BMG deixa de distinguir catálogos antigos de lançamentos em nova estratégia de promoção de músicas

A BMG, uma das maiores gravadoras do mundo, anunciou que vai mudar sua estratégia, deixando de separar catálogos antigos e lançamentos. Segundo a empresa, essa visão “desatualizada” da indústria musical não condiz com a realidade, uma vez que seu catálogo de canções mais antigas representa até 75% de sua receita.

De acordo com o Music Week, a partir de agora, a BMG passará a integrar totalmente seus novos negócios de lançamento e gravações de catálogo, adotando a mesma estrutura para músicas novas e antigas. Todo o catálogo gravado da BMG terá a mesma estrutura do “frontline”, ou seja, as chamadas canções de lançamento.

As músicas antigas e novas serão reportadas para a BMG localmente de acordo com seu país de origem e, em seguida, globalmente por meio de seu novo EVP de Repertório Global, Fred Casimir:

“Catálogos de música de sucesso merecem o mesmo esforço, compromisso e paixão que as gravações mais recentes”, disse Casimir.

Para exemplificar a importância dos catálogos antigos, a BMG divulgou que o álbum de The Weeknd, ‘Highlights’, lançado em 2021, foi o mais vendido no Reino Unido no primeiro trimestre deste ano, e ficou no Top 10 no mesmo período. Isso demonstra que os fãs de música valorizam tanto as músicas novas quanto as antigas.

O CEO da BMG, Hartwig Masuch, disse: “Música é música independente de sua idade. Grandes artistas e grandes músicas não têm prazo de validade e acreditamos que é hora de a indústria da música refletir isso”.

 

Foto: The Weeknd (Republic Records)

BMG ADQUIRE DIREITOS DE MICK FLEETWOOD, BATERISTA DO FLEETWOOD MAC

A BMG anunciou hoje (14) que adquiriu os direitos autorais do baterista Mick Fleetwood, em mais de 300 canções do Fleetwood Mac.

O acordo com o co-fundador do Fleetwood Mac, também incluiu outros sucessos da banda como ‘The Chain’, ‘Go Your Own Way’ e a clássica favorita dos realities shows musicais: ‘Landslide’.

Esta é a melhor hora para a aquisição, uma vez que ‘Dreams’, se tornou um viral global no TikTok, gerando mais de 3,2 bilhões de visualizações/streams ao longo de oito semanas durante o segundo semestre de 2020.

De acordo com o Music Business Worldwide, desde 2018 a BMG não fazia uma aquisição de direitos deste porte, uma vez que a gravadora estava focada para o crescimento orgânico.

A estratégia desde então tem dado resultados positivos. Após anos de aumentos consecutivos de dois dígitos, a receita semestral da gravadora voltou a crescer, chegando marca de US$308 milhões nos primeiros seis meses durante a pandemia de 2020.

Em um comunicado Mick Fleetwood falou sobre a aquisição: “acima de tudo, BMG entende a arte e coloca o artista em primeiro lugar. Se esta parceria é qualquer indicação do meu passado e agora futuro relacionamento de trabalho com o BMG, é que eles realmente ‘entenderam’”.

O Fleetwood Mac atingiu o seu auge com o lançamento de seu terceiro álbum ‘Then Play On’, com singles de sucesso ‘Albatross’ e ‘Man Of The World’. Entretanto, a banda se desfez em meio a questões substanciais e problemas de relacionamento.

Em julho de 1975, a banda voltou aos estúdios de gravação com uma nova formação e o lançamento de ‘Fleetwood Mac’, seu primeiro número um nos Estados Unidos. O Fleetwood Mac já vendeu mais de 120 milhões de discos em todo o mundo e foi incluído no Rock ‘n’ Roll Hall Of Fame em 1998.

 

 

Foto: Mick Fleetwood – Amanda Demme

NOS EUA, BMG REMOVE CLÁUSULA QUE PREJUDICAVA COMPOSITORES EM CONTRATOS

Na última semana, a BMG anunciou que está eliminando uma cláusula dos contratos de gravação com artistas, no qual reduzia 25% de seus royalties de forma injusta.

Segundo o Music Business Worldwide, a cláusula que está sendo removida dos contratos pela BMG é chamada de “Controlled Composition” – ‘Cláusula de Composição Controlada’, em livre tradução -, e tem como objetivo conceder às gravadoras 25% (e às vezes mais) dos royalties devidos a um compositor pelas vendas de seus discos físicos.

