BYTEDANCE LANÇA APLICATIVO DE IA PARA CRIAÇÃO DE TRILHAS SONORAS EM VIDEOS CURTOS

A mais recente grande empresa de tecnologia a explorar a música por meio da IA é a ByteDance, responsável pelo popular aplicativo de vídeos curtos TikTok. A empresa começou a testar o aplicativo Ripple, um aplicativo de criação de música com inteligência artificial que tem como objetivo auxiliar na criação, composição e edição de áudio.

De acordo com o MusicAlly, por enquanto o Ripple está disponível apenas como um teste beta fechado nos Estados Unidos, e é exclusivo para convidados. No entanto, as pessoas interessadas podem solicitar um convite por meio do site do Ripple.

O aplicativo gratuito foi projetado tanto para músicos quanto para criadores de conteúdo nas redes sociais. No caso dos músicos, o Ripple serve como uma ferramenta de composição, enquanto os criadores de conteúdo podem utilizá-lo para criar trilhas sonoras para seus vídeos.

Uma das principais funcionalidades do aplicativo é chamada “Melody to Song”, que permite aos usuários cantarolar uma melodia em seus telefones. O app, então, expande essa melodia com um acompanhamento instrumental em diferentes gêneros musicais. Além disso, o recurso conta com um “estúdio de gravação virtual” que possibilita a edição de áudio. Vale ressaltar que, por enquanto, o Ripple só é capaz de criar músicas instrumentais.

A ByteDance informou à MusicAlly que o modelo de IA utilizado no recurso foi treinado com músicas licenciadas ou de propriedade da própria empresa, bem como com músicas produzidas internamente. O portal destacou que o Ripple ainda está em fase de desenvolvimento e passará por evoluções. Por exemplo, ainda não está claro se as pessoas poderão criar faixas musicais usando o aplicativo e, em seguida, fazer upload dessas músicas no TikTok para ganhar dinheiro. Segundo o porta-voz da ByteDance, “analisaremos o feedback dos usuários durante a fase de teste e poderemos desenvolver novos recursos do produto no futuro”.

Quanto aos direitos autorais das músicas criadas com a ferramenta, um porta-voz explicou que o criador da música é o detentor do conteúdo que foi carregado no aplicativo, desde que possua os direitos autorais sobre esse conteúdo. No entanto, permitir que as pessoas cantarolem ou cantem músicas protegidas por direitos autorais é ua armadilha, já que elas podem optar por interpretar faixas como “Single Ladies”, “Bohemian Rhapsody” ou “Shape of You”. Nesse caso, a ByteDance terá que lidar com os desafios de moderação resultantes se os resultados puderem ser compartilhados publicamente ou até mesmo lançados comercialmente.

Foto: reprodução/ByteDance

 

 

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82% das pessoas de 18 a 44 anos postaram um vídeo online no último ano, revela relatório do YouTube

No YouTube Culture and Trends Report de 2023, divulgado durante a conferência VidCon 2023, o serviço de streaming de vídeo da Alphabet revelou insights sobre o mercado musical e as tendências de consumo de conteúdo. Com base em uma pesquisa realizada em 14 países, envolvendo 25.892 entrevistados, o relatório ofereceu uma visão abrangente sobre a relação entre os fãs, a mídia e a indústria do entretenimento.

Conforme o Music Business Worldwide, uma das principais descobertas da pesquisa é que 82% dos entrevistados de 18 a 44 anos enviaram conteúdo de vídeo para algum serviço nos últimos 12 meses. Essa estatística demonstra a crescente participação dos usuários como criadores de conteúdo, com 40% das pessoas pesquisadas se descrevendo como tal.

Os fãs estão se tornando mediadores cada vez mais influentes entre os eventos de mídia e o público. Surpreendentemente, 54% dos entrevistados afirmaram preferir assistir a criadores de conteúdo comentando sobre um grande evento de mídia do que o próprio evento em si. Um exemplo citado no relatório é o canal brasileiro CazéTV, que atraiu mais de 6 milhões de espectadores para sua transmissão ao vivo da Copa do Mundo da FIFA em 2022.

Além disso, o relatório abordou o surgimento da IA generativa como uma tendência promissora. De acordo com a pesquisa do YouTube, 60% dos entrevistados estão abertos a assistir a conteúdo gerado por IA, enquanto 52% afirmaram ter assistido a um Vtuber (YouTube virtual ou artista virtual) no ano passado.

 

Foto: Chubo / Shutterstock

Plataforma de inteligência artificial WAVs AI levanta US$20 milhões em rodada de financiamento

Em uma recente divulgação, a empresa de inteligência artificial WAVs AI anunciou uma rodada de financiamento de US$20 milhões, liderada pela Regal Investments, com sede em Nova York.

