MEDIDA PROVISÓRIA TRARÁ PREJUÍZO DE R$110 MILHÕES A COMPOSITORES

O jornal O Estado de S. Paulo publicou uma entrevista com a nova superintendente do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), Isabel Amorim. A pauta principal foi a medida provisória “A Hora do Turismo”, que embora tenha sido criada para incentivar o setor hoteleiro no país, pode tirar cerca de R$110 milhões da classe artística por ano.

Embora tenha o objetivo de incentivar a criação de empregos e o crescimento do setor hoteleiro no Brasil, a medida provisória pode prejudicar os compositores, uma vez que entre as mudanças previstas está a isenção de pagamento de direitos autorais por músicas executadas em quartos de estabelecimentos hoteleiros.

De acordo com a notícia, a MP proposta pelo Ministério do Turismo está sob análise da equipe econômica. “A proposta mantém a cobrança dos direitos autorais de canções executadas em áreas comuns dos hotéis, como recepção e restaurantes, mas a retira dos espaços privados”, informou o portal.

Ela disse que a expectativa é a de que “a medida não seja assinada pelo presidente da República”.

“Apoiamos reformas que beneficiem o desenvolvimento do turismo e a economia do País, mas não é necessário que isso seja feito à custa dos artistas. Esta proposta de isenção é temerária e prejudicial para toda a classe artística. A música disponibilizada nos quartos, seja na programação musical de rádio ou televisiva, é um atributo importante para o maior conforto dos clientes, agregando valor ao negócio”, disse Isabel Amorim.

Segundo a Superintendente, a medida trará um prejuízo de R$110 milhões anuais para mais de 100 mil compositores, intérpretes e músicos.

Foto: Canva

Após negociações, Doria deixa TV Cultura e Netflix em saia justa

Na semana passada, o governo de São Paulo envolveu a Netflix e a TV Cultura em um grande climão. Isso porque, após uma visita à sede da Netflix, o governador João Doria (PSDB) anunciou que a TV Cultura havia feito uma parceria com o serviço de streaming, a fim de viabilizar estúdios para que a meta de 30 produções brasileiras fossem realizadas em 2020.

Segundo a Folha de São Paulo, em seguida,  a Netflix divulgou uma nota na quinta-feira (21), afirmando apenas que a reunião foi realizada, mas nada foi fechado, pois não possui interesse em realizar acordos no momento.

Não satisfeitos com a repercussão, Doria e seu secretário de Cultura, Sérgio Sá Leitão, realizaram nova entrevista para reafirmar que as negociações ainda estavam de pé. Para o Tucano, a Netflix não confirmou a parceria, pois está em um momento cauteloso já que em será listada na Bolsa de Valores.

A Netflix, não quis mais se pronunciar sobre o assunto. Vale lembrar que o serviço anunciou que investirá cerca de R$350 milhões em conteúdo nacional brasileiro em 2020.

Ainda de acordo com o portal, durante a coletiva posterior à reunião, Doria e Leitão, chegaram a detalhar a oferta, incluindo aluguel de equipamentos e mão de obra.

Doria e a diretoria da Confederação Nacional da Indústria estiveram na Califórnia para visitar empresas de audiovisual e tecnologia.

 

Foto: Mike Blake/Reuters