A cláusula previa ainda que se houvessem mais de 10 músicas no disco, os royalties pagos eram limitados a essas 10. Além disso, em caso de colaborações com compositores externos, os royalties deveriam se pagos de acordo com uma taxa legal, reduzindo ainda mais os royalties para o artista.

Todos os descontos contidos na Cláusula de Composição Controlada custaram aos compositores, nos Estados Unidos, cerca de US$14 milhões no ano passado.

A BMG anunciou que este movimento faz parte de seu novo “programa para reequilibrar a indústria musical a favor de artistas e compositores, abandonando práticas de longa data destinadas a reduzir a renda dos músicos”.

Para liderar este novo posicionamento, a BMG está contando com a liderança do COO BenKatovsk, que assumiu a responsabilidade de revisar contratos históricos, a fim de eliminar injustiças para os compositores e artistas, e remover acordos com sinais de preconceito racial.

A BMG se comprometeu voluntariamente a aplicar as reduções a quaisquer novos negócios, bem como removê-los de seu catálogo inteiro ao longo do próximo ano.

Vale notar que na semana anterior ao anúncio, o rapper Kenye West divulgou em seu Twitter alguns de seus contratos com gravadoras, para expor sua insatisfação com a indústria da música. Entre os trechos divulgados havia um, de 2005, no qual era possível notar a cláusula.

 

Foto: Hartwig Masuch, CEO da BMG/ reprodução

A Revolta dos Artistas na Alemanha por melhores remunerações em serviços de streaming

Enquanto o assunto do fim de semana no mercado musical era a cerimônia do Grammy 2020, na Alemanha, as principais gravadoras recebiam uma carta de convocação para uma reunião a fim de discutir melhores remunerações para artistas em serviços de streaming.

Segundo o Music Business Worldwide (MBW), a carta publicada no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung (F.A.S), ganhou uma manchete intitulada como ‘Der Aufstand der Stars’ – ‘A Revolta das Estrelas’- e foi assinada por representantes dos maiores artistas da Alemanha, como a banda Rammstein e Helene Fischer (foto) – artista da Universal Music, que vendeu mais de 15 milhões de discos em todo o mundo.

Os representantes dos artistas querem alterar e reestruturar o modelo de cobrança e remuneração na área de streaming. Para o MBW, pode-se sugerir que há uma busca por mudanças no estilo de pagamento “centrado no usuário” dos serviços de streaming, que até o momento foram reticentes em adotar esse modelo.

Vale lembrar que no ano passado, a Deezer anunciou que planejava lançar um piloto de um sistema de pagamento ‘centrado no usuário’ em 2020, se pudesse obter o suporte necessário das principais gravadoras.

Além do apelo, a carta convoca as gravadoras para uma reunião em Berlim em fevereiro para discutir o assunto.

Em resposta,  a Warner Music afirmou que não participará da reunião devido a “preocupações antitruste que seriam criadas por poderosas empresas de música e muitos representantes de estrelas se reunindo para discutir acordos coletivos de negócios”. Em vez disso, a Warner diz que “conversas bilaterais” estão sendo realizadas.

A BMG, publicou uma nota afirmando que o debate é necessário: “Congratulamo-nos com essa tentativa de destacar algumas das iniquidades do contrato tradicional de gravação. Esta carta é assinada por alguns dos mais respeitados gerentes musicais da Alemanha e deve ser levada a sério.

“Precisamos de um debate sensível e adulto. Não achamos justificável em um mundo em que as gravadoras não tenham mais os custos de pressionar, manipular e fornecer produtos físicos para tentarem manter a maior parte da receita de streaming. O mundo mudou. Está na hora das gravadoras mudarem também.”

A Sony e a Universal ainda não responderam publicamente. No primeiro semestre de 2019, a indústria musical alemã teve sua maior taxa de crescimento de receita desde 1993. Um crescimento de 7,9%, de acordo com a Associação Alemã da Indústria Musical (BVMI).

Foto: Reprodução

O FastForward Podcast voltou, após uma pausa para as comemorações de fim de ano. Então, vamos falar sobre “Músicas do Verão e do Carnaval? APERTA O PLAY!