Daniel Ek Revela Planos para ‘Uma Versão Muito Melhor do Spotify’ em Teleconferência de Resultados

O Spotify divulgou ontem seus resultados financeiros do segundo trimestre em uma teleconferência. Um dos pontos discutidos foi o crescimento de usuários ativos mensais (MAUs), que são pessoas que acessam o serviço pelo menos uma vez por mês. A empresa registrou 626 milhões de MAUs, um aumento de 14% em relação ao ano anterior, mas 5 milhões a menos do que o previsto.

Conforme o MusicAlly, o CEO Daniel Ek falou sobre duas iniciativas para aumentar os usuários da versão gratuita do Spotify. A primeira é melhorar o marketing, e a segunda é aprimorar a versão gratuita do aplicativo para aumentar o engajamento e a retenção, especialmente em mercados em desenvolvimento.

Ek também comentou sobre a disputa do Spotify com editoras nos EUA. Ele disse que os pagamentos às editoras continuam a crescer ano após ano, com recordes em 2023 e expectativas de superação em 2024.

Outro ponto discutido foi a introdução de um novo nível de serviço, que será mais caro e oferecerá recursos adicionais em comparação com a assinatura premium atual. Embora o lançamento ainda esteja sem data definida, Ek sugeriu que o novo plano pode custar entre US$17 e US$18 e proporcionará uma experiência aprimorada para os usuários mais exigentes.

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Relatório da Luminate Revela Crescimento de 15% no Streaming Global em 2024

A empresa de pesquisa Luminate lançou seu relatório semestral para 2024, revelando um crescimento robusto no mercado de música gravada. Nos primeiros seis meses deste ano, houve impressionantes 2,29 trilhões de transmissões de áudio sob demanda globalmente, marcando um aumento de 15,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Conforme análise do MusicAlly, nos EUA, os fluxos de áudio sob demanda cresceram 8%, totalizando 665,8 bilhões, o que representa pouco mais de 29% do total global, uma ligeira queda em comparação com o ano anterior.

O relatório destaca que a música latina é o gênero de crescimento mais rápido nos EUA, aumentando sua participação em streaming em 0,51 pontos percentuais anualmente. Enquanto isso, o R&B/Hip-Hop continua a liderar em termos de fluxos atuais.

Uma análise interessante é que artistas independentes estão aumentando sua participação em streams, com aumentos notáveis em todos os níveis, desde 1 milhão até 100 milhões de streams.

Além disso, o relatório revela que 76% dos ouvintes americanos de música assistiram a vídeos curtos, com o TikTok liderando, seguido de perto pelo YouTube Shorts.

Internacionalmente, artistas mexicanos viram um aumento significativo em sua participação nos fluxos globais, enquanto artistas britânicos e americanos experimentaram declínios.

Por fim, os países nórdicos – Noruega, Islândia e Suécia – se destacam com a maior quota de streaming premium, enquanto a Índia apresenta a menor.

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Novo Imposto no Canadá é contestado pelos maiores serviços streaming de música

Três dos maiores serviços de streaming de música do mundo – Amazon, Apple e Spotify – estão enfrentando um embate legal no Canadá. Eles entraram com ações judiciais contra uma nova regulamentação que impõe um imposto de 5% sobre suas receitas canadenses. Ao mesmo tempo, a Motion Picture Association (MPA)–Canadá, representando gigantes de Hollywood como Netflix, Disney e Warner Bros., também contestou um imposto semelhante sobre serviços de streaming de vídeo.

De acordo com o Music Business Worldwide as contestações foram apresentadas separadamente ao Tribunal Federal de Apelações do Canadá na última quinta-feira (4 de julho). Os serviços de streaming argumentam que o regulamento ultrapassa a autoridade do regulador CRTC (Conselho de Radiodifusão e Telecomunicações do Canadá). Graham Davies, da Digital Media Association (DiMA), criticou a medida como uma política retrógrada que não reconhece as contribuições dos serviços de streaming para a produção musical.

