Mercado da música no Brasil cresce 15,4% em 2022 puxado pelo streaming, diz Pro-Música

O mercado fonográfico brasileiro teve um crescimento de 15,4% em 2022, de acordo com um relatório divulgado pela Pro-Música nesta terça-feira (21).

Conforme noticiado pela Folha de São Paulo, a arrecadação totalizou R$2,526 bilhões, colocando o Brasil como o nono mercado mundial no consumo de música. O streaming continua a dominar a fatia do mercado, sendo responsável por 86% da arrecadação, enquanto mídias físicas como CDs, vinis e DVDs representam apenas 0,5%. O relatório também revela que as receitas geradas por publicidade e assinaturas de plataformas de streaming continuam a crescer consistentemente.

A lista das 200 músicas mais tocadas no país em 2022, incluída no relatório, é liderada por uma versão ao vivo de “Mal Feito”, dos sertanejos Hugo & Guilherme em parceria com Marília Mendonça.

O relatório ainda destaca a resiliência de Mendonça na música, mesmo após sua morte em um acidente de avião em 2021, com sua participação em “Vai Lá em Casa Hoje”, de George Henrique & Rodrigo, ficando também em terceiro lugar na lista. Este é o sexto ano consecutivo de crescimento do mercado fonográfico brasileiro.

Foto: Marília Mendonça_ divulgação

MAIARA E MARAISA SÃO PROIBIDAS DE USAR O NOME ‘AS PATROAS’ EM PROJETO COM MARÍLIA MENDONÇA

Na última sexta-feira (10), a dupla sertaneja Maiara e Maraisa recebeu uma liminar proibindo o uso da marca ‘As Patroas’, nome usado em seu último projeto em parceria com Marília Mendonça (1995-2021).

De acordo com o correio24horas.com.br, o processo foi iniciado pela cantora baiana Daisy Soares, que alegou ter registrado a marca ‘A Patroa’ no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em 2017, para divulgar seu projeto que possui o objetivo de enaltecer o poder feminino, assim como a dupla em seu projeto.

Durante entrevista para o Globo, Daisy contou que antes de entrar na Justiça tentou contato com a WorkShow, empresa que cuida da carreira de Maiara e Maraisa, para buscar um acordo amigável, porém sem sucesso:

“Os diálogos foram interrompidos e os acionados passaram a incrementar a utilização da marca registrada da autora, inclusive com divulgação na mídia do Projeto Patroas, realizando apresentações musicais em formas de lives, disponibilizando músicas em diversas plataformas, comercializando bonés, camisetas, turnês, tudo a levar ao público a ideia de serem titulares da marca Patroas, com mesma fonte de logomarca e cor, estimulando o empoderamento feminino, nos moldes das bases da marca da autora”.

Na liminar, o juiz Argemiro de Azevedo Dutra, da 2ª Vara Empresarial de Salvador determinou a proibição do uso da marca pela dupla, sob multa de R$100 mil. A defesa de Maiara e Maraisa tem prazo de 15 dias úteis para fazer sua apresentação do caso, que cabe recurso.

Veja abaixo a publicação que Deisy fez em suas redes sociais após a repercussão do caso na mídia.

 

Foto: Podemos ver como grafia e cor usadas por Maiara e Maraísa, e Marília são parecidas com modelo original da marca — Divulgação

Saída do sertanejo em paradas musicais é questão de recuo estratégico, diz empresário

Recentemente, publicamos aqui que o sertanejo pela primeira vez deixou o ranking das três mais tocadas no YouTube Charts Brasil. Barões da Pisadinha, Zé Vaqueiro e MC Don Juan se tornaram os artistas mais ouvidos no país.

O Youtube Charts Brasil tem sido importante para mensurar o mercado musical nacional, e desde sua criação o sertanejo sempre esteve na liderança com artistas como Marília Mendonça, Gusttavo Lima, Zé Neto & Cristiano e Henrique & Juliano.

O que poderia explicar a saída dos sertanejos do ranking nacional, principalmente durante a pandemia do coronavírus? Wander Oliveira, o empresário e dono do maior escritório de música sertaneja no Brasil, a Workshow, falou ao G1 sobre estratégias e posicionamento de mercado, adotados pelos artistas do gênero neste momento.

Em entrevista, o empresário explicou que os shows presenciais são cruciais para alavancar o gênero, e neste momento os artistas estão impedidos de se apresentar. O recuo estratégico nos lançamentos foi necessário:

“Depois que começou a pandemia, nós do sertanejo não lançamos mais nada, nada novo. Por posicionamento, a gente achou melhor ficar mais tranquilo. O próprio artista achou melhor dar um tempo e não lançar nada. A gente tem uma cultura de lançar muita coisa ao vivo, e não tivemos essa oportunidade”, explicou o empresário ao portal.

Apesar do recuo, Oliveira disse que está otimista e nos próximos meses os artistas devem voltar com os lançamentos: “O sertanejo faz muito show, e a gente está sem o show. Então por opção a gente parou de lançar. Vamos começar a lançar novamente agora. No mês de junho a gente começa a retomar o mercado. Em torno de uns três, quatro meses, o mercado volta à normalidade, porque com os novos lançamentos, a coisa volta ao que era antes”, disse Oliveira.

Alguns especialistas apontam a falta de renovação e inovação do estilo como outro motivo para a queda no sertanejo. Sobre isso, o empresário disse não considerar essa hipótese:

“Na verdade, o sertanejo se renova a cada dia. Não é uma falta de renovação. Se você for ver, não tem nenhum ritmo que tem tanto artista novo que acontece sempre. Até a própria renovação de ritmo mesmo. Não acredito que seja isso. Pra mim, na qualidade de pessoa que trabalha com sertanejo há anos, é somente a questão de lançamentos”.

“Se você pegar nas pesquisas, as pessoas estão muito mais em casa. E quando ela está em casa, ela consome muito mais a música e isso acaba passando mais rápido também. Com o não lançamento, as pessoas começam a enjoar mesmo. Vai ouvindo, ouvindo, dali a pouco ela nem aguenta mais ouvir aquela música”, concluiu o empresário.

 

Foto: Wander Oliveira entre artistas da Workshow  – Reprodução/Instagram