REGISTRO DE NOME DOS MÚSICOS NO ISRC PASSARÁ A SER OBRIGATÓRIO

Na última semana, foi apresentada uma ementa na Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998) que poderá obrigar Produtores Fonográficos a registrarem os nomes dos músicos acompanhantes ou arranjadores em fonogramas no ISRC.

De acordo com o Música e Mercado, a ementa foi protocolada pelo FREMÚSICA – Frente Parlamentar Suprapartidária em Defesa da Indústria da Música – a pedido do Deputado Federal Danilo Forte (PSDB-CE).

O Ecad só consegue repassar os rendimentos de acordo com o que está registrado no cadastro do ISRC de cada música/fonograma, pois lá constam todos os dados dos compositores, produtores, intérpretes e músicos. Assim, se aprovada a ementa beneficiará estes profissionais, que possuem direitos conexos. Entretanto, muitas vezes não são registrados pelos Produtores Fonográficos no sistema do ISRC.

“Se a música que o músico participou começa a tocar e fazer sucesso, os músicos devem ser recompensados, e o jeito mais legítimo de isto ocorrer começa pelo cadastramento no ISRC”, afirmou  Ricardo Vignini, violeiro profissional, ao portal.

A prosposta a favor dos músicos, veio logo após o rapper Matuê declarar em sua rede social que não dá créditos em seus projetos já que “quem está envolvido no bagulho (gravação) é muito bem pago”.

EM CARTA, JIMMY PAGE PEDE MELHOR REMUNERAÇÃO PARA COMPOSITORES EM SERVIÇOS DE STREAMING

Nesta semana o guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page, se posicionou a favor dos músicos, pedindo uma melhor remuneração sobre as taxas de royalties pagos em serviços de streaming.

Segundo Lounder Sound, Jimmy Page escreveu uma carta em resposta à reunião de consulta do Comitê Digital, Cultura, Mídia e Esportes, realizada no mês passado. Ele pediu as empresas de streaming que paguem royalties mais justos aos artistas por seu trabalho.

“Quanto mais cedo as empresas de streaming pagarem de forma justa para todos que possuem sua música tocada, ou vista através da internet, melhor”, afirmou o músico em carta publicada em seu perfil do Instagram.

Em uma apresentação ao Comitê Selecionado do DCMS, a Ivors Academy of Music Creators pediu ao governo britânico regulamentações mais rígidas sobre como as gravadoras gerenciam artistas em serviços de streaming.

A Academia solicitou ainda que as leis de direitos autorais fossem alteradas para garantir que escritores e artistas recebessem mais por seu trabalho, pedindo uma reforma na maneira em como os dados relacionados ao streaming de música são gravados, para salvaguardar os direitos dos criadores.

Vale notar que recentemente Bob Dylan vendeu todo o seu catálogo de composições. Além do desabafo do cantor e compositor David Crosby. O músico, que possui a mesma idade de Dylan, porém uma quantidade menor de regravações e poucos sucessos internacionais está vendendo seu catálogo e acusando as plataformas de streaming de o roubarem: “Não posso fazer shows, e o streaming está roubando o dinheiro de minhas gravações”, escreveu David Crosby no Twitter.

 

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Universal Music anuncia aquisição de todo o catálogo de Bob Dylan

Nesta segunda-feira, a Universal Music anunciou que adquiriu todo o catálogo de composições de Bob Dylan. O que foi considerado como um dos maiores acordos de direitos autorais para um compositor.

Segundo o The New York Times, o acordo foi fechado diretamente com Dylan, que há muito tempo controla grande parte de seus próprios direitos. Com inclusão de todo o material do cantor e compositor, especula-se que o acordo foi fechado na faixa de US$300 milhões por mais de 600 títulos.

“Não é nenhum segredo que a arte de compor é a chave fundamental para toda boa música, nem é um segredo que Bob é um dos maiores praticantes dessa arte”, disse Lucian Grainge, executivo-chefe da Universal Music em um comunicado.

O catálogo de Dylan é de grande interesse no mercado musical, uma vez que suas canções remodelaram o folk, o rock e o pop. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2016 “por ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”. Além disso, suas canções foram gravadas por outros artistas em mais de 6 mil vezes, com cada uso gerando royalties.

