Em entrevista par o Globo, Marcelo Froes, pesquisador musical investigado em operação sobre posse de materiais inéditos de Renato Russo, se diz prejudicado. Para ele, operação não faz o menor sentido.
Marcelo Froes afirma que investigação sobre obras inéditas de Renato Russo ‘não faz o menor sentido’
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Como publicamos nesta manhã de terça-feira (27), policiais apreenderam documentos, HD’s e celular de um produtor musical, com suspeitas de haver posse não autorizada de materiais inéditos do cantor Renato Russo.
Desta vez, o produtor Marcelo Froes, explica em entrevista para O Globo o que aconteceu, alegando que toda a operação ‘Sera’ “não faz o menor sentido’.
De acordo com o portal, Froes era amigo de Renato Russo, sendo ex-representante jurídico de sua família e produtor de dois álbuns póstumos. Atualmente, o pesquisador musical é dono do selo de relançamentos da MPB, ‘Discobertas’.
Froes contou que há 20 anos foi contratado pela família do músico para fazer um levantamento de todo o material criado por Renato. Posteriormente, a EMI, também o contratou para realizar o serviço. Tanto banda, quanto família e gravadora receberam cópias de um relatório com todo o material do cantor.
“Em 2002, eu entreguei um relatório com tudo o que tinha sido achado na gravadora e no material que a família do Renato, o Dado (Villa-Lobos, guitarrista), o (baterista Marcelo) Bonfá e o Rafael (Borges, ex-empresário da Legião) tinham em suas casas e me passaram. Eles receberam tudo de volta, digitalizado, e cada uma das pessoas envolvidas receberam uma cópia do relatório, para ter como referência. Dona Carminha (mãe de Renato), Seu Renato (pai do cantor), todos receberam”, contou Froes ao portal.
Sobre a denúncia a partir de um perfil falso nas redes sociais, Marcelo Fores contou que por ser produtor e amigo de Renato, sempre foi muito procurado pelos fãs. E por isso, umas das conversas podem ter sido com o perfil:
“Conversei uma época com uma menina, a Ana Paula, que depois de um tempo eu descobri que não era uma menina, mas o cara do Arquivo Legião (Josivaldo Bezerra da Cruz Junior, que administra a página de fãs no Facebook, e que teve sua casa revistada pela polícia no ano passado, acusado por Giuliano de ter se apropriado de obras inéditas de Renato)”.
“Entrei de gaiato, devem ter achado uma dessas conversas e vieram bater aqui, fui surpreendido por um delegado querendo saber se eu tinha coisas da Legião Urbana, que começou a revirar a casa. Ele ensacou meus HDs e o meu computador, pegou o meu celular e levou tudo. Estão me prejudicando por algo que não faz o menor sentido”, alegou o produtor.
Quando foi abordado pelo delegado, Froes mostrou todas as cópias de seus contratos com a EMI e Legião Urbana, como prova de tudo o que tinha era autorizado.
“Eu quero meu material de volta, preciso trabalhar, nos meus computadores está o back up de tudo o que eu faço. Gravações de Ivan Lins, Quarteto em Cy, MPB4… minha vida está toda lá”.
O produtor também desabafou a respeito de Giuliano, filho e atual detentor de direitos de Renato Russo. Segundo ele, Giuliano nunca o procurou para saber o que ele sabia a respeito das obras de seu pai:
“Infelizmente ele virou as costas para todo mundo. Eu sempre fui aliado, sempre tentei ajudar. É uma pena, porque tem muita coisa inédita para editar. Mas tudo isso não está na minha casa, está no arquivo da EMI”, finalizou Froes.
Foto: Frederico Rozário/Agência O Globo
Tags: Direito Autoral Marcelo Fróes Operação Será Renato Russo