Caso DJ Ivis mostra como indústria fonográfica está lidando com atitudes impróprias de artistas

Dj Ivis estava no auge de sua carreira, com várias músicas nas maiores paradas musicais do país. Entretanto, quando Pamella expôs as agressões feitas pelo Dj, rapidamente toda  a indústria fonográfica começou a divulgar notas repudiando seus atos.

Desde então, o artista teve seu contrato com a gravadora Sony Music rompido, bem como suas músicas e parcerias removidas pelas principais plataformas de streaming. Entre elas o Spotify e a Deezer, que chegou a se posicionar sobre o caso:

“A Deezer não tolera qualquer tipo de violência, discriminação ou ódio contra indivíduos ou grupos por causa de raça, religião, gênero, sexualidade ou outros fatores e repudia veementemente as atitudes do DJ Ivis (Iverson de Souza Araújo). Sabemos que as devidas medidas já estão sendo tomadas e reiteramos publicamente que não compactuamos com toda e qualquer agressão, especialmente à mulher”, informou a plataforma em um comunicado.

Conforme o Splash, as rádios, principalmente as do Ceará, também anunciaram a retirada das músicas do artista de suas programações.  Até que Xand Avião, proprietário da produtora Vybbe, responsável por gerenciar a carreira de DJ Ivis, anunciou em um vídeo o desligamento do artista da empresa.

Esta é a primeira vez no Brasil em que esse tipo de conduta passou a impactar a carreira de um cantor. O caso lembra um dos maiores escândalos envolvendo o rapper R. Kelly, acusado por abusar sexualmente de várias mulheres em 2019. Na época, antes mesmo de haver qualquer julgamento, os serviços de streaming chegaram a banir suas músicas de playlists. Infelizmente, o mesmo não aconteceu com outros artistas que chegaram a ser condenados por crimes. Resta saber se o mesmo acontecerá com aqueles que continuam tendo atitudes não toleráveis, como preconceito e outros tipos de discursos e atos de ódio.

 

 

Foto: reprodução/Instagram Dj Ivis

Após denúncia, Spotify, Apple Music e YouTube removem músicas que reproduziam discurso de ódio

Após uma denúncia da BBC, Spotify, Apple Music, Deezer e Youtube resolveram remover dos seus catálogos, músicas e bandas que reproduziam discurso de ódio.

Segundo o B9, a BBC identificou pelo menos 30 bandas nas plataformas de streaming que reproduziam músicas com letras homofóbicas e racistas. Haviam até playlists de gênero ligadas ao nazismo.

É difícil quantificar a escala do problema. No entanto, a investigação da BBC encontrou facilmente pelo menos 20 canções com este tipo de conteúdo. Não foram revelados os nomes das bandas para não ajudar as pessoas a procurarem esse conteúdo odioso.

O que a BBC identificou:

– Músicas que glorificam as “nações arianas” (a filosofia racial nazista ensinava que os arianos eram a raça dominante);

– Bandas usando repetidamente estereótipos e linguagem anti-semitas, até celebrando o Holocausto;

– Playlists com curadoria pública no Spotify sob o título NSBM (National Socialist Black Metal), um gênero ligado ao nazismo;

– Mais de 30 grupos associados a organizações classificadas como grupos de ódio por grupos de direitos civis;

Para conseguir inserir esse tipo de músicas nas plataformas de streaming, muitas vezes os nomes dessas faixas eram alterados. Assim os algoritmos não conseguiam identificar esse conteúdo com discurso de ódio.

Em um mundo onde há 50 milhões de faixas no catálogo do Spotify, sendo que milhões destas não são ouvidas, as portas para este tipo de prática ficam abertas.

Rapidamente as plataformas começaram a se posicionar. Todas alegaram que não pactuam com esta prática de ódio, que vão contra suas diretrizes.

 

Foto: Reprodução