BEGGARS GROUP: AO REPASSAR PARTICIPAÇÃO DO SPOTIFY, GRAVADORA INDEPENDENTE PRIORIZA ARTISTAS.

Uma das gravadoras independentes mais bem-sucedidas do mundo, o  Beggars Group, revelou que reembolsou a seus artistas 44% de sua porcentagem das vendas das ações vindas da abertura de capital do Spotify.

“Durante o ano, recebemos o resultado da venda de nossas ações no Spotify. Acreditamos que nossos artistas devem compartilhar igualmente nesse ganho inesperado. Então, contabilizamos 50% dessas receitas para todos os nossos artistas, passados ​​e presentes. Depois de permitir o reembolso, 44% foram pagos em dinheiro”, informou a gravadora em nota.

Essa é uma iniciativa diferente em comparação às outras gravadoras, que preferiram repassar os valores com base na taxa de royalties do artista, o que resulta em um valor bem menor. A Sony Music foi a única em optar por não repassar nenhum valor.

“Algumas outras empresas aparentemente distribuíram essas receitas com base na taxa de royalties do artista, o que significa que teriam pago uma porcentagem muito menor, independentemente de recuperação”, continuou o Beggars.

O Beggars conseguiu sua participação das vendas das ações do Spotify, por ser um dos membros fundadores da Merlin, agência comercial independente, ano passado. Na época, a entidade arrecadou US$130 milhões.

Segundo o Music Business Worldwide, o Beggars movimentou £74,16 milhões (aproximadamente US$100 milhões) em 2018.

Em nota sobre seus balanços financeiros, o Beggars informou que deseja investir em infraestrutura e tecnologia para acompanhar mercado cada vez mais exigente:  “O negócio continua investindo em infraestrutura de TI para lidar com a complexidade de formatos, canais e territórios. Levamos a sério nosso compromisso de prestar contas de forma transparente e precisa aos nossos artistas, sem depender de terceiros. Nós construímos nossos próprios dados e nossa plataforma todo mês processa mais de 1 bilhão de transações digitais. São 200 Provedores de Serviços Digitais cobrindo 241 países, com uma taxa de comparação de metadados de 99,9%”.

UNIVERSAL MUSIC ARRECADA 10 MILHÕES POR DIA COM STREAMING

A Vivendi publicou hoje (25), os balanços financeiros para o primeiro semestre de 2019 da Universal Music. Com aumento de 32% na receita de música gravada, a maior gravadora do mundo arrecadou €3,26 bilhões (US$3,68 bilhões), um recorde histórico de faturamento.

Os serviços de streaming geraram até agora €1,57 bilhão (US$1,77 bilhão) para a Universal Music, representando 60,4% das receitas de música gravada. As receitas vindas dos serviços de streaming geram por dia US$10 milhões (aproximadamente US $ 10,4 milhões) para a gravadora.

As receitas totais de música da empresa atingiram o recorde de €2,596 bilhões (US$2,93 bilhões), um avanço de 22,4% (ou 16,9% em moeda constante).

A vendas físicas alcançaram a marca de €438m (US$496m), um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior. Atualmente, as vendas físicas representam 16,9% do total das receitas de música gravada.

Entre os artistas e projetos que mais se destacaram e geraram maiores lucros para a empresa está a cantora Billie Eilish (foto); a diva pop Ariana Grande;  A Star Is Born (filme), King & Prince (grupo de J-pop) e Back Number (grupo de J-pop).

Segundo o Music Business Worldwide, a Vivendi confirmou em uma nota a seus investidores que está “selecionado os bancos consultivos como parte do plano para abrir o capital da UMG”.

Justiça penhora direitos autorais de Belo e intima Apple

O cantor Belo terá seus direitos autorais penhorados pela Justiça por ter saído de seu antigo grupo de pagode, Soweto, sem pagar indenização ao empresário e ex-jogador de futebol Denilson.

Segundo o Uol Esporte, o Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou a penhora dos direitos autorais do cantor, após favorecer o ex-jogador Denilson, empresário do grupo na época. A dívida de Belo no processo é de R$ 4,7 milhões.

A Justiça quer ainda esclarecer sobre o recolhimento de direitos vindos de plataformas de músicas. Para isto, o Tribunal intimou a Apple a “fornecer os dados das receitas provenientes da distribuição (streaming) e execução das músicas do cantor nas mídias ligadas à empresa”, informou o portal.

A Apple informou à Justiça que não possui controle sobre como é realizada a distribuição de pagamentos ao artista e que a solicitação deve ser realizada para as empresas que recebem os valores repassados (editoras, gravadoras agregadores e associações de gestão coletiva).

