Consulta pública da Lei de Direitos Autorais no Brasil é prorrogada

A consulta pública sobre a reforma da Lei de Direitos Autorais (LDA) foi prorrogada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania até o dia 15 de setembro.

Segundo o portal da Secretaria, a Lei n° 9.610, de 1998 completou 20 anos, mas sofreu apenas uma alteração relacionada à gestão coletiva de direitos autorais. Em um mundo onde cada vez mais pessoas estão consumindo os serviços de streaming, compartilhando conteúdo nas redes sociais e o advento da realidade virtual, já passou da hora da lei ser atualizada.

“Com a rápida evolução tecnológica dos dias atuais, em que diariamente surgem novas plataformas e modelos de negócios que fazem uso de obras e conteúdos protegidos por direitos autorais, é necessário garantir que o sistema de direitos autorais esteja funcionando corretamente, de modo a assegurar um cenário econômico, social, cultural e jurídico propício não apenas para criadores e empreendedores, mas também para a sociedade em geral”, informou o portal.

Vale lembrar que recentemente a União Europeia aprovou a Nova Diretiva sobre Direitos Autorais.  Outros países como Canadá e Estados Unidos também têm discutido reformas sobre o tema para se adequar ao novo mundo tecnológico.

“Hoje ficou tão comum baixar uma música, um vídeo, que as pessoas não sabem que estão violando o direito autoral, cometendo um crime. Então, ao participarem da consulta pública, elas vão perceber o que é o direito autoral, o limite, até onde elas podem ir”, explicou ao portal Maurício Braga, secretário de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual do Ministério da Cidadania. “Essa conscientização é importante para que as pessoas percebam que têm direitos, mas precisam entender, também, quais são os seus deveres”, continuou.

Para contribuir com a reforma da Lei de Direitos Autorais bastar baixar o formulário disponível no link.

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A Diretiva de Direitos Autorais foi aprovada pelo Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu deu a aprovação final para Diretiva de Direitos Autorais, que tem o intuito de atualizar as leis de direitos autorais na Europa para a era da internet.

De acordo com o The Verge, agora os estados membros da União Europeia terão cerca de um ano para oficializar a nova lei, que terá grande impacto sobre como a internet funciona na Europa e em outros lugares. A legislação de proteção de dados da UE, as leis européias podem ainda, influenciar a política dos EUA.

A Diretiva de Direitos Autorais vem sendo elaborada há mais de dois anos e tem sido muito discutida entre gigantes da tecnologia, detentores de direitos autorais e ativistas de direitos digitais. Isso porque nem todos são a favor das mudanças.

Os defensores da Diretiva de Direitos Autorais afirmam que a lei beneficia principalmente os  detentores de direitos autorais, dando maior controle sobre como as plataformas de internet distribuem seu conteúdo. Mas os críticos dizem que a lei é vaga e mal pensada, e acabará restringindo a maneira como o conteúdo é compartilhado on-line, sufocando a inovação e a liberdade de expressão.

Segundo o The Verge, apesar dos contratempos, as cláusulas mais controversas da Diretiva de Direitos Autorais, o Artigo 11 ou “imposto de link” e Artigo 13 ou “filtro de upload”, ficaram praticamente intactas.

O Artigo 11 define que editores cobrem direitos de plataformas que exibem trechos de notícias, como o Google. Enquanto o Artigo 13 (renomeado Artigo 17 na versão mais recente da legislação) dá à plataformas, como o YouTube, novas obrigações para impedir que usuários façam upload de conteúdo protegido por direitos autorais.

Em ambos os casos, os críticos afirmam que a lei criará problemas. No artigo 13, por exemplo, os “filtros de upload” podem excluir todo o conteúdo de um usuário incorretamente antes mesmo que ele seja enviado aos sites por causa da detecção de material protegido por direitos autorais. A lei não exige explicitamente esses filtros, mas os críticos dizem que isso será inevitável, já que os sites procuram evitar penalidades.

