BRASIL SE DESTACA NA LISTA DOS 50 MELHORES ALBUNS DE ROCK LATINO DA ROLLING STONE COM ‘CLUBE DA ESQUINA’

Na última terça-feira (19), a revista Rolling Stone divulgou sua seleção dos 50 melhores álbuns de rock latino, abrangendo desde os anos 1960 até os dias atuais. A lista é uma compilação dos sons mais ambiciosos e transcendentes do Rock & Roll na América Latina, combinando influências globais com elementos musicais locais como samba, balada argentina e cumbia colombiana.

O Brasil conquistou nove lugares na lista, com dois desses álbuns entre os dez primeiros. O destaque nacional ficou com “Clube da Esquina” (1972) de Milton Nascimento, classificado em quarto lugar. A liderança, entretanto, pertence ao grupo mexicano Café Tacvba, com o álbum “Ré” (1994).

A lista completa inclui uma diversidade de artistas e países latino-americanos, demonstrando a riqueza e a variedade do rock na região. Essa seleção serve como um testemunho da influência e alcance do gênero na cultura musical latino-americana.

Veja a lista completa
50) Los Shakers, ‘La Conferencia Secreta Del Toto’s Bar’ (1968) – Uruguai
49) Diamante Eléctrico, ‘Mira Lo Que Me Hiciste Hacer’ (2021) – Colômbia
48) La Revolución de Emiliano Zapata, ‘Revolución de Emiliano Zapata’ (1971) – México
47) Los Jaivas, ‘Alturas De Macchu Picchu’ (1981) – Chile
46) Los Van Van, ‘Los Van Van’ (1974) – Cuba
45) Los Bunkers, ‘Vida De Perros’ (2005) – Chile
44) Génesis, ‘Génesis’ (1974) – Colômbia
43) Raul Seixas, ‘Krig-ha Bandolo!’ (1973) – Brasil
42) Juanes, ‘Un Día Normal’ (2002) – Colômbia
41) Rita Lee & Tutti Frutti, ‘Fruto Proibido’ (1975) – Brasil
40) Zoé, ‘Memo Rex Commander’ (2006) – México
39) Puya, ‘Fundamental’ (1999) – Porto Rico
38) Traffic Sound, ‘Virgin’ (1969) – Peru
37) El Gran Silencio, ‘Chúntaros Radio Poder’ (2001) – México
36) Banda Nueva, ‘La Gran Feria’ (1973) – Colômbia
35) Él Mató a un Policía Motorizado, ‘La Síntesis O’Konor’ (2017) – Argentina
34) Os Paralamas do Sucesso, ‘Selvagem?’ (1986) – Brasil
33) No Te Va Gustar, ‘Este Fuerte Viento Que Sopla’ (2002) – Uruguai
32) Los Tres, ‘Fome’ (1997) – Chile
31) Eduardo Mateo, ‘Mateo Solo Bien Se Lame’ (1972) – Uruguai
30) Santa Sabina, ‘Santa Sabina’ (1992) – México
29) Los Hermanos, ‘Ventura’ (2003) – Brasil
28) Mon Laferte, ‘Vol. 1’ (2015) – Chile
27) Totem, ‘Totem’ (1973) – Uruguai
26) Carlos Vives, ‘El Rock de mi Pueblo’ (2004) – Colômbia
25) Molotov, ‘¿Dónde Jugarán Las Niñas?’ (1997) – México
24) Andrés Calamaro, ‘El Salmón’ (2000) – Argentina
23) Los Prisioneros, ‘Corazones’ (1990) – Chile
22) Fito Páez, ‘El Amor Después Del Amor’ (1992) – Argentina
21) Tribalistas, ‘Tribalistas’ (2002) – Brasil
20) Moris, ‘Treinta Minutos de Vida’ (1970) – Argentina
19) Roberto Carlos, ‘Em Ritmo de Aventura’ (1967) – Brasil
18) Sumo, ‘Llegando los Monos’ (1986) – Argentina
17) Karnak, ‘Karnak’ (1995) – Brasil
16) Soda Stereo, ‘Canción Animal’ (1990) – Argentina
15) Natalia Lafourcade, ‘Hasta la Raíz’ (2015) – México
14) Los Amigos Invisibles, ‘The New Sound of the Venezuelan Gozadera’ (1998) – Venezuela
13) Pescado Rabioso, ‘Artaud’ (1973) – Argentina
12) Caifanes, ‘El Silencio’ (1992) – México
11) Santana, ‘Abraxas’ (1970) – México
10) Julieta Venegas, ‘Bueninvento’ (2000) – México
9) Charly García, ‘Clics Modernos’ (1983) – Argentina
8) Maldita Vecindad y los Hijos del Quinto Patio, ‘El Circo’ (1991) – México
7) Babasónicos, ‘Jessico’ (2001) – Argentina
6) Os Mutantes, ‘Os Mutantes’ (1968) – Brasil
5) Los Fabulosos Cadillacs, ‘Fabulosos Calavera’ (1997) – Argentina
4) Milton Nascimento, ‘Clube da Esquina’ (1972) – Brasil
3) Aterciopelados, ‘La Pipa de la Paz’ (1996) – Colômbia
2) Gustavo Cerati, ‘Bocanada’ (1999) – Argentina
1) Café Tacvba, ‘Ré’ (1994) – México