Apesar da justificativa da Apple, o Tribunal manteve o pedido e determinou o pagamento integral para uma conta judicial: “Fazendo-se constar que a resposta à determinação judicial de fls. 2217 dos autos não exime a Apple de cumprir o quanto constante do ofício já expedido, portanto, os valores que seriam destinados às distribuidoras, referente ao executado Marcelo Pires Vieira (Belo) por si ou como representante das empresas as quais é sócio, deverão ser integralmente depositados em conta judicial”, comunicou o juiz Carlo Mazza Melfi.

O processo já está em fase de execução e Belo não poderá mais entrar com recursos. Não foram encontrados bens em nome do cantor e por isso, a Justiça determinou o bloqueio de cachês de seus shows. Entretanto, os valores não foram o suficientes para cobrir a dívida.

O advogado de Denilson, Marco Roberto Barreto, aguarda um posicionamento da Apple sobre o destino das receitas das músicas de Belo.

Foto: Uol/Reprodução/Instagram

De Anitta até IZA, por que o YouTube é a maior fábrica de talentos do Brasil?

A Billboard publicou um artigo a respeito do cenário musical brasileiro que tem usado o Youtube como ferramenta aliada na promoção de trabalhos e descoberta de novos artistas.

Graças aos Youtube, estrelas do pop nacional como Anitta, Iza e Ludmilla foram descobertas por Sergio Affonso, o presidente da Warner Music Brasil. Ele contou à Billboard que passa pelo menos uma hora por dia procurando novos talentos na plataforma: “Eu sento lá procurando artistas com o maior número de visualizações – artistas que se identificam com a minha marca e que têm talento.”

A força do Youtube é grande no Brasil, segundo a MIDiA Research, 79% dos brasileiros assistiram a videoclipes no YouTube no ano passado, um número maior do que a média global, 44%. O mesmo acontece com relação ao número de usuários brasileiros semanais, 65% usaram o YouTube e 30% usaram o Spotify. A média global é de 46% para o YouTube e 17% para o Spotify.

“As pessoas [os brasileiros] têm uma cultura de consumir música no YouTube, muito mais do que em outros países”, disse Zach Fuller, analista sênior da MIDiA Research.

Leo Morel, diretor de inteligência de mercado da iMusics avalia que o Youtube a o maior concorrente dos serviços de streaming no país: “Tem reconhecimento de marca e é grátis.”

Se por um lado o Youtube tem sido um grande aliado, principalmente para novos artistas, por outro, o retorno por suas obras não é valorizado. A Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores afirma que o YouTube paga apenas uma pequena fração da soma que gera para os criadores, e que esses pagamentos são bem menores em comparação aos outros serviços de streaming.

“É uma plataforma democrática aberta a todos”, diz Sandra Jimenez, diretora de música do YouTube na América Latina. “E para novos talentos, é a oportunidade de explodir e, em seguida, escolher seu próprio caminho com uma gravadora ou ser independente”.

Segundo o portal, músicos brasileiros com carreiras estabelecidas também tem usado a plataforma para divulgar seus trabalhos e se conectar com os fãs. É o caso da banda de pop-rock Jota Quest. Em 2018, a banda realizou uma ação com 20 YouTubers que reinterpretaram os clássicos do grupo em vários estilos.

“Nós crescemos em uma época em que havia apenas uma maneira de trabalhar: você lançava um álbum, o divulgava, lançava músicas dele, fazia turnê, [então fazia] outro álbum”, disse o vocalista do Jota Quest, Rogério Flausino . “Hoje não. Você pode usar plataformas diferentes para alcançar o sucesso. Cantores do YouTube são o resultado disso.”

 

Foto: Billboard/Courtesy of Warner Music Brasil

Facebook e YouTube agora são considerados veículos de mídia

Plataformas como Google, Facebook, Instagram e YouTube agora são considerados veículos de mídia.

O Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) , uma entidade que visa “assegurar boas práticas comerciais entre anunciantes, agências e veículos” – aprovou na terça-feira passada (16), uma nova resolução que “reconhece, como veículos de divulgação ou comunicação, para os efeitos da legislação, todo e qualquer ente jurídico que tenha auferido receitas decorrentes de propaganda”.

De acordo com a Folha de São Paulo, a nova classificação abrange a internet, categorias de busca, social, vídeo, áudio, display. Ou seja, plataformas como as redes sociais e o Youtube.

