JUSTIÇA RECONHECE PECUARISTA COMO AUTOR DE CANÇÃO INFANTIL GRAVADA POR ELIANA EM 1990

A Justiça de São Paulo reconheceu Cesar Borges Barbosa, um pecuarista do interior do Rio de Janeiro, como o verdadeiro autor da canção infantil “A Janelinha”, gravada nos anos 1990 pela apresentadora Eliana.

De acordo com o colunista Rogério Gentile, a música foi incluída no álbum “Eliana 1994”, lançado pela EMB Produções e pela gravadora Sony Music (que sucedeu a BMG Ariola), mas foi atribuída como sendo de domínio público, com uma adaptação assinada por João Plinta. No processo, Barbosa afirmou que compôs a canção ainda na infância e que a publicou no livro “Música para Escola Elementar” em 1962.

Cesar Barbosa, hoje com 71 anos, só descobriu recentemente que a apresentadora havia gravado a música sem autorização, com a mesma melodia e pequenas adaptações na letra. A canção continua a ser vendida em plataformas digitais, mas sem qualquer crédito ao autor.

Na sentença, a juíza Isabela Costa ressaltou que a obra não poderia ser considerada de domínio público, pois uma música só adquire esse status 70 anos após a morte do autor.

A decisão determinou que a EMB Produções e a Sony Music indenizem o autor por danos materiais, em valores ainda a serem calculados, e por danos morais, no valor de R$ 8 mil.

Barbosa, filho da compositora Cacilda Borges Barbosa, que colaborou com o maestro Heitor Villa-Lobos, declarou que vive em Valença, no interior do Rio, em uma casa sem acesso à internet, o que dificultou sua descoberta sobre a gravação de Eliana.

A defesa de Eliana alegou que ela atuou apenas como intérprete, não sendo responsável pelas autorizações da obra, enquanto a Sony Music declarou ter agido de boa-fé, pagando direitos a uma editora musical que afirmava ser a proprietária da adaptação. Ambas as partes ainda podem recorrer da decisão judicial.

 

Sony Music cresce 10% impulsionada por álbuns de sucesso e eventos ao vivo

A Sony Music registrou um crescimento de 10% na receita no segundo trimestre fiscal, encerrado em setembro, totalizando 448,2 bilhões de ienes (US$ 2,9 bilhões). Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos lançamentos de artistas populares como SZA, David Gilmour e Travis Scott, além do fortalecimento nas vendas de shows ao vivo e produtos de merchandise.

De acordo com a Billboard, a receita da empresa incluiu um lucro operacional de 90 bilhões de ienes (US$589 milhões), que representa um acréscimo de 12% em relação ao mesmo período de 2022. Outro destaque foi o lucro operacional ajustado, antes da depreciação e amortização (OIBDA), que cresceu 15%, alcançando 112 bilhões de ienes (US$ 733 milhões).

No setor de música gravada, a receita subiu 14%, somando 290 bilhões de ienes (US$ 1,9 bilhão). Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelas plataformas de streaming, que aumentaram 9% e somaram 189 bilhões de ienes (US$ 1,2 bilhão). As vendas físicas também apresentaram crescimento, com alta de 22%, além de um aumento de 33% nas receitas de mercadorias e eventos ao vivo.

Entre os destaques do trimestre, o álbum *SOS*, de SZA, liderou como o mais vendido, seguido por *Luck and Strange* de David Gilmour, além de *UTOPIA* de Travis Scott. Clássicos como *Thriller* de Michael Jackson também se destacaram entre os sucessos da empresa.

No ramo de edição musical, a receita alcançou 92 bilhões de ienes (US$ 604 milhões), crescendo 11% em relação ao ano anterior, com o streaming representando boa parte desse aumento. Entretanto, as vendas de mídia visual e plataformas (incluindo títulos de animação e aplicativos de jogos) caíram levemente, com uma baixa de 1%, somando 62 bilhões de ienes (US$ 407 milhões).

A Sony Music mantém sua previsão de receita anual em 1,74 trilhão de ienes (US$ 11,4 bilhões), com uma expectativa de lucro operacional de 330 bilhões de ienes (US$ 2,2 bilhões), evidenciando o momento positivo da companhia no mercado musical.

Foto; A cantora SZA/RCA Records

Sony lança plataforma para integrar negócios e proteger direitos de criadores com tecnologia blockchain

A Sony anunciou o lançamento de sua nova plataforma blockchain, chamada Soneium. Desenvolvida pela Sony Block Solution Labs, uma joint venture da Sony com a Startale Labs, a plataforma tem como objetivo integrar diversos negócios e propriedades intelectuais da empresa, incluindo seu catálogo de música.