Outro ponto a se notar, é que Dylan sempre realizou acordos de licenciamento envolvendo suas canções em comerciais de empresas como Apple, Cadillac, Pepsi e IBM. O que valorizou ainda mais o catálogo.

Anteriormente, grande parte do império empresarial de Dylan era administrado por meio da Bob Dylan Music Company (em outras partes do mundo, seu catálogo foi administrado pela Sony/ATV, que continuará com os controles até o vencimento de seu contrato em alguns anos).

O acordo não inclui nenhuma das canções inéditas de Dylan. Também não cobre nenhum trabalho posterior, deixando em aberto a possibilidade de que ele possa escolher outra editora para administrar esse material.

Como a Universal agora controla seu trabalho, Dylan não terá mais poder de veto sobre como suas músicas serão usadas. Ainda assim, a Universal insistiu que seria de bom gosto no uso de sua obra.

Jody Gerson, o executivo-chefe da divisão de edição da Universal, disse: “Para representar o corpo da obra de um dos maiores compositores de todos os tempos – cuja importância cultural não pode ser exagerada – é um privilégio e uma responsabilidade”. Dylan não fez comentários sobre o acordo.

Vale notar, que este é o acordo mais recente e de maior visibilidade para catálogos de música, já que vários artistas venderam suas canções, principalmente durante a pandemia.

Entre os artistas que venderam suas canções, está Stevie Nicks, que na semana passada vendeu uma participação majoritária em seu catálogo por cerca de US$80 milhões para a Primary Wave Music, uma editora independente e empresa de marketing.

Em contrapartida, a Hipgnosis Songs Fund anunciou recentemente que em apenas dois anos e meio gastou cerca de US$670 milhões, de março a setembro, adquirindo os direitos de mais de 44.000 músicas de Blondie, Rick James, Barry Manilow, Chrissie Hynde dos Pretenders entre outros.

 

Imagem: Chris Pizzello/Associated Press

Em novo plano, Spotify recomendará músicas mediante à taxas de royalties menores

Na última semana o Spotify anunciou um novo plano para recomendar novas músicas aos usuários, mediante a uma taxa menor de remuneração de artistas.

De acordo com o Business Insider, no novo plano de recomendação de músicas, artistas poderão promover suas músicas no Spotify para mais ouvintes, mas devem concordar em receber um taxa de royalties menor.

O modelo de recomendações de músicas ao usuário do Spotify atualmente é baseado de acordo com algoritmos que analisam os artistas que um usuário ouve, a hora do dia e as datas de lançamento.

No novo modelo, artistas ou gravadoras podem fazer com que faixas específicas apareçam com mais frequência nessas recomendações.

O plano permitirá que os artistas escolham as faixas que pretendem ser recomendadas aos usuários. Entretanto, não haverá garantias sobre a inclusão delas às listas de reprodução, pois a recomendação continuará de acordo com os gostos dos ouvintes.

Quando questionado pelo The Verge, o Spotify se recusou a dizer os valores dos royalties nesta modalidade de promoção, mas acrescentou que “a ideia é que os artistas possam obter um ROI positivo com a ferramenta”.

Sem data prevista, o novo modelo será lançado como fase de testes apenas nos formatos Spotify Radio e Autoplay, que é onde os ouvintes querem descobrir novas músicas. Posteriormente, há intenção de expansão para outras áreas personalizadas da plataforma.

 

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SPOTIFY DEVE LANÇAR FERRAMENTA PARA DETECTAR PLÁGIOS

Nesta semana o site Stereogum anunciou que o Spotify está em processo para patentear uma nova ferramenta capaz de detectar plágios na plataforma.

Segundo explica uma publicação do Tenho Mais Discos que Amigos, o Spotify está desenvolvendo um algoritmo que fornece partitura com a melodia, os acordes e as letras de músicas a um software “treinado em uma pluralidade de partituras pré-existentes” para calcular um “valor de similaridade”. Assim, o artista poderá realizar ajustes para evitar acusações de plágio futuras.

O portal nota que ainda não ficou claro se a nova ferramenta será usada para vetar canções já existentes, uma vez que há diversos covers sendo lançados a cada dia.

