Impacto da Inteligência Artificial na Indústria Musical e Direitos Autorais: Desafios e Transformações

(#VALEALEITURA) Especialistas estão comparando o impacto da inteligência artificial (IA) na indústria musical ao do site de compartilhamento Napster nos anos 2000. É o que diz um recente artigo publicado pelo Financial Times (via Folha de São Paulo)

Para o portal, o uso da IA para criar música está causando preocupação no setor, tornando a produção musical ainda mais acessível e permitindo a fácil adição de músicas ao Spotify.

Um exemplo recente é o DJ francês David Guetta, que usou IA para gerar letras e recriar a voz do rapper Eminem, surpreendendo o público durante uma apresentação. Essa facilidade em criar músicas levanta questões sobre direitos autorais, já que músicas geradas por IA podem ser semelhantes às de artistas famosos, levando à necessidade de divisão de royalties e licenciamento.

Outra preocupação é a diminuição da participação de mercado das grandes gravadoras nas plataformas de streaming. Músicas de artistas independentes e produções de IA estão ganhando espaço. As gravadoras estão preocupadas com a redução de seus royalties e com a mudança na forma como a música é consumida.

Essas transformações também afetam o futuro do Spotify, que está se tornando uma plataforma que combina conteúdo profissional e gerado pelo usuário. Alguns especialistas sugerem que músicas geradas por usuários sejam direcionadas para uma plataforma separada, enquanto a música profissional permaneça nos serviços premium.

O setor musical enfrenta desafios significativos com a expansão da IA na produção musical. É necessário resolver questões de direitos autorais e repensar o modelo econômico do streaming para lidar com a diversidade de conteúdo gerado por IA. O futuro da indústria musical certamente será moldado por essas mudanças, com mais transformações ainda por vir.

Foto: AFP_O Dj David Guetta

Spotify remove milhares de músicas criadas por IA por suspeitas de fraude

O Spotify removeu milhares de músicas geradas pela startup de inteligência artificial Boomy, depois que a Universal Music sinalizou as músicas como atividades suspeitas de streaming.

De acordo com o mashable.com, uma relatório emitido pelo Financial Times indicou que as músicas foram retiradas da plataforma por suspeita de uso de bots para inflar streams, uma prática conhecida como ‘streaming artificial’.

Embora a ansiedade da IA na indústria da música tenha aumentado principalmente por questões de direitos autorais, essas remoções não estavam diretamente relacionadas aos métodos usados para gerar as músicas, mas sim como elas obtiveram suas contagens de streaming.

O Boomy é uma plataforma criada há dois anos e permite que os usuários produzam música gerada por IA conforme seus comandos. Em seu site oficial, a plataforma indica que 14,5 milhões de músicas já foram criadas usando sua tecnologia, o que representa quase 14% da música gravada no mundo. Entretanto, o Spotify supostamente removeu apenas 7% das faixas criadas pelo Boomy.

Vale notar que a remoção ocorreu um mês depois que a Universal pediu que os serviços de streaming reprimissem a música gerada por IA devido a questões de direitos autorais.

Foto: Getty Images / NurPhoto / Contributor