A nova Lei de Streaming Online do Canadá, aprovada em 2023, expandiu o poder do CRTC para incluir conteúdo online. A partir deste outono, serviços de streaming de música não afiliados a emissoras canadenses e com receitas anuais superiores a US$ 25 milhões no Canadá devem contribuir com 5% de suas receitas para fundos que apoiam criadores e emissoras musicais locais.

Tanto os serviços de streaming de música quanto os de vídeo contestam que financiar a produção de notícias local vai além da intenção legislativa e viola acordos de livre comércio, como o USMCA e o CETA. A MPA-Canadá destacou que essa medida discriminatória não reconhece o papel dos serviços globais na economia cultural do Canadá.

Essa saga legal pode redefinir as obrigações financeiras e culturais das plataformas globais de entretenimento no Canadá, levando a consequências de longo alcance para o futuro da indústria de mídia digital no país e no mundo.

Foto; Shubham Sharan via Unsplash

Ecad Prestes a Alcançar Marca Histórica: 7 Trilhões de Execuções Musicais Identificadas!

O Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad) está prestes a alcançar um marco histórico: a identificação de 7 trilhões de execuções musicais no streaming de música e vídeo. Esse número representa um crescimento exponencial na utilização de obras musicais no ambiente digital.

De acordo com o colunista Ancélmo Góes, nos últimos cinco anos, o Ecad identificou impressionantes 6,7 trilhões de execuções musicais, com mais de 3,2 trilhões apenas em 2023. Essa estatística não se refere ao total de músicas tocadas, mas sim à quantidade de “plays” monitorados pela instituição nesse período. A capacidade de identificar 100 mil músicas por segundo, possibilitada por tecnologias de ponta, garante que autores e artistas recebam os direitos autorais devidos por suas criações.

Esse marco é um divisor de águas para a indústria musical brasileira e reforça o compromisso do Ecad com a justiça e a transparência na distribuição de direitos autorais.

Foto: Pedro Kirilos/ Foto de arquivo

Diretor da Abramus Analisa Transformação do Mercado Musical e Remuneração no Streaming

Nos últimos anos, a música digital tem se consolidado no Brasil, especialmente desde a chegada do iTunes em 2011. Gustavo Gonzalez, diretor da Abramus e da Abramus Digital, detalha esse processo de transformação em um artigo recente para a Billboard.

A mudança do CD para o digital trouxe várias novidades. Antes, a venda de CDs era a principal fonte de renda para artistas e compositores. Agora, com os serviços de streaming, os usuários pagam para acessar músicas sem possuí-las. Isso muda a forma de remuneração dos artistas, que recebem de acordo com a quantidade de vezes que suas músicas são tocadas nas plataformas digitais.

Para Gonzalez, um dos principais desafios do mercado digital é a distribuição de receita. No Brasil, onde a economia é instável, muitas famílias não priorizam o pagamento por serviços de música digital. Isso faz com que muitos usuários optem por serviços gratuitos, o que resulta em menos dinheiro para os artistas.

Em países desenvolvidos, a situação é diferente. Lá, as assinaturas de streaming são mais comuns, gerando maiores receitas para os artistas. No Brasil, embora o mercado esteja crescendo, os valores ainda são baixos em comparação a esses países.

Outro ponto destacado por Gonzalez é a enorme quantidade de músicas disponíveis nas plataformas digitais. Com milhões de faixas acessíveis, o consumo é muito mais diversificado. Isso permite que gêneros menos populares também encontrem seu espaço, criando um mercado mais democrático, mas com receitas distribuídas entre muitos artistas.

O mercado digital está em constante evolução e apresenta um crescimento significativo. Segundo o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais), as receitas dos serviços digitais já representam 25% do total arrecadado em 2023, superando fontes tradicionais como TV aberta e TV por assinatura.

Essa tendência de crescimento aponta para um futuro promissor. À medida que mais pessoas aderirem aos serviços digitais, as receitas aumentarão, beneficiando todos os envolvidos no setor musical. Além disso, o uso de redes sociais como TikTok e Instagram pode ajudar os artistas a promoverem suas músicas nas plataformas digitais, ampliando ainda mais suas oportunidades de sucesso.