 

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Empresa criou fundo de investimentos a partir dos direitos de obras de Paulo Ricardo

Uma empresa especializada em ativos resolveu criar fundo de investimentos, aonde a rentabilidade vem das execuções de obras de compositores.

De acordo com matéria da Uol, para criar o fundo de investimentos, a Hurst Capital primeiro adquiriu um percentual sobre os royalties das obras e fonogramas do cantor e compositor Paulo Ricardo, de modo que o retorno ao cotista foi realizado conforme a quantidade de execuções das músicas em plataformas de streaming, shows e rádio.

Para o CEO da Hurst, Arthur Farache, o investimento ao mesmo tempo em que dá retorno ao aplicador, apoia a cultura: “A gente buscou inspiração em plataformas americanas, que vendem músicas em leilões. Aqui, a gente viu a possibilidade de criar um produto de investimento mais acessível a mais pessoas”.

Com uma rentabilidade bruta na faixa de 10% a 16% ao ano, a Hurst garante a seus investidores um retorno pelo prazo de 78 meses a partir de dezembro/20.

“Essa taxa interna de retorno depende, única e exclusivamente, do número de reproduções das obras e fonogramas, que impactará diretamente nos valores devidos pelas fontes pagadoras”, diz Arthur Farache ao Uol.

Comentando sobre a novidade, Paulo Ricardo disse que com o adiantamento recebido pela Hurst, conseguiu levantar dinheiro para novos projetos, ainda mais em tempos de pandemia, onde parte de sua renda ficou comprometida por estar impedido de realizar shows com público presencial. Além disso, outro ponto a favor do músico é que neste tipo de investimento, o autor não perde os direitos sobre suas obras, que são cedidas por apenas por um período de tempo. No caso, 78 meses.

“Desde a explosão da pirataria e agora com os aplicativos de música, ficou mais difícil para o artista ganhar com as gravações, já que o suporte do vinil ou CD praticamente não existe mais. Em contrapartida, o direito autoral se valorizou, com as plataformas que ajudaram a aumentar o consumo da música”, afirmou ao portal.

Apesar de a ideia ser inovadora, não foi informado se apenas grandes artistas podem participar do fundo. Afinal, vivemos em um mundo onde a maioria dos compositores não consegue se sustentar com os direitos arrecadados de suas obras, principalmente viver das execuções dos serviços de streaming. O que não seria algo atrativo para os investidores.

 

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Acordo entre Ecad e GloboPlay, que inclui direitos conexos, pode ser ampliado a outros serviços de streaming

Nesta semana publicamos sobre o novo acordo entre Ecad, Gshow e Globoplay, que vai beneficiar compositores e contemplar, pela primeira vez, titulares de direitos conexos em trilhas desses serviços de streaming.

Desta vez, o portal Metrópoles explicou em detalhes como essa parceria pode ser realmente benéfica para músicos brasileiros, principalmente, neste momento marcado pela pandemia do novo coronavírus.

O acordo representa um marco para o mercado musical brasileiro, pois os detentores de direitos conexos (músicos, intérpretes e produtor fonográfico) poderão finalmente receber remuneração pelo streaming de audiovisual, considerado execução pública, algo que só era feito para a parte autoral (autor/compositor).

“Este é um debate grande, que envolve toda a classe artística. É uma vitória, que aponta para a democratização de todo o segmento musical”, avaliou Mario Sergio Campos, gerente executivo de Distribuição do Ecad, ao portal.

Segundo a página, o acordo pode ir além e abrir portas para novas negociações com os demais serviços de streaming, como Netflix e Disney+, que adotam, atualmente, outro modelo, onde a negociação é direta com gravadoras. Inclusive, Campos afirmou que há negociações em andamento:

“Estamos em conversa com Netflix, Amazon e Disney+. Acho que podemos chegar a um acordo em breve”, informou o gerente executivo do Ecad.

Vale notar que o acordo ganha ainda mais importância se pararmos para pensar que estamos em um momento de crise mundial. Afinal, muitos músicos ainda estão sem renda por conta da pandemia:

“É uma vitória da música e dos músicos. O streaming é o presente, talvez saia dai a maior parte da receita desses profissionais”, finaliza Mario Sergio.

