Spotify Continuará Operando no Uruguai Após Acordo com o Governo

O serviço de streaming Spotify permanecerá ativo no Uruguai, revertendo a decisão anterior de encerrar as operações no país a partir de 1º de janeiro. O motivo inicial foi a nova legislação que buscava garantir uma “remuneração equitativa” (RE) para músicos e criadores.

De acordo com o MuscAlly, após negociações com o governo uruguaio, o Spotify esclareceu que a responsabilidade pelos custos relacionados à RE recairá sobre os detentores dos direitos autorais. O serviço, que já destina cerca de 70% de suas receitas aos detentores dos direitos, expressou satisfação com o entendimento alcançado.

As mudanças na legislação também afetarão outros serviços de streaming, incluindo Netflix, Amazon Prime e HBO Max, conforme observado pelo El Observador. O decreto regulamentar detalha aspectos como a possibilidade de recorrer a um tribunal arbitral em casos de “discrepância” nos royalties entre artistas e produtores.

Além disso, uma comissão será estabelecida pelo Ministério da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai para discutir as “percentagens de cobrança” para os titulares de direitos. O Spotify elogiou a resolução e destacou a importância de esclarecimentos na lei de direitos autorais.

Embora o Uruguai represente um mercado de música gravada relativamente pequeno, ocupando a 53ª posição global em 2022, com receitas de 13,2 milhões de dólares, sendo 64,4% provenientes de streaming, a decisão tem implicações significativas. O Spotify destaca que a flexibilização corporativa pode influenciar futuras negociações em outros países que busquem introduzir medidas semelhantes à RE.

Em resumo, os músicos no Uruguai receberão uma parcela maior dos royalties do streaming no momento do pagamento, e o Spotify reafirma sua postura de que custos adicionais devem ser suportados pelos detentores de direitos. O impacto financeiro mínimo no serviço de streaming no Uruguai destaca a firmeza da plataforma, pronta para se retirar se as condições não forem favoráveis.

Presidente Uruguaio Busca Acordo com Spotify para Evitar Saída do País

Após o anúncio de que o Spotify encerraria suas operações no Uruguai em fevereiro de 2024 devido a mudanças na legislação de direitos conexos, o presidente Luis Lacalle Pou afirmou estar em negociações diretas com a plataforma para resolver o impasse.

De acordo com o Digital Music News, o Spotify tomou a decisão em resposta à aprovação do Artigo 285, parte de um novo projeto de lei de direitos autorais, que exige uma “remuneração justa e equitativa” para artistas, compositores e intérpretes. O parlamento uruguaio votou a favor dessa legislação em outubro de 2023, provocando a reação do Spotify.

Em comunicado, o Spotify alegou que já paga quase 70% de cada dólar gerado com música às gravadoras e editoras detentoras dos direitos autorais. O anúncio de retirada do serviço gerou preocupação, levando o presidente Lacalle Pou a buscar um equilíbrio entre os interesses da plataforma e dos criadores de conteúdo.

“Você tem que ter equilíbrio. Entendemos que [o Spotify] é uma plataforma muito importante. Você tem que cuidar de alguma forma dos intérpretes, dos autores. Estamos em negociações. Vamos em frente, espero que concordemos”, declarou Lacalle Pou à imprensa local.

O Spotify, que informou os usuários sobre as mudanças iminentes, afirma que contribuiu para o crescimento de 20% na indústria musical uruguaia em 2022, posicionando o país como o 53º maior mercado de streaming de música. As autoridades uruguaias continuam em negociações para evitar a saída da plataforma.

Foto: Guilherme Hellwinkel

Acordo entre Ecad e GloboPlay, que inclui direitos conexos, pode ser ampliado a outros serviços de streaming

Nesta semana publicamos sobre o novo acordo entre Ecad, Gshow e Globoplay, que vai beneficiar compositores e contemplar, pela primeira vez, titulares de direitos conexos em trilhas desses serviços de streaming.

Desta vez, o portal Metrópoles explicou em detalhes como essa parceria pode ser realmente benéfica para músicos brasileiros, principalmente, neste momento marcado pela pandemia do novo coronavírus.

O acordo representa um marco para o mercado musical brasileiro, pois os detentores de direitos conexos (músicos, intérpretes e produtor fonográfico) poderão finalmente receber remuneração pelo streaming de audiovisual, considerado execução pública, algo que só era feito para a parte autoral (autor/compositor).

“Este é um debate grande, que envolve toda a classe artística. É uma vitória, que aponta para a democratização de todo o segmento musical”, avaliou Mario Sergio Campos, gerente executivo de Distribuição do Ecad, ao portal.

Segundo a página, o acordo pode ir além e abrir portas para novas negociações com os demais serviços de streaming, como Netflix e Disney+, que adotam, atualmente, outro modelo, onde a negociação é direta com gravadoras. Inclusive, Campos afirmou que há negociações em andamento:

“Estamos em conversa com Netflix, Amazon e Disney+. Acho que podemos chegar a um acordo em breve”, informou o gerente executivo do Ecad.

Vale notar que o acordo ganha ainda mais importância se pararmos para pensar que estamos em um momento de crise mundial. Afinal, muitos músicos ainda estão sem renda por conta da pandemia:

“É uma vitória da música e dos músicos. O streaming é o presente, talvez saia dai a maior parte da receita desses profissionais”, finaliza Mario Sergio.

De acordo com dados do Ecad, estima-se que quase 70 mil obras audiovisuais nacionais serão beneficiadas pela parceria. Ao todo, foram realizadas cerca de 2,2 bilhões de exibições de obras entre janeiro e junho de 2020 no Globoplay.

 

Foto: reprodução

Em distribuição do Globoplay e Gshow, Ecad vai remunerar direitos conexos em serviços de streaming pela primeira vez

Nesta quarta-feira (18), o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) anunciou que pela primeira vez vai remunerar direitos conexos no streaming, de acordo com a arrecadação realizada pelo Globoplay e GShow.

Segundo o Ecad, isso quer dizer que serão remunerados, ainda em novembro, titulares de direitos de autor (compositores e editores) e conexos (intérpretes, músicos e produtores fonográficos) que tiveram suas obras em trilhas sonoras de produções audiovisuais nessas plataformas digitais.

No total serão contempladas quase 70 mil obras audiovisuais, que foram executadas por mais de 2 bilhões de vezes, no período de janeiro e junho de 2020.

Entenda como será feita a distribuição:

“O montante a ser distribuído é dividido pelas obras audiovisuais (como novelas, séries, minisséries, filmes, desenhos e programas de variedade), observando o total de exibições, o que define o valor de cada conteúdo. Este valor atribuído a cada obra audiovisual é, em seguida, rateado entre as músicas da sua trilha musical, considerando seu tempo de execução e classificação (tema de abertura, encerramento, personagem e background, entre outros)”, explica o escritório em nota.

A entidade afirma ainda que todo o processo de identificação é feito de forma automatizada, através de um cruzamento de dados. Por isto, é de suma importância que cadastro de obras musicais e fonogramas estejam atualizados junto às associações.

 

Foto: Divulgação