Startup está criando um chip capaz de reproduzir músicas no cérebro

O visionário Elon Musk confirmou em seu Twitter que sua empresa, Neuralink, está trabalhando em um chip capaz de realizar uma série de atividades, inclusive, reproduzir músicas diretamente no cérebro do usuário.

Segundo o Olhar Digital, o CEO da SpaceX e Tesla aos poucos está revelando detalhes sobre o chip, que será testado ainda neste ano por humanos. Além de ser capaz de reproduzir músicas, ao ser implantado no cérebro de humanos, o chip será capaz de estimular o nível de hormônios para aliviar o stress, ansiedade e melhorar o raciocínio.

A Neuralink é uma startup criada em 2016, com o intuito de desenvolver uma interface cérebro-máquina para estabelecer uma interação entre humanos e computadores. A empresa pretende ajudar principalmente pacientes com síndromes neurológicas como a Doença de Parkinson.

A startup está desenvolvendo um robô capaz de instalar “fios” munidos de eletrodos no tecido cerebral. Segundo o portal, Musk divulgou que a máquina é capaz de instalar até seis fios por minuto, com incisões de 2 milímetros de comprimento.

O procedimento para a instalação dos fios é comparado pelo visionário, ao procedimento de de cirurgias oculares refrativas (LASIK), no qual os médicos usam raios laser para remodelar a córnea do paciente e a capacidade de focalização do olho.

ShowIn: Novo App promete oferecer lives com venda de ingressos

Artistas poderão fazer lives com venda de ingressos através do novo aplicativo ShowIn. Com lançamento para o início de agosto, a plataforma brasileira pretende remunerar artistas e compositores e ao mesmo tempo oferecer entretenimento ao público.

Segundo o Tela Viva, o ShowIn vai oferecer vários conteúdo como shows, teatro, poesia, palestras, stand up comedy, aulas de gastronomia, de yoga, meditação, dança, espetáculos infantis, esportes e muito mais, com valores de ingressos e o tamanho das salas de exibição definidos pelo próprio artista.

De forma prática, o usuário poderá usar a plataforma para realizar sua  própria apresentação, alterando o cadastro de “Winner” para “Conta de Estrela”. O ShowIn oferecerá uma série de tutoriais para ajudar seus usuários a oferecer o melhor conteúdo, com dicas de montagem e transmissão.

Disponível no site, Google Play e Apple Store, as transmissões por streaming poderão ser acessadas através do celular, tablet e computador.

O novo app possui um time de peso, como o cantor e compositor Orlando Morais, líder do projeto. Junto com o sócio, Dio Trotta, o time criou uma equipe de curadores e produtores culturais de diversas regiões brasileiras.

Monge viraliza no YouTube ao criar música para meditar fazendo Beatbox

Um monge budista japonês viralizou no YouTube com seu vídeo fazendo beatbox e usando uma mesa de loop para criar música de meditação.

Em seu vídeo, “Heart Sutra Live Looping Remix”, o monge Yogetsu Akasaka cria suas próprias músicas de meditações, mas de um jeito diferente: com sons de sua própria boca, o chamado “beatbox”, e uma mesa de loop. O vídeo, claro, viralizou na internet, chegando a mais de 100 mil vizualizações.

Segundo entrevista para a VICE, Akasaka (37) revelou que não fez o vídeo para chocar as pessoas:

“Não é que eu quisesse chamar a atenção pela minha ‘singularidade’, só queria continuar minha paixão pela música”, disse ele. “Da mesma forma que alguém toca violão ou bateria, eu mesmo sou apenas um artista normal.”

O monge contou que antes de seguir a vida monástica, já era ligado à música e ao beatbox: “Meu amigo me deu um CD de um beatboxer japonês chamado Afra. Fiquei chocado que as pessoas pudessem fazer essas coisas (sons com a boca), e estava interessado em tentar. E então eu percebi que era muito bom nisso ”, ele disse.

Apesar de ser ator de teatro e ter participado de várias apresentações de beatbox no Japão, Austrália e Estados Unidos, Akasaka resolver seguir os passos de seu pai: “Geralmente no Japão, as pessoas se tornam monges porque sua família vive em um templo. Mas para o meu pai, ele era apenas uma pessoa normal que decidiu se tornar um monge”, disse ele. “Fiquei inspirado e decidi que queria ter sucesso no papel atual de meu pai como abade em um templo na prefeitura de Iwate”.