O blockchain é uma tecnologia que permite a criação de registros digitais distribuídos e seguros. Esses registros, ou blocos, são conectados em uma cadeia e compartilhados por todos os participantes da rede. Isso garante que as informações armazenadas sejam imutáveis e transparentes, o que é especialmente útil para proteger direitos autorais e transações financeiras.

De acordo com o musicbusinessworldwide.com, a Soneium é descrita como uma rede de infraestrutura que forma a base da Web3, com a promessa de ser uma solução abrangente, oferecendo desde infraestrutura até desenvolvimento de aplicativos. A Sony espera que a plataforma não só proteja os direitos de criadores de conteúdo, mas também crie novas formas de lucro e engajamento dos fãs.

A empresa acredita que a Soneium tem potencial para liderar o futuro da Web3 e está convidando desenvolvedores e criadores para construir aplicativos na plataforma. Com 90% da joint venture sob controle da Sony, a plataforma pretende utilizar a vasta rede global da empresa em entretenimento, finanças e tecnologia para trazer a tecnologia blockchain a um público global.

Foto; reprodução

Filho de Renato Russo Busca Cumprimento de Decisão Judicial Contra Antonia Fontenelle por uso de canção em redes sociais

O produtor cultural Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, e a Sony Music voltaram a buscar na Justiça o cumprimento de uma decisão que proíbe a atriz Antonia Fontenelle de usar a música “Que país é este” em suas redes sociais.

De acordo com o colunista Ancelmo Góes, a ação, movida por Manfredini e pela gravadora, pede reparação por danos morais e materiais, alegando que a atriz utilizou a composição de Renato Russo sem autorização para promover sua candidatura a Deputada Federal pelo Rio de Janeiro em maio de 2022.

No dia 16 de julho, a Justiça determinou que Fontenelle está proibida de publicar vídeos com a canção. No entanto, Manfredini e a Sony Music anexaram ao processo duas novas petições, a mais recente datada de 2 de agosto, alegando que Fontenelle continua a publicar vídeos e postagens, desafiando a ordem judicial. Em uma dessas postagens, a atriz questionou a decisão judicial e fez críticas ao filho de Renato Russo.

Diante dessa situação, Manfredini e a Sony Music solicitaram à Justiça o reconhecimento do descumprimento da ordem, o aumento da multa para R$100 mil por infração e uma retratação pública. O caso ainda aguarda uma nova decisão judicial.

Foto; divulgação

Sony Music Responde a Acusações de Déficit Milionário de Royalties Feitas pelo Natiruts

A Sony Music respondeu à notificação da banda Natiruts, que havia apontado um déficit de quase R$8 milhões nos repasses de royalties. A gravadora negou a existência de uma ação judicial e afirmou que a banda solicitou apenas esclarecimentos sobre alguns demonstrativos financeiros.

A nota enviada pela Sony Music ao portal LeoDias destacou: “Nenhuma ação judicial foi movida pelo grupo Natiruts. Na quinta-feira passada, eles apenas pediram esclarecimentos sobre alguns aspectos dos nossos demonstrativos de royalties. Pretendemos responder o mais breve possível. Sempre cumprimos com todas as nossas obrigações contratuais e estamos honrados pelo relacionamento de longa data com o Natiruts.”

Conforme o colunista, o Natiruts havia alegado um déficit significativo nos repasses de royalties após uma auditoria. Atualmente a banda está em sua turnê de despedida com ingressos esgotados para quatro apresentações no Allianz Parque, em São Paulo.

A questão dos royalties não é exclusiva do Natiruts. Diversos artistas, como Gilberto Gil e as herdeiras de Raul Seixas, também têm questionado judicialmente os contratos e pagamentos devidos pelas gravadoras. A pressão sobre empresas como Warner e Sony para maior transparência e resolução de pendências financeiras tem aumentado.

Foto: Divulgação/Carlos Müller

RIAA e Grandes Gravadoras Processam oficialmente empresas de IA por Uso Indevido de Músicas

A Recording Industry Association of America (RIAA) está movendo ações judiciais contra as empresas de inteligência artificial (IA) Suno e Udio. As acusações dizem que ambas usaram músicas protegidas por direitos autorais para treinar seus modelos de IA sem autorização.

De acordo com o Music Business Worldwide, os processos foram apresentados em nome de grandes gravadoras como Sony Music Entertainment, UMG Recordings (Universal Music Group) e Warner Records Inc. A ação contra a Suno foi movida no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Massachusetts, enquanto o caso contra a Udio foi registrado no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York. A RIAA acusa as empresas de violação massiva de direitos autorais, alegando que elas copiaram e exploraram gravações sonoras protegidas sem permissão.

