Após receberem multa de $200 milhões por violação de direitos autorais, Roblox fecha acordo com editoras nos EUA

O acordo foi realizado após o game ter sido processado em $200 millhões por um grupo de editoras que alegavam práticas de violação de direitos autorais feitas pela plataforma.

Negociação semelhante aconteceu recentemente entre a Associação de Editoras e o Twitch. A plataforma precisou remover vários vídeos de streamers que usavam música ao fundo durante suas transmissões.

O vice-presidente e chefe global de música da Roblox, Jon Vlassopulos, disse que a plataforma está satisfeita com o acordo que abrirá portas e dará para oportunidades aos usuários, incluindo a possibilidade de assistir shows virtuais de vários artistas, como tem acontecido no Fortnite:

“Estamos satisfeitos que a indústria editorial veja o potencial da Roblox como uma oportunidade criativa e comercial significativa para seus membros. A música é uma forma natural de as pessoas se expressarem, se divertirem e se conectarem com pessoas que pensam da mesma forma. Nós nos esforçamos para oferecer experiências que reúnam milhões de fãs com os compositores e artistas que amam. Roblox atualmente permite que gravadoras e editoras alcancem milhões de fãs ao mesmo tempo em ambientes hiper-sociais e imersivos, como festas de lançamento e shows virtuais. Seguindo em frente, estamos comprometidos com a parceria com a indústria da música, como um todo, para criar uma nova era social do negócio da música que envolve fãs e artistas de uma forma sem precedentes no metaverso. ”

Maestro Remo Usai ganha direitos autorais do Ecad após disputa que durou 38 anos

Imagina chegar aos 93 anos, receber um prêmio honorário no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e não ser remunerado por suas composições?

Parece um pesadelo, mas foi o que aconteceu com o Maestro Remo Usai. Um dos maiores músicos do país, que já fez trilhas para mais de 60 filmes brasileiros, mas nunca recebeu direitos autorais por seus trabalhos. Desde 1983, o autor vem buscado ajuda na justiça para receber seus direitos do Ecad, mas só em 2018 veio o resultado a seu favor.

Conforme o G1, o Ecad realizou o valor devido apenas agora, em 2021. Por enquanto, não se sabe quais os valores que Usai deve receber, pois o dinheiro precisa ser liberado pela justiça.

Pelo menos o dinheiro vai chegar em boa hora, já que o Remo Usai está bem fragilizado por conta da idade e saúde:

“Ele está acamado, já não responde muito mais. Antes, dava palestras, gostava muito de ter contatos de todo tipo, muito sociável. Hoje não tem mais condição”, lamentou a esposa de Usai, Antonia Colacicco ao portal.

“Para nós é uma grande felicidade que o Ecad tenha, finalmente, pago tudo que deve ao Remo”, afirmou Daniel Campello, do escritório Gladulich, Alonso e Campello, advogados do maestro.

“Tive duras batalhas nesse processo, mas nunca desisti porque queria muito dar essa vitória ao Remo, o maior compositor brasileiro para cinema”, complementou.

Após a vitória, o advogado Jorge Costa anunciou que vai querer receber honorários advocatícios pelo tempo que representou o músico no processo. Na época Costa era presidente da Socinpro, mas há 12 anos deixou de representá-lo.

“Não faz sentido. Até a gente chegar a essa conclusão foi um caminho bem penoso. Foi muito difícil”, disse Antonia. Até o momento Costa não retornou sobre o assunto ao portal.

 

Foto: Reprodução – Cena do documentário ‘Remo Usai – Um músico para o cinema’, do diretor Bernardo Uzeda, de 2008.

Com relatório, Comitê pede mudanças no streaming ao Governo Britânico

Nesta semana o Governo Britânico recebeu um relatório elaborado por um Comitê com um pedido por mudanças na legislação que regulamenta os serviços de streaming, a fim de buscar maior equilíbrio e condições para músicos e artistas no digital.