Para Gonzalez, é essencial entender e adaptar-se a esse novo modelo de negócio para aproveitar ao máximo as oportunidades que ele oferece.

Foto: Cadu Andrade/Divulgação

 

Ministério da Cultura anuncia plataforma de streaming gratuita para produções nacionais

O Ministério da Cultura (MinC) está prestes a lançar uma nova plataforma de streaming gratuita para promover a diversidade cultural do Brasil. A Secretaria do Audiovisual (SAV) confirmou ao Estadão que a iniciativa visa disponibilizar uma ampla gama de conteúdos audiovisuais nacionais, incluindo filmes, séries e documentários.

De acordo com o Correio Braziliense, a plataforma, que está em fase final de desenvolvimento, tem previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano. De acordo com o ministério, o objetivo é enriquecer o panorama do consumo de produções audiovisuais brasileiras e garantir maior acesso a esses conteúdos para os cidadãos.

No entanto, algumas questões ainda estão em aberto, como o financiamento da plataforma e o processo de seleção das produções que farão parte do catálogo. O Ministério da Cultura não especificou se será realizado um edital ou outro tipo de contrato para a escolha dos conteúdos.

Essa iniciativa vem ao encontro de discussões anteriores sobre a necessidade de um serviço que agregue conteúdos audiovisuais brasileiros, como destacado por Igor Kupstas, diretor da O2 Play, em entrevista ao Estadão em 2023. A plataforma não só poderá beneficiar cineclubes e ações educativas em escolas e comunidades, mas também ampliar o acesso à cultura para uma parcela maior da população.

Foto: Reprodução/Freepik

Spotify restringe acesso gratuito às letras de músicas em possível impulso para assinaturas Premium

O Spotify iniciou uma nova tentativa para atrair mais usuários para seu serviço Premium, restringindo o acesso às letras de músicas em seu nível gratuito. Embora não tenha feito um anúncio oficial, a empresa confirmou ao TechCrunch que os recursos podem variar entre mercados e dispositivos, sugerindo que a mudança pode ser mais do que apenas um teste limitado.

De acordo com o Music Business Worldwide,  usuários insatisfeitos relataram no Reddit que encontraram mensagens indicando um limite de acesso às letras. Essa mudança segue indícios anteriores de testes de restrições de letras para usuários não pagantes, com o Spotify direcionando-os ao serviço Premium para acesso total.

Embora inicialmente chamado de teste, o Spotify abandonou essa terminologia, sugerindo uma implementação mais permanente. Especula-se que seja um movimento estratégico para atrair mais usuários para o nível pago, especialmente após o aumento de 15% no número de usuários pagantes no quarto trimestre de 2023, totalizando 236 milhões.

No entanto, a eficácia dessa estratégia permanece incerta, pois as letras estão disponíveis em plataformas alternativas, como Genius, Shazam da Apple ou Musixmatch, diminuindo o valor da oferta premium do Spotify.

 

Foto: Taner Muhlis Karaguzel/Shutterstock

Esquema de roubo de composições abala mercado sertanejo

Um esquema de roubo de composições está causando agitação no mercado sertanejo do Brasil, o mais popular e lucrativo do país. Compositores afirmam que músicas inéditas, geralmente compartilhadas no meio artístico antes de serem oficialmente escolhidas por cantores, estão sendo publicadas por perfis falsos em plataformas de streaming.

Segundo o colunista Rodrigo Ortega da UOL, uma investigação encontrou uma rede de 209 falsos artistas no Spotify, que publicaram 444 guias de músicas. Essas faixas tiveram mais de 28,3 milhões de reproduções na plataforma, o que poderia render até R$332 mil aos perfis.

O prejuízo não se limita à perda de receita. Cada composição costuma ser vendida por cerca de R$15 mil, podendo render até R$1 milhão em direitos autorais se alcançar o topo das paradas nacionais.

Os compositores, desesperados, estão tentando derrubar as músicas dos perfis falsos, mas enfrentam dificuldades para obter resposta de seus representantes e do Spotify.

