STJ PERMITE QUE DADO E BONFÁ CONTINUEM A USAR A MARCA LEGIÃO URBANA

Nesta terça-feira concluiu-se o julgamento sobre o uso da marca Legião Urbana pelos ex-membros da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. A decisão tomada pelo ministro Marco Buzzi favoreceu os músicos brasilienses.

De acordo com o ConJur, por 3 votos a 2, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu abrandar o trecho da Lei de Proteção Industrial (Lei 9.279/1996), no qual confere ao titular da marca a exclusividade de seu uso, favorecendo os músicos.

Assim, Dado e Bonfá poderão apenas exercer a profissão como músicos e se apresentar com o nome da Legião, mas a titularidade da marca continuará exclusiva da empresa Legião Urbana Produções Artísticas, de propriedade do filho do vocalista e fundador da banda, Renato Russo.

Os músicos não poderão explorar a marca, comercializar produtos, licenciar seu uso para terceiros ou mesmo zelar por sua integridade ou reputação contra atos de terceiro. Devendo sempre manter seu legado, sem prejudicá-la.

A questão sobre os direitos autorais dos músicos foi reforçada pelo voto-vista do ministro Marco Buzzi. A sentença considerou a restrição da Lei de Propriedade Industrial, mas também analisou os direitos autorais dos músicos e o exercício da atividade profissional.

“A marca está profundamente enraizada na vida pessoal e profissional dos recorridos, que não podem ser tolhidos do direito de identificação com o nome que representa, em grande medida, suas carreiras profissionais e seus legados”, afirmou.

“Para Buzzi, a discussão desdobra-se dos limites do direito de propriedade, pois envolve patrimônio imaterial que também pertence a Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, e que sem eles não existiria”, explicou o portal.

Villa-Lobos e Bonfá devem “contribuir para que o legado se mantenha vivo e presente na memória do brasileiro, permitindo ainda que novas gerações tenham contato mais direto com a banda ícone do rock nacional” informou o portal.

“É dever do Judiciário, quando provocado, adotar solução que permita a harmonização dos interesses em conflito, o que pode levar, diante do caso concreto, a uma mitigação do atributo de exclusividade do uso da marca e a concessão de uma licença compulsória”, concluiu o ministro Marco Buzzi, no voto-vista.

 

Foto: Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá/Divulgação

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá criam abaixo-assinado na luta pela propriedade da marca Legião Urbana

Nesta quinta-feira (29), Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá publicaram em suas redes socais um abaixo-assinado para que fãs os ajudem na luta pela propriedade da marca Legião Urbana. A notícia veio do portal da Rádio 89 Rock.

Segundo o texto do abaixo-assinado, que já possui quase 35 mil assinaturas, eles explicam que estão impedidos de voltar aos palcos com o nome da banda, devido ao processo de Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato Russo:

“A sentença proibia definitivamente a empresa Legião Urbana Produções Artísticas Ltda. – cujo representante legal é Giuliano Manfredini – de continuar dificultando ou impedindo que os referidos integrantes da banda fizessem uso da marca/nome ‘Legião Urbana’. Mas, insatisfeito com a decisão judicial, o herdeiro resolveu entrar com uma Ação Recisória para anular a sentença e com isso impossibilitar definitivamente que Dado e Bonfá se apresentem tocando o repertório que foi construído e eternizado por eles ao lado de Renato Russo e Renato Rocha, os verdadeiros titulares do patrimônio cultural e artístico da banda Legião Urbana. Que esse direito seja mantido e que nós fãs possamos continuar celebrando este legado ao lado de Dado e Bonfá”.

Conforme noticiamos aqui, no início deste mês ocorreu o julgamento movido contra os músicos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde a ministra Isabel Galloti chegou a votar para que os integrantes da banda não possam mais usar a marca da banda sem ter autorização da empresa Legião Urbana Produções Artística. Entretanto, ministro Antonio Carlos Ferreira emitiu um pedido de vista para uma melhor análise sobre o caso.

Agora, resta a esperança de que a 4ª Turma mantenha a rescisão da sentença que permitia aos integrantes a permissão de uso do nome Legião urbana sem autorização da empresa de Manfredini.

 

Foto: Selmy Yassuda / Agência O Globo

RELATORA VOTA PARA QUE EX-INTEGRANTES DA LEGIÃO URBANA NÃO USEM O NOME DA BANDA SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DE FILHO DE RENATO RUSSO

Na última semana (6/4), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou o julgamento para decidir se Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá podem usar o nome Legião Urbana, sem devida autorização da empresa de Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo.

Na decisão, a ministra Isabel Galloti votou que há exclusividade de marca. Entretanto, não há relação sobre discussão de direitos autorais: “Não está em questão o direito de os recorridos continuarem tocando as músicas que tocavam na época da Legião Urbana. Não há um direito social do público em geral de ouvir mais a Legião Urbana. A Legião Urbana acabou e não há um direito social de ouvir os recorridos tocando com o nome de Legião Urbana. Eles podem tocar usando o seu próprio nome” — disse a magistrada.

