NOS EUA, COMPOSITORES DEMONSTRAM PREOCUPAÇÃO DIANTE DA POSSÍVEL VENDA DA BMI PARA EMPRESA DE CAPITAL ABERTO

Grupos da indústria musical emitiram uma carta para abordar preocupações relacionadas à venda da BMI, e qual será o impacto sobre os royalties pagos aos criadores musicais e editores.

Em uma reviravolta surpreendente, a BMI (Broadcast Music, Inc.), uma das principais organizações de arrecadação de direitos musicais nos Estados Unidos, está enfrentando uma venda em potencial para a empresa de private equity New Mountain. Isso marca a segunda vez em menos de um ano que a BMI é colocada à venda, ocorrendo apenas 10 meses após o anúncio de sua mudança de status de uma organização sem fins lucrativos para uma empresa com fins lucrativos.

De acordo com o Music Business Worldwide, as negociações entre a BMI e a New Mountain estão em andamento, com fontes indicando uma possível transação no valor de cerca de US$ 1,7 bilhão. No entanto, a situação ainda não foi finalizada e permanece sujeita a aprovações e acordos finais.

A preocupação entre os compositores e grupos da indústria musical é evidente, considerando que essas mudanças têm implicações significativas para os royalties que são pagos aos criadores musicais e editores. Grupos como a Artist Rights Alliance, a Black Music Action Coalition, a Music Artists Coalition, Songwriters of North America e SAG-AFTRA enviaram uma carta conjunta ao CEO da BMI, Mike O’Neill, expressando suas apreensões. A carta destaca que, como uma entidade licenciadora de direitos autorais de propriedade dos compositores e editores, a BMI não possui ativos próprios, tornando essencial para os compositores compreenderem o impacto dessas mudanças em seus direitos.

Uma das questões centrais é se os editores receberiam uma parcela dos lucros da venda, uma vez que a BMI é atualmente propriedade de um consórcio de emissoras de rádio e TV. Isso cria uma complexidade adicional, uma vez que essas emissoras são, muitas vezes, as mesmas que pagam os royalties à BMI. Além disso, existe preocupação sobre quem mais receberia uma parte dos lucros da venda, visto que o modelo de negócios da BMI envolve a gestão dos direitos autorais de uma vasta quantidade de músicas.

Em resposta às preocupações dos compositores, Mike O’Neill, CEO da BMI, enfatizou que a mudança para um modelo com fins lucrativos e a possível venda têm o objetivo de beneficiar os detentores de direitos musicais. Ele assegurou que a missão da BMI continua sendo apoiar os compositores e aumentar o valor de sua música. O’Neill também afirmou que, no caso de uma venda, a BMI garantiria que o parceiro abraçasse essa missão e priorizasse o sucesso financeiro dos compositores.

Enquanto as negociações prosseguem, a indústria musical dos EUA aguarda com apreensão para entender como essas mudanças afetarão os direitos autorais musicais e a distribuição de royalties, tendo em mente o papel crucial desempenhado pela BMI na arrecadação e distribuição desses pagamentos. A evolução dessa situação pode ter um impacto duradouro no cenário da música e nos ganhos dos criadores.

Foto: A cantora Taylor Swift recebe prêmio da BMI (FRAZER HARRISON/GETTY IMAGES)

Resumo:

Grupos da indústria musical emitiram uma carta para abordar preocupações relacionadas à venda da BMI, e qual será o impacto sobre os royalties pagos aos criadores musicais e editores.

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