O provedor de música de IA afirmou contar com grandes clientes, como Apple Music e Amazon Music, e de acordo com o Digital Music News, esta rodada de financiamento mostra que a empresa busca fortalecer sua posição como uma força dominante na indústria de streaming de música.

Uma característica interessante da plataforma é a possibilidade de os fãs ouvirem versões de músicas icônicas interpretadas por artistas diferentes. Com apenas um clique ou toque, é possível desfrutar de uma versão de “Imagine”, de John Lennon, na voz de “Ed Sheeran”, ou “Yellow”, do Coldplay, interpretada por “Paul McCartney”. Além disso, a WAVs AI inclui em sua plataforma recursos adicionais, como podcast e comunidade, bem como uma guia de loja. Embora esses recursos não estejam muito destacados no momento, a plataforma já está incentivando (curiosamente) os ouvintes a se inscreverem, e os artistas são encorajados a buscar a verificação para receber royalties pagos por semelhança, jogos de IA e outras oportunidades.

Tyler Herrera, porta-voz da WAVs AI, ressaltou os objetivos da empresa em seu comunicado, afirmando que a WAVs AI pretende fechar acordos com mais artistas e gravadoras.

 

Foto:  Markus Spiske

Meta apresenta modelo de Inteligência Artificial que transforma texto em composições musicais

A empresa-mãe do Facebook, Meta, revelou seu mais recente avanço no campo da inteligência artificial: o MusicGen, um gerador modelo simples de IA capaz de transformar prompts de texto em composições de música.

De acordo com o Music, Business Worldwide, esse modelo de linguagem permite que os usuários forneçam prompts como “folk acústico up-beat” ou “faixa de dança pop com melodias cativantes” assim, em questão de segundos, o MusicGen cria novas composições musicais com base nessas instruções.

Um dos pontos destacados pela Meta é a quantidade significativa de dados utilizada para treinar o MusicGen. Foram utilizadas 20.000 horas de música licenciada, incluindo 10.000 faixas de alta qualidade e 390.000 faixas compostas apenas por instrumentos da ShutterStock e Pond5, como informado pelo TechCrunch. A equipe de desenvolvedores garantiu que todos os dados utilizados no treinamento estivessem cobertos por acordos legais com os detentores dos direitos autorais, incluindo um acordo com a ShutterStock.

A empresa se junta ao Google como as gigantes da tecnologia que desenvolveram seus próprios modelos de linguagem capazes de gerar músicas originais a partir de prompts de texto.

Foto: Andrea De Santis

Deezer lança ferramenta de detecção de músicas geradas por inteligência artificial

A plataforma de música Deezer revelou uma nova ferramenta tecnológica projetada para identificar músicas que clonam as vozes de cantores utilizando inteligência artificial (IA).

O anúncio foi feito pelo CEO da Deezer, Jeronimo Folgueira, que destacou o objetivo de eliminar conteúdo ilegal e fraudulento, aumentar a transparência e estabelecer um sistema de remuneração justo para artistas profissionais.

Conforme noticiado pela Folha de S. Paulo, a ferramenta de detecção de conteúdo gerado por IA desenvolvida pela Deezer visa principalmente identificar músicas que utilizam “vozes sintéticas de artistas existentes”.

Folgueira ressaltou a importância de estabelecer uma distinção entre os diferentes tipos de criação musical, a fim de desenvolver um modelo de remuneração adequado para os artistas. Com a rápida ascensão da inteligência artificial na indústria da música e na arte em geral, a Deezer afirmou que está comprometida em garantir que a IA seja utilizada de maneira responsável.

De acordo com a Deezer, mais de 100 mil músicas ou criações musicais são adicionadas à plataforma diariamente: “A IA pode ser usada para criar novos conteúdos incríveis e acredito que a IA generativa pode gerar enormes benefícios”, explicou o CEO da plataforma. “Mas precisamos garantir que isso seja feito com responsabilidade”, concluiu.

Foto: Reprodução Deezer

ARTISTA DE K-POP LANÇA SINGLE CANTANDO EM 6 IDIOMAS DIFERENTES COM AJUDA DE IA

K-pop em português pode se tornar uma realidade? O artista coreano Midnatt lançou seu novo single, “Masquerade”, simultaneamente em diversos idiomas, incluindo coreano, inglês, espanhol, chinês, japonês e vietnamita, com a ajuda da inteligência artificial (IA).

