UBC Bate Recorde na Gestão Coletiva de Direitos Autorais Musicais em 2023

O último ano foi histórico para a gestão coletiva de direitos autorais musicais no Brasil. A União Brasileira de Compositores (UBC), principal sociedade de gestão coletiva musical nacional, registrou um aumento significativo na arrecadação e distribuição de direitos autorais. A nova edição do Relatório Anual da UBC revela que os segmentos de shows, digital, rádio, cinema e usuários gerais foram os grandes responsáveis por esse crescimento.

De acordo com o colunista Ancelmo Góes, em 2023, a UBC distribuiu cerca de R$791 milhões, representando 57% do montante arrecadado pelas sete sociedades autorais que compõem o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). Desse total, 83% corresponderam a direitos autorais e 17% a direitos conexos.

Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC, destacou a intensa atividade do ano passado, impulsionada pela retomada dos eventos pós-pandemia. “O ano de 2023 foi intenso, com uma explosão de eventos e uma recuperação significativa da rubrica de usuários gerais. Isso resultou em uma distribuição recorde para a UBC e seus mais de 60 mil titulares nacionais, além de quase 200 mil internacionais”, afirmou Castello Branco.

Esse cenário positivo reflete a recuperação do setor musical e a eficiência da UBC na gestão dos direitos autorais, beneficiando uma ampla rede de compositores e artistas tanto no Brasil quanto no exterior.

 

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Ecad Processa Rede TV por Dívida de R$19 Milhões em Direitos Autorais

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) iniciou uma ação judicial contra a Rede TV para cobrar mais de R$19 milhões referentes ao uso não autorizado de obras musicais. Segundo o Ecad, a emissora deixou de pagar pelos direitos autorais das músicas usadas em sua programação e na internet entre setembro de 2022 e maio de 2024.

Conforme o colunista Ancelmo Góes, a organização, que representa os interesses de músicos e compositores, também pediu uma liminar para que a Rede TV seja impedida de utilizar músicas sem a devida autorização dos autores. A batalha judicial promete ser intensa, já que o valor em questão é significativo e envolve um longo período de uso não remunerado.

A Rede TV ainda não se pronunciou oficialmente sobre o processo. O caso chama a atenção para a importância do pagamento de direitos autorais no Brasil e reforça a atuação do Ecad na defesa dos criadores de música.

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SONY MUSIC PROCESSA REDE DE HOTÉIS POR MÚSICAS USADAS EM POSTAGENS DE REDES SOCIAIS SEM AUTORIZAÇÃO

A Sony Music Entertainment entrou com um processo contra a rede de hotéis Marriott International, alegando uso não autorizado de suas músicas em postagens sociais. A gravadora acusa a Marriott de infração em 913 postagens de hotéis e 18 postagens de influenciadores que fazem campanhas pagas para a rede.

Conforme o MusicAlly, a Sony afirma que desde 2020 notifica a Marriott sob essas infrações em plataformas como TikTok e Instagram. A gravadora alerta que os danos legais podem chegar a quase US$ 140 milhões se a Marriott perder a batalha judicial.

Este não é o primeiro caso desse tipo envolvendo a Sony. Em 2021, a gravadora processou a marca de fitness Gymshark, e em 2023, a marca de cosméticos Ofra, por motivos semelhantes.

A Marriott ainda não fez comentários públicos sobre o processo.

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Suno levanta US$125 milhões e movimenta a indústria musical de IA

A startup de inteligência artificial musical Suno anunciou que levantou US$125 milhões em uma rodada de financiamento, tornando-se um ponto de atenção na indústria musical. Lançada há apenas oito meses, a empresa já conta com mais de 10 milhões de usuários que utilizam seu serviço para criar música.

De acordo com o MusicAlly, o CEO da Suno, Mikey Shulman, revelou em seu blog que os investidores incluem Lightspeed Venture Partners, Matrix Partners e Founder Collective, além dos empreendedores de tecnologia Nat Friedman e Daniel Gross.

Suno e seu principal concorrente, Udio, têm se destacado no setor de IA musical, ambos atingindo marcas significativas. Udio recentemente divulgou ter alcançado 10 milhões de faixas criadas por segundo.

Apesar do sucesso, há controvérsias sobre o uso de músicas protegidas por direitos autorais para treinar os modelos de IA. Ed Newton-Rex, veterano da IA, levantou dúvidas sobre possíveis violações de licenciamento. Recentemente, a Sony Music enviou uma carta a mais de 700 empresas de IA, incluindo a Suno, solicitando informações sobre o uso de suas músicas e propondo uma “opção de exclusão de treinamento de IA”.

Com o novo financiamento, a Suno planeja acelerar o desenvolvimento de produtos e expandir sua equipe. Shulman afirma que a empresa está comprometida em colaborar com artistas e gravadoras para criar um ecossistema sustentável para a música gerada por IA.