O Comitê formado no Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) do governo britânico, vem estudando a economia do mundo da música durante a pandemia, bem como ouvindo pessoas, como Nile Rogers e executivos, para entender o mercado e oferecer soluções melhores à compositores e artistas.

O resultado dos estudos gerou o relatório ‘Economics of Music Streaming’ (‘Economia do streaming de música’, em tradução livre), onde a entidade mostrou como o mercado continua beneficiando as grandes gravadoras, enquanto os titulares de direitos autorais não conseguem viver do que criam.

No relatório, o Comitê chegou a quatro principais questões pelas quais o streaming precisa se modernizar:

  1. Artistas (e até os mais famosos) não estão tendo retorno financeiro com o streaming:

A remuneração equitativa é um direito do artista. No entanto, no streaming os artistas são pagos de acordo com os termos de seu contrato de gravação. Dependendo de quando eles começaram suas carreiras, seus royalties podem variar de 20% (para um artista de porte médio) à 2%, para aqueles com contratos históricos.

O Gráfico de barras mostra os resultados da pesquisa da #PayPerformers Campaign, sobre remuneração de artistas de streaming do Reino Unido em 2020, onde quase 50% disseram: ‘Não recebo nenhuma receita como artista de streaming”.

 

  1. Disparidade nos pagamentos de direitos de gravação e autoral

A atual divisão da receita de streaming dá à gravadora a maior parte da receita de uma faixa. Isso vem de um modelo que se aplicava à venda física, em que os selos tinham despesas de fabricação, armazenamento e transporte de CDs.

Isso deixa os compositores e editores com a menor parcela da receita, apesar de ser parte integrante do processo criativo. Os criadores e editoras musicais argumentam que esse modelo está desatualizado e injusto, pois essas despesas gerais não se aplicam à produção musical digital.

  1. Apenas três grandes gravadoras controlam a maior parte do mercado

A pirataria digital e novas tecnologias (como streaming) perturbaram a indústria musical tradicional, levando a um ecossistema onde três grandes players surgiram e se expandiram.

As três maiores empresas agora têm uma participação no mercado fonográfico do Reino Unido equivalente a 75%. Eles também dominam a edição de música, que é a parte da indústria que lida com os direitos das letras e da composição de uma faixa.

  1. ‘Porto seguro’ e violação de direitos autorais

O ‘porto seguro’ (safe harbour) isenta as empresas de tecnologia que hospedam conteúdo gerado pelo usuário de serem criminalmente e financeiramente responsáveis ​​por conteúdo que infringe direitos autorais. Isso desde que eles ajam rapidamente contra o conteúdo infrator (como remover um vídeo), onde obtêm “conhecimento real” de onde isso aconteceu.

O porto seguro sustenta os modelos de negócios dessas empresas de tecnologia, que permitem aos usuários consumir música gratuitamente. Isso significa que esses serviços negociam licenças de música com eficácia depois que os usuários tocam em suas plataformas. Isso cria uma chamada ‘lacuna de valor’, uma vez que as receitas de música de serviços financiados por anúncios são significativamente menores do que aquelas de serviços pagos.

 

Cinco recomendações para consertar os problemas

Além de apresentar os problemas no streaming, o Comitê fez cinco recomendações para ajudar o Governo Britânico a dar início às reformas legislativas no streaming.

  1. Remuneração equitativa

O direito a uma remuneração equitativa é uma solução simples, mas eficaz, para os problemas causados ​​pelos baixos salários do streaming de música. É um direito que já está estabelecido na legislação do Reino Unido e foi aplicado ao streaming em outras partes do mundo.

O Governo deve promulgar legislação para que os artistas possam desfrutar do direito a uma remuneração equitativa para o fluxo de renda.

  1. Paridade de receita para compositores

Apesar de ser uma parte importante no processo de criação e streaming de música, compositores não são efetivamente remunerados por seu trabalho.