Conforme O Globo, desde 2013 iniciou-se o imbróglio judicial, quando Giuliano Manfredini, herdeiro e filho de Renato Russo entrou na justiça pelo direito de uso exclusivo do nome da banda.  Desde então os integrantes da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, adquiriram o direito de usar a marca em shows e atividades profissionais, mas com o devido pagamento de um terço dos lucros para Giuliano.

Vale lembrar que a marca foi registrada pela empresa de Renato Russo em 1987, onde Villa-Lobos e Bonfá eram sócios minoritários.  Foi neste período em que eles venderam suas participações ao vocalista e abriram suas próprias empresas. Todavia, todas as receitas sempre foram dividas igualitariamente, como explicou o advogado dos músicos, José Eduardo Cardozo:

— Dividiam tudo em partes iguais. Tinham, sim, pessoas jurídicas distintas, mas tudo era repartido em partes iguais (…). Privilegiar o herdeiro, aquele que não contribuiu com nada e que tem direito ao seu quinhão, para que possa vetar a atividade profissional de outros artistas, negando-se a ele o papel da construção do nome Legião Urbana seria incorreto, não seria direito e não será justo.

Os advogados da Legião Urbana Produções Artísticas se posicionaram em nota, e alegaram que a empresa busca “divulgar e proteger o legado deixado por Renato Russo” e “em nenhum momento de sua história, a empresa tentou impedir, quem quer que seja, de cantar as músicas da banda Legião Urbana”.

Segundo o ConJur, após o voto de Galotti, o ministro Antônio Carlos Ferreira pediu vista para analisar melhor o processo. A 4ª Turma deverá então discutir o melhor caminho para o futuro da ação, caso mantida a rescisão da sentença que permitiu a Dado e Bonfá usar o nome Legião Urbana sem autorização da empresa titular da marca.

Foto: Selmy Yassuda / Agência O Globo

DIRETOR DA UNIVERSAL MUSIC É CHAMADO PARA DEPOR SOBRE FITAS DE RENATO RUSSO APREENDIDAS

A Operação Tempo Perdido (continuação da Operação Será) ganha nesta quarta-feira um novo episódio com o depoimento do diretor financeiro da Universal Music, sobre as gravações do cantor e compositor Renato Russo, encontradas no depósito Iron Mountain, em Cordovil, Zona Norte do Rio.

De acordo com O Globo, Afridsman Muzzy Neto, diretor financeiro a administrativo da Universal Music Brasil foi chamado para depor como representante da gravadora nesta quarta-feira, na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM).

Em nota, a gravadora – atual detentora dos fonogramas de Renato, e bem como da Legião Urbana – alegou ter sido “surpreendida com este mandado de busca e apreensão em seu arquivo de tapes” e que “está providenciando acesso ao IP para ter conhecimento do que se trata para tomar as medidas legais cabíveis”.

Entenda o caso:

Em outubro, A DRCPIM apreendeu uma série de materiais gravados por Renato Russo, na casa do pesquisador Marcelo Fróes. Foram retirados HDs, computador e celular do pesquisador, que por muitos anos atuou como representante artístico da família de Renato, além de ser amigo e produtor do artista. 

Foi encontrado ainda, um relatório com informações sobre uma suposta existência de pelo menos 30 músicas em versões inéditas gravadas pelo artista, morto em 1996.

Vale notar que recentemente, o guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobo se posicionou contra a operação. Para o músico, as fitas não são apenas de Renato Russo, mas da Legião Urbana: “Não é Renato Russo, é Legião Urbana”, disse Dado ao Globo. “Isso me pertence, pertence ao Bonfá e ao Renato [Rocha].”

Polícia apreende documentos que revelam existência de pelo menos 30 músicas inéditas de Renato Russo

Nesta segunda-feira (26), policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial (DRCPIM) apreenderam documentos que comprovam a existência de várias composições de Renato Russo, eterno vocalista da Legião Urbana.

Após uma denúncia realizada há um ano pelo filho do cantor, Giuliani Manfredini, atual detentor dos direitos de Renato, a polícia investigou um perfil falso nas redes sociais que estava divulgando sobre a existência desse material inédito.

De acordo com matéria publicada pelo O Globo, durante a operação ‘Será’, uma referência à uns dos maiores sucessos da banda, a polícia investigou o perfil até localizar o produtor musical, no qual Renato Russo havia trabalhado antes de seu falecimento.

Com mandados de busca e apreensão, foram recolhidos vários documentos que relatam a existência de pelo menos 30 versões inéditas. Além disso, foram apreendidos HDs e cartuchos de gravação em dois estúdios na residência do produtor musical, no Centro e na Zona Sul do Rio.

Agora, a polícia vai ouvir o produtor musical para saber o paradeiro dessas gravações citadas nos documentos.

 

Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo