UNIÃO EUROPEIA DETERMINA Novas Regras sobre Direitos Autorais para Modelos de Inteligência Artificial

Na última sexta-feira, após 38 horas de negociações, representantes do Parlamento Europeu, estados membros da UE e da Comissão Europeia alcançaram um acordo provisório sobre a proposta de Lei da IA. Este marco põe fim a um processo legislativo que durou mais de dois anos e meio e resultou em uma expansão significativa do escopo da Lei.

Conforme o Kluwer Copyright Blog , uma adição notável é a inclusão de regras para sistemas de Inteligência Artificial de uso geral (GPAI), destinadas a lidar com questões relacionadas a modelos generativos de IA, como GPT-4 e Midjourney, que surgiram nos últimos dois anos. Entre as áreas de desacordo, destacam-se as disposições relevantes sobre direitos autorais no compromisso final.

Um artigo recentemente introduzido sobre “Obrigações para fornecedores de modelos de IA de uso geral” estabelece requisitos específicos para direitos autorais. A primeira seção exige que os fornecedores implementem uma política de respeito pelo direito autoral da União, enquanto a segunda seção exige que eles forneçam um resumo detalhado do conteúdo utilizado para treinar o modelo GPAI.

Embora a primeira disposição seja inovadora, a segunda tem origens no relatório do Parlamento Europeu. Inicialmente, a proposta exigia que os fornecedores documentassem detalhadamente a utilização de dados protegidos por direitos autorais, mas o texto final representa uma melhoria clara, eliminando a necessidade de distinguir entre materiais protegidos por direitos autorais e de domínio público.

Durante as negociações, preocupações foram levantadas sobre a clareza da exigência de fornecer um “resumo suficientemente detalhado”. No entanto, um considerando adicionado esclarece que o resumo deve ser abrangente, listando as principais fontes de dados utilizadas na formação do modelo e permitindo uma explicação narrativa.

Este esclarecimento alivia as preocupações sobre exigências excessivas, tornando o requisito de publicar descrições de alto nível mais razoável. O foco está nos maiores fornecedores comerciais, visando garantir que treinem modelos em fontes de dados legalmente acessíveis, em conformidade com as regras de direitos autorais da UE.

Vale destacar que há uma sobreposição considerável em termos de transparência dos dados de formação, com um requisito separado de documentação técnica do modelo. No entanto, este último não se aplica a modelos de IA de código aberto.

Com este acordo, a Lei da IA da UE está um passo mais próxima da adoção, prevista para o primeiro semestre de 2024, marcando um marco significativo na regulamentação da IA na região.

David Gilmour Convida Fãs para Remixar Sua Música com Nova Plataforma de IA

O lendário guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour, está abrindo as portas para seus fãs participarem ativamente na criação musical. Em parceria com o duo eletrônico inglês The Orb, Gilmour lançou em setembro “Metallic Spheres in Colour”, uma versão estendida de seu projeto de 2010, “Metallic Spheres”.

Conforme explicou o portal da Rádio Rock, a novidade agora é o convite para os fãs e a comunidade musical explorarem e remixarem as músicas desse álbum colaborativo através da plataforma MetallicSpheres.Io. Essa plataforma online oferece uma experiência única, permitindo que os fãs personalizem remixes das faixas usando inteligência artificial.

No MetallicSpheres.Io, os usuários podem não apenas remixar as músicas existentes, mas também criar suas próprias composições utilizando amostras de guitarra, vocais e outros elementos fornecidos por Gilmour. A plataforma oferece opções criativas, permitindo que os participantes escolham temas emocionais para a arte do álbum e ajustem preferências de humor e ritmo.

Em resumo, Gilmour está convidando os fãs a explorarem seu lado musical criativo e a experimentarem as possibilidades da inteligência artificial na música, proporcionando uma experiência única de interação com sua obra.

 

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‘Dream Track’:Youtube lança recurso com vozes de artistas geradas por IA para serem usadas no Shorts

O YouTube está explorando novos horizontes na interseção entre música e inteligência artificial (IA) com seu mais recente projeto, ‘Music AI Incubator’ e como parte da novidade a plataforma anunciou o recurso ‘Dream Track in YouTube Shorts’, que possibilita aos criadores de conteúdo a oportunidade de incorporar vozes geradas por IA de artistas selecionados em seus vídeos curtos.

Conforme explicou o MusicAlly, neste experimento, artistas como Charlie Puth, Demi Lovato e Sia estão disponibilizando versões de suas vozes criadas pela subsidiária DeepMind do Google, especializada em IA.

O processo é simples: os criadores inserem uma ideia no prompt de criação, escolhem um artista participante e recebem uma trilha sonora original do Shorts com a voz gerada por IA desse artista.

O YouTube também revelou que está desenvolvendo ferramentas de IA musical em colaboração com artistas parceiros da ‘Music AI Incubator’. Essas ferramentas, programadas para serem lançadas ainda este ano, buscam transformar pensamentos e ideias em música de maneira mais integrada, oferecendo aos criadores uma abordagem única no processo de criação musical.

O chefe da Universal Music Group, Sir Lucian Grainge, enfatizou a importância desse projeto como um passo ativo em direção à proteção dos artistas contra exploração não autorizada. Ele destacou a responsabilidade fundamental da UMG em garantir que o ecossistema digital evolua de maneira responsável, enquanto proporciona aos artistas acesso a oportunidades e ferramentas criativas avançadas oferecidas pela IA.

Vale notar que a plataforma de vídeos anunciou ontem que está tomando medidas proativas relacionadas à deepfakes musicais, permitindo que parceiros musicais solicitem a remoção de conteúdo deepfake baseado nas vozes de canto ou rap de seus artistas. Inicialmente, essa opção estará disponível para gravadoras ou distribuidores representando artistas envolvidos nos primeiros experimentos musicais de IA do YouTube.

 

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Editoras Musicais Independentes Propõem Diretrizes ‘Éticas’ de IA

As editoras internacionais independentes estão unindo forças para estabelecer diretrizes éticas para a utilização da Inteligência Artificial (IA) na criação musical. Após uma série de iniciativas similares, o Independent Music Publishers International Forum (IMPF) lançou hoje (10/10) suas próprias recomendações, resumidas em quatro princípios.

Conforme explicado pelo MusicAlly.com, o primeiro princípio enfatiza a necessidade de os desenvolvedores de IA obterem permissão expressa para usar música no treinamento de seus modelos. Em seguida, a entidade sugere que mantenham registros detalhados das obras utilizadas nesse processo. Além disso, a música gerada exclusivamente por IA deve ser claramente rotulada como tal. Por fim, o quarto princípio propõe que essas criações não recebam proteção de direitos autorais.

O IMPF reconhece os desafios práticos em distinguir obras criadas com ou sem intervenção humana, e defende a proteção de direitos autorais para a primeira categoria.

Essas diretrizes refletem os princípios estabelecidos por outras organizações da indústria musical. A ênfase recai sobre permissão, remuneração justa e transparência. O Council of Music Makers, por exemplo, destaca a importância desses princípios tanto para os detentores de direitos quanto para as empresas de IA.

Estes documentos são direcionados principalmente aos decisores políticos, especialmente na União Europeia, onde uma nova “Lei da IA” está em processo de elaboração. A presidente do IMPF, Annette Barrett, sublinha a importância de equilibrar o progresso tecnológico com a proteção dos direitos criativos e promover uma relação saudável entre as indústrias criativas e tecnológicas.

“Não deveríamos lutar contra esses avanços, mas seria negligente dar liberdade aos desenvolvedores de tecnologia quando se trata do uso do trabalho humano artístico”, afirmou Barrett.

Essas diretrizes éticas fundamentais buscam encontrar o equilíbrio necessário entre o avanço tecnológico e a proteção dos direitos criativos, contribuindo para uma colaboração harmoniosa entre as indústrias criativas e tecnológicas.

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CEO DA WARNER MUSIC MOSTRA APOIO ÀS MEDIDAS DE PROTEÇÃO PARA ‘DEEPFAKE’ NA MÚSICA

O CEO da Warner Music Group (WMG), Robert Kyncl, expressou seu apoio às medidas propostas pela indústria musical para proteger os direitos de personalidade de artistas e compositores. Essas medidas visam combater o uso não autorizado de deepfake-tracks e chatbots que replicam nomes, imagens e vozes por meio de inteligência artificial.

