PESQUISA REVELA QUE OS BRASILEIROS SÃO OS QUE MAIS COMPRAM LIKES NO MUNDO

O portal 6minutos publicou um artigo polêmico sobre a compra de likes nas redes sociais. Os influenciadores digitais brasileiros são os que mais usam de métodos não-autênticos para inflar seus números nas redes sociais.

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa especializada em inteligência artificial, Hypeauditor, 44% dos perfis brasileiros usam artifícios falsos, como compra de likes e seguidores, para mostrar que estão bombando nas redes sociais.

A pesquisa descobriu também que em comparação com países como Estados Unidos, Reino Unido, Índia e japão, o Brasil é o país mais inativo na interações das redes sociais.

Para se ter uma ideia, influenciadores com mais de 1 milhão de seguidores chegam a ter uma taxa de engajamento média de apenas 0,94%. Ou seja, menos de 1% do seguidores, compartilham e comentam os conteúdos desses perfis influenciadores.

Atualmente há centenas de sites de vendas de curtidas, seguidores, plays e até comentários. A partir de R$14,90 um usuário já pode conseguir aumentar o que quiser em seu perfil. Há ainda preços que podem ultrapassar R$ 17.700.

Não só nas redes sociais a prática é recorrente, mas há muitos artistas que costumam comprar plays em plataformas de streaming como Spotify e Dezeer. Há opções até de plays para podcasts.

De acordo com o portal, com menos de R$30 um artista pode comprar 1.000 plays no Spotify ou no Deezer, 1.000 visualizações para vídeos no YouTube, um pacote de 100 seguidores no Instagram e 1.000 curtidas no Facebook.

Weverton Guedes, diretor de data e performance da agência de publicidade REF+ diz que para muitos influenciadores o número de seguidores importa muito. O número acaba influenciando usuários reais a seguir os perfis.

“Eles pensam: se tem tanta gente seguindo, também vou seguir. É o chamado FOMO – ‘Fear of Miising Out’, ou medo de ficar por fora”.

Quem pode sair no prejuízo são as marcas que apostam nos influenciadores para sua divulgação. Por isso, elas estão mais atentas com relação a prática:

“Inúmeras marcas ainda escolhem seus influenciadores pela quantidade de seguidores e isso não significa realmente nada”, diz o publicitário. “É o que no mercado se convencionou chamar de vanity metric, ou métrica da vaidade: é bonito de ver, mas não funciona, não atinge realmente o consumidor porque a maioria dos perfis é falsa ou não está nem aí para o influenciador. São pessoas que clicaram por clicar”, afirma.

O portal entrou em contato com as redes sociais e as plataformas de streaming. O Facebook afirmou em nota que “curtidas falsas são ruins para as pessoas, as marcas e para o Facebook” e que medidas estão sendo tomadas contra essas ações.

O Spotify contou que também trabalha para impedir as fraudes: “O Spotify tem várias maneiras de detectar esses casos, monitorando o consumo no serviço para encontrar, investigar e lidar com essa atividade. Continuamos a investir fortemente no aprimoramento desses processos, no aprimoramento dos métodos de detecção e remoção e na redução do impacto dessa atividade inaceitável para criadores legítimos, detentores de direitos e nossos usuários.”

A Deezer e o Twitter não comentaram sobre o assunto.