Assim, chegou o momento em que ele descobriu uma maneira de fundir sua vida antiga com a nova. Não apenas para redescobrir sua paixão, mas também para desconstruir conceitos errados sobre o budismo.

Além de postar vídeos, ele também faz lives diárias no YouTube. “Os fãs me disseram que eles conseguiram dormir bem e relaxar devido aos meus vídeos de beatbox, o que é algo incrível”, disse ele. “Sinto-me honrado por poder combinar minha paixão com minhas crenças religiosas e isso impactou as pessoas em todo o mundo”, contou o monge.

 

 

Foto: reprodução

Impedido de fazer shows, Luan Santana dispensa colaboradores e equipe técnica

Nesta terça-feira , o cantor sertanejo Luan Santana anunciou, por meio de sua assessoria, que devido a crise do coronavírus teve que dispensar sua equipe técnica e de músicos.

Segundo a nota, foram 20 colaboradores dispensados, entre eles, músicos, produção e equipe técnica:

“Em razão da pandemia decorrente do novo coronavírus e da paralisação dos shows por tempo indeterminado, os departamentos jurídico e administrativo de Luan Santana concluíram pela necessidade de encerrar os contratos com sua equipe de estrada, que envolve banda, técnicos e produção.”, “, informou a nota.

“Foram dispensados cerca de 20 colaboradores, que eram devidamente registrados e recebiam de acordo com a CLT”.

“Foram garantidas todas as remunerações da equipe até 05 de agosto de 2020 e os acertos rescisórios compreendem todos os direitos previstos em lei, tais como férias, 13º salário, multa de 40% sobre o FGTS e entrega da documentação necessária para habilitação dos colaboradores no programa do seguro desemprego.”

De acordo com o G1,  a assessoria do cantor informou que o cantor tem o intuito de recontratar todos os colaboradores quando as apresentações em locais com público forem retomadas.

 

Foto: Reprodução/Canal oficial do artista

Os superapps e a indústria da música

SupperApps

As novidades anunciadas pelo Rappi reforçam as investidas da empresa colombiana para se tornar um SuperApp. O Rappi Entertainment disponibilizará dentro do aplicativo opções para que os usuários tenham acesso a música, games e lives de eventos. Os produtos que estreiam a nova frente são Rappi Music, serviço de streaming musical, Rappi Games, opções de jogos no app, e o Rappi Live Events, uma solução para lives monetizadas ou gratuitas conectando artistas e criadores com a base de 30 milhões de usuários do app na América Latina. Além do Live Shopping, inspirado no Shopstreaming que tem viralizado fortemente na Ásia neste período de isolamento social.

 

O que são SupperApps 

Os SuperApps são aplicativos multiuso que oferecem uma grande diversidade de serviços e funções, especialmente combinando e-commerce, meios de pagamento, delivery e redes sociais. As principais referências são as chinesas: WeChat, Alipay e a japonesa LINE.

 

Antes, para se buscar modelos de inovação e projetar tendências bastava mergulhar no universo do Vale do Silício. O foco mudou, se você quiser estar afiado em inovação seus olhos devem apontar para o Oriente, no detalhe para a China.

 

O WeChat desponta como a principal referência com mais de 1 bilhão de usuários e o governo chinês já cogita usar a conta do usuário no superapp como um documento oficial de identificação.

 

O conceito do superapp contraria a escola do Vale do Silício de apps focados em nichos e se concentrando em um serviço realizado com excelência, mas cai como uma luva em países emergentes em que os consumidores buscam simplicidade, os devices não tem muito espaço, então a ideia de sitentizar vários apps em um só é interessante.  Por isso, Índia e América Latina se apresentam como candidatos para receberem novos SuperApps.

 

Enquanto as companhias asiáticas começam a chegar e influenciar o ocidente, as grandes empresas americanas de tecnologia se inspiram na China. Provavelmente, a Apple, Google e muito em breve a Uber devem caminhar para o conceito de SuperApp. A Amazon avança a passos largos para este lugar, a empresa de Jeff Bazos tem comprado empresas e feito parcerias White Label com empresas para absorver os seus serviços e oferecê-los na plataforma. Inclusive, este é o modelo que a Rappi optou para lançar o serviço de streaming de música em seu app, firmando parceria com a Kuack. 

