JULIETTE E DUDA BEAT SÃO ACUSADAS DE PLAGIAR CANÇÃO DE EMICIDA

Nesta terça-feira (17), as cantoras Juliette e Duda Beat lançaram a música “Magia Amarela”, que agora está no centro de uma acusação de plágio. O novo trabalho, que faz parte de uma campanha publicitária de uma marca de alimentos, foi apontado por Evandro Fióti, irmão do Emicida, como uma apropriação indevida do álbum “AmarElo” do rapper paulista.

Conforme explicou O Globo, as semelhanças entre “Magia Amarela” e “AmarElo” não passaram despercebidas pelos seguidores de Fióti. Além das palavras “amar” e “elo” que aparecem nas letras, as obras compartilham uma identidade visual com referências a vitrais e utilizam uma fonte similar nos títulos.

Evandro Fióti anunciou que irá buscar meios legais para lidar com a situação. Durante uma live no Instagram, destacou a importância de canalizar a indignação para promover mudanças no mercado musical.

“A gente vai usar a diplomacia, como a gente sempre usou. Mas o ódio organizado é um ótimo instrumento de luta. E a gente precisa canalizar o ódio para algo que mude a percepção das pessoas nesse mercado que a gente vive”, destacou o músico durante uma live realizada no Instagram.

Ressaltou também a discrepância no reconhecimento entre artistas, chamando a atenção para a diferença de tempo que levou para Emicida receber o Grammy em comparação a outros.

“Reflitam sobre isso de verdade. Tem banda de artistas brancos, que a gente encontra em todo lugar, que mal lançou um disco e em um ano já ganhou o Grammy. A gente levou 12 anos para ganhar o Grammy. E o trabalho com o qual a gente ganhou o Grammy acabou de ser roubado conceitualmente”, afirmou Fióti, por meio da transmissão ao vivo. “Tem noção do ódio que isso gera? Tem noção da vontade de botar fogo em tudo? É isso o que eles esperam da gente, mas não vou usar essa arma”, acrescentou ele.

Juliette se pronunciou nas redes sociais, explicando que “Magia Amarela” faz parte de uma campanha publicitária, e que ela foi contratada para interpretá-la. A equipe da cantora está em contato com os responsáveis pela criação da campanha para esclarecimentos.

Segundo Fióti, a mesma marca tentou estabelecer uma parceria com Emicida, mas as negociações não progrediram devido a questões de cronograma e financeiras.

“Essa marca negociou com a gente. Só que não chegamos a um acordo, tanto por cronograma e por prazo quanto por questões financeiras, porque a verba que eles tinham não justificava a entrega que tínhamos que fazer”, ressaltou Fióti.

[ATUALIZAÇÃO] Na tarde de hoje (18/10) Fióti voltou a se manifestar em suas redes sociais sobre o caso, e agradeceu o apoio que recebeu do mercado da música: “Agradeço aos grandes presidentes das gravadoras que me ligaram. Só uma não ligou ainda. Agradeço aos presidentes das grandes editoras que viram a gravidade do que aconteceu e das principais agências que a gente tem relacionamento. Quem trabalha com isso, quem tem experiência sobre isso, está do nosso lado. O que vocês falam ou deixam de falar, pouco importa. Os fatos estão aí e falam mais que qualquer coisa”.

 

Foto: Divulgação

EMICIDA E FIÓTI LANÇARÃO NOVA SÉRIE COM TEMÁTICAS SOBRE A NEGRITUDE

Emicida e Fióti vão estrear uma nova série no canal GNT. Em entrevista para a Exame.com, os rappers contaram sobre a novidade e os planos para o futuro do Laboratório fantasma.

Conforme o portal, o “Enigma da energia escura” tem data prevista para lançamento para o dia 18 de agosto e contará com cinco episódios para trazer temáticas sobre a negritude.

Fióti disse que está ansioso para a estreia da série, mas por enquanto não pode revelar muita coisa: “Vai ser a nossa segunda grande produção audiovisual. É uma série documental de cinco episódios onde vamos trazer temáticas diferentes sobre a negritude e com olhar diferente porque será contada por uma equipe majoritariamente negra, que sempre foi um sonho nosso”.