O governo deve trabalhar com os criadores e o setor editorial independente para explorar maneiras pelas quais os novos e futuros compositores possam ser apoiados para terem carreiras sustentáveis, ​​e as editoras musicais independentes permanecerem comercialmente viáveis.

  1. Um estudo sobre o poder de mercado na indústria musical

Não há dúvida de que os principais grupos musicais atualmente dominam a indústria, tanto em termos de participação no mercado geral de gravação e (em menor grau) de edição, mas também por meio de sua propriedade dos direitos musicais mais valiosos e por meio de fusões e aquisições de serviços concorrentes.

Foi recomendado que o Governo encaminhe um caso para a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), a fim de realizar um estudo de mercado completo sobre o impacto econômico do domínio das grandes empresas. O Governo também deve fornecer ao CMA os recursos e pessoal para realizar este caso.

  1. Algoritmos e playlists mais transparentes

Os curadores musicais desempenham um papel importante na descoberta e no consumo da música digital. Não é a toa que os criadores de música estejam investindo mais recursos para chamar a atenção desses curadores.

Quando os curadores são pagos ou recebem benefícios em espécie em playlits, é recomendado a criação de um código de prática desenvolvido pela Advertising Standards Authority (semelhante ao que é feito com os influenciadores de mídia social) para garantir que as decisões que tomam sejam transparentes e éticas.

  1. Abordar preocupações sobre o ‘porto seguro’

Para garantir que os criadores de música e as empresas prosperem no mercado musical mundialmente importante do Reino Unido, o governo deve fornecer proteções para os detentores de direitos que sejam pelo menos tão fortes quantos aqueles fornecidos em outras jurisdições.

Como prioridade, o Governo deve introduzir obrigações robustas e legalmente aplicáveis ​​para normalizar os acordos de licenciamento para serviços de hospedagem de Conteúdo Gerado pelo Usuário, e assim, lidar com as distorções do mercado e a ‘lacuna de valor’ do streaming de música.

Paulo Guedes propõe que artistas paguem 34% de imposto

No último sábado (3), foi publicado na coluna de Ancelmo Gois d’O Globo, a notícia de que Paulo Guedes, atual Ministro da Economia, estaria preparando uma Reforma Tributária para incluir o pagamento de Imposto de Renda pela classe artística.

De acordo com a coluna, o Ministro quer que a classe artística seja obrigada a pagar 34% de Imposto de Renda. Um valor exclusivo aos trabalhadores do setor cultural, semelhante à proposta de taxação sobre livros realizada anteriormente.

Para o especialista tributário Leonardo Antonelli, a alíquota trata-se de um “exemplo clássico de utilização do poder de tributar para destruir”.

Conforme o Tenho Mais Discos Que Amigos, após a repercussão da notícia, alguns artistas começaram a se posicionar nas redes sociais, entre eles o baixista do Jota Quest, PJ.

“Desculpem por postar isto em um sábado, mas faço questão que todos saibam que a perseguição do governo com a classe artística é real, cruel e totalmente sem sentido. Se um país e seu próprio governo não incentiva, não dá valor e apoia sua cultura, os mesmos estão fadados ao fracasso e à insignificância. Surreal!”, disse o músico em uma postagem no Instagram.

 

Foto: Paulo Guedes/ reprodução

STJ decide que UBC deve liberar acesso de cadastro de obras na íntegra para pesquisador

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o advogado Alexandre Pesserl, pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pode ter acesso aos dados completos de titularidade das obras e fonogramas geridos pela União Brasileira de Compositores (UBC).

Conforme o Plural.com, Pesserl havia pedido à Justiça a liberação para o acesso de todos os cadastros das obras musicais do catálogo da UBC, a fim de levantar e cruzar dados em sua tese de doutorado. No entanto, o pesquisador estava enfrentando dificuldades para coletar dados, já que atualmente o Ecad e associações de autores não disponibilizam as informações de participação individual de cada artista/compositor nas obras, apenas constam dados básicos sobre obras e fonogramas.

