COMO O DAFT PUNK SE TORNOU A DUPLA ELETRÔNICA MAIS INFLUENTE DO SÉCULO 21

Matéria de the Guardian

Apesar do anúncio do fim, o Daft Punk deixa um grande legado. Saiba como a dupla francesa mudou o curso da música pop várias vezes ressuscitando a discomusic , soft punk e R&B dos anos 80.

Recentemente, a dupla francesa Daft Punk anunciou que chegou ao seu fim após 28 anos. O The Guardian contou como eles conseguiram impactar a música pop por diversas vezes ao misturar Dance Music, com R&B e Disco Music.

Conforme o portal, é impossível pensar em música pop do século 21 sem mencionar o Daft Punk. Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo lançaram seu álbum de estreia, Homework (1997), com um som único baseado em uma house music pesada, mesclando  efeitos sonoros que envolviam os graves ou agudos na faixa gradualmente entrando e saindo, imitando um DJ tocando com a equalização em um mixer; a bateria tratada com compressão de sidechain fazia com as batidas parecessem perfurar o som. Logo após o lançamento, outros artistas começaram a copiar este estilo. Madonna foi a mais notável, se juntando a outro produtor dance francês, Mirwais, contratado para adicionar um brilho ao estilo Daft Punk em seu álbum ‘Music’ de 2000.

Assim com Madonna, outros hits semelhantes começaram a chegar nas paradas musicais, o Daft Punk sempre pensou à frente e logo trouxe novidades ao lançar ‘Discovery’, em 2001. A reação da crítica ao album foi mista devido a sua diversidade de estilos musicais, considerado muitas vezes fora de época. Havia músicas influenciadas pelo rock suave e hits dos anos 80. Quem não se lembra da clássica ‘One More Time‘?

A partir do ‘Discovery’, a dupla passou a ser parte do pop maintream, e mais que isso, era como se eles ditassem o que era ou não legal. Tanto que o LCD Soundsystem lançou a ‘Daft Punk Is Playing at My House’, para reafirmar que aparição da dupla foi considerada a última palavra na moda. Mais tarde, Busta Rhymes e Kanye West samplearam hits do ‘Discovery’, o último convidou a dupla para trabalhar em seu álbum ‘Yeezus’.

O portal lembrou ainda o single ‘Digital Love’ e a balada ‘ Something About Us’, com vocais marcados pelo Auto-Tune, que foram grandes influenciadores do pop atual. Mas sem dúvida o maior e mais influente trabalho de todos foi a turnê ‘Alive’ de 2006-07. Apesar do álbum ‘Human After All’ ter recebido críticas ruins, foi na turnê que a dupla surpreendeu. Vestidos de robôs, no meio de uma pirâmide gigante , combinada a uma iluminação sensorial, a dupla chegou ao Festival Coachella. Após o evento, muitos passaram a considerar o Daft Funk como um precursor do movimento EDM da América, onde começaram a surgir apresentações de DJs e shows ao vivo envolvendo produções grandes. Nesta onda também surgiu o Deadmau5 – um produtor que se apresentava com um capacete gigante coberto de LED, bem parecido com o estilo do Daft Punk.

A verdade é que Daft Punk sempre pareceu separado de qualquer cena, e sempre pensando um passo à frente. Em contrapartida ao sucesso do EDM, eles começaram a protestar sobre os avanços tecnológicos e como eles tornaram a música padronizada. O lançamento de ‘Random Access Memories’, mostra um álbum imerso em som do final dos anos 70 e início dos anos 80: “Você tem todas essas gravações do passado que são pequenos brilhos de magia, mas as pessoas sentem que não vivemos mais em um mundo mágico – estamos tentando demonstrar a nós mesmos se podemos quebrar essa linha e tentar fazer algo clássico e atemporal hoje ”, explicou Bangalter.

Na busca de criar algo exclusivo e único, o Daft Punk sempre evitou os holofotes. Após o lançamento de ‘Homework’, eles nunca foram fotografados sem usar máscaras, rejeitaram as redes sociais e, nas poucas entrevistas que deram, nunca discutiram suas questões pessoais. A aura de mistério foi mantida até no anúncio da separação. A notícia foi dada através de um vídeo com o trecho do filme ‘Electroma’, de 2006, no qual um de seus alter egos robôs explodiu o outro, seguido por uma explosão de memórias de acesso aleatório. Até o momento nenhuma explicação foi dada para o fim da dupla. Esta foi uma maneira muito Daft Punk de sair, preservando seu enigma até o fim.

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Mark Ronson explica porque onda disco voltou durante a pandemia

Matéria de G1

Fazendo dupla ao lado de Diplo no Silk City, produtor musical fala que mesmo impedido de ir às baladas, público quer se divertir em casa e fazer muitos vídeos no TikTok com músicas dançantes.

O produtor Mark Ronson (45) é um dos grandes responsáveis por trazer de volta sons com uma pegada mais antiga, afinal ele está por traz da produção de artistas como Amy Winehouse, Bruno Mars, Dua Lipa e Miley Cirus.

Agora chegou a vez do produtor lançar seu próprio som, repleto de mistura de disco music e house dos anos 90. Ao lado de Diplo, Mark Ronson criou a dupla Silk City, que já tem o novo single ‘New Love’ com voz da cantora pop Ellie Goulding.

Em entrevista ao G1, a dupla falou sobre esse resgate do disco music em seus trabalhos, sobretudo na produção de ‘Eletricity’, sucesso de Dua Lipa que influenciou seu álbum ‘Future Nostalgia’, um dos melhores álbuns pop de 2020:

“Eu não sei, o que é doido é que agora que sou velho o suficiente, lançando discos desde os meus vinte e poucos, eu vi a disco ir e voltar várias vezes. Quando comecei era o Puff Daddy sampleando todos os singles. Teve Daft Punk, vi tantos ciclos. Mas disco para mim é uma dance music para cima, generosa para a alma, quando você ouve te levanta. Quando é bem feito, nunca fica velho”, disse Mark Ronson.

Diante do sucesso nas paradas musicais com ‘Eletricity’, a cantora repetiu a pegada disco em seu novo álbum, e desde então tem se destacado no mercado musical:

“Essa música a gente tentou fazer uma canção dance clássica e acho que conseguimos”, disse Diplo. “Quando eu e Mark entregamos uma faixa de dance music para um cantor, a gente fica esperando eles tocarem ao vivo. Porque pode não ser o maior hit deles, mas quando eles levam para um festival, um show grande, eles percebem uma coisa: é fácil fazer singles pop. O público curte, acende as luzinhas”.

“Mas quando você vê eles dançarem de verdade, 20 mil pessoas dançando na sua frente, a energia é insana, isso te vicia. Aí eles falam: agora só quero lançar singles de dance music. Eu acho que foi isso que aconteceu com a Dua. Ela provavelmente viu isso. Ela não tinha músicas desse tipo”, completou o Dj.

Vale notar que apesar da matéria não mencionar, outros produtores como Ian Kirkpatrick e Stuart Price (que produziu ‘Confessions on a Dancefloor’ de Madonna) também participaram da produção de Future Nostalgia e merecem o mérito da volta da era disco.

O que mais impressiona, é o sucesso de singles dançantes mesmo na pandemia, quando as pessoas continuam impedidas de ir às baladas e em shows presenciais. Para isto, Mark lembrou que as pessoas querem dançar em casa e se divertir com aplicativos como o TikTok. Um movimento que produtores brasileiros também fazem:

‘Mesmo que clubes, festivais, todos esses lugares estejam parados, por várias razões as pessoas ainda precisam dançar, precisam liberar energia mais do que nunca. O Tik Tok mostrou que é óbvio que as pessoas estão dançando nas suas salas de casa, nos seus quartos, coreografando as músicas”, contou Ronson.

“Músicas tipo “Dancing on my own”, da Robyn, estão tendo essa incrível audiência de pessoas nas suas camas ou sei lá onde. O Silk City, claro, ama a ideia de poder tocar em grandes festivais. E vamos fazer isso quando der. Mas isso não muda o fato de que as pessoas precisam uma alegria, e dançar ajuda, seja na cozinha ou em qualquer lugar”, finalizou o produtor.

 

Mark Ronson, Diplo e Dua Lipa na gravação de ‘Electricity’ — Foto: Reprodução / Instagram

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