“O que eu posso dizer é que tem temáticas relacionadas a negritude que nunca foram produzidas ou tiveram a possibilidade de ser colocada dentro de um canal de televisão como vamos colocar. É com intelectualidade negra, com mãos negras produzindo e cuidando dessa história, dessa narrativa de uma forma que isso vai ser muito grandioso”, complementou o artista.

Além da estreia da série, seu irmão, Emicida, também estrará bem ocupado daqui pra frente, já que até outubro dará aulas no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em Portugal.

No comando da Lab Fantasma, que atualmente é gravadora, editora, produtora de eventos e marca de roupas, os irmãos também estão voando igual foguete e querem ir cada vez mais longe:

“Nosso principal desafio vai ser pensar como fazemos com que nossa arte chegue nas pessoas que estão mais vulneráveis nesse momento, como se fosse o pão mesmo dessas pessoas. De alguma forma uma esperança de fato”, contou Fióti.

 

 

Foto: Fernando Schlaepfer/Divulgação

 

Emicida conquista Leão de Bronze por vídeo em parceria com a Deezer

Nesta terça-feira (22), o rapper Emicida ganhou o Leão de Bronze, em Cannes. Uma das maiores premiações dos veículos de publicidade.

Emicida recebeu o prêmio na categoria ‘Mídia’, pelo vídeo de “Silencio”, uma campanha da Deezer feita pela AKQA.

“Acabamos de ganhar o Bronze em Cannes na categoria “Mídia”, com o projeto “Silêncio”, fruto da nossa parceria com a @DeezerBR, @AKQA @sonymusicbrasil! Muito obrigado”, agradeceu o rapper em suas redes sociais.

Além da conquista, durante a tarde de hoje o rapper anunciou o lançamento do show “AmarElo – Ao Vivo” na Netflix e demais plataformas de streaming de áudio, com data marcada para o dia 15 de Julho.

“A má notícia é que ainda é momento de se resguardar pelo bem de todos, a boa notícia é que a turnê de AmarElo tá chegando na sala da sua casa! Arruma um lugarzinho no sofá e vamos assistir esse showzão inteiro juntinhos na Netflix Brasil! 15 de julho”, anunciou o rapper.

Foto: instagram @emicida

Emicida é destaque em matéria para o The Guardian

Nesta segunda-feira (18) o The Guardian publicou uma matéria com o rapper Emicida, que vem ganhado cada vez mais destaque, principalmente, após o lançamento de seu documentário na Netflix, AmarElo.

Para o portal, o rapper falou como percebeu que poderia ter o papel de repassar a história da cultura negra no Brasil. Coisa que pouco se vê, principalmente no período escolar:

“Se tivéssemos nos contado sobre essa história e essas contribuições [negras] na escola, teríamos um senso radicalmente diferente de quem somos – e isso teria produzido uma sociedade muito melhor do que a que temos hoje” contou o rapper ao The Guardian.

O artista faz música há mais de uma década, possui três álbuns lançados e vem construindo uma reputação como um dos melhores MCs de hip-hop do Brasil. Lançado em dezembro, seu documentário recebeu ótimas críticas por mostrar a luta de décadas contra a violência racista e a desigualdade, em um país que ainda tem um legado marcado pela escravidão.

O rapper relatou que em 2015 durante sua primeira viagem à África, no museu nacional da escravidão de Angola, visitou uma capela à beira-mar do século 17, onde viu uma fonte no qual escravos africanos eram “convencidos de que não tinham alma” e eram batizados antes de embarcarem em navios com destino a países como o Brasil, então o maior importador de escravos do mundo.

“Eu me perguntei sobre os momentos da minha vida em que senti que também não tinha alma; como passei boa parte da minha vida suspenso nesta escuridão onde me sentia não digno de ser considerado inteligente, ou forte, ou importante, ou bonito, ou qualquer um desses atributos positivos que fazem parte da experiência humana”, disse ele durante entrevista em sua casa na zona norte de São Paulo.

“A ideia de que esses corpos [negros] ainda não têm alma ainda está muito viva na consciência de muitas pessoas”, afirmou o rapper, apontando para a violência policial implacável e o impacto desproporcional de Covid-19 sobre os pobres brasileiros negros. Ele chamou o Brasil de “um país onde a vida dos negros importa menos”.