O caso acabou chegando ao STJ pela relatora e ministra Nancy Andrighi, e foi votado de forma unânime pelos demais ministros a favor de Pesserl. A ministra afirmou que será preciso manter um “cadastro centralizado de todos os contratos, declarações ou documentos de qualquer natureza que comprovem a autoria e a titularidade das obras e dos fonogramas, bem como as participações individuais em cada obra e em cada fonograma, prevenindo o falseamento de dados e fraudes e promovendo a desambiguação de títulos similares de obras” e que “tais informações são de interesse público e o acesso a elas deverá ser disponibilizado por meio eletrônico a qualquer interessado, de forma gratuita”.

Após a decisão, a UBC entrou com o pedido de embargos de declaração alegando estar impedida de disponibilizar informações sobre a autoria de obras e fonogramas. A entidade afirma que a decisão expõe informações pessoais e privadas sobre a gestão dos repertórios dos titulares de direitos autorais e que os “dados objeto da decisão do STJ já são disponibilizados, conforme determina a lei”.

O advogado Sydney Sanchez disse ao portal que “a UBC cumpria regularmente a Lei de Direitos Autorais e que as informações originalmente pretendidas pelo professor eram excessivas”. Agora, o STJ deve decidir sobre os limites do pedido.

Mudanças para o Mercado Musical:

De acordo com Pesserl, a decisão deve trazer uma revolução do mercado pode ter se iniciado: “A partir do acesso a este banco de dados, abre-se a possibilidade de registros de direitos autorais de forma aberta, em blockchains públicas, que permitiriam o mapeamento de recursos culturais abertos e a criação do domínio público positivo, um conjunto de conhecimentos que devem permanecer em modo de livre acesso e uso da sociedade”.

Allan Rocha, professor da UFRJ e diretor do Instituto Brasileiro de Direitos Autorais, também destacou como a decisão deve impactar o mercado:

“O primeiro é na elaboração de políticas públicas, pois vamos saber quantas das músicas cadastradas no ECAD do Brasil, pertencem a músicos independentes ou grandes produtoras. Qual o nível de concentração de titularidade, ou seja, se uma empresa tem 60% de todas as músicas por exemplo então esse é um ponto importantíssimo para a pesquisa de políticas públicas”, disse o professor ao portal.

“O acesso a esse banco de dados joga luzes na estrutura do sistema. Se não resolve todos os problemas, traz um elemento fundamental para se pensar em oferecer novas formas de remuneração para autores, formas mais rápidas e mais honestas, para desenvolver contratos inteligentes, sistemas automáticos de pagamento e distribuição direta”, concluiu.

LEONARDO NEGA TER ENGANADO E HUMILHADO AUTOR DE “PENSE EM MIM”

Recentemente o cantor sertanejo Leonardo foi acusado de humilhar e enganar o compositor de “Pense em mim”, uma das músicas mais conhecidas de sua carreira.

Conforme o Uol, durante o processo aberto o cantor negou que humilhou o compositor Mário Soares. A defesa alega que o sertanejo é apenas o intérprete da música e todas as autorizações foram obtidas na época do lançamento pela gravadora e editora:

“No que tange aos direitos autorais, nada tem [o compositor] a reclamar com Leonardo, visto que ele não participou das tratativas e muito menos firmou qualquer contrato que determinou as remunerações”, declarou a defesa de Leonardo à Justiça.

Mário Soares afirma nunca ter sido remunerado de forma justa pelos direitos autorais da música, que só foi solicitada autorização apenas no álbum “Leandro e Leonardo Vol. 4”. Ele contou que foi pressionado a assinar contratos, mesmo sem conhecimento sobre os seus direitos. Além disso, o compositor declarou que se tornou apenas um coadjuvante da história e que por diversas vezes Leonardo tentou humilhá-lo:

“Sempre que se encontram, [Leonardo] pede o número de sua conta bancária, fazendo alusão de que está milionário e que Mário merece uma caixinha”, afirmou o advogado Alexandre Teixeira Moreira, representante do compositor durante audiência.