“A lei de direitos autorais se aplica igualmente a todas as empresas, incluindo as de IA,” dizem as queixas contra Suno e Udio. A principal questão nas ações judiciais é se o uso de materiais protegidos por direitos autorais para treinar IA constitui violação de direitos autorais. Empresas de tecnologia, como Anthropic e Google, argumentam que isso deve ser considerado “uso justo”, pois em alguns casos, é permitido usar materiais protegidos para criar novas tecnologias.

No entanto, as gravadoras discordam, afirmando que a IA generativa cria material que compete diretamente com as músicas originais, o que não pode ser considerado uso justo. A RIAA defende que o uso de músicas protegidas para treinar IA não atende aos critérios de “uso justo” estabelecidos pelos tribunais dos EUA.

Em comunicado, a RIAA destacou que tanto Suno quanto Udio admitiram o uso de músicas protegidas por direitos autorais para treinar suas IAs. Comentários de executivos dessas empresas reforçam essa alegação. A RIAA também mencionou que as músicas geradas por Suno e Udio têm semelhanças notáveis com obras de artistas como Ed Sheeran e ABBA.

Ken Doroshow, diretor jurídico da RIAA, enfatizou que as ações judiciais são necessárias para garantir o desenvolvimento responsável e legal da IA. Segundo ele, as práticas de Suno e Udio violam claramente as leis de direitos autorais.

Esses processos fazem parte de um movimento maior contra o uso não autorizado de materiais protegidos por direitos autorais para treinar IA. No ano passado, várias ações judiciais semelhantes foram iniciadas nos EUA, envolvendo empresas como Meta Platforms e OpenAI.

A RIAA e as gravadoras esperam que os tribunais decidam que a utilização de materiais protegidos para treinar IA sem permissão é uma violação dos direitos autorais, estabelecendo um precedente importante para o futuro da IA na música.

Foto; Ralf Liebhold/Shutterstock

 

Gravadoras Consideram Processo Contra Startups de IA por Uso Indevido de Músicas Protegidas

As três principais gravadoras do mundo, Universal Music Group, Warner Music Group (WMG) e Sony Music, estão considerando abrir um processo judicial contra as startups de inteligência artificial Suno e Udio. A alegação é que essas empresas estariam utilizando gravações protegidas por direitos autorais para treinar seus modelos de IA sem autorização.

De acordo com a Billboard, Suno e Udio se destacaram no mercado emergente de música generativa de IA ao permitir que usuários criem músicas completas, incluindo letras e vocais, com apenas um clique.

Apesar do sucesso, as startups enfrentam críticas severas de profissionais da música, que acusam as empresas de usarem material protegido sem compensar os detentores dos direitos autorais. Um investidor de Suno admitiu que a empresa não possui licenças para as músicas utilizadas em seus treinamentos, destacando os riscos legais envolvidos.

Se o processo for adiante, a questão central será se o uso de material não licenciado para treinar IA configura violação de direitos autorais. Esta disputa pode definir os rumos do setor, pois limitar o acesso a novos inputs pode restringir as capacidades dos modelos de IA.

Empresas de IA argumentam que o treinamento com material protegido é permitido pela doutrina de uso justo de direitos autorais, uma regra que permite a reutilização de obras protegidas sem infringir a lei. No entanto, essa interpretação será fundamental no possível processo judicial.

Enquanto isso, algumas empresas adotam abordagens mais éticas, licenciando diretamente os direitos autorais ou formando parcerias oficiais. Exemplos incluem colaborações entre UMG, WMG, Sony e diversas startups de IA em projetos inovadores, buscando equilibrar inovação e respeito aos direitos autorais.

Foto; Claire Merchlinsky

SONY MUSIC PROCESSA REDE DE HOTÉIS POR MÚSICAS USADAS EM POSTAGENS DE REDES SOCIAIS SEM AUTORIZAÇÃO

A Sony Music Entertainment entrou com um processo contra a rede de hotéis Marriott International, alegando uso não autorizado de suas músicas em postagens sociais. A gravadora acusa a Marriott de infração em 913 postagens de hotéis e 18 postagens de influenciadores que fazem campanhas pagas para a rede.

Conforme o MusicAlly, a Sony afirma que desde 2020 notifica a Marriott sob essas infrações em plataformas como TikTok e Instagram. A gravadora alerta que os danos legais podem chegar a quase US$ 140 milhões se a Marriott perder a batalha judicial.

Este não é o primeiro caso desse tipo envolvendo a Sony. Em 2021, a gravadora processou a marca de fitness Gymshark, e em 2023, a marca de cosméticos Ofra, por motivos semelhantes.

A Marriott ainda não fez comentários públicos sobre o processo.

Foto: divulgação

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