Meninos da capa de ‘Clube da Esquina’ entram na justiça por Direitos de Imagem

Tramita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, um processo envolvendo os compositores Milton Nascimento e Lô Borges por uso indevido de imagem.

Carlos Rosa de Oliveira (Cacau) e José Antônio Rimes (Tonho) iniciaram um processo em 2012 e desde então pedem R$500 mil por danos morais e uso indevido de imagem. Eles eram os meninos da foto da capa do album ‘Clube da Esquina’, um dos maiores da música brasileira, de 1972.

Cacau e Tonho, alegam que o registro de suas imagens quando crianças foi feito sem autorização. Tanto que, só tomaram conhecimento do fato quando uma repórter os convidou para fazer uma recriação da foto, após quarenta anos.

“Nunca soube disso. Foi ela [a jornalista, Ana Clara Brant] que me descobriu”, diz Tonho à Folha. “Fui correndo no advogado e contei a história todinha. Acho que eles não podiam ter feito isso comigo. Poderiam ter avisado meu pai ou minha mãe. Não ajudaram em nada.”

De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, o processo inclui como alvos, Milton Nascimento, Lô Borges, a gravadora EMI, responsável por lançar o disco, e a editora Abril, por reeditar o álbum e incluí-lo em uma coleção de CD’s em 2012.

Pode ser que assim como no caso de João Gilberto, a Universal Music seja inclusa no processo, já que incorporou a EMI.

No processo, a EMI relata que o valor pedido pela dupla é “astronômico” e que “não há violação do direito individual à imagem, pois a foto da capa está “totalmente desvinculada” de suas imagens atuais”.

A gravadora solicita que Ronaldo Bastos, um dos compositores, seja incluso no processo, pois em um contrato assinado em 2007, ele cede os direitos do material gráfico do álbum. Para a gravadora, os males apresentados por Tonho e Cacau “não são capazes de trazer qualquer sofrimento moral”.

Apesar de não se manifestarem sobre o assunto publicamente, a defesa de Milton e Lô, alega que o prazo para a prescrição de indenizações é de três anos, e não 40. A defesa afirma ainda que os compositores foram “contratados [pela gravadora] somente para interpretar canções e não para produzir, fabricar e comercializar exemplares desses produtos.” Portanto, os compositores não possuem responsabilidade pela “publicação das fotos nas capas do LP e CD”.

Enquanto isso, a Abril alega ter uma autorização da Universal para reproduzir a capa.

Atualmente, o processo está parado há um ano, sendo que em 2019, o juiz da comarca de Nova Friburgo, Marcus Vinicius Miranda Gonçalves da Silva de Mattos, apenas acrescentou a  citação dos denunciados no caso. Ronaldo Bastos e a Universal ainda devem apresentar suas defesas.

Tonho contou que a dupla deseja fazer um acordo, mas nunca conseguiu sequer contato com os músicos:

“Eles venderam muito disco, mas sem a autorização de ninguém. A obrigação era falar com a gente, dar um dinheiro pra nos ajudar em alguma coisa”, diz. “Por que não fizeram isso? Sou pobre, tenho seis filhos para criar. Foi muita mentira comigo. Não ajudaram em nada.”, relata à Folha.

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