Conforme o MusicAlly, durante sua participação na conferência Code desta semana, Kyncl enfatizou a importância de equiparar a proteção dos direitos de nome, imagem e voz à dos direitos autorais, mas ressaltou que o processo demandará tempo. Ele afirmou que a WMG está disposta a colaborar com as plataformas de distribuição para avançar nesse sentido.

Além disso, foi anunciado recentemente que políticos nos Estados Unidos estão trabalhando em um projeto de lei para estabelecer um direito federal de publicidade em todo o país, abordando essa questão. Atualmente, alguns estados americanos possuem tal legislação, enquanto outros não.

Kyncl também comparou os desafios apresentados pela inteligência artificial generativa aos enfrentados com o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) no passado, destacando sua experiência anterior no YouTube. Ele ressaltou a necessidade de abordar esse fenômeno com consideração e garantir que os artistas tenham a capacidade de fazer escolhas nesse contexto em evolução.

AudioCraft: Meta lança novo modelo de IA para criação de músicas e efeitos sonoros

A Meta, gigante da tecnologia, continua a avançar em sua jornada de inovação em áudio AI. Após o lançamento bem-sucedido do MusicGen, um modelo de IA que cria samples musicais a partir de prompts de texto, a empresa agora apresenta o AudioCraft, uma estrutura de “IA generativa para áudio simplificado e disponível para todos”.

De acordo com o MusicAlly, a novidade composta é por três modelos – o MusicGen, que cria samples musicais de 12 segundos, o AudioGen, que produz sons e efeitos, e o EnCodec, um decodificador que visa gerar músicas de maior qualidade com menos artefatos – o AudioCraft promete abrir novas possibilidades no campo da criação musical e sonora.

A Meta adotou uma abordagem de código aberto, permitindo que pesquisadores e desenvolvedores explorem e compreendam melhor a tecnologia. A intenção é incentivar a construção de geradores de som e música personalizados, além de algoritmos de compressão, que possam ser integrados ao AudioCraft.

A empresa já esboçou possíveis aplicações para esses modelos, destacando o uso por músicos profissionais que desejam explorar novas composições sem tocar instrumentos, desenvolvedores de jogos independentes que desejam adicionar efeitos sonoros realistas, e pequenos empresários que buscam trilhas sonoras para suas postagens em redes sociais.

Com o lançamento do AudioCraft, a Meta busca incentivar a colaboração entre humanos e IA no campo da criação musical, proporcionando novas ferramentas e possibilidades para profissionais criativos em diversas indústrias.

 

Foto: divulgação Meta

O estudo revela que músicos independentes estão envolvidos, mas também cientes das preocupações em relação à IA na Indústria musical

Em uma pesquisa recente conduzida pela TuneCore, plataforma de distribuição digital de música, foi constatado que a Inteligência Artificial (IA) está ganhando a atenção dos músicos independentes, com uma percepção positiva sobre os benefícios, mas também gerando medos e preocupações.

De acordo com o MusicAlly, a pesquisa feita com 1.558 artistas independentes descobriu que aproximadamente 50% dos músicos independentes estão “conscientes e engajados em IA”, enxergando os avanços tecnológicos como uma oportunidade para aprimorar sua música e alcance de público.

Entretanto, 39% dos artistas mostraram-se “desconhecidos e apáticos em relação à IA”, preocupados com os impactos da tecnologia em suas carreiras. As principais preocupações relatadas incluem o temor de serem substituídos por IA na criação musical, possíveis casos de plágio envolvendo algoritmos e a correta atribuição de entradas criativas durante o processo de geração musical.

Uma parcela significativa, 35% dos entrevistados, demonstrou interesse em utilizar IA generativa em seu processo criativo, especialmente para fins de marketing e promoção. A possibilidade de otimizar campanhas publicitárias e atrair novos fãs por meio da IA tem despertado o interesse desses músicos.

O estudo revelou também que metade dos músicos entrevistados, ou seja, 50%, estão dispostos a oferecer suas músicas para treinar IAs, mas sob certas condições.