Emicida também falou sobre seu receio de haver um grande retrocesso após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Segundo ele, um presidente pró-armas no Brasil – a quem ele chamou de “verme” – poderia ser o primeiro capítulo de um retrocesso dos direitos civis duramente disputados.

A política brasileira “caminhava por um caminho muito perigoso”, alertou o rapper ao portal. “A meu ver, se não tivermos cuidado, há uma grande chance de alguém como o Bolsonaro ser apenas a ponta do iceberg – e temos que conversar sobre isso.”

Emicida afirmou ainda que a hostilidade de Bolsonaro à cultura foi impulsionada por seu desejo de limitar este tipo de debate livre e baseado em fatos que o exporia como uma fraude:

“Ele sabe que a cultura cria um espaço para reflexão – e alguém que se alimenta do caos obviamente vai sentir ódio completo por qualquer coisa que crie esse tipo de espaço. Porque se você tivesse um debate saudável, alguém como ele nunca ocuparia o cargo que ocupa.”, continuou.

Foto: Wendy Andrade

Em AmarElo, Emicida quer inspirar próximas gerações de pessoas negras a construir um caminho de transformação do país

No início de dezembro (8), estreou na Netflix ‘AmarElo – É Tudo Pra Ontem’, o documentário do rapper brasileiro Emicida, com direção de Fred Ouro Preto.

Com base no show do artista de 2019, no Theatro Municipal, além de cenas dos bastidores, o documentário aborda os maiores marcos da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos.

Em entrevista para o Ecoa da Uol, Emicida contou detalhes sobre a produção, e fez uma série de reflexões a cerca de como pretende impactar com o seu documentário.

Para o rapper, o documentário é principalmente um convite para que mais pessoas negras se inspirem a “dar continuidade” a “algo tão grandioso”:

“A forma coletiva como ele é apresentado é para que ele seja entendido da forma que é: isso não começa nem termina no Emicida. Eu sou só parte de uma parada. Todos nós temos poder para mudar as coisas, a gente só precisa exercer essa vontade”.

É pela vontade da mudança que o AmarElo nos guia, com histórias de Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Wilson das Neves.

“Todas essas pessoas fizeram o quê? Deram um chacoalhão nesse Brasil. Elas falaram: ‘toma vergonha na sua cara, mano, mais da metade de você é afrodescendente, para de falar esse monte de besteira que você está falando’. A gente ainda não chegou totalmente nesse lugar, mas esse chacoalhão foi tão útil que mudou a percepção do brasileiro a respeito de si mesmo”, contou o rapper.

E para finalizar o documentário, Gilberto Gil recita um trecho de Ailton Krenak na música ‘É tudo pra Ontem’, lançada nesta semana.

“Eu amo esse texto do Ailton Krenak porque ele é muito cirúrgico na dualidade humana. O mesmo povo que pode construir coisas frustrantes, pode construir coisas maravilhosas, certo? Eu acho incrível a conclusão a que o texto chega, aquele “mais ou meeeeenos”. Eu acho que ele fala bem do nosso potencial de ser destruidor, mas fala também do nosso potencial de ser criador”, contou o rapper ao portal.

 

Imagem: Jeff Delgado/Divulgação

Emicida contará história da cultura negra no Brasil em seu documentário na Netflix

A Netflix anunciou que em dezembro (8) vai disponibilizar na plataforma o documentário ‘AmarElo – É Tudo Pra Ontem’, do rapper brasileiro Emicida, com direção de Fred Ouro Preto.

Segundo o portal da revista Quem, a produção contará com animações, entrevistas e cenas dos bastidores do que rolou na criação do álbum do rapper.

Com base no show do artista de 2019, no Theatro Municipal, o documentário abordará alguns dos maiores marcos da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos. O primeiro, a Semana de Arte Moderna de 1922, passando pelo ato de fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, pela valorização da cultura e de direitos do povo negro e por último o show de estreia de AmarElo.

“Quando eu cheguei aqui, tudo era impossível, qualquer coisa que falávamos era tida como problemática e improvável de se realizar. Hoje, não é mais. E é dessa forma que quero que lembrem do meu nome no futuro, como alguém que sabia que o impossível era grande, mas não maior que si. O palco do Municipal abrigou alguns dos mais importantes movimentos da arte do planeta e acho que caminhamos para ser isso”, contou Emicida ao portal.

(Foto: Julia Rodrigues / Divulgação)