Defensores da diretriz dizem que as alegações de que o Artigo 13 vão “matar os memes” são exageradas e que a legislação inclui proteções para a paródia. Mas especialistas dizem que qualquer filtro introduzido será propenso a erros. Eles também observam que, dado o custo de implantação de tal tecnologia, a lei pode ter o efeito oposto à sua intenção e solidificar ainda mais o domínio das gigantes de tecnologia dos EUA sobre os espaços online.

Com relação aos possíveis efeitos do imposto de link do Artigo 11, o Google afirmou que, se houverem as cobranças de direitos pelos jornais, será forçado a retirar o conteúdo exibido na pesquisa e fechar o Google Notícias. O imposto de link já foi introduzido na Alemanha e na Espanha, nas duas vezes foi um fracasso.

Apesar das diversas reações, entidades da indústria do mundo da música e do cinema comemoraram a aprovação da lei.

“Este é um voto contra o roubo de conteúdo”, disse Xavier Bouckaert, presidente da Associação de Mídia de Revista Europeia em um comunicado de imprensa. “Editores de todos os portes e outros criadores agora terão o direito de definir os termos e condições para que os outros reutilizem seu conteúdo comercialmente, como é justo e apropriado”, afirmou o presidente.

Especialistas em leis de direitos autorais disseram que, apesar de reações jubilosas e infelizes, o verdadeiro teste ainda está por vir. “Esse resultado é impopular com os serviços digitais e, principalmente, com muitos eleitores europeus”, disse Raffaella De Santis, advogado de tecnologia e mídia da Harbottle & Lewis em um comunicado. “O foco principal agora será em como a diretiva é implementada em toda a UE nos próximos dois anos.”

AUTORIDADES EUROPEIAS CHEGAM A UM ACORDO SOBRE O ARTIGO 13

Depois de muito debate e de outras alterações sobre o Artigo 13, das Novas Diretiva de Direitos Autorais Europeia, as autoridades em Estrasburgo, na França, chegaram a um acordo na noite de quarta-feira (13), e agora poderão prosseguir para as fases finais do processo legislativo.

O Artigo 13 era um grande impasse para a aprovação das novas regras. Ele define que empresas, como o Youtube, que hospedam conteúdo gerado pelo usuário  sejam responsabilizadas pelas violações de direitos autorais em suas plataformas.

“Precisamos ver o texto final, mas essa legislação será a primeira vez em qualquer lugar do mundo que há confirmação absoluta de que os serviços de upload de usuário estão cobertos por direitos autorais e precisam de uma licença. Em linha com a declaração de negócios digitais da feira WIN adotada há mais de três anos, a IMPALA também apoia as disposições da diretiva sobre transparência e remuneração para autores e artistas.”, disse Helen Smith, Presidente Executiva da IMPALA em um comunicado.

O texto também incluiu regras especiais para start-ups e certos operadores não comerciais. Assim, os cidadãos estarão mais protegidos, uma vez que as exceções existentes continuarão a ser aplicáveis ​​e as plataformas não poderão decidir reduzir o material arbitrariamente.

Um dos objetivos originais da legislação é reequilibrar o mundo on-line e garantir que criadores possam opinar sobre como seus trabalhos são usados na internet. Cabe agora aos estados membros e ao parlamento europeu dar o seu selo final de aprovação. As mudanças realizadas serão publicadas em breve.

UE trava negociação para mudanças na lei de direito autorais

De acordo com o Estadão, uma reunião sobre a aprovação para as Novas Diretrizes de Direitos Autorais foi cancelada e adiada, pois os países que pertencem ao bloco estão tendo dificuldades em chegarem a um consenso.

As Novas Diretrizes de Direitos Autorais estão em debate há dois anos pela Comissão Europeia, que afirma que a reforma é necessária para a proteção da herança cultural da Europa, além de nivelar a disputa firmada entre grandes empresas de tecnologias, editores, emissoras e artistas.

Vale lembrar que dois artigos na Nova Diretiva estão criando impasses para a aprovação. Um deles é o 11º artigo, onde prevê o pagamento de direitos por exibição de trechos de notícias em sites. Já o artigo 13 exige que plataformas como o Youtube e Instagram criem filtros para identificar conteúdos protegidos por direitos autorais.

“Ambos os artigos são condenados pelas empresas de tecnologia que alegam inviabilidade e censura”, informou o Estadão.