Para o advogado de Leonardo não há provas sobre as acusações apresentadas: “Onde comprova que Leonardo tenha praticado qualquer conduta vexatória contra ele ou a sua obra?”.

Mário está cobrando o valor de R$598,8 mil, considerando royalties e indenização. A ação segue sem julgamentos e envolve também as gravadoras.

 

Foto: Glaucon Fernandes – 26.jan.2019/Eleven – reprodução

Executiva do TikTok Br fala sobre impacto da plataforma na música

O que Little Nas X, Doja Cat, Fleetwood Mac têm em comum? Todos tiveram suas músicas viralizadas no TikTok. A essa altura é impossível para um artista na música não pensar na plataforma como uma grande ferramenta de promoção.

Em entrevista ao Meio e Mensagem, Roberta Guimarães, head de conteúdo musical do TikTok Brasil falou como o TikTok tem influenciado a música “e vice-versa”.

Para a executiva mensurar o tamanho da influência do TikTok na música é difícil, uma vez que, a plataforma é um grande impulsionador de tendências que atingem a milhões de pessoas no mundo todo:

“As músicas geram algo que vai além de apenas uma tendência, elas criam um momento cultural, contando histórias que se conectam tanto com as letras e danças, como com o movimento gerado por elas. Logo, essa influência é muito difícil de mensurar. Mas acho que fica claro quando hoje olhamos para o Top 50 dos principais charts de música e notamos que pelo a grande maioria das músicas saiu daqui ou se potencializou através do TikTok. Há duas semanas atrás, as 3 primeiras músicas mais consumidas nos streamings, no Brasil, começaram a se destacar dentro do TikTok”, explicou Roberta.

A executiva contou que a plataforma tem buscado parcerias entre gravadoras e distribuidoras para impulsionar a música na plataforma. Além disso, a empresa tem realizado contratos de licenciamento, assim como as demais plataformas de música digital.

“Nós sempre buscamos atuar junto a eles [artistas e gravadoras] para ajudar na adoção da plataforma como ferramenta de crescimento e promoção de músicas e carreiras artísticas. Estamos sempre presentes para partilharmos as melhores práticas com os artistas, para vermos como podemos desenvolver experiências únicas para os fãs dentro do TikTok e como conseguimos dar suporte e assistência para um novo talento, por exemplo, contou a executiva.

“Queremos também estar presentes e disponíveis em feiras de música, eventos de tecnologia ou conteúdo, por exemplo, como uma forma de estar acessíveis e compartilhando conhecimento”, complementou.

Roberta citou ainda que a plataforma tem trabalhado a conexão entre artistas e criadores para gerar ainda mais conteúdos relevantes para o público: “A ideia é que nosso universo de criadores esteja cada vez mais acessível e ligado aos criadores de músicas. Muitas vezes eles são, inclusive, diretores artísticos de projetos com músicos, já que são grandes especialistas na linguagem e na relevância cultural dentro da plataforma”.

Mas afinal, existe alguma dica para ter o mesmo sucesso que Little Nas X, Doja Cat e tantos outros artistas tiveram com a ajuda do TikTok?  Bom, sentimos dizer, mas a resposta é não!

“Se eu te falar que tem uma fórmula, vou estar mentindo, mas existe um fator comum que é a participação dos artistas e a geração de conteúdo por eles. Os artistas sempre serão o agente principal da comunicação de suas próprias músicas. Além disso, a audiência do TikTok gosta do que é real, então, para um artista criar relevância na plataforma ele precisa estar conectado e ele pode fazer isso de diversas maneiras: interação com as trends, interação com os fãs, estimular os fãs a usarem a criatividade, estar presente”, concluiu Roberta.

