Suno aprimora editor de músicas com IA em meio a negociações com gravadoras

A plataforma de criação musical com inteligência artificial Suno, atualmente enfrentando processos por suposta violação de direitos autorais, anunciou nesta terça-feira (3) novas atualizações no seu Song Editor. Agora, a ferramenta permite aos usuários fazer upload de faixas em andamento (work-in-progress), reorganizar ou remixar o material, alterar letras, e iniciar novas composições a partir de um texto ou melodia cantada. O editor também ganhou três novos controles criativos que ajustam o nível de experimentalismo (“weirdness”), a estrutura e o grau de referência a estilos já existentes (reference-driven). A duração máxima das faixas foi expandida para até oito minutos, e é possível exportar até 12 stems (como vocais, bateria e baixo) para uso em qualquer DAW (estação de trabalho de áudio digital).

Segundo o Music Business Worldwide, essas atualizações ocorrem em meio a negociações entre a Suno e as principais gravadoras — Sony Music, Universal Music Group e Warner Music Group. As gravadoras estariam exigindo uma tecnologia de identificação similar ao Content ID do YouTube, para rastrear como e quando suas músicas são usadas pelas plataformas de IA. Também pedem participação ativa no desenvolvimento de produtos e modelos de negócios, além de taxas de licenciamento e uma pequena participação acionária nas startups envolvidas. Enquanto isso, seguem os processos judiciais movidos contra Suno e sua concorrente Udio, nos quais as gravadoras alegam que ambas treinaram seus modelos com músicas protegidas por direitos autorais — algo que as empresas afirmam se enquadrar na exceção de fair use (uso justo).

“Em resposta aos processos judiciais de agosto passado, a Suno e a Udio praticamente admitiram ter treinado seus modelos de IA em músicas protegidas por direitos autorais, mas argumentaram que isso deveria ser visto como uma isenção de “Fair use” às leis de direitos autorais.”

“As gravadoras de propriedade da

Sony , Universal e Warner entraram com ações judiciais

no ano passado , alegando “violação em massa de gravações sonoras protegidas por direitos autorais” e oferecendo evidências de que, quando solicitados, os geradores de música reproduzirão músicas e letras muito semelhantes, se não idênticas, às músicas existentes.”

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https://www.midiaresearch.com/blog/20-years-ago-labels-targeted-fandom-will-it-work-the-second-time-around

Gravadoras em negociações com plataformas de música por IA, Suno e Udio

A Universal Music, Warner Music e a Sony Music estão em negociações para licenciar seus catálogos às startups de IA Udio e Suno, de acordo com um novo relatório da Bloomberg. Os acordos estabeleceriam uma estrutura sobre como as empresas de IA devem pagar pelo uso dos fonogramas. Além disso, as gravadoras estão buscando receber uma pequena participação acionária na Suno e na Udio.

Qualquer acordo ajudaria a resolver os processos judiciais entre as gravadoras e as startups de IA. As gravadoras processaram a Udio e a Suno no ano passado por violação de direitos autorais. Ambas as partes estão em negociações para tentar chegar a um acordo, em vez de continuar com as disputas judiciais.

Segundo o relatório, as gravadoras majors buscam ter mais controle sobre o uso de seus catálogos, enquanto as startups de IA querem flexibilidade para uso.

Há 20 anos, as gravadoras miravam nos fãs. Será que vai funcionar pela segunda vez?

Diferente do cenário de 20 anos atrás, artistas agora têm mais autonomia, plataformas próprias e influência nas negociações. Ao mesmo tempo, as grandes gravadoras já possuem melhor estrutura para atuar nesse novo modelo, com divisões de merchandising, parcerias com plataformas de fãs e até funções específicas como gerentes de comunidade artística. Em 2023, os acordos expandidos representaram 10% do mercado da música gravada, gerando US$ 3,5 bilhões. A expectativa é que esse número cresça ainda mais em 2024.

Com as maiores gravadoras posicionando a monetização dos fãs como crucial para o seu futuro, é um bom momento para relembrar o passado. O que aconteceu da última vez que a indústria musical buscou a expansão dos direitos — e o que pode mudar agora?

1. Alavancagem

Nos anos 2000, as gravadoras argumentavam que mereciam ver mais retorno sobre seus investimentos na construção de marcas de artistas. Assim como hoje, os esforços das gravadoras para divulgar e revelar novas estrelas frequentemente levavam esses artistas a fechar contratos com marcas e turnês massivas – mas as gravadoras normalmente não compartilhavam desses ganhos. Na época, as gravadoras tinham forte influência para exigir sua parte. A internet ainda não havia se tornado uma força democratizadora para a distribuição de música, e um contrato com uma gravadora ainda era um pré-requisito para qualquer tipo de sucesso significativo.

2. Capacidade

Para tornar realidade seus sonhos de monetização de fãs, as gravadoras podem precisar assumir mais riscos – trabalhando com os artistas mais cedo e investindo recursos na construção de suas bases de fãs desde o início, em vez de se precipitar para monetizar uma vez que essas bases já estejam formadas. Este é um desafio para as grandes gravadoras de capital aberto, que estão sob pressão para apresentar retornos trimestrais de suas estratégias de monetização de fãs – o que dificilmente seria tempo para uma jornada de 10 anos de desenvolvimento de artistas e fãs. Apesar desses desafios, no entanto, a mudança para o fandom pode ser uma força positiva – incentivando as gravadoras a nutrir e desenvolver jovens talentos e se concentrar em ajudá-los a conquistar apoiadores fiéis, em vez de públicos passivos.

3. Alternativas

Com o aumento das receitas de streaming na década de 2010 e o pânico da virada do século se dissipando, os acordos de direitos expandidos ficaram em segundo plano. Com esses direitos deixando de ser pontos críticos, as gravadoras voltaram sua atenção para termos que lhes dessem uma fatia maior da receita de seu verdadeiro gerador de receita: o streaming. Como resultado, nunca vimos a história dos direitos expandidos se concretizar de fato na primeira vez.

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