 

 E a música com o SuperApps? 

O futuro da música não está mais na ponte LA, NY, Estocolmo e Londres. É fundamental que os profissionais do mercado da música acompanhem as transformações e inovações que vêm da Ásia. Afinal, o app que mais impactou o mercado musical do último ano é chinês, o TikTok é uma criação do grupo ByteDance. Provavelmente, os apps Q Music, KuWo, NetEase, entre outros podem ensinar muitas tendências ao ocidente.

 

É importante dizer que Tencent, dona do superapp WeChat, é a empresa que no início de 2020 comprou 10% da Universal Music por US$ 3,4 bilhões, tem 9,1% do Spotify e uma parceria com a empresa sueca para atuar na Ásia e tem investido fortemente em composição musical por Inteligência Artificial. 

 

Tão importante quanto a tecnologia e os recursos financeiros, é a estratégia e a conexão certa com a audiência. Existem diferenças culturais fundamentais entre Oriente e Ocidente que precisam ser consideradas. Uma delas é a relevância da música para o povo latino, bem como a força do mercado que é a região que mais cresce no mundo pelos últimos 10 anos. Dado que foi considerado pelo Rappi ao escolher o serviço musical como atratividade para a evolução do app.

 

Ao passo que os números de mercado endossam a estratégia, uma pesquisa do Google feita em agosto de 2019 indica os serviços prioritários que levariam os brasileiros a instalarem um superapp, os principais itens foram: Compras, Delivery, Passagens Aéreas, Serviços de Mobilidade, Serviços Financeiros. Não teve menção a conteúdos de entretenimento nas primeiras posições. Existe um trabalho forte de cultura a ser feito para que este universo de SuperApps realmente cative os brasileiros para consumo de entretenimento.

 

Entre tantas empresas que almejam se tornar um SuperApp, no Brasil a que aparenta estar mais preparada para conquistar o status é a Magazine Luiza. Além de todo trabalho de logística e visão da empresa, diferencia-se dos demais por há muito tempo estar de olho e endossar suas estratégias de acordo com as tendências na China.

 

Foto: Divulgação

Marisa Monte assina com a Universal Music Publishing

A cantora brasileira Marisa Monte assinou com a Universal Music Publishing. O acordo global inclui todo o catálogo da artista, incluindo seus maiores sucessos.

Segundo a Billboard.com, Marisa Monte fez questão de enaltecer a liderança feminina na empresa:

“Estou muito feliz por essa parceria entre meu catálogo como compositora e uma empresa com alma feminina. A Universal Music Publishing é presidida globalmente por uma mulher. A UMPG Latin é liderada por uma presidente forte e feminina, cercada por uma equipe capaz e talentosa”, afirmou Monte em comunicado. “Cuidado, delicadeza, empatia e toda a inteligência feminina ao serviço da música. Viva o equilíbrio e a união de forças!”

Alexandra Lioutikoff, presidente da UMPG América Latina retribuiu o discurso da artista: “Marisa Monte é […] uma compositora, artista e produtora cujas músicas são celebradas por fãs de todas as idades, fazendo dela um verdadeiro ícone na arte e na cultura. Temos muito orgulho em recebê-la em nossa família e nossa equipe está ansiosa por oferecer oportunidades criativas para divulgar sua música em todo o mundo, como ela merece. ”

 

 

Foto: reprodução

Edital Natura Musical confirma abertura para segundo semestre de 2020

O Edital Natura Musical 2020 confirmou que em breve abrirá inscrições, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. A notícia veio através da coluna da incrível jornalista Fabiane Pereira para o portal Veja Rio.

Com data prevista para o segundo semestre, o processo atenderá novas demandas para se adequar ao novo contexto da COVID-19:

“São curadores, produtores musicais e gestores com bastante vivência no mercado. Queremos ter a garantia que o processo deste ano vai ressoar uma série de demandas específicas do contexto atual e, claro, expandir e multiplicar os recursos que vamos colocar dentro dessa rede”, explicou a Head of Global Cultural Branding Natura Musical, Fernanda Paiva.

