Music AI arrecada US$ 40 milhões enquanto a plataforma Moises alcança 50 milhões de usuários globais

A Music AI, criadora da plataforma de criação musical Moises, anunciou a captação de US$ 40 milhões em uma rodada de financiamento Série A. A rodada foi liderada pela Connect Ventures, parceria entre a agência CAA e a NEA, com participação do investidor brasileiro Monashees, além de nomes como Samsung Next, Kickstart e Valutia.

De acordo com o Music Business Worldwide, a plataforma Moises, que agora possui 50 milhões de usuários registrados globalmente, foi reconhecida como o aplicativo do ano para iPad pela Apple em 2024. Lançada em 2019, a ferramenta oferece funcionalidades como separação de faixas, transcrição musical e recursos de IA generativa, como modelagem de voz.

O CEO da Music AI, Geraldo Ramos, destacou que o financiamento impulsionará a missão de tornar a inovação musical acessível e ética. “Nossa tecnologia é treinada em conteúdo licenciado para garantir compensação justa aos criadores”, disse Ramos.

Com raízes brasileiras, a empresa também se prepara para lançar novos produtos no primeiro trimestre de 2025, incluindo recursos de separação de hastes em tempo real e ferramentas de cocriação musical.

A rodada reforça o crescimento da Music AI, que já captou mais de US$ 50 milhões desde 2022. Segundo Michael Blank, da Connect Ventures, a empresa está ajudando a moldar o futuro da música ao combinar tecnologia avançada com respeito aos criadores.

Foto; reprodução /Moises.IA

Cantor Sertanejo é Preso por Esquema de Fraude Musical no Spotify

O sertanejo Ronaldo Torres de Souza, 46, foi preso preventivamente no dia 5 de dezembro, em Passo Fundo (RS), acusado de liderar um esquema de roubo de músicas com o uso de perfis falsos no Spotify.

De acordo com o Uol, o Ministério Público identificou que o sertanejo controlava sozinho uma rede que movimentava músicas roubadas de outros compositores, usava robôs para simular plays e lucrava diretamente com os ganhos.

Ronaldo é a primeira pessoa presa no Brasil por fraudes em serviços de streaming musical. Ele chegou a flertar com o sucesso em 2015, mas acabou optando por um caminho ilegal. A investigação aponta que ele criava perfis de artistas fictícios usando documentos falsos e cadastrava as músicas roubadas, enquanto o dinheiro caía direto em seu Pix.

Na operação, foram apreendidos cerca de R$ 2,3 milhões em bens, como carros e criptomoedas. Em sua casa, no Recife, o MP encontrou uma “fazenda de streams”, composta por 21 laptops programados para simular a audiência de 2.500 ouvintes simultâneos.

Além das músicas roubadas, Ronaldo usava faixas criadas por inteligência artificial para inflar o esquema. No total, ele é acusado de causar um prejuízo estimado de R$6,6 milhões a autores. A Justiça de Goiás já aceitou a denúncia, e ele pode pegar até dez anos de prisão por estelionato, falsa identidade e violação de direitos autorais.

O cantor Murilo Huff, ex-companheiro de Marília Mendonça, está entre as vítimas. O MP ainda investiga outros possíveis casos, já que nos dispositivos de Ronaldo foram encontradas mais de 3.900 faixas.

Em abril de 2024, o UOL revelou a existência de 209 perfis falsos, 444 músicas e 28 milhões de plays suspeitos no Spotify. Procurado após sua liberação da prisão preventiva, Ronaldo alegou estar hospitalizado e não deu mais declarações. Seu advogado afirmou que ele continua colaborando com a Justiça.

O caso trouxe à tona a dificuldade de identificar fraudes no setor musical. Uma consultoria especializada estima que 10% dos plays globais em streamings são falsos, desviando cerca de US$ 2 bilhões por ano. Apesar do impacto, plataformas como o Spotify afirmam depender de intermediários para verificar a autenticidade do conteúdo.

Imagem: Ministério Público de Goiás/Reprodução