O impacto deste financiamento na indústria musical é significativo, pois pode abrir portas para parcerias ou acirrar disputas legais. O investimento também pressiona outros concorrentes a buscarem recursos semelhantes para manter o ritmo de inovação.

A indústria musical enfrenta agora o desafio de equilibrar a inovação com a proteção dos direitos autorais, buscando maneiras de colaboração que beneficiem tanto as startups de IA quanto os detentores de direitos musicais.

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Spotify Enfrenta Ação Judicial por diminuir pagamento de royalties a compositores

No último mês, uma mudança na forma como o Spotify paga royalties mecânicos a compositores e editoras nos Estados Unidos provocou uma reação significativa na indústria musical. A alteração, que teve início em março deste ano, foi comunicada pela plataforma ao Mechanical Licensing Collective (MLC), organização responsável pela coleta de royalties mecânicos.

De acordo com o Music Business Worldwide, o Spotify começou a tratar seus planos Premium como “pacotes” que incluem 15 horas de audição de audiolivros, em vez de assinaturas de música “puras”. Isso permite ao Spotify pagar uma taxa de royalties menor, conforme um acordo de 2022 entre editoras musicais e serviços de streaming, supervisionado pelo Copyright Royalty Board (CRB).

Essa mudança, no entanto, gerou perdas significativas nos ganhos de compositores e editores. A Sony Music Publishing relatou uma redução de 20% nos royalties mecânicos recebidos, enquanto a MLC afirmou estar perdendo quase 50% dos royalties gerados pelas assinaturas Premium do Spotify.

Em resposta, a MLC entrou com uma ação judicial no tribunal federal dos EUA, exigindo que o Spotify recalculasse os royalties de acordo com o método anterior e pagasse a diferença devida. A MLC argumenta que o Spotify reduziu unilateralmente e ilegalmente os pagamentos ao caracterizar indevidamente o serviço como um “pacote”. Além disso, a MLC argumenta que não houve mudanças substanciais no serviço Premium que justificassem essa reclassificação e a subsequente redução dos royalties.

Conforme análise do portal, a MLC tem uma chance sólida de vencer no curto prazo. No entanto, a longo prazo, a organização pode enfrentar dificuldades em impedir que o Spotify continue a mudar suas ofertas de assinatura para incluir mais conteúdos e, assim, pagar menos royalties.

Este caso pode definir precedentes importantes para o futuro das relações entre plataformas de streaming e detentores de direitos musicais, impactando como os royalties serão calculados e pagos daqui para frente.

Ministra da Cultura Prioriza Direitos Autorais e Regulação da IA

Na quarta-feira (8/5), a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, apresentou na Câmara dos Deputados as prioridades da pasta para o semestre. Entre os focos, estão dois projetos de lei: um sobre direitos autorais no ambiente digital e outro sobre a regulação de sistemas de inteligência artificial (IA).

De acordo com o JOTA, durante a reunião, convocada pelas comissões de Cultura, Defesa dos Direitos da Mulher e de Fiscalização Financeira e Controle, Margareth Menezes discutiu brevemente os temas, sem entrar em detalhes sobre os projetos. Ela elogiou o trabalho do secretário de Direitos Autorais e Intelectuais, Marcos Souza, mencionando a atuação ativa do ministério em fóruns nacionais e internacionais para debater direitos autorais digitais e a remuneração adequada nesse contexto.

A ministra destacou a relevância internacional da regulação da IA, mencionando a participação do Brasil no G20 para discutir uma possível normativa global sobre o tema. Ela também abordou a regulamentação dos serviços de vídeo sob demanda (VoD), afirmando que o ministério está atento à questão para garantir o desenvolvimento da produção audiovisual nacional e a defesa dos direitos autorais.

Margareth Menezes anunciou ainda que sua equipe está elaborando propostas para o Plano Nacional de Economia Criativa e o Plano Nacional de Cultura, que serão apresentados em breve.

Em termos de investimentos, a ministra destacou a aplicação de R$ 3,8 bilhões via Lei Paulo Gustavo, beneficiando todos os estados e 98% dos municípios. Ela também mencionou a Lei Aldir Blanc, que destinará R$ 15 bilhões até 2027, atendendo 100% dos estados e 97% dos municípios.

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Mulheres Recebem Apenas 10% dos Direitos Autorais, Revela Pesquisa da UBC

Uma nova pesquisa conduzida pela União Brasileira de Compositores (UBC) revelou que apenas 10% do total dos rendimentos gerados pelos direitos autorais na indústria musical são destinados a mulheres. Os resultados, divulgados no estudo “Por Elas Que Fazem a Música”, destacam uma persistente desigualdade de gênero no setor.

De acordo com a Folha de S.Paulo, o estudo analisa diversos segmentos, incluindo o de shows, onde houve um aumento significativo da participação feminina, especialmente com a retomada dos festivais de música após os anos da pandemia. Nesse segmento, houve um crescimento de 11 pontos percentuais em comparação com os dados de 2022.

