Matéria de VEJA RIO

A Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) escolheu a idealizadora do festival DoSol para ocupar cargo em um momento onde a arte é criminalizada no país pelo governo.

Recentemente, a Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) nomeou Ana Morena como sua nova presidente.

Conforme o a coluna da jornalista Fabiane Pereira para a Veja Rio, a ocupação do cargo vem em um momento crítico, já que governo federal criminaliza os artistas e demoniza as mulheres que “ousam” ocupar espaços públicos. Ana irá assumir o cargo até 2023, junto com a vice Sara Loiola.

Ana Morena tem atuado no cenário independente de música, em Natal, desde os anos 1990. Baixista da banda Camarones Osquetra Guitarrística, a nova presidente da Abrafin é também idealizadora do Festival DoSol, um dos mais relevantes festivais de música independente da região.

Para o portal, Ana contou sobre a importância de ocupar o cargo que atua como papel fundamental no desenvolvimento de políticas públicas:

“A Abrafin é uma entidade de classe que representa mais de 100 festivais independentes e trabalha para fortalecer e promover a cadeia da economia da cultura. Uma das nossas frentes de trabalho é lutar por mais políticas públicas para o setor. Participamos ativamente da aprovação da Lei Aldir Blanc, mantivemos a narrativa na Paulo Gustavo e estamos agora fazendo coro à proposta para que a LAB vire um fundo fixo. Também formamos um grupo de trabalho para desenvolvermos protocolos junto com instituições científicas parceiras, e pensarmos a retomada dos festivais de forma segura e consciente. Temos também um compromisso com a ampliação da diversidade nos nossos festivais. A ideia é fazermos um mapeamento com os nossos filiados para a partir daí entendermos quais as dificuldades e como desenvolver ações para ajudar a ampliar esse olhar”, contou.

Ana também falou a cerca de sua motivação para promover a cultura no Brasil, mesmo com a arte sendo criminalizada neste momento:

“Difundir arte e cultura, movimentar e fomentar a criatividade artística e o sentimento de pertencimento nas pessoas. Estar em cima do palco me faz feliz como poucas coisas. Assim como estar na produção de um projeto que coloca artistas e público em contato e muitas vezes por causa desse contato a vida dessas pessoas melhora ou até muda, muda o pensamento, amplia a construção do pensamento crítico, diminui o sentimento de estar sozinho no mundo. A arte é a principal catalizadora das mudanças sociais e fortalecimento de um pensamento crítico numa sociedade. E quando temos uma sociedade crítica, que pensa pela própria cabeça, temos uma sociedade que evolui. A mistura é a graça do Brasil e quanto mais a gente estiver comprometido com essa mistura e representatividade, melhor”, afirmou Ana.

Foto: Ana Morena Giovanna Hackradt Rêgo/Internet

 

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