitos — e o que pode mudar agora?

1. Alavancagem

Nos anos 2000, as gravadoras argumentavam que mereciam ver mais retorno sobre seus investimentos na construção de marcas de artistas. Assim como hoje, os esforços das gravadoras para divulgar e revelar novas estrelas frequentemente levavam esses artistas a fechar contratos com marcas e turnês massivas – mas as gravadoras normalmente não compartilhavam desses ganhos. Na época, as gravadoras tinham forte influência para exigir sua parte. A internet ainda não havia se tornado uma força democratizadora para a distribuição de música, e um contrato com uma gravadora ainda era um pré-requisito para qualquer tipo de sucesso significativo.

2. Capacidade

Para tornar realidade seus sonhos de monetização de fãs, as gravadoras podem precisar assumir mais riscos – trabalhando com os artistas mais cedo e investindo recursos na construção de suas bases de fãs desde o início, em vez de se precipitar para monetizar uma vez que essas bases já estejam formadas. Este é um desafio para as grandes gravadoras de capital aberto, que estão sob pressão para apresentar retornos trimestrais de suas estratégias de monetização de fãs – o que dificilmente seria tempo para uma jornada de 10 anos de desenvolvimento de artistas e fãs. Apesar desses desafios, no entanto, a mudança para o fandom pode ser uma força positiva – incentivando as gravadoras a nutrir e desenvolver jovens talentos e se concentrar em ajudá-los a conquistar apoiadores fiéis, em vez de públicos passivos.

3. Alternativas

Com o aumento das receitas de streaming na década de 2010 e o pânico da virada do século se dissipando, os acordos de direitos expandidos ficaram em segundo plano. Com esses direitos deixando de ser pontos críticos, as gravadoras voltaram sua atenção para termos que lhes dessem uma fatia maior da receita de seu verdadeiro gerador de receita: o streaming. Como resultado, nunca vimos a história dos direitos expandidos se concretizar de fato na primeira vez.

📎 Leia a matéria completa aqui:
https://www.midiaresearch.com/blog/20-years-ago-labels-targeted-fandom-will-it-work-the-second-time-around

 

Resumo:

As gravadoras estão, mais uma vez, voltando os olhos para o fandom como fonte de receita. Segundo Tatiana Cirisano do site MIDiA Research, acordos de direitos autorais expandidos — que ficaram conhecidos nos anos 2000 como “acordos 360” — estão de volta ao debate. Na época, as gravadoras passaram a buscar participação não só nas vendas de álbuns, mas também em turnês, produtos e contratos de publicidade dos artistas. Hoje, com o crescimento do streaming em ritmo mais lento, essa estratégia ressurge como alternativa de monetização.

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