 

Foto: Malte Wingen/Unsplash

Roger Waters recusa oferta milionária de Zuckerberg para uso de sua música em uma campanha do Instagram

No último sábado, Roger Waters anunciou que recursou uma grande oferta do cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, para usar “Another Brick in the Wall” em uma campanha publicitária do Instagram.

A notícia foi dada por Roger Waters enquanto participava de uma entrevista no evento “Free Assange Fórum”, criado para libertar o ativista sueco Julian Assange, que está preso no Reino Unido desde abril de 2019.

O músico e cofundador da banda Pink Floyd disse que ficou irritado com a proposta, já que o Facebook, segundo ele, censurou a história da prisão do repórter e contribui para o “caos” mundial que estamos vivendo:

Em um vídeo publicado no Twitter pelo perfil mexicano La Jornada, o roqueiro chegou a ler partes da proposta que recebeu:

“Chegou na Internet para mim esta manhã um pedido de licença para uso da minha música, ‘Another Brick in the Wall (Part 2),’ na produção de um filme para promover o Instagram.”

Revoltado, o músico falou que recursou a proposta, mesmo sendo um valor alto: “Então, é uma carta de Mark Zuckerberg para mim … com uma oferta de uma enorme quantia em dinheiro e a resposta é, ‘f*d*-se! Nem f*d*ndo!

“E só menciono isso porque é o movimento traiçoeiro deles para assumir absolutamente tudo. Então, aqueles de nós que têm algum poder, e eu tenho um pouco – em termos de controle de minhas músicas. Então, eu não serei cúmplice dessa m*rda, Zuckerberg.”, afirmou o artista indignado.

Waters também revelou que na proposta, o Facebook elogiou sua obra por ser atemporal, traduzindo um “sentimento central” que “ainda é tão prevalente e necessário hoje”. O trecho deixou o músico ainda mais revoltado, já que o Facebook nasceu como uma plataforma para classificar e dar notas e classificar as meninas mais bonitas de Harvard:

“Como diabos ele conseguiu algum poder em qualquer coisa? E ainda assim aqui está ele, um dos idiotas mais poderosos do mundo”, afirmou Waters.

Conforme o NewsWeek, em fevereiro de 2020, o músico se juntou a centenas de manifestantes – incluindo a designer Vivienne Westwood – para exigir a libertação de Assange enquanto marchavam pelas ruas do centro de Londres.

Assange, nascido na Austrália, passou sete anos na embaixada onde buscou asilo diplomático enquanto enfrentava acusações de suposto crime sexual na Suécia. Ele sempre sustentou que as acusações suecas eram pouco mais do que uma estratégia para que os funcionários da inteligência dos EUA o capturassem e extraditassem para os EUA.

Os promotores dos EUA alegam 17 acusações sob a Lei de Espionagem contra Assange, que era o ex-chefe do Wikileaks, uma organização que divulga na internet documentos confidenciais obtidos de empresas e agências governamentais do mundo. Além disso, o repórter possui uma série de acusações que podem resultar em 175 anos de prisão, se condenado.

 

FOTO: KURT KRIEGER/CORBIS VIA GETTY IMAGES/CHRISTOF STACHE/AFP VIA GETTY IMAGES

Para especialista brasileiro, mercado da música precisa se reajustar diante de uma nova crise de direitos autorais

O ano é 2021 e cá estamos diante de mais uma revolução tecnológica com a chegada do 5G e a Web 3.0. O que significa para o mundo da música? Mais oportunidades para artistas, novas experiências para os fãs de música e uma possível crise de direitos autorais.

Este foi o assunto de um artigo publicado pelo especialista Arthur Deucher Figueiredo para o Tenho mais Discos Que Amigos. De acordo com o advogado e mestre em Direito e Política da Mídia, Entretenimento e Tecnologia pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), o mercado da música precisa se atualizar, principalmente para não enfrentar uma nova crise de direitos autorais.

