Nova taxa de royalties de streaming para compositores é definida nos Estados Unidos

A taxa de royalties de streaming devidos a compositores e editores nos Estados Unidos foi atualizada antes do fim de 2022.

De acordo com a Billboard, na sexta-feira (30 de dezembro), os juízes do Copyright Royalty Board divulgaram sua decisão sobre as taxas de royalties de streaming para compositores no período de janeiro de 2023 a dezembro de 2027, mantendo um acordo proposto pelas associações National Music Publishers ‘ Association (NMPA), Digital Media Association (DiMA) e Nashville Songwriters’ Association International (NSAI).

Desta forma, a taxa principal aumentará de 15,1% da receita em 2023, para 15,2% em 2024. A partir de 2015 a taxa será aumentada em meio ponto percentual nos três anos restantes, chegando a 15,35% em 2027. Para o NMPA, os compositores americanos receberão “as taxas mais altas da história do streaming digital”.

Como explicamos anteriormente em nosso blog, em 2018 os compositores e editores americanos ganharam um aumento de 3,7% (de 11,4% para 15,1%) nas taxas de royalties em plataformas de streaming, mas algumas delas incluindo Spotify, Amazon, Pandora e Google, entraram com um recurso na Justiça para que o aumento fosse evitado. Após cinco longos anos, as associações americanas de compositores e editores conseguiram manter  taxa de 15,1%.

Em um comunicado na sexta-feira, o presidente e CEO da NMPA, David Israelite, comemorou a notícia. “A partir de 1º de janeiro, os compositores terão as taxas mais altas do mundo e as taxas mais altas da história do streaming digital”, disse ele. “Obrigado aos muitos defensores dos compositores que trabalharam duro para fazer isso acontecer. Ainda há muitos desafios pela frente para garantir que as músicas recebam seu devido valor, mas o futuro é brilhante.”

CISAC: ARRECADAÇÃO DE ROYALTIES NO DIGITAL ULTRAPASSA €3 BILHÕES GLOBALMENTE

Recentemente, a CISAC (Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores) anunciou que a arrecadação de royalties de música se recuperou no ano passado no mundo todo, sendo o digital a principal fonte de renda dos criadores de música, em mais de 29 países.

De acordo com análise do relatório feita pelo musicweek.com, a arrecadação de royalties de música alcançou a marca de €8,48 bilhões globalmente, um aumento de 7,2%. Os EUA ficou em primeiro lugar entre os países mais arrecadadores, com um pouco mais de €2 bilhões (23,6% do total global) em receitas, seguido respectivamente por França, Japão, e Reino Unido.

Representando 36,1% da receita global de música, o digital se tornou a maior fonte de receitas, e pela primeira, vez ultrapassou €3 bilhões globalmente. O crescimento da receita digital de 27,5% foi quase o dobro do ano anterior, com as arrecadações digitais subindo 48,2%, acima do nível pré-pandemia.

Além disso, o digital também está sendo considerado como a principal fonte de renda entre os criadores de música em mais de 29 países. O crescimento do número de assinantes em plataformas de streaming, bem como a ampla variedade de plataformas e novos acordos de licenciamento, em particular com o TikTok e o YouTube, foram fatores que mais influenciam nesta questão.

O diretor-geral da CISAC, Gadi Oron, lembrou que esses resultados foram obtidos durante um período pandêmico, e por isso, o mercado musical anda possui grande potencial de crescimento: “Após a queda de 10% [em todo o repertório] experimentada em 2020, o retorno de nossas sociedades ao crescimento no ano passado é uma conquista impressionante. Tendo em mente que a receita de shows ao vivo e locais públicos era praticamente inexistente, a aceleração do licenciamento digital por muitos de nossos membros para compensar o declínio em outras áreas é uma verdadeira história de sucesso. A recuperação é apenas metade feita, no entanto. Há, sem dúvida, muito mais espaço para crescimento e, para isso, precisamos agregar mais valor aos trabalhos criativos no mercado digital e promover um ecossistema mais justo para os criadores.”

O presidente da CISAC, Bjorn Ulvaeus citou a importância de se manter os dados nas plataformas de streaming sempre atualizados, para que o dinheiro fique na mão de quem cria a música: “Os royalties digitais coletados pelas sociedades da CISAC estão crescendo de forma impressionante, mas o mundo do streaming ainda é um negócio inacabado quando se trata de garantir um ambiente justo para ganhar a vida. Muitos dos dados necessários para identificar e remunerar os criadores estão incompletos ou ausentes quando as obras são ingeridas em serviços de streaming. O resultado é muito dinheiro que fica na mesa quando deveria ir para os bolsos dos criadores”.

Marcelo Castello Branco, presidente do conselho do CISAC, observou que os preços das assinaturas de música precisam de um reajuste para que compositores possam ser remunerados justamente: “Valor justo e prazos justos são essenciais para não comprometer a remuneração dos titulares de direitos”, acrescentou.

Em novo plano, Spotify recomendará músicas mediante à taxas de royalties menores

Na última semana o Spotify anunciou um novo plano para recomendar novas músicas aos usuários, mediante a uma taxa menor de remuneração de artistas.

De acordo com o Business Insider, no novo plano de recomendação de músicas, artistas poderão promover suas músicas no Spotify para mais ouvintes, mas devem concordar em receber um taxa de royalties menor.

O modelo de recomendações de músicas ao usuário do Spotify atualmente é baseado de acordo com algoritmos que analisam os artistas que um usuário ouve, a hora do dia e as datas de lançamento.

No novo modelo, artistas ou gravadoras podem fazer com que faixas específicas apareçam com mais frequência nessas recomendações.

O plano permitirá que os artistas escolham as faixas que pretendem ser recomendadas aos usuários. Entretanto, não haverá garantias sobre a inclusão delas às listas de reprodução, pois a recomendação continuará de acordo com os gostos dos ouvintes.

Quando questionado pelo The Verge, o Spotify se recusou a dizer os valores dos royalties nesta modalidade de promoção, mas acrescentou que “a ideia é que os artistas possam obter um ROI positivo com a ferramenta”.

Sem data prevista, o novo modelo será lançado como fase de testes apenas nos formatos Spotify Radio e Autoplay, que é onde os ouvintes querem descobrir novas músicas. Posteriormente, há intenção de expansão para outras áreas personalizadas da plataforma.

 

Imagem – Divulgação

Sony Music lança novas ferramentas de gestão de royalties em tempo real

A Sony Music lançou hoje (20 de maio) duas novas ferramentas para auxiliar no controle e gerenciamento de direitos autorais. A novidade é que todos os relatórios são gerados imediatamente.

De acordo com o Music Business Worldwide, o ‘Real Time Royalties’ é uma nova ferramenta que permite o acesso a um relatório de créditos de direitos de forma mais otimizada e ágil, sem a necessidade de esperar determinados períodos para acessar o saldo. Combinada com Royal Time Royalties, o detentor de direitos terá vários insights sobre tendências de ganhos, possibilitando uma melhor tomada de decisão sobre o gerenciamento de royalties.

O “Cash Out” foi outra ferramenta lançada pela gravadora, que por sua vez, permite aos artistas solicitarem a retirada de todo ou parte do seu saldo de créditos mensalmente. A Sony Music informou que não cobrará taxas nem encargos para o uso da ferramenta, disponível no “Portal do Artista”.

As receitas de streaming de música gravada da Sony atingiram a marca de US$2,05 bilhões nos últimos  12 meses até o final de março, um aumento de 15,2% ano a ano. As receitas totais de gravadoras atingiram US$3,85 bilhões no período.

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Foto: O CEO da Sony Music, Rob Stringer/MBW