Segundo Fernanda, o programa que completa 15 anos, já investiu R$159 milhões no patrocínio de 467 projetos, impactando diretamente 1,8 milhão de pessoas. O valor de investimento de 2019, para projetos com atuação em 2020, é de R$14 milhões. Não foi revelado o valor para o novo edital.

Considerado um dos principais editais de fomento voltado para a cena musical brasileira, o Natura Musical já beneficiou grandes artistas como Lenine, Elza Soares e Ney Matogrosso. Além de apoiar nomes como O Terno, Saulo Duarte e a Unidade, Xênia França, Letrux, Emicida e Rubel.

“Muito do que vi emergir, eu conheci através de uma proposta de patrocínio ou uma intenção de apoio. Eu digo isso porque acredito que quando a gente tem uma ambição de mudar o mundo, de tornar o mundo mais bonito, temos que saber que essa mudança não vai acontecer do dia pra noite. Essa mudança vai acontecer numa perspectiva de médio e longo prazo. Então ao olhar a trajetória do Natura Musical é um motivo de orgulho porque materializa o que foi definido há 15 anos”, relembra Fernanda.

Foto: Divulgação

Spotify disponibiliza letras de música em tempo real para seus usuários

A partir de hoje (30), usuários do Spotify poderão ouvir músicas e acompanhar as letras em tempo real na plataforma.

O recurso só foi possível graças à parceria entre o serviço de streaming e a Musixmatch, considerada a maior plataforma de letras de músicas do mundo.

Segundo o Olhar Digital, países como o Brasil, Argentina, Colombia,Chile,México, Peru, Bolívia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua, Panamá, e Hong Kong já estavam há algum tempo em fase de testes.

Para nossa fundadora, Guta Braga, a parceria representa um impacto positivo nas receitas para autores e editores.

Foto: Divulgação

Parcerias musicais e os papéis da relação

As parcerias estão presentes em diversos aspectos da nossa vida. É a partir delas que construímos relações, buscando satisfação na vida pessoal, superação de desafios e o sucesso profissional. Muito pouco se realiza sem colaboração. Com as parcerias é possível reunir pessoas que queiram construir algo maior e não conseguiriam realizar se estivessem sozinhas.

No dicionário, parceria significa a reunião de pessoas por interesse e objetivo comum. Na vida real, significa também ter de lidar com desencontros e desentendimentos inevitáveis, que surgem no decorrer de qualquer relação.

Em uma live feita pela dupla Anavitória no dia dos namorados, veio à tona uma questão relacionada à parceria da dupla com o artista e compositor Tiago Iorc. As artistas fizeram um desabafo por estarem sendo impedidas de regravar a obra “Trevo”, composta em conjunto com Iorc, que não liberou a regravação. Polêmicas à parte e sem entrar no mérito deste caso específico, essa história pode-nos ensinar valiosas lições sobre parcerias na área musical.

O mercado da música é marcado por relações de interdependência e colaboração. Filmes recentes, como “Bohemian Rhapsody” e “Rocket Man”, retrataram as relações da indústria fora dos palcos e deram destaque às poderosas parcerias entre os integrantes do Queen e de Elton John e Bernie Taupin, que juntos criaram canções que ficaram para a História. Parceiros na música são como sócios de uma empresa, que necessitam obedecer a regras para que a colaboração possa se desenvolver. Parte dessas regras é definida pela Lei de Direitos Autorais, outra parte pelos próprios coautores.

 

O que diz a Lei

Quando uma obra musical (e aqui falo em letra e melodia apenas)[1]é feita por dois ou mais autores, ela é criada em coautoria. A diferença entre as criações individuais e as obras em coautoria reside basicamente no controle e processo decisório dos direitos sobre a criação.

As obras realizadas em coautoria podem ser indivisíveis, quando não se identifica quem fez o quê; ou divisíveis, quando é possível reconhecer a criação individual de cada autor. As obras criadas por Elton John e Bernie Taupin, por exemplo, são divisíveis, já que Elton fazia as melodias e Bernie, as letras[2]. Neste caso, de acordo com a Lei brasileira[3], cada um dos autores pode utilizar livremente a sua parte da criação, desde que possa ser desmembrada da obra final, e que seu uso não prejudique a exploração da criação comum.