O problema se agrava com a aparição das músicas piratas nas plataformas, pois as composições perdem o status de inéditas, dificultando sua venda para grandes artistas, que geralmente exigem exclusividade.

A situação tem deixado os compositores inseguros e cautelosos ao enviar suas músicas para potenciais interessados. Eles suspeitam que haja pessoas infiltradas nos canais de compra e venda de música sertaneja.

Enquanto isso, empresas do setor e entidades ligadas aos direitos autorais cobram das plataformas de streaming melhores ferramentas para identificar e derrubar conteúdos irregulares. No entanto, ainda não há ações direcionadas especificamente para as guias sertanejas.

Imagem: Arte/UOL

Nova Pesquisa Revela Importância dos Serviços de Streaming na Descoberta de Novos Talentos Musicais

A empresa de análise de dados musicais Viberate divulgou os resultados de sua mais recente pesquisa, destacando o papel dos serviços de streaming na descoberta de novos artistas por A&Rs em todo o mundo.

De acordo com o Music Business Worldwide, com base em respostas de 125 profissionais da indústria musical, incluindo gerentes de gravadoras, A&Rs, agentes de reservas e profissionais de marketing digital, a pesquisa revelou que 63,2% dos entrevistados utilizam serviços de streaming diariamente para descobrir talentos, enquanto 29,6% o fazem semanalmente.

O Spotify foi classificado como a fonte mais significativa de dados de descoberta de artistas, seguido pelo YouTube, SoundCloud, Apple Music e Amazon Music.

Além disso, a pesquisa indicou que o SoundCloud é visto como a plataforma que apresenta músicas que outros serviços de streaming não oferecem, sendo considerado crucial na descoberta precoce de talentos musicais.

Outras fontes populares de descoberta de talentos incluem o Instagram, escolhido por 75,3% dos entrevistados, e o TikTok, por 49,5%. Ferramentas de análise musical, como Viberate, Chartmetric e Soundcharts, também foram citadas por 46,5% dos participantes.

Vasja Veber, fundador da Viberate, enfatizou a importância dos dados na indústria musical, destacando que embora os ouvidos e o bom gosto musical sejam essenciais, o uso de serviços de dados torna a vida dos A&Rs mais fácil na busca por novos talentos.

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Compositores e Editores Musicais nos EUA Receberão Pagamento Extra de Quase US$400 Milhões

Após uma longa batalha por compensação justa, compositores e editores musicais nos Estados Unidos estão prestes a receber uma compensação financeira de quase US$400 milhões para o período de 2021 a 2022.

De acordo com o Music Business Worldwide, a decisão, conhecida como Phonorecord III do Copyright Royalty Board, estabeleceu taxas de royalties mais altas para música transmitida durante esse período. Isso significa que gigantes de streaming como Spotify, Amazon Music e YouTube terão que pagar aos compositores e editores uma quantia significativa que anteriormente não foi repassada de forma justa.

A MLC, estabelecida pela Lei de Modernização Musical de 2018, é responsável por cobrar e distribuir esses royalties devidos. No valor a ser distribuído inclui US$281 milhões em royalties mecânicos e US$137,8 milhões em royalties de desempenho. A entidade espera que o pagamento aumente ainda mais à medida que mais relatórios de serviços de streaming chegam, possivelmente alcançando entre US$410 a US$415 milhões.

David Israelite, presidente e CEO da National Music Publishers’ Association (NMPA), expressou sua satisfação com a decisão, enfatizando que os compositores e editores finalmente receberão os lucros que lhes são devidos. Ele destacou a transparência e agilidade da distribuição desses fundos pela MLC como um benefício crucial.

Essa notícia chega em meio a grandes acontecimentos no MLC, que está passando por seu primeiro processo de redesignação e anunciou planos para auditar serviços de streaming, garantindo a precisão dos royalties pagos e reportados. A organização emitiu avisos de intenção de realizar essas auditorias em plataformas que começaram a operar sob sua licença a partir de 2021.

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