Matéria de Variety

Hoje celebramos 15 anos de Spotify destacando 15 vezes em que o serviço de streaming trouxe inovações e transformações que impactou a forma como as pessoas consomem música.

Há exatamente 15 anos, no dia 23 de abril de 2006 surgia o Spotify. O serviço de streaming fruto da imaginação dos empresários suecos Daniel Ek e Martin Lorentzon, tem revolucionado cada vez mais o mundo da música.

Na busca de uma solução para o problema da pirataria da indústria musical, o serviço de streaming de áudio sob demanda foi construído com base no entendimento de que os consumidores que não estão inclinados a comprar um álbum ou música específica podem estar dispostos a pagar pela facilidade de acesso a uma grande biblioteca musical.

Por uma taxa mensal de US$9,99 nos EUA (ou grátis para aqueles que não se importam em ouvir anúncios), a plataforma é um arquivo aberto, facilmente pesquisável e repleto de mais música do que qualquer um poderia ouvir na vida.

Segundo a RIAA, a plataforma subiu de 7% do mercado dos EUA em 2010 para incríveis 83% no final de 2020 – e as receitas de música gravada viram seu quinto ano consecutivo de crescimento, chegando a US$12,2 bilhões.

Em homenagem ao 15º aniversário do Spotify, a Variety destacou 15 vezes em que o Spotify trouxe algumas inovações e transformação (não necessariamente boas) que impactou a forma como as pessoas consomem música.

  1. O declínio da pirataria musical

No tempo em que programas como Napster e Limewire permitiam o download ilegal e o compartilhamento de arquivos, a pirataria reinava no mercado da música. Até que o Spotify tornou o streaming atrativo para os fãs de música. Agora o Spotify segue líder de mercado no streaming, contribuindo para a redução da pirataria no mundo. Em um estudo realizado no Reino Unido pelo YouGov – uma empresa especialista em pesquisas – a pirataria de música caiu de 18% em 2013 para 10% em 2018. Sendo que 22% dos entrevistados afirmaram que em cinco anos esperam parar de baixar música ilegalmente.

  1. Música sem gênero

Os serviços de streaming por assinatura acabaram permitindo que os usuários descobrissem novos artistas, gêneros e sons com facilidade pagando US$10 por mês. Essa música é que gênero? Isso é Rock ou Indie? Isso é R&B ou Neo Soul? Proporcionando uma maior acessibilidade , o Spotify se tornou uma bênção para fãs e artistas no mundo da música, levando à fusão de estilos de gêneros. Uma pesquisa de 2019 feita pela YPulse descobriu que 85% dos usuários mileniuns do Spotify consideram que seus gostos musicais não se enquadram em apenas uma categoria como rock ou pop.

  1. Assinaturas Gratuitas

Por muitos anos, o Spotify foi criticado por seu modelo de assinatura gratuita suportada por anúncios.  A ideia era de que com o tempo, muitos usuários migrariam para o plano de assinatura paga. Valeu a pena insistir na ideia! No ano passado o Spotify bateu a marca de 155 milhões de assinaturas pagas no quarto trimestre (crescendo 31 milhões em comparação a 2019). Embora o modo gratuito seja responsável por apenas 9% da receita e represente apenas 1% de seu lucro bruto, não há dúvidas de que a opção seja boa para os negócios da empresa e uma ótima oportunidade de conversão de novos usuários.

  1. Playlists de humor

Os serviços de streaming não apenas romperam muitas fronteiras entre gêneros musicais, mas também criaram novos conceitos para playlists. Desde o início de 2010, o Spotify tem sido pioneiro em criar playlists baseadas em humor do usuário, proporcionando novas experiências com a música. Um exemplo é a Mood Booster, que inclui músicas alegres e otimistas de todos os gêneros.