Essa novidade surge como parte de uma estratégia ousada da Hybe, empresa responsável por artistas renomados como BTS, Ariana Grande e Justin Bieber. Conforme o Fast Company, a Hybe investiu cerca de US$36 milhões em uma IA chamada ‘Superstone’, desenvolvida pelo especialista em processamento de linguagem e aprendizado de máquina, Lee Kyogu. Essa tecnologia inovadora permite a reprodução precisa da voz de um cantor, possibilitando ajustes, incluindo a mudança de idioma.

O produtor da faixa, Hitchhiker (também conhecido como Choi Jin-woo), explicou que a tecnologia do Supertone oferece uma variedade de opções de síntese de voz e permite ajustes precisos em cada elemento que compõe uma “voz”. As capacidades do Supertone até permitiram que Midnatt aparecesse em sua própria faixa com voz feminina.

Enquanto o grupo BTS está em pausa devido ao serviço militar obrigatório na Coreia do Sul, o presidente da Hybe, Bang Si-Hyuk, está pensando no futuro. Em uma entrevista recente à Billboard, ele expressou a ideia de que as entidades envolvidas na criação e produção de música podem deixar de ser exclusivamente humanas:

“Não sei por quanto tempo os artistas humanos poderão ser os únicos a satisfazer necessidades e gostos humanos. E isso está se tornando um fator chave para minha operação e uma estratégia para a Hybe.”, disse a portal.

Com isso, podemos esperar ver mais artistas de K-pop explorando a diversidade linguística em suas músicas, incluindo versões em português para alcançar um público ainda maior.

 

Foto: divulgação

 

Impacto da Inteligência Artificial na Indústria Musical e Direitos Autorais: Desafios e Transformações

(#VALEALEITURA) Especialistas estão comparando o impacto da inteligência artificial (IA) na indústria musical ao do site de compartilhamento Napster nos anos 2000. É o que diz um recente artigo publicado pelo Financial Times (via Folha de São Paulo)

Para o portal, o uso da IA para criar música está causando preocupação no setor, tornando a produção musical ainda mais acessível e permitindo a fácil adição de músicas ao Spotify.

Um exemplo recente é o DJ francês David Guetta, que usou IA para gerar letras e recriar a voz do rapper Eminem, surpreendendo o público durante uma apresentação. Essa facilidade em criar músicas levanta questões sobre direitos autorais, já que músicas geradas por IA podem ser semelhantes às de artistas famosos, levando à necessidade de divisão de royalties e licenciamento.

Outra preocupação é a diminuição da participação de mercado das grandes gravadoras nas plataformas de streaming. Músicas de artistas independentes e produções de IA estão ganhando espaço. As gravadoras estão preocupadas com a redução de seus royalties e com a mudança na forma como a música é consumida.

Essas transformações também afetam o futuro do Spotify, que está se tornando uma plataforma que combina conteúdo profissional e gerado pelo usuário. Alguns especialistas sugerem que músicas geradas por usuários sejam direcionadas para uma plataforma separada, enquanto a música profissional permaneça nos serviços premium.

O setor musical enfrenta desafios significativos com a expansão da IA na produção musical. É necessário resolver questões de direitos autorais e repensar o modelo econômico do streaming para lidar com a diversidade de conteúdo gerado por IA. O futuro da indústria musical certamente será moldado por essas mudanças, com mais transformações ainda por vir.

Foto: AFP_O Dj David Guetta

Spotify remove milhares de músicas criadas por IA por suspeitas de fraude

O Spotify removeu milhares de músicas geradas pela startup de inteligência artificial Boomy, depois que a Universal Music sinalizou as músicas como atividades suspeitas de streaming.

De acordo com o mashable.com, uma relatório emitido pelo Financial Times indicou que as músicas foram retiradas da plataforma por suspeita de uso de bots para inflar streams, uma prática conhecida como ‘streaming artificial’.

Embora a ansiedade da IA na indústria da música tenha aumentado principalmente por questões de direitos autorais, essas remoções não estavam diretamente relacionadas aos métodos usados para gerar as músicas, mas sim como elas obtiveram suas contagens de streaming.

O Boomy é uma plataforma criada há dois anos e permite que os usuários produzam música gerada por IA conforme seus comandos. Em seu site oficial, a plataforma indica que 14,5 milhões de músicas já foram criadas usando sua tecnologia, o que representa quase 14% da música gravada no mundo. Entretanto, o Spotify supostamente removeu apenas 7% das faixas criadas pelo Boomy.

Vale notar que a remoção ocorreu um mês depois que a Universal pediu que os serviços de streaming reprimissem a música gerada por IA devido a questões de direitos autorais.