Baseado em um artigo escrito para a Variety, Mark Gillerspie, CEO da Three Six Zero, Figueiredo explica que em breve a indústria da música terá uma nova crise com a chegada das novas tecnologias. Desta forma, todas as estruturas atuais de poder e legislação de direitos autorais se tornarão redundantes.

Assim como ocorreu no passado com a chegada do Napster e o auge da pirataria na música, a chegada da Web 3.0, aliada ao 5G, proporcionarão conectividade com alta velocidade, promovendo uma rede com ideais mais descentralizados voltando a ideia de uma “internet primitiva”.

“Tais redes descentralizadas, que já despertam o interesse dos entusiastas interessados ​​em blockchain, irão muito mais longe na medida em que a usabilidade e a acessibilidade dessas redes forem melhorando, o que representa um grande desafio para as leis de direitos autorais existentes e, consequentemente, para os detentores de direitos autorais”, explica o autor.

E como lidar com tanta novidade diante de uma lei de direito autoral brasileira tão criticada e sem atualização desde 1998?

Não é preciso pensar muito pra chegar na solução: “É preciso pensar no futuro do mercado e quais as estruturas legais que irão servir de alicerce para as mudanças impostas por esses avanços”, concluiu Figueiredo.

 

Foto por Pexels via Pixabay – reprodução

 

O YouTube pagou US$4 bilhões à artistas no mundo em 2020

Na última quarta-feira (02), Lyor Cohen, Chefe Global de Música do YouTube anunciou no blog oficial da plataforma que no último ano o YouTube pagou US$4 bilhões à artistas e compositores no mundo.

De acordo com Cohen, parte deste dinheiro foi gerado através de anúncios do YouTube e do YouTube Music/YouTube Premium.

Cohen também revelou que no último trimestre de 2021 a plataforma conquistou o maior número de assinantes pagos desde o seu lançamento. Ele disse que o objetivo da plataforma é ir além e se tornar a que mais remunera artistas no mundo todo:

“Nosso objetivo é nos tornarmos o principal gerador de receita para a indústria da música e ajudar artistas ao redor do mundo a construir uma carreira fazendo música.”, disse o executivo em seu post.

Conforme análise do Music Business Wordwide, os novos dados significam que nos últimos 12 meses, o YouTube pagou à indústria da música cerca de 20% do que arrecadou de anúncios. Sendo que dos US$4 bilhões, 30% (ou cerca de US$1,2bilhão) do que foi pago, vieram do Conteúdo Gerado pelo Usuário.

“Tanto o conteúdo de música premium quanto o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) estão crescendo e trazendo um valor significativo para a indústria”, citou Cohen.

O executivo também mencionou o quão importante a plataforma tem sido para impulsionar novas fontes de receitas na música. Foi o que aconteceu no show virtual do grupo de k-pop BlackPink – “The Show”. Antes do show, as meninas tinham 280.000 membros assinantes do em seu canal oficial, após o show esse número bateu a marca de 2,7 milhões de novos assinantes.

Na ocasião, para assistir ao show o fã poderia escolher o acesso padrão pagando US$29,99, com acesso à transmissão ao vivo, retransmissão e emojis personalizados, enquanto o acesso ‘Plus’ custava US$39,99 e dava acesso à transmissão ao vivo, retransmissão, emojis personalizados e conteúdos extras de bastidores.

“Construir a melhor experiência musical para os fãs e capacitar todos os artistas a desenvolver suas carreiras são essenciais para nós. Eu não poderia estar mais animado com o futuro da indústria musical. Hoje em dia, quando minha mãe me pergunta o que eu faço para viver, digo a ela que estou ajudando a garantir que o próximo Kurt Cobain não precise se tornar um dentista”, concluiu Cohen

 

Foto: O grupo de K-pop BlackPink