  1. Autoplay – a Reprodução Automática

Antes da era do streaming, o conceito de ‘autoplay’ como conhecemos hoje não existia. Antigamente, para que um usuário aumentasse sua playlist, ele teria que pagar por ela em serviços de download digital como o iTunes. Era mais difícil ainda para que esses serviços recomessem novas músicas.

Com a popularização dos serviços de streaming, os DSPs como o Spotify começaram a oferecer aos usuários mais conteúdo, incluindo sugestões algorítmicas de novas músicas que se encaixam no tema da playlist. Além disso, o Spotify se tornou o primeiro serviço de streaming de áudio sob demanda a popularizar a reprodução automática, um recurso que agora está incluso em todos os outros streamings.

  1. Acabou com o monopólio da Apple

Com o lançamento do iPod em 2001 e do iTunes dois anos depois, a Apple dominou completamente o mundo da música digital, detendo 69% de participação de mercado nas vendas digitais, em 2009. Seu concorrente mais próximo, Amazon MP3, ficou bem atrás com apenas 8% de participação naquele ano.

Mas o domínio da Apple sobre o consumo de música digital terminou em 2016, quando a receita de streaming finalmente ultrapassou a de downloads digitais. O Spotify liderou entre os streamers no segundo trimestre daquele ano, com 44% do mercado global; A Apple Music veio em seguida, com 19%. Desde então, o Spotify continua a ocupar o primeiro lugar como DSP apenas de áudio, mantendo 34% do mercado global de streaming, no segundo trimestre de 2020.

  1. Curadores de playlists ganham destaque no mercado musical

A equipe de curadores de playlist do Spotify pode desempenhar um grande papel no sucesso de uma música. Pois são eles que, muita vezes, têm o poder de colocar determinada música em playlists populares como a ‘Top Hits de hoje’, ‘Rap Caviar’ ou ‘New Music Friday’.

Um dos primeiros curadores a se destacar no mundo das playlists foi Tuma Basa, fundador da ‘Rap Caviar’, a lista de reprodução de hip-hop mais popular do Spotify. O sucesso de Basa foi tão grande que ele precisou deixar a empresa em 2018, para estrelar um show importante no YouTube Music.

Em tempos onde a audição diária de música em smartphones aumentou de 33% em 2016 para 41% em 2019, se tornar um curador de playlists é o mesmo que ditar o que é ou não tendência na música.

  1. “Spotify Wrapped”

Em 2015, o Spotify se tornou o primeiro DSP a oferecer aos ouvintes uma retrospectiva personalizada de final de ano. Todo ano já virou costume entre os usuários do serviço compartilhar em suas redes sociais seu “Spotify Wrapped”. É claro que a concorrência também começou a oferecer o recurso. A Apple Music seguiu o exemplo com “Replay”, que estreou em 2019. O Tidal se juntou no ano passado com um produto semelhante, o “My 2020 Rewind”.

  1. Créditos do compositor e produtor

O Spotify foi o primeiro streaming de áudio a mostrar os créditos de cada música. Além de lançar playlists como a ‘Written By’, para mostrar o trabalho dos principais compositores. No entanto, o Tidal ficou à frente neste quesito ao incluir também músicos e engenheiros, bem como compositores e produtores nos créditos.

  1. A problemática política de “conduta odiosa”

Apesar de ter suas próprias diretrizes contra “conteúdo de ódio” na plataforma, o Spotify andou deixando a desejar neste assunto, privilegiando alguns artistas e outros, nem tanto.

“Conteúdo de ódio” são aqueles que incitam ódio ou violência contra um grupo ou indivíduo com base em suas características como raça, religião, identidade de gênero, sexo, etnia, nacionalidade, orientação sexual, condição de veterano ou deficiência.

Uma das grandes repercussões de falhas neste quesito aconteceu quando o Spotify tentou remover qualquer divulgação das músicas do rapper R. Kelly, envolvido em uma série de denúncias de abuso sexual em 2019. Na época, antes mesmo de haver qualquer julgamento, o serviço de streaming chegou a banir as músicas do rapper de playlists. Infelizmente, o mesmo não aconteceu com outros artistas que chegaram a ser condenados por crimes.