Foto: Getty Images / NurPhoto / Contributor

Música gerada por IA com vozes de Drake e The Weeknd se torna viral no Spotify

Uma música intitulada “Heart on My Sleeve”, que conta com as vozes de Drake e The Weeknd, acumulou mais de 250.000 streams no Spotify e 10 milhões de visualizações no TikTok. No entanto, os dois artistas não tiveram nada a ver com a música – um artista chamado “Ghostwriter” gerou a faixa usando inteligência artificial (IA).

Conforme noticiado pelo TechCrunch, embora Drake e The Weeknd ainda não tenham comentado sobre o assunto, Drake recentemente se manifestou quando descobriu que ‘colocaram’ sua voz na IA para cantar “Munch” de Ice Spice. Em suas redes sociais ele escreveu: “Esta é a gota d’água da IA”.

O portal explicou que a lei de direitos autorais nos EUA não é avançada o suficiente para ter diretrizes específicas sobre IA generativa. Mas, no estado existente do código legal, a paródia transformadora é permitida. No entanto, essas leis são muito abertas à interpretação, já que a ideia do que torna o trabalho “transformador” é subjetiva e há pouca jurisprudência para estabelecer precedentes.

Vale notar que a Universal Music solicitou a retirada “Heart on My Sleeve” dos principais streamings. Após a remoção, um relatório do Financial Times, indicou que a gravadora emitiu uma carta às plataformas de streaming para que elas impedissem o treinamento de IAs com músicas protegidas por direitos autorais.

 

Foto: Christopher Polk/Getty Images for Coachella / Getty Images

Aumento de casos de plágio estão movimento o mercado musica, uso de IA cria novos desafios

Recentemente, o portal da Istoé publicou uma notícia bem interessante sobre Direitos Autorais e os recentes casos de plágio no mercado musical. No último mês, um dos casos mais notáveis envolveu uma das maiores bandas do mundo, os Rolling Stones.

O músico latino Sergio León, da banda espanhola Angelslang, acusou Mick Jagger e Keith Richards de usarem trechos de sua composição “So Sorry” em “Living in a Ghost Town”, faixa lançada pelos Stones em 2020.

Embora muitos fãs pensem que, após mais de meio século de carreira, os roqueiros britânicos não precisam plagiar, León apresentou fortes evidências em seu processo, incluindo a prova de que esteve com Chris Jagger, irmão de Mick, em um show da banda em Barcelona, em 2017, e lhe entregou um CD contendo a música “So Sorry”. A decisão final será tomada por um tribunal em New Orleans, nos EUA.

Conforme o portal, o problema do plágio musical é que, muitas vezes, as fronteiras entre influência e imitação são difíceis de definir. Quem lembra quando Rod Stewart assumiu que se inspirou na canção ‘Taj Mahal’ de Jorge Benjor para compor ‘Do Ya Think I’m Sexy?’ Na época, Stewart alegou que foi influenciado, após visitar o Brasil e ouvir a canção de Benjor em vários lugares.

A definição legal de plágio musical também é bastante subjetiva. Embora o consenso mundial na área de direitos autorais seja que a reprodução de uma mesma harmonia por pelo menos oito compassos constitui uma irregularidade, há casos em que trechos semelhantes mais curtos são considerados cópias fiéis, e outros em que linhas que se repetem por um período ainda mais longo não são consideradas plágio. Como resultado, os casos de plágio musical geralmente são avaliados caso a caso, levando em consideração a verificação do bom senso e dos princípios de costume.

O advogado Ygor Valério, especialista em direitos autorais, explicou ao portal que embora exista uma legislação mundial sobre plágio, ela é aplicada de forma diferente: “A regra dos oito compassos não está escrita em lugar nenhum, é sempre tratada legalmente como uma questão casuística. Existe uma legislação mundial, mas ela é aplicada de forma diferente e específica.”.

O portal também destacou que avanço da tecnologia e da inteligência artificial pode ajudar a detectar casos de plágio, mas também tornar mais difícil definir o que é ou não é uma cópia ilegal, criando novos desafios para a indústria musical e para os profissionais que trabalham com direitos autorais:

“A utilização de obra pré-existente para ensinar um robô a criar conteúdo vai suscitar discussões complexas. Se o computador finalizar a obra de um compositor que faleceu, quem deverá ser creditado como autor? A empresa que criou a máquina ou o criador, que a alimentou a partir de seu estilo próprio e único?”. Questionou o advogado.

Diante dessas dúvidas complexas, talvez vamos ter saudades de contar os oito compassos.

 

Foto: Rolling Stones (divulgação)