Apesar disso, entre os cem associados com os maiores rendimentos, apenas 13 são mulheres, com a primeira colocada ocupando a modesta 21ª posição. Entretanto, os nomes das artistas não foram revelados no relatório. Por outro lado, o número de associadas à UBC cresceu impressionantes 186% nos últimos sete anos.

É importante notar que há uma concentração significativa de associadas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, enquanto a participação feminina na música do Centro-Oeste e Norte do país ainda é bastante limitada. No último ano, a UBC registrou um aumento de 17% no número de mulheres em seu banco de dados.

Esses números ressaltam a necessidade contínua de abordar e combater as disparidades de gênero na indústria musical, incentivando uma maior representatividade e oportunidades para as mulheres neste campo criativo e profissional.

Foto: Ana castela_Flaney/Divulgação

Brasil registra aumento histórico no recolhimento de direitos autorais de shows em 2023

O Brasil testemunhou um crescimento na realização de shows e eventos em 2023, impulsionado por turnês internacionais e festivais de renome, como os de Paul McCartney, Taylor Swift e The Killers, além do festival The Town. Este boom cultural não só influenciou os índices da última Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, mas também teve um impacto significativo no cenário dos direitos autorais.

De acordo com a Coluna Alcelmo.com para O Globo, um levantamento inédito realizado pelo Ecad identificou que o recolhimento de direitos autorais de shows experimentou um grande aumento no ano passado, totalizando mais de 62 mil eventos em todo o país. Este aumento foi diretamente refletido na distribuição desses direitos, com um notável crescimento de 128% nos valores destinados à classe artística em comparação com o ano anterior.

Em um marco histórico para a gestão coletiva da música no Brasil e nos 47 anos de história do Ecad, mais de R$1,39 bilhão foram distribuídos em direitos autorais ao longo de 2023, beneficiando mais de 323 mil compositores e artistas. Este recorde representa não apenas uma celebração do talento artístico nacional e internacional que atraiu multidões, mas também destaca o papel crucial dos direitos autorais na sustentação e reconhecimento da comunidade artística.

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TikTok se prepara para remover músicas da Universal Music Publishing até o fim do mês

O TikTok está prestes a enfrentar uma grande mudança em seu catálogo musical, já que se aproxima o prazo para a remoção de todas as músicas editadas pela Universal Music Publishing. O embate entre a gigante gravadora e a popular plataforma de compartilhamento de vídeos tem gerado debates sobre o impacto que isso terá em artistas e compositores.

De acordo com o Complete Music Update, as gravações da Universal Music foram retiradas da plataforma no mês passado, após o fracasso das negociações para um novo acordo de licenciamento com o Tiktok. No entanto, o prazo final para a remoção das músicas que são editadas pela Universal Publishing se encerra neste mês. Isso quer dizer que serão removidas músicas de artistas que são da Universal Music, e também de outras gravadoras, caso a editora administre qualquer percentual da composição.

Para se ter uma ideia, o portal identificou que entre as faixas impactadas estão grandes sucessos como ‘Girl On Fire’ de Alicia Keys, ‘One Kiss’ de Calvin Harris e Dua Lipa, e ‘Runaway Baby’ de Bruno Mars. Mesmo sendo propriedades de gravadoras diferentes, todas compartilham escritores controlados pela Universal Music Publishing, ampliando as implicações para outras gravadoras.

A especulação na indústria sugere que até 70-80% das faixas populares do TikTok podem ser afetadas, enquanto fontes próximas à plataforma projetam que apenas 20-30% das canções populares serão impactadas. A definição de “popular” nessas previsões permanece incerta, destacando a complexidade do cenário.

A remoção das músicas também destaca as complexidades da edição musical, incluindo questões sobre quem controla os direitos mecânicos das canções. À medida que o TikTok se prepara para concluir essa grande remoção de músicas em março, a indústria aguarda para ver como os afetados responderão e qual será o verdadeiro impacto dessa disputa.

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Compositor de “Mulheres” Inicia Processo de Plágio Musical contra Adele

Esta semana marcou o início da ação movida pelo músico e compositor brasileiro Toninho Gerais contra a cantora britânica Adele, alegando plágio. A controvérsia gira em torno da música “Million Years Ago”, lançada por Adele em 2020.

De acordo com a Coluna de Ancelmo Góes para O Globo, Gerais e sua equipe legal argumentam que há uma clara semelhança entre “Million Years Ago” e a canção “Mulheres”, composta pelo próprio artista e a versão gravada pela cantora brasileira Simone. Eles buscam não apenas a proibição da reprodução da música de Adele, com a retirada de todas as gravações de plataformas de reprodução, mas também uma compensação financeira de R$200 mil por danos morais e materiais, incluindo receitas recebidas nos últimos anos.

O caso promete acender o debate sobre direitos autorais na indústria musical, enquanto os representantes de ambas as partes se preparam para uma batalha legal em torno dessa questão de plágio.

Foto: divulgação

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