De acordo com dados do Ecad, estima-se que quase 70 mil obras audiovisuais nacionais serão beneficiadas pela parceria. Ao todo, foram realizadas cerca de 2,2 bilhões de exibições de obras entre janeiro e junho de 2020 no Globoplay.

 

Foto: reprodução

Matuê explica porque não dá créditos de produção em seus projetos

Na última semana, o rapper brasileiro Matuê chamou a atenção após dizer em uma live que não dá créditos a artistas envolvidos em seus projetos, pois eles são “muito bem pagos”.

Segundo o RapMais, a questão foi levantada pelos fãs durante a live, que perceberam a falta de créditos em vídeos no YouTube e artes de singles.

Para Matuê, é melhor pagar devidamente suas parcerias do que ficar marcando os artistas em suas produções: “É uma coisa ou outra”.

Durante o vídeo, não fica claro se o artista se refere aos royalties ou apenas as marcações pela internet.

Lançado em setembro deste ano, ‘Máquina do Tempo’, o álbum do artista, quebrou o recorde de melhor estreia no Spotify Brasil, registrando 4,6 milhões de reproduções na plataforma nas primeiras 24 horas.

 

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Em distribuição do Globoplay e Gshow, Ecad vai remunerar direitos conexos em serviços de streaming pela primeira vez

Nesta quarta-feira (18), o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) anunciou que pela primeira vez vai remunerar direitos conexos no streaming, de acordo com a arrecadação realizada pelo Globoplay e GShow.

Segundo o Ecad, isso quer dizer que serão remunerados, ainda em novembro, titulares de direitos de autor (compositores e editores) e conexos (intérpretes, músicos e produtores fonográficos) que tiveram suas obras em trilhas sonoras de produções audiovisuais nessas plataformas digitais.

No total serão contempladas quase 70 mil obras audiovisuais, que foram executadas por mais de 2 bilhões de vezes, no período de janeiro e junho de 2020.

Entenda como será feita a distribuição:

“O montante a ser distribuído é dividido pelas obras audiovisuais (como novelas, séries, minisséries, filmes, desenhos e programas de variedade), observando o total de exibições, o que define o valor de cada conteúdo. Este valor atribuído a cada obra audiovisual é, em seguida, rateado entre as músicas da sua trilha musical, considerando seu tempo de execução e classificação (tema de abertura, encerramento, personagem e background, entre outros)”, explica o escritório em nota.

A entidade afirma ainda que todo o processo de identificação é feito de forma automatizada, através de um cruzamento de dados. Por isto, é de suma importância que cadastro de obras musicais e fonogramas estejam atualizados junto às associações.

 

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Shutterstok adquire empresa especializada em criação de músicas por Inteligência Artificial

A Shutterstock, aquele site americano que é um grande banco de dados de imagens, ilustrações e vídeos, anunciou que adquiriu uma empresa especializada em criação de músicas através da Inteligência Artificial, a Amper Music.

Segundo o Music Business Wordwide, a Amper Music possui uma tecnologia capaz de permitir que seus usuários criem e personalizem músicas, a partir de mais de 1 milhão de amostras individuais de áudio gravadas por músicos em milhares de instrumentos. A empresa garante que possui o maior banco de algoritmos de composição musical do mundo.

Com a aquisição, a Shutterstock vai ampliar suas ferramentas de edição e facilitar a busca de conteúdo e descoberta de faixas compostas pelos seus usuários.

Oferecer músicas, livres de direitos autorais, tem se tornado uma grande tendência para plataformas como a Shutterstock. No início deste ano, a rival Adobe fechou um acordo com a Epidemic Sound e Jamendo, especializadas em músicas livres de direitos autorais.

A Guetty Images também hospeda músicas e efeitos de sons, que muitas vezes são livres de licenças, graças a um acordo que realizou também com a Epidemic Sound.

Vale notar que a Shutterstock é um dos fornecedores mais importantes do mundo de fotografias, vetores, ilustrações, vídeos e música licenciadas para empresas, agências de marketing e organizações de mídia.

Atualmente, a Shutterstock possui uma biblioteca com 314 milhões de imagens, além de 17 milhões de videoclipes.  No ano passou chegou a faturar US$650,5 milhões.

 

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