A aprovação da resolução foi baseada conforme o artigo 4º da lei 4.680/65: “são veículos de divulgação, para os efeitos desta lei, quaisquer meios de comunicação visual ou auditiva capazes de transmitir mensagens de propaganda ao público, desde que reconhecidos pelas entidades e órgãos de classe”.

O Conselho Superior do Cenp justificou que a mudança é necessária “em consequência do desenvolvimento tecnológico”.

Tanto o Google, como Facebook “se definem como empresas de tecnologia, não mídia”. Segundo a Folha, essa é uma forma dessas empresas se isentarem sobre várias responsabilidades, como a publicação de conteúdo pelos seus usuários. Vale lembrar que recentemente, o Parlamento Europeu aprovou a nova diretiva que responsabiliza as plataformas por conteúdos que são protegidos por direitos autorais.

Nenhuma das plataformas comentaram sobre o assunto até o fechamento da notícia.

Com o  Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), o Cenp “estabelece parâmetros de qualidade para o conteúdo no mercado publicitário”, informou o portal.

Bolsonaro passa conselho audiovisual para Casa Civil e cogita fim da Ancine

Nesta quarta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro transferiu o Conselho Superior do Cinema do Ministério da Cidadania para a Casa Civil, que engloba a antiga pasta da Cultura.

Para o governo, a mudança visa “fortalecer a articulação e fomentar políticas públicas” na área. O decreto foi um dos atos assinados durante cerimônia comemorativa dos 200 dias do governo.

Segundo a Folha, o presidente está insatisfeito com a atual política de fomento ao cinema e fará alterações em sua estrutura, a fim de ter mais influência sobre ela. Além disso, o presidente está planejando extinguir a Ancine (Agência Nacional do Cinema), atualmente em crise.

Segundo o ministro da casa Civil, Onyx Lorenzoni, a atual política pública de incentivo ao cinema precisa ser mudada, pois não mede o sucesso das produções: “Política de cultura, política de cinema precisa ter apoio, sim, mas precisa ter cobrança de resultado”, disse Onyx.

“Quer produzir um filme x, y ou z, quer ir para o mercado e captar sozinho, ok. Agora, para levar recurso público tem que ter retorno, tem que ter qualidade. E uma das coisas que não faz parte da métrica hoje é se tem ou não sucesso, se tem ou não espectador dentro da sala de cinema”, continuou. Durante a cerimônia,  o ministro ainda frisou que a Ancine será transferida para Brasília.

O Conselho Superior do Cinema é de extrema importância para a política nacional de cinema, uma vez que é responsável por formular e aprovar diretrizes para o desenvolvimento da indústria audiovisual, e também tem o dever de estimular a presença do conteúdo brasileiro no mercado.

Foto: Ancine

Sony pode faturar US$5 bilhões por ano com unificação de sua gravadora e editora.

A Sony Corp anunciou ontem (17), que suas unidades de gravação e publicação serão unificadas.

A consolidação entrará em vigor no dia 1º de agosto. Foram duas décadas em que as gravadoras (Sony Music) e editoras (Sony/ATV) da Sony operaram com separação estrita. Apenas a Sony Music Entertainment Japan, não entrará na mudança.

Segundo o Music Business Worldwide, as duas empresas continuarão a operar de forma  independente.  Entretanto, Jon Platt, líder da Sony/ATV, deverá se reportar a Rob Stringer, CEO da Sony Music. A mudança faz todo o sentido e alinha a estrutura organizacional da Sony Music com as grandes gravadoras.

O Presidente e CEO da Sony Corporation, Kenichiro Yoshida, emitiu um comunicado para todos os funcionários hoje:

“O objetivo deste novo grupo é fortalecer e solidificar ainda mais a posição da Sony como líder na indústria da música e criar um novo valor para a empresa”, afirmou Yoshida. “Esta unificação nos ajudará a promover um nível mais alto de colaboração entre nossos negócios de música gravada e publicação de música, respeitando e mantendo a independência e a cultura única de cada organização.”, continuou.

A medida segue uma série de aquisições e fusões da empresa. No ano passado, a Sony assumiu a propriedade total da EMI Music Publishing por US$4,75 bilhões. A aquisição incluiu a Mubadala Investment Company e a propriedade do catálogo de Michael Jackson.

O MBW prevê que a reestruturação gere mais de US$5 bilhões por ano para a Sony, beneficiando uma “abordagem persuasiva” e “conjunta” no mercado global.

 [Foto: Beyoncé, que assinou acordos com Jon Platt (publicação) e Rob Stringer (discos) no passado.]

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Paula Toller processa o PT e pede R$200 mil de indenização

A cantora Paula Toller, do kid Abelha, está processando o PT por uso indevido de imagem e obra.