Para o portal, essa pesquisa mostra que a indústria da música está em um momento de transição, com músicos adotando uma atitude matizada em relação à IA. Eles reconhecem as oportunidades e vantagens oferecidas pela tecnologia, mas também são cautelosos em relação aos desafios e dilemas éticos associados ao uso da IA no campo musical.

 

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Conar vai analisar propaganda da Volks com Elis Regina recriada por inteligência artificial

O Conar abriu um processo ético para analisar a campanha da Volkswagen que apresenta Elis Regina recriada por inteligência artificial. A ação faz parte da comemoração dos 70 anos da montadora e conta com a participação de Maria Rita, filha de Elis e também cantora.

De acordo com O Globo, o advogado Gabriel Britto, responsável pela denúncia, argumenta que a campanha contraria artigos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, como o que exige uma apresentação verdadeira do produto oferecido e o que estabelece o respeito à dignidade e inexperiência de crianças e adolescentes.

Para o advogado, a utilização da inteligência artificial na propaganda também levanta questões éticas. Britto defende a necessidade de limitar o uso da tecnologia e estabelecer diretrizes para sua aplicação na publicidade.

O Conar analisará as queixas em relação à respeitabilidade e à veracidade da campanha, considerando possíveis confusões entre ficção e realidade, principalmente para crianças e adolescentes.

A Volkswagen afirmou que a utilização da imagem de Elis Regina foi acordada com a família da cantora e que a intenção da campanha era destacar a transição de gerações e a renovação da marca.

Webinar internacional discutirá os desafios dos direitos autorais na era da inteligência artificial

O Copyright Office, órgão regulador do sistema de direitos autorais nos Estados Unidos, anunciou que sediará um webinar online no dia 26 de julho, com o intuito de discutir as perspectivas globais sobre direitos autorais e inteligência artificial (IA). O evento contará com a participação de renomados especialistas internacionais, que abordarão como outros países estão enfrentando as questões relacionadas aos direitos autorais no contexto da IA.

Durante o webinar, os especialistas irão explorar temas cruciais, como autoria, treinamento de IA, exceções e limitações, bem como violações da lei. Além disso, eles oferecerão uma visão geral dos desenvolvimentos legislativos em suas respectivas regiões, destacando áreas potenciais de convergência e divergência no contexto da IA generativa.

Entre os participantes estará Luca Schirru, advogado especializado em Propriedade Intelectual pela PUC-Rio e responsável por ministrar aulas sobre Inteligência Artificial no curso “Música, Copyright e Tecnologia”. Schirru representará o Brasil no webinar, compartilhando sua experiência e perspectivas sobre a interseção entre direitos autorais e IA.

Os debates e discussões realizados durante o webinar têm o potencial de fornecer insights valiosos para a formulação de políticas e estratégias futuras nesse campo em constante evolução. Para participar do webinar e obter mais informações sobre o evento CLIQUE AQUI.

Elis Regina retorna em dueto emocionante com Maria Rita em campanha da Volkswagen utilizando inteligência artificial

Elis Regina cantou ao lado de sua filha Maria Rita em uma campanha emocionante! A Volkswagen está celebrando seus 70 anos no Brasil com um vídeo que utiliza a técnica de “deepfake”, permitindo a montagem realista de rostos através da inteligência artificial.

Conforme o G1, no vídeo Maria Rita dirige a moderna Kombi elétrica ID.Buzz enquanto entoa o clássico “Como nossos pais”, imortalizado na voz de sua mãe. Surpreendentemente, uma Kombi antiga, dirigida por uma atriz dublê, se aproxima e Elis Regina, virtualmente recriada, se une à filha em um dueto emocionante.

A Volkswagen utilizou reconhecimento facial e redes neurais artificiais para combinar o rosto da dublê com a imagem recriada de Elis Regina. A voz original da cantora foi preservada, tornando o momento ainda mais autêntico.

A campanha, criada pela agência AlmapBBDO e produzida pela Boiler Filmes, passou por uma pós-produção em uma renomada empresa especializada em projetos de Hollywood. Com essa iniciativa inovadora, a Volkswagen mostra como a inteligência artificial pode resgatar momentos marcantes do passado e emocionar o público.