Foi o caso do assassino condenado Phil Spector. Suas músicas permaneceram em playlists normalmente na plataforma. A empresa admitiu seu erro e disse que voltaria atrás em sua política. Mas em outro caso, onde o astro country Morgan Wallen usou um termo racista (denunciado em vídeo por um de seus vizinhos), sua música desapareceu de muitas playlists, mas voltou discretamente para algumas outras.

  1. Artistas podem compartilhar suas histórias

Spotify também foi o primeiro serviço de streaming a ter o seu próprio ‘Stories’ na plataforma. Semelhante ao recurso do Snapchat e Instagram, o ‘Spotify Clips’ permite que artistas compartilhem vídeos curtos e possam se conectar com os fãs. O recurso está disponível para criadores selecionados. Entre eles, o produtor e compositor Dean, que aproveitou a novidade para compartilhar com os fãs ​​a história de fundo da criação do “Sicko Mode”, uma dos maiores hits de Travis Scott.

  1. Doações de Gorjetas durante a pandemia

Após a devastação causada pelos efeitos do COVID-19 na indústria da música, o Spotify entrou em cena lançando um novo recurso chamado de ‘Artist Fundraising Pick’. Com o recurso, fãs podem “doar gorjetas”. O dinheiro acumulado por meio desse novo recurso pode ser enviado para uma instituição de caridade de escolha do artista ou ir diretamente para o seu próprio bolso. Foi uma forma de proporcionar um alívio durante a pandemia.

A ideia acabou não agradando todo mundo, uma vez que seria uma “admissão de que os artistas não estão sendo pagos o suficiente” pelo Spotify ao ponto de não poderem sobreviver apenas com o dinheiro vindo com a audição de músicas na plataforma.

  1. “Canvas”: Mini-vídeos para acompanhar as músicas

Lançado em fevereiro desde ano, o Spotify Canvas permite que os artistas carreguem um loop de vídeo personalizado de 5 a 8 segundos para acompanhar a música arte da capa enquanto a música toca. Essa arte interativa permite que os artistas ofereçam um retrato com mais nuances de sua visão criativa dentro do contexto de uma experiência de streaming apenas de áudio.

O Spotify anunciou que os usuários que ouvem uma música com o Canvas têm 5% maior probabilidade de continuarem a tocar a música até o final, 20% maior probabilidade de adicionar a música às playlists e 9% maior probabilidade de visitar a página de perfil do artista.

  1. Música licenciada para podcasts

A plataforma de criação de podcast do Spotify, a Anchor, revelou recentemente um recurso que permite aos podcasters integrarem músicas completas diretamente da biblioteca do Spotify em seus episódios, sem a necessidade de um licenciamento adicional. Anunciado em outubro, o recurso é uma grande solução para os criadores de podcast que há muito lutam com o complicado e caro processo de licenciamento do formato, permitindo uma maior inovação no espaço. Assim, novos conteúdos como podcasts de meditações guiadas, resenhas de álbuns e shows no estilo DJ e de rádio poderão estar na plataforma.

  1. O polêmico “Marquee”:

Em outubro de 2019, o Spotify lançou a plataforma de publicidade ‘Marquee’, a primeira desse tipo para um serviço de streaming apenas de áudio. Acessível através do portal ‘Spotify for Artists’, o ‘Marquee’ é uma ferramenta de recomendação patrocinada na qual um artista ou sua equipe paga o Spotify por anúncios direcionados aos usuários com maior probabilidade de se interessar pelo anúncio. Com uma taxa de conversão de cliques em 20%, os anúncios Marquee tem sido uma nova fotne de receita para o serviço. Esse novo recurso, no entanto, foi controverso, levando alguns a chamar o ‘Marquee’ de uma forma “de fazer jabá” na era do streaming.

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