GRAVADORAS SE REIVENTAM PARA SE AJUSTAR AO NOVO CENÁRIO DA MÚSICA

Matéria de Estadão

Plataformas de vendas de produtos colecionáveis, podcasts e canais no Youtube. Saiba como as gravadoras estão buscando inovar para se ajustar ao novo cenário da indústria da música.

O Estadão publicou uma matéria sobre como as gravadoras estão buscando ir além da venda de cópias de discos para se ajustar ao novo cenário da indústria musical.

Universal Music – Plataforma de vendas

Um caminho encontrado pela Universal Music foi lançar sua plataforma de vendas diretas ao consumidor. Na umusicstore.com é possível encontrar produtos físicos colecionáveis do catálogo da gravadora, como CDs, DVDs, vinis e boxes. Além disso há almofadas, quadros, bonés, camisetas, canecas e coolers:

“Com o crescimento do digital, a gente viu uma necessidade maior de manter o físico aceso, só que agregando valor e entrando em novos mercados: de decoração, moda e acessórios. Essa indústria movimenta muito dinheiro no Brasil”, afirmou o presidente, Paulo Lima. “No fundo, a gente entende que os artistas são grandes marcas e que seus fãs querem ter produtos físicos dessa marca do artista.”, continuou.

Sony Music – Plataforma de Vendas/ Filtr Live

A fanstagestore.com.br, da Sony Music, também é uma plataforma de vendas com produtos de seus artistas.  A companhia criou o setor de Business Development para o desenvolvimento de um novo modelo de negócios e ampliação de sua atuação. Dividido em duas partes, a primeira atua em contato direto com as marcas e o outra foca na promoção de shows, festivais e propagação da marca Filtr Live.

“Num primeiro momento, a diversificação foi uma opção para o declínio das vendas. Mas, no mercado de hoje, bastante competitivo e que cresce à taxa de 30%, ela passa a ser uma questão de diferenciação, de oferecermos aos artistas serviços mais completos junto às marcas e ao público em geral”, contou o vice-presidente da Sony, Wilson Lannes. “Temos hoje também o desafio de conectar nossos artistas às linhas de negócio de shows, sincronização publicitária, branding e prover uma solução completa ao mercado, de conteúdo artístico e musical.”

Warner Music – Playlists no Youtube

“Temos trabalhado nas nossas próprias playlists, no nosso canal de YouTube, tentando não só conteúdos clássicos musicais, mas também criando novos produtos, novas formas de comunicar a carreira do artista. Por exemplo, a gente fez a Lucy Alves cozinhando na Toca do Bandido, onde ela também cantava as músicas. Então, são movimentos que toda a indústria está fazendo em conjunto”, disse Sergio Affonso, presidente da Warner Music.

Para ele, o contato com o público é fundamental: “O fã-clube, por exemplo, é algo de vital importância, porque é ali que a gente identifica todos os pontos mais fortes e mais fracos de um projeto que estamos colocando na rua. Então, essa aproximação com o público é crucial hoje, através de Instagram, Twitter, YouTube.”

Biscoito Fino – Podcasts/ Youtube

A Biscoito Fino aposta em seus próprios podcasts e séries exclusivas com artistas no Youtube:

“Estamos fazendo acordos para fabricarmos quantidades menores de produtos físicos, para seguirmos atuando nesse mercado. O mesmo acontece com as bookstores: estamos estabelecendo acordos com elas, buscando modelos de negócio viáveis”, disse Jorge Lopes, diretor executivo da Biscoito Fino.  “Ao mesmo tempo, buscamos viabilizar a comercialização de outros produtos, além de CDs e DVDs. Essa não é uma tarefa simples, necessita de investimentos em pessoal e, principalmente, da aprovação prévia dos artistas.”

 

Foto: Produtos Charlie Brown Jr/umusicstore.com

Leia na origem

Mudanças tecnológicas e crise ameaçam o DVD musical

Matéria de O Globo

Será que neste Natal o DVD, produto tradicional de fim de ano, será deixado de lado? Gravadoras estão cada vez menos investindo no formato e a crise financeira das grandes livrarias estão contribuindo para que as vendas diminuam.

O portal O Globo publicou uma matéria sobre o consumo do DVD. Gravadoras estão deixando de lado o formato e cada vez mais investindo em novidades para o Youtube. Enquanto na Netflix, a aposta vai para os documentários musicais como os da banda Rolling Stones e da cantora Lady Gaga.

De acordo com Jorge Lopes, diretor da Biscoito Fino, houve uma grande mudança no mercado e a crise financeira das grandes livrarias só prejudicam as vendas de DVDs: “Não é o mesmo mercado de dez anos atrás, quando você prensava 50 mil cópias de um DVD histórico”, afirmou o diretor.

“Mas com os problemas financeiros de grandes lojas como as livrarias Cultura e Saraiva (ambas estão em processo de recuperação judicial ), nem as cinco ou dez mil pessoas que gostariam de ter esse DVD estão com acesso fácil a ele. A saída é vendermos pela internet, em lojas virtuais, e montar aquela banquinha nos shows, com o CD e o DVD para quem quiser”, continuou Lopes para O Globo

Para Paulo Junqueiro, presidente da Sony Music Brasil, se o foco do lançamento for a promoção em outros canais o formato ainda pode ser válido: “Se você lançar um DVD apenas para a venda do produto físico, sua existência não se justifica”, disse Junqueiro.

“Se formos pensar em outras janelas, como a comercialização dentro e fora do Brasil (que justificaria uma prensagem maior), a exibição em canais pagos de TV e até a divulgação do próprio show, pode ser”, afirmou Junqueiro.

A gravadora Deck em 2018 filmou os shows de Humberto Gessinger, Blitz, Lô Borges e Toquinho, e no ano que vem esses lançamentos estarão presentes em mais lojas virtuais do que nas físicas.

“Produzindo um DVD ao vivo, você gera conteúdo, que é o mais importante hoje em dia”, contou Rafael Ramos, sócio da gravadora Deck.  “Um show inteiro filmado tem 16 ou 18 videoclipes das músicas, tocadas ao vivo, em versões diferentes das originais. Cada vídeo desses vai para o YouTube e rende um pouquinho a cada visualização. Assim, você vai engordando o porquinho, aos poucos”, explicou Ramos.

As opiniões sobre a perpetuidade do formato variam. Ramos acredita que o DVD físico pode não morrer tão cedo: “nem que seja apenas como cartão de visitas para o mundo digital”, afirmou.

Junqueiro afirmou  que é uma questão de tempo para que o DVD e o CD deixem de existir: “Acho que ambos estão naturalmente condenados”, disse ele. “Se bem que o formato físico já foi dado como morto outras vezes e apenas um produto foi substituído por outro. Quem sabe, daqui a pouco surge uma outra forma que desconhecemos?”, continuou Junqueiro.

Foto: Maria Bethânia e Zeca Pagodinho no DVD “De Santo Amaro a Xerém”  – Divulgação/Marcos Hermes

Leia na origem

©2024 MCT - Música, Copyright e Tecnologia.

ou

Fazer login com suas credenciais

Esqueceu sua senha?