Cantor Sertanejo é Preso por Esquema de Fraude Musical no Spotify

Operação do Ministério Público revelou esquema de fraude no Spotify, onde um cantor sertanejo usava perfis falsos para roubar músicas de outros compositores, criar plays artificiais com bots e lucrar diretamente. Ele é acusado de causar prejuízos de R$ 6,6 milhões e pode pegar até dez anos de prisão.

O sertanejo Ronaldo Torres de Souza, 46, foi preso preventivamente no dia 5 de dezembro, em Passo Fundo (RS), acusado de liderar um esquema de roubo de músicas com o uso de perfis falsos no Spotify.

De acordo com o Uol, o Ministério Público identificou que o sertanejo controlava sozinho uma rede que movimentava músicas roubadas de outros compositores, usava robôs para simular plays e lucrava diretamente com os ganhos.

Ronaldo é a primeira pessoa presa no Brasil por fraudes em serviços de streaming musical. Ele chegou a flertar com o sucesso em 2015, mas acabou optando por um caminho ilegal. A investigação aponta que ele criava perfis de artistas fictícios usando documentos falsos e cadastrava as músicas roubadas, enquanto o dinheiro caía direto em seu Pix.

Na operação, foram apreendidos cerca de R$ 2,3 milhões em bens, como carros e criptomoedas. Em sua casa, no Recife, o MP encontrou uma “fazenda de streams”, composta por 21 laptops programados para simular a audiência de 2.500 ouvintes simultâneos.

Além das músicas roubadas, Ronaldo usava faixas criadas por inteligência artificial para inflar o esquema. No total, ele é acusado de causar um prejuízo estimado de R$6,6 milhões a autores. A Justiça de Goiás já aceitou a denúncia, e ele pode pegar até dez anos de prisão por estelionato, falsa identidade e violação de direitos autorais.

O cantor Murilo Huff, ex-companheiro de Marília Mendonça, está entre as vítimas. O MP ainda investiga outros possíveis casos, já que nos dispositivos de Ronaldo foram encontradas mais de 3.900 faixas.

Em abril de 2024, o UOL revelou a existência de 209 perfis falsos, 444 músicas e 28 milhões de plays suspeitos no Spotify. Procurado após sua liberação da prisão preventiva, Ronaldo alegou estar hospitalizado e não deu mais declarações. Seu advogado afirmou que ele continua colaborando com a Justiça.

O caso trouxe à tona a dificuldade de identificar fraudes no setor musical. Uma consultoria especializada estima que 10% dos plays globais em streamings são falsos, desviando cerca de US$ 2 bilhões por ano. Apesar do impacto, plataformas como o Spotify afirmam depender de intermediários para verificar a autenticidade do conteúdo.

Imagem: Ministério Público de Goiás/Reprodução

 

Resumo:

Operação do Ministério Público revelou esquema de fraude no Spotify, onde um cantor sertanejo usava perfis falsos para roubar músicas de outros compositores, criar plays artificiais com bots e lucrar diretamente. Ele é acusado de causar prejuízos de R$ 6,6 milhões e pode pegar até dez anos de prisão.

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