Quando a obra é indivisível, como ocorre frequentemente em composições musicais – e parece ser o caso da obra criada por Anavitória e Tiago Iorc -, nenhum dos coautores poderá publicar ou autorizar a publicação da mesma sem a autorização dos demais autores. Não havendo consenso entre eles, a maioria decide. A Lei não define o que significa maioria (se de autores ou de quem detém a maior participação na obra) e nem esclarece o que ocorre em caso de empate. É justamente isso que dá, a um dos compositores, a possibilidade de proibir o outro de gravar ou regravar a música feita a partir da parceria, ainda que em um projeto pessoal[4].

 

Contratos, controle e participação nos lucros

As demais regras da parceria podem ser determinadas pelas partes por meio de contratos. É prática entre autores negociar o seu percentual de participação na composição da música. Esse percentual representará os direitos de cada autor nos lucros da obra musical. Geralmente essa divisão é feita dependendo do quanto cada um contribuiu para a criação da obra e a relevância e influência que cada compositor possui no mercado.

Com o fechamento da negociação, cada autor irá administrar o controle da sua parte na obra e a sua parcela de ganhos, deixando de fora muitos pontos da parceria que mereceriam uma discussão mais aprofundada. Com isso, os parceiros perdem uma valiosa oportunidade de discutir as suas expectativas com relação àobra e à parceria em si. O que acontece caso haja um conflito de interesses envolvendo a obra? E se um dos parceiros discordar de uma decisão? Poderá cada um desregravar e regravar a obra criada sem a necessidade de aprovação dos demais autores? Estes são exemplos de possíveis conflitos, mas pode haver outras preocupações por parte de cada autor.

Todas as questões levantadas pelos parceiros poderiam ser discutidas e colocadas em um contrato. Combinando tudo antes, parte dos conflitos estará superada, já que o contrato definirá a forma como a questão será resolvida. Contratos não precisam ser complexos ou de difícil entendimento. Além disso, a afirmação de que uma negociação entre parceiros pode prejudicar a capacidade criativa é apenas um mito.

 

Valorização da negociação sobre uma disputa judicial

Se por alguma razão ocorrer algum conflito inesperado em que as partes não conseguem manter um contato pessoal, elas mesmas podem definir um canal de comunicação, indicando as pessoas que assumirão a conversa. Caso o conflito não seja solucionado, os autores podem buscar formas alternativas para resolver a disputa, valorizando o diálogo na tentativa de dar fim à questão de forma amigável.

Escolher uma pessoa para facilitar o diálogo em um processo de mediação pode ser uma solução. A mediação pode ocorrer de maneira informal ou dentro de um processo estabelecido pela Lei[5]. Em ambos os casos, o mediador será a figura que apenas facilitará o diálogo, ajudando as partes a equilibrar os seus interesses individuais com os interesses da parceria. A decisão sobre um acordo caberá exclusivamente aos autores. Uma negociação pode reduzir tempo e custo, além de dar às partes algum controle sobre as decisões, o que certamente não ocorrerá em uma disputa judicial ou em um processo de arbitragem.

Conflitos são inevitáveis em qualquer parceria. A forma como vamos resolvê-los pode ser simples ou complicada, tensa ou tranquila, tradicional ou criativa. Não existem parcerias perfeitas, e nem toda colaboração resulta em uma relação de amizade. Alinhar expectativas por meio de contratos no início da parceria deixa claro para cada parte o que um parceiro espera do outro.Ao final, o segredo de uma parceria de sucesso é a comunicação aberta e honesta.

[1]Os direitos autorais sobre a música surgem a partir da composição da obra musical (letra e melodia). Quando uma música é gravada, dois direitos passam a coexistir: os direitos autorais sobre a obra musical, que pertencerá originalmente aos autores e os direitos conexos relativos a gravação da obra (fonograma), que caberão aos artistas, músicos e ao produtor fonográfico (que pode ser uma gravadora, um selo ou um artista independente).

