Virgin Music chega ao Brasil com foco no Sertanejo

Nesta segunda-feira (12) A Universal Music anunciou o lançamento da Virgin Music Label & Artist, com liderança de Miguel Cariello.

Conforme o Music Business Worldwide, a Virgin Music Label & Artist Services foi lançada em fevereiro deste ano como uma nova divisão global, a fim de atender artistas e gravadoras independentes, resgatando o espírito lendário da antiga gravadora Virgin Records, responsável por lançar álbuns de nomes como Genesis, Keith Richards, RBD, Janet Jackson, The Human League,  Simple Minds, Rolling Stones, Lenny Kravitz, The Smashing Pumpkins, Spice Girls e Daft Punk.

No Brasil, a gravadora chega sob a liderança de Miguel Cariello, que possui vasta experiência no mercado musical como gerente de marketing, produção e gestor de carreiras artísticas. Desde 2017 o executivo atuava como Diretor de Conteúdo da Universal Music Brasil.

Tudo indica que no país, a gravadora deve atuar com foco no sertanejo, já que a empresa fechou uma parceria com a WorkShow, um dos maiores players do mercado.

Durante o anúncio, Paulo lima, presidente da Universal Music Brasil, anunciou a dupla sertaneja Henrique & Juliano, como novos membros do casting da Virgin Music:

“Não há dúvidas de que estamos lançando um dos modelos de negócios mais extraordinários da história da indústria musical brasileira”, disse Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil. “Esta parceria revolucionária ajudará a estabelecer novos marcos expressivos entre os artistas e o público. Gostaria de agradecer e dar as boas-vindas aos talentosos executivos e as equipes que conduzirão esta parceria e agradecer à Work Show por acreditar em nossa visão estratégica desta aliança. Além disso, tenho enorme prazer em receber todos os artistas e, em especial, a dupla Henrique & Juliano, na família Virgin Music”.

Henrique & Juliano vem seguindo uma carreira consagrada no Sertanejo. A dupla acumula mais de 10 bilhões de visualizações e 13,2 milhões de assinantes em seu canal no YouTube. Com 5,5 milhões de ouvintes no Spotify, a dupla é influente também nas redes sociais. São mais de 10,2 milhões de seguidores no Instagram, 10 milhões no Facebook e 2,6 milhões no Twitter.

 

Foto: A dupla Henrique & Juliano junta-se à WorkShow como primeira contratação da Virgin./ reprodução

Saída do sertanejo em paradas musicais é questão de recuo estratégico, diz empresário

Recentemente, publicamos aqui que o sertanejo pela primeira vez deixou o ranking das três mais tocadas no YouTube Charts Brasil. Barões da Pisadinha, Zé Vaqueiro e MC Don Juan se tornaram os artistas mais ouvidos no país.

O Youtube Charts Brasil tem sido importante para mensurar o mercado musical nacional, e desde sua criação o sertanejo sempre esteve na liderança com artistas como Marília Mendonça, Gusttavo Lima, Zé Neto & Cristiano e Henrique & Juliano.

O que poderia explicar a saída dos sertanejos do ranking nacional, principalmente durante a pandemia do coronavírus? Wander Oliveira, o empresário e dono do maior escritório de música sertaneja no Brasil, a Workshow, falou ao G1 sobre estratégias e posicionamento de mercado, adotados pelos artistas do gênero neste momento.

Em entrevista, o empresário explicou que os shows presenciais são cruciais para alavancar o gênero, e neste momento os artistas estão impedidos de se apresentar. O recuo estratégico nos lançamentos foi necessário:

“Depois que começou a pandemia, nós do sertanejo não lançamos mais nada, nada novo. Por posicionamento, a gente achou melhor ficar mais tranquilo. O próprio artista achou melhor dar um tempo e não lançar nada. A gente tem uma cultura de lançar muita coisa ao vivo, e não tivemos essa oportunidade”, explicou o empresário ao portal.

Apesar do recuo, Oliveira disse que está otimista e nos próximos meses os artistas devem voltar com os lançamentos: “O sertanejo faz muito show, e a gente está sem o show. Então por opção a gente parou de lançar. Vamos começar a lançar novamente agora. No mês de junho a gente começa a retomar o mercado. Em torno de uns três, quatro meses, o mercado volta à normalidade, porque com os novos lançamentos, a coisa volta ao que era antes”, disse Oliveira.

Alguns especialistas apontam a falta de renovação e inovação do estilo como outro motivo para a queda no sertanejo. Sobre isso, o empresário disse não considerar essa hipótese:

“Na verdade, o sertanejo se renova a cada dia. Não é uma falta de renovação. Se você for ver, não tem nenhum ritmo que tem tanto artista novo que acontece sempre. Até a própria renovação de ritmo mesmo. Não acredito que seja isso. Pra mim, na qualidade de pessoa que trabalha com sertanejo há anos, é somente a questão de lançamentos”.

“Se você pegar nas pesquisas, as pessoas estão muito mais em casa. E quando ela está em casa, ela consome muito mais a música e isso acaba passando mais rápido também. Com o não lançamento, as pessoas começam a enjoar mesmo. Vai ouvindo, ouvindo, dali a pouco ela nem aguenta mais ouvir aquela música”, concluiu o empresário.

 

Foto: Wander Oliveira entre artistas da Workshow  – Reprodução/Instagram