A disputa judicial pelos direitos autorais da vinheta “Brasil-sil-sil”

Há oito anos a Globo está em uma disputa judicial pelos direitos autorais da clássica vinheta dos jogos da seleção de futebol: “Brasil-sil-sil”.

De acordo com o Na Telinha, enquanto o ex-sonoplasta da Rádio Globo, José Cláudio Barbedo, afirma ser o autor da vinheta, por outro a emissora afirma que os direitos são dela e do locutor Edmo Zarife (1940-1999).

Em entrevista para o portal, José Cláudio Barbedo, o Formiga, revelou que trabalhou como sonoplasta por 30 anos no Sistema Globo de Rádio. Ele disse que criou a vinheta em uma tarde de domingo a pedido da rádio para as Eliminatórias da Copa de 70.

“A vinheta é uma criação minha. O que você tem na vinheta é um sinal eletrônico misturado com a voz do locutor da época, chamado Edmo Zarife. Quem criou o sinal eletrônico, quem dirigiu o Zarife na locução, quem fez todo o processo da vinheta foi eu. Quando eu entrei com um processo contra a Globo, em 2011, eu descobri que a Globo registrou a vinheta em nome dela”, contou Formiga.

“O meu processo é para que eles reconheçam meus direitos, por eles terem registrado, ilegalmente e injustamente, a Rádio Globo e o Edmo Zarife como criadores da vinheta. Ele foi apenas o locutor e teria o direito de receber o direito de voz dele, mas não a criação da vinheta. A criação é minha”, completou.

Segundo o portal, o processo está em discussão na 18ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sob número 0165135-08.2013.8.19.0001 e tem como alicerce a Lei 9.610/98 (Lei de Direito Autoral).

A advogada de Formiga, Lígia Valeria Bonfim Saraiva, explicou como está a situação judicial do caso: “O processo se encontra em fase de conhecimento, sendo alvo de diversos recursos protelatórios das Rés. Todos os recursos até então promovidos pela Globo Comunicação e participações S.A e pela Rádio Globo não tiveram sucesso e esperamos em breve que seja designada a audiência para colheita da prova testemunhal, bem como seja realizada a perícia técnica requerida”.

Lígia também explicou o motivo da não suspensão sobre o uso da vinheta: “Enquanto não for encerrada a instrução entendemos não ser prudente requerer a suspensão da vinheta, em que pese não haver notícias nos autos da ação quanto a renovação do contrato de cessão de direitos que foi assinado em 01/06/1998 com vigência de 20 anos para a veiculação da vinheta na grade de programação do conglomerado Globo. Destacamos que o contrato expirou em 01/06/2018 e foi assinado entre as empresas Globo e o locutor Edmo Zarife, tendo injustiçadamente sido excluído o criador da combinação dos efeitos sonoros – radialista Formiga”.

 

Foto: Globo/Divulgação

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