[2]“O verso musical pode ser editado apenas como letra, e a melodia através de partitura, com ou sem letra. Ambas são obras protegidas isoladamente, o verso como texto literário e a melodia como obra musical”. ABRÃO, Eliane Y. Direitos de autor e direitos conexos. 1 Ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2002, p.p. 101

[3]art. 15, § 2º da Lei 9.610: “§ 2º Ao coautor, cuja contribuição possa ser utilizada separadamente, são asseguradas todas as faculdades inerentes à sua criação como obra individual, vedada, porém, a utilização que possa acarretar prejuízo à exploração da obra comum.”

[4] Lei 9.610, Art. 32: “Quando uma obra feita em regime de coautoria não for divisível, nenhum dos coautores, sob pena de responder por perdas e danos, poderá, sem consentimento dos demais, publicá-la ou autorizar-lhe a publicação, salvo na coleção de suas obras completas.

  • 1º Havendo divergência, os coautores decidirão por maioria.”

[5] Lei 13.140/2015, arts. 21 a 23

 

Foto: Divulgação

 

Ecad passa a cobrar taxas por direitos autorais em lives e produtores se irritam

Como já era de se esperar, o Ecad começou a regulamentar as taxas de direito autoral em lives. A notícia agradou compositores, mas nem tanto os produtores, segundo matéria publicada pelo G1.

Mediante a crise provocada pela pandemia do coronavírus, o mercado musical se voltou para a internet. Impedidos de fazer shows e festivais, artistas começaram a se apresentar em lives.

Com grande audiência, as lives ganharam patrocínio de marcas. Assim, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e a Ubem (União Brasileira de Editoras de Música) procuraram o YouTube para entender como funciona o processo remuneração neste formato de transmissão, principalmente para os compositores.

O YouTube alegou que já paga ao Ecad os direitos autorais devidos e que todos os patrocínios das lives são pagos diretamente aos produtores dos artistas, sem passar pela plataforma.

Desta maneira, as entidades chegaram a decisão de uma cobrança de taxas que somam 10% por direitos autorais das músicas tocadas nas lives patrocinadas no YouTube (5% para o Ecad e 5% para a Ubem). A cobrança se estende para as transmissões que também já aconteceram.

Ainda como parte da regra, não haverá cobrança em lives sem patrocínio ou renda. Além de um desconto de 50% em lives beneficentes para o mercado da música ou com verba que cubra só montagem e cachê.

A superintendente do Ecad, Isabel Amorim, conversou com o portal sobre as mudanças: “Nesse mundo novo das lives, se a gente não fosse em frente com essa cobrança, os compositores não receberiam nada, só os intérpretes”.

Isabel disse que a cobrança não será o bastante para recuperar a crise no mercado: “O Ecad recebe direitos por quase 6 mil shows por mês. Não tem tudo isso de live. A execução pública perdeu 50% de faturamento nos últimos meses. As lives não vão cobrir nem um pequeno percentual disso”, diz Isabel.

Diante das mudanças, alguns produtores de artistas do sertanejo e pagode, responsáveis pelas maiores lives no país, declararam ao portal que as medidas podem prejudicá-los:

“Achamos uma cobrança indevida, pois é nosso canal de divulgação. É injusto ele cobrar muitas vezes do próprio autor da música”, afirmou um produtor que não revelou sua identidade.

“A gente que corre atrás do patrocínio e eles querem uma fatia”, disse outro produtor de pagode sem identidade revelada.

Apesar da reação negativa por parte dos produtores, muitos compositores comemoraram a cobrança. Como a associação Procure Saber, representante de diversos autores da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Erasmo Carlos.

A presidente da associação e empresária de Caetano Veloso, Paula Lavigne, defendeu a nova norma: “É normal que esse tipo de novidade desperte algumas dúvidas, mas na verdade o pagamento ao Ecad dos direitos de execução pública pelas lives é devido”.

“O Ecad está cumprindo a sua obrigação de arrecadar em nome dos autores das músicas que são apresentadas nesses espetáculos ao vivo, que em muitos casos não foram compostas pelos artistas que estão se apresentando na plataforma”, afirmou Paula.

 

Foto: Reprodução

DicaMCT: FastForward Podcast: Produção Musical e processo criativo com Adriana Calcanhoto. OUÇA AQUI!