Em entrevista, Robert Singerman, fala sobre novo projeto BELEM, plataforma que disponibiliza tradução de letras de músicas em qualquer idioma.
CEO DO LYRICFIND FALA SOBRE NOVO PROJETO PARA AMPLIAR TRADUÇÕES DE LETRAS DE MÚSICAS

Em entrevista, Robert Singerman, fala sobre novo projeto BELEM, plataforma que disponibiliza tradução de letras de músicas em qualquer idioma.
O Google passou a responsabilidade para a Lyricfind, após ser acusado de copiar as letras de músicas da plataforma Genius.
Domingo passado (16), o Wall Street Journal publicou uma artigo sugerindo que o Google vem copiando há dois anos as letras de músicas da plataforma Genius.
De acordo com o artigo, a Genius conseguiu descobrir que seu conteúdo estava sendo reproduzido no Google, através de seu sistema que insere uma espécie de marca d’água nas letras de músicas. Quando convertida para o código Morse, as palavras “Red Handed” são reveladas.
“Nos últimos dois anos, mostramos evidências irrefutáveis de que estão exibindo letras copiadas da Genius”, afirmou Ben Gross, diretor de estratégia da Genius ao jornal americano.
Em resposta à denúncia, o Google negou todas as afirmações em seu blog, passando a responsabilidade para o LyricFind, empresa em que é parceira de seu recurso que possibilita a visualização de letras de músicas.
“As letras que você vê nas caixas de informações da pesquisa vêm diretamente dos provedores de conteúdo das letras, e são atualizadas automaticamente à medida que recebemos novas letras e correções regularmente”, informou a publicação. “Pedimos ao nosso parceiro de letras para investigar o problema para garantir que ele esteja seguindo as práticas recomendadas do setor em sua abordagem”.
No blog do Google, a LyricFind explicou como é o processo de publicação de letras de música no Google Search. As letras usadas são tiradas de várias fontes antes de serem editadas, corrigidas e depois publicadas. Sua equipe pode ter “inconscientemente” usado a Genius como uma fonte original. A LyricFind se ofereceu para remover todas as letras identificadas e informou que não consultará mais a plataforma como fonte.
“Deve ser reiterado que o próprio Genius não detém os direitos das letras – os editores de música e os compositores fazem isso”, informou a LyricFind.
Segundo o Music Business Worldwide, atualmente a Genius possui uma rede de 2 milhões de colaboradores, editores e músicos. Em março do ano passado, a plataforma fechou uma rodada de financiamento no valor de US$15 milhões. Além de ter a Apple Music como seu player de música oficial, possui o recurso “Behind The Lyrics” no Spotify, que mostra curiosidades enquanto uma música é reproduzida.
Nesta semana, a LyricFind, maior licenciadora de composições do mundo, anunciou um acordo entre a Som Livre, a MK Music, a ONErpm e a UBC. O acordo deve legalizar e monetizar toda a exibição e uso de letras de músicas.
“Esta é a culminação de anos de trabalho juntos”, disse Robert Singerman, editor de música da LyricFind, que estará em um painel sobre música digital nesta sexta-feira, 26 de outubro, na conferência Music Trends Brasil, no Rio de Janeiro.
Acordo entre a LyricFind, UBC, Som Livre, MK Music e ONErpm pretende licenciar principalmente as editoras de música e compositores independentes para legalizar completamente e monetizar toda a exibição e uso de letras.
“Até agora, o Brasil tem sido um mercado de letras sem licença ou semi-licenciado e um mercado de tradução lírica completamente não licenciado e não autorizado”, explicou Luciana Pegorer, representante da LyricFind no Brasil.
Em Toronto, a equipe de conteúdo do LyricFind, também incluirá funcionários brasileiros para verificar e implementar o conteúdo em português. “Estamos ansiosos para construir um cenário robusto e totalmente legal, como o LyricFind fez para as letras em outros territórios”, afirmou Pegorer.
“Esta é a culminação de anos de trabalho juntos”, disse Robert Singerman, VP Internacional, da LyricFind, que estará em um painel sobre música digital nesta sexta-feira, 26 de outubro, na conferência Music Trends Brasil, no Rio de Janeiro.
“Isso tem um grande potencial para aumentar significativamente a receita de música brasileira em todo o mundo, por meio da exibição original de letras e traduções líricas legais.”, afirmou Robert Singerman.
Além de letras de musicas, serão licenciadas camisetas, canecas e outras mercadorias por meio da plataforma LyricMerch do LyricFind.
Foto: Mauricio Santana/Getty Images
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Já parou pra pensar na importância das letras e traduções de músicas? Nossa fundadora, Guta Braga, sempre dá a dica em suas palestras para que artistas deixem disponíveis suas letras de músicas, se possível, com traduções em várias línguas, para que fãs do mundo todo possam se conectar com a mensagem das letras.
Plataformas como o LyricFind estão aí para proporcionar estas conexões, e nesta semana o Creative Industries News trouxe uma entrevista bem relevante com Robert Singerman, para falar de uma nova plataforma que está chegando, e que promete fazer a diferença no mercado: o BELEM.
Robert Singerman é vice-presidente sênior de publicação internacional no LyricFind. Desde 2004, sua missão é garantir que as músicas em qualquer idioma possam ser compreendidas por todas as pessoas por meio da tradução das letras. Durante a entrevista, ele explicou sobre o novo projeto ‘BELEM’, e como ele será um divisor de águas no mercado musical, iniciando pela Europa:
“O objetivo original e os planos é mostrar traduções [de letras de músicas] entre todas as línguas, começando com o repertório internacional mais popular da UE e línguas da UE. Isso pode transformar a Europa, onde as letras em muitos idiomas podem ser entendidas com traduções humanas por públicos que não entendem esse idioma. Unidade e diversidade, intercâmbio cultural, comércio, esperemos pela harmonia”.
Sem dar previsão definitiva para o lançamento da nova plataforma, o executivo já deixou claro o que podemos esperar em termos de funcionalidades, incluindo vídeos de letras de músicas, shows ao vivo e webnars. A plataforma quer ainda oferecer cursos de capacitação para editores de música, mapeamento de idiomas europeus, e um diferencial: traduções de canções indígenas, agregação e monetização de tradução de letras.
“A oportunidade para editores musicais, gravadoras, artistas e compositores da UE e para o público global é enorme”, disse Singerman ao portal.