Segundo o portal Uol, a cantora pediu ao  partido que parasse de usar a canção “Pintura Íntima”, nas campanhas por ativistas pró-Fernando Haddad. Entretando, seu pedido não foi atendido.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) favoreceu a ação para Toller, que pediu R$200 mil de indenização. O órgão retirou todos os vídeos das redes sociais.

Na propaganda, Jorge Israel, um dos integrantes da banda, aparecia tocando saxofone. Em seguida, a voz da cantora ao fundo pronunciava: “fazer amor de madrugada, amor com jeito de virada”.

“A despeito de a propaganda fazer menção a candidato ao cargo de Presidente da República a ilegalidade da utilização de imagem alheia sem sua prévia permissão caracteriza a ilicitude da conduta permitindo a atuação da equipe de fiscalização de propaganda eleitoral”, afirmou a decisão do juiz Mauro Nicolau Junior.

“Se por um lado é fato que a utilização indevida de imagem de pessoa pública gera direito a indenização, por outro não é menos verdade que o exercício do poder de polícia do juiz eleitoral pode e deve ser instrumento eficaz a fazer cessar a propaganda irregular e ilegal.”, continuou.

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Foto: Divulgação

Amazon Music cresce três vezes mais que o Spotify

Após o Prime Day, evento que celebra a data de descontos da gigante de varejo, o Financial Times anunciou que o número de assinantes do serviço de streaming da Amazon, Amazon Music, cresceu 70% no ano passado.

O crescimento é considerável, já que outros serviços como Spotify, líder do mercado, possui  taxa de crescimento de assinaturas abaixo de 25%.

Lançado em 2016, especialistas da indústria fonográfica disseram na época que o serviço havia entrado tardiamente no mercado de streaming, e que seria apenas mais um clone do Spotify. Entretanto, os esforços da empresa na música estão se transformando em grandes impulsionadores do setor.

Mark Mulligan, analista de música da Midia Research, disse ao jornal que o Amazon Music é o “azarão” dos serviços de streaming.

De acordo com a Rolling Stone, o que levou ao aumento de assinantes do serviço foi seguir o caminho contrário da concorrência, que prefere atrair um público jovem. A Amazon quis atrair para o Amazon Music, seus consumidores mais antigos, especialmente aqueles que estão na geração de lojas de discos e os jovens em “fluxo contínuo”. Segundo a Midia research, apenas 5% dos clientes do Spotify têm 55 anos ou mais, em comparação com 14% dos clientes da Amazon Music.

Além disso, a Amazon quer atrair um público que deseja usar seus alto-falantes inteligentes como rádios. Para membros Prime, o valor da assinatura do Amazon Music cai de US$10 para US$8 por mês. Pessoas que usam dispositivos Echo pagam apenas US$4 por mês. Vale lembrar que a Amazon Prime possui mais de 100 milhões de clientes, somente nos EUA.

Enquanto a concorrência se esforça para lançar novos recursos, o Amazon Music se comporta como um “serviço de streaming de música convencional para os fãs de música mainstream”. Parece que a estratégia tem funcionado.

 

Foto: Taylor Swift, durante apresentação do evento em comemoração ao Prime Day/Evan Agostini/Invision/AP/Shutterstock

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Inteligência artificial revela real autoria das canções dos Beatles.

Apesar de muitas canções dos Beatles terem sido creditadas como uma parceria entre Paul McCartney e John Lennon, muitos fãs acreditam que a autoria de algumas pertencia apenas a um dos compositores. Pesquisadores da Universidade Harvard tiraram a prova, através da inteligência artificial.

A revista Galileu contou que os pesquisadores usaram as músicas da banda para treinar um algoritmo e construir uma “impressão digital musical” para cada compositor.

Os pesquisadores descobriram que a maioria das oito canções analisadas tinham mais a impressão de Lennon. “In My Life” era a canção que mais gerava discussões, já que Lennon contava que escreveu toda a letra, enquanto McCartney afirmava ter composto tudo sozinho.

O algoritmo determinou, com 81,1% de certeza, que Lennon contribuiu apenas com alguns versos da canção. A influência de McCartney foi dada com 43,5% de certeza sobre a “ponte” da  música — o pré-refrão.

Outro dado curioso sobre os padrões das composições, é que uma característica forte de McCartney é “usar motivos musicais mais padronizados” , com maior complexidade.

A notícia não revelou se há interesse em usar esse tipo de tecnologia para solucionar casos judiciais relacionados a direitos autorais.

